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afonsonunes

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Ao que parece, o eixo da terra sofreu um pequeno desvio por causa do terramoto do Chile. Deve ter sido muito pequeno, mas qualquer desvio é sempre um grande problema que por vezes até dá em desvario, ou não obrigasse, normalmente, a que as voltas que dele resultam, nos dêem a volta ao juízo.
Também a terra ficou com as voltas afectadas, embora eu ainda não tenha dado por isso, talvez porque tenho andado muito preocupado com aquelas pessoas que já padecem de um mal ainda não identificado, na minha opinião, resultante de um qualquer desvio do eixo, mas não me parece que seja o da terra.
Ora, o maior problema que eu temo, é que essa deficiência danifique o motor central com os solavancos resultantes de um eixo deficiente que, por sua vez, danifica os carretos. São estes sintomas que causam a minha preocupação, pois são cada vez mais, os indícios de que tal se reflecte mesmo nos carretos, e isso dá de imediato aquela sensação de se estar sobre rodas quadradas.
Já não é a primeira vez que oiço falar de pessoas que têm deficiências nos carretos e, sinceramente, foi com muita dificuldade que cheguei à conclusão de que se trata de um problema extremamente grave. Para isso, foi necessário lembrar-me da bicicleta, ou do automóvel, para lá chegar.
A roda pedaleira ou o motor são uma espécie de cabeça humana de onde sai a força do movimento, sendo os carretos os transformadores dessa força e os controladores da sua utilização. Se a cabeça está desregulada o corpo é que paga, tudo porque os carretos já moeram o juízo, principalmente, se ele tiver sido pouco ao longo dos tempos.   
Há quem confunda carretos com parafusos, mas há uma diferença fundamental entre eles. Os parafusos são muito mais pequenos que os carretos, além de que pode haver quem tenha um ou mais parafusos a menos, enquanto os carretos, que não se perdem, apenas ficam desdentados como qualquer maxilar com uso a mais.
Tudo isto para concluir que anda muita gente fora dos eixos. Não vou dizer que é por causa do terramoto do Chile, porque não tenho dúvida de que, antes dele, já havia parafusos a menos e carretos carecas. Mas, também não tenho dúvidas de que, após aquele sismo, e sujeitos como estamos a outros, tudo se vai agravar consideravelmente.
À primeira vista, estas peças que parecem bastante resistentes, ficam como manteiga quando aqueles que as albergam na sua cabeça, deixam que esta fique como a cabeça de um alambique quando em plena laboração.
Pior ainda se os carretos se passam com a cegueira do ódio, ou os parafusos se desenroscam com as voltas de pensamentos turvos.
 Assim, nem são precisos terramotos para nos fazer sair dos eixos.
 

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