A nossa história está em queda, talvez acompanhando o emagrecimento das bolsas e dos bolsistas, se é que podemos atribuir alguma relação entre o cu e as calças. Que o mesmo é separar o dinheiro e a democracia, no que dizem e no que fazem, alguns democratas da nossa praça, quando querem aparecer nas televisões a vender a sua banha da cobra.
A nossa história está quase a ganhar dois heróis nacionais, mas está, por via deles, a perder três candidatos a heróis. Também eu vou seguir o exemplo dos três candidatos, na medida em que não vou citar nomes, tal como eles não comentam o que lhes ouvem, nem tão pouco lhes parece que tenham alguma coisa a ver com isso.
Contudo, há uma pequena, grande, diferença entre a minha atitude de princípio, com a falta de princípios deles, como responsáveis dos lugares que desempenham, em representação de quem os elegeu para se pronunciarem, sem tibiezas, sobre o que se passa sob a sua jurisdição. Eu, simples cidadão, não tenho jurisdição sobre ninguém, mas contribuí para a eleição de um deles, com o meu voto secreto. Logo, posso reclamar da passividade que eles praticam e, ainda por cima, acham correcta, com desculpas de mau pagador.
Os dois heróis, um continental e outro insular, de partidos diferentes, vêem tentando provocar uns safanões, mais ou menos violentos, nas estruturas a que pertencem, em inteiro confronto com quem devia ser o símbolo de unidade desses partidos. Por essa razão, são hoje os heróis da comunicação social, para os quais não há limite de tempo nos noticiários.
Depois, há dois candidatos à descida de divisão, em termos partidários, que são precisamente os visados, contestados e até, desconsiderados, na forma como lhes põem em causa as respectivas lideranças, conquistadas de forma democrática.
Pergunta-se, com alguma lógica, penso eu, quem é que, na verdade, está a mais nesses partidos? Se os visados estão seguros das suas actuações, deviam chamá-los à pedra. Se entendem o contrário, então que se demitam, para clarificar as coisas.
Por outro lado, os críticos, o insular e o continental, se não conseguem vencer os visados nas urnas, devem deixar os poleiros de que não abrem mão de forma nenhuma. Será que eles não compreendem que é imoral estar num partido, com postura de permanente oposição? Pior, será que não é ainda mais imoral, não abrirem mão do que ganham em lugares que só os partidos lhes podem proporcionar? Eu compreendo muito bem que a moral deles é outra. Então, que saiam, e façam depois tudo o que lhes der na real gana. Assim, estão a lutar no lugar errado, com interesses disfarçados.
O terceiro candidato à descida de divisão, no que toca a heróis, está a perder aquele ar sério e providencial de quem deve estar acima de conflitos menores mas, inflexível e imparcial, quando valores mais altos começam a estar em causa, como é o caso dos valores da democracia e o respeito devido a quem a representa.
No cômputo geral, temos assim, dois heróis em ascensão, e três candidatos em risco de deixarem de o ser. Vamos ver até onde é que isto vai.