CANTO PRIMEIRO
Os barões já estão bem assinalados
No país da onda ocidental e lusitana
Com mares poluídos de tanto navegados
Pelos barcos rotos em que tudo abana
Com pobres em perigos e lutas esforçados
Mais do que permite a fraqueza humana
E mesmo assim com gente bera instalaram
O seu reino que tanto sublimaram
E lá vieram discursos com palavras gloriosas
Daqueles presidentes que se foram dilatando
Muito à custa das coisas viciosas
Que pelo país andaram semeando
E aqueles que por obras indecorosas
Se vão do pobre povo libertando
Esperam que a morte espalhe por toda a parte
As cinzas dos que não têm engenho e arte
Cessem do sábio grego e do grã troiano
As divagações grandes que fizeram
Calem-se os barões que não vão no metropolitano
E esqueça-se a força das mentiras que se disseram
Que eu vou com o português mais insano
A quem os astros de cá sempre favoreceram
Cesse pois tudo o que certa plebe canta
E será certo que outro berro se levanta