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afonsonunes

afonsonunes

20 Nov, 2012

E algumas são boas

 

 

Finalmente começam a ver-se sinais de algumas das tão propaladas medidas estruturais que até parecia que já estavam implementadas. A verdade é que não é difícil perceber que elas só aparecem depois de a troika explicar ao pormenor como é que isso se faz.

Nesse aspeto, a intervenção da troika tem de considerar-se imprescindível senão, não veríamos mais que os cortes cegos em tudo o que seja ir ao bolso do pessoal. Tudo para disfarçar e compensar uma total incapacidade de implantar as medidas agora à vista.

Medidas que a troika agora exige com prazos limitadíssimos para que não continuem a ser adiadas. Medidas que, a terem sido adotadas em devido tempo, teriam poupado este descalabro de austeridade que, de necessária, passou a ser uma brutalidade.

Muitas delas estavam no memorando de entendimento inicial, mas sempre completamente esquecidas em detrimento de outras que nunca lá estiveram, mas foram imediatamente implantadas, como salvadoras do nosso estado de sítio.

A verdade é que estas medidas loucas, só agravaram o estado de sítio existente e criaram o gravíssimo problema de impossibilitar qualquer recuperação do país nos moldes que nos vão sendo apresentados como remédio para os nossos males.

Erros sucessivos de previsão e avaliação da nossa realidade, conjugada com a situação internacional, sempre ignorada ou invocada consoante os argumentos adequados ao momento, provocaram este terramoto recessivo que varreu a nossa economia.

Muitas vozes foram ignoradas, senão mesmo silenciadas, por quem as devia ter ouvido e divulgado, sobrepondo-lhe argumentos e decisões que sempre privilegiaram outros interesses e outros modelos que já se haviam revelado como rotundos fracassos.

A troika só traz alguma coisa de útil ao país, na medida em que há uma impotência generalizada em congregar esforços e competências para adotar as medidas necessárias e a austeridade indispensável, sem destruir o que de bom o país ainda tem.

Algumas das medidas agora na calha, por exigência da troika, são boas porque são necessárias. Mas, este governo não destrinça o que é bom do que é ruinoso. Simplesmente, porque se rendeu a interesses que nada têm a ver com o nosso país. 

Portanto, que não venham os arautos da coragem e da competência reclamar o mérito do ressurgimento de um país que está a ser arrasado por muitas decisões erradas que, por entre elas, lá virá uma ou outra que serão obrigados a aceitar, embora contrariados.