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afonsonunes

afonsonunes

09 Out, 2008

Olá! Tudo bem?

 

 
Sempre! ... Esta é a resposta mais ouvida aos jovens quando lhes fazem aquela pergunta tão banal e tão vaga, apesar do ‘tudo’ que ela refere. Não é menos vago o ‘sempre’ que, neste contexto, encerra tanto sentido de vazio como o tudo da pergunta. É que ambos os termos, tudo e sempre, não vão no sentido do concreto, nem definem uma realidade palpável que possa ser entendida como uma definição de um estado de espírito em determinado momento e, muito menos, de uma amplitude e temporalidade sem limites.
Aos jovens podemos conceder a esperança de que essa aparente linguagem do vazio, em boa verdade, querendo significar um optimismo indiscutível, vá dando lugar à certeza de que não embarcam noutros lugares comuns de sentido completamente oposto, que vemos em idades mais maduras, reflectindo sentimentos de desilusão e descrença total no futuro a que parecem já ter renegado definitivamente.
Como o mundo não está fácil para ninguém, não adianta andarmos a tentar vender ilusões baratas, nem a comprar depressões, só porque estão em saldo, com o argumento promocional de que já quase toda a gente tem. Falar é fácil, dirão os indecisos nestes negócios de compra e venda do imaginário, onde o risco é muito menor, quando se tem o bom senso de estar quieto e calado, desde que não se hipoteque nada de valor, sobretudo, de valor acrescentado em dignidade.
Porém, também há o bom senso que nos manda quebrar silêncios comprometedores, quando o ´tudo bem´ que ouvimos frequentemente, nos soa a falsidades e injustiças gritantes, tal como o ´tudo mal´ de certas aves agoirentas que até na luz do dia só encontram sombras tenebrosas, devido à sua permanente postura de olhos fechados perante o mundo.
Olá! ... Tudo bem? Há quem diga que vamos indo…