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afonsonunes

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Este aviso é muito importante devido ao mais que frequente excesso de trabalho de muita gente. Temos graves problemas porque há assuntos que deviam demorar dois ou três anos e são resolvidos em menos de um mês.

O aspeto mais negativo destas situações de excesso de zelo, é o facto de esses zeladores, que ganham à hora, acabarem por ficar sem nada que fazer logo, lá se vai uma parte do salário para o caneco. Eles ainda não pensaram nisso.

Não é o caso do ministro da educação que vai já de seguida divulgar novidades sobre a licenciatura de Miguel Relvas. Ele sabe que está a surgir por aí uma remodelação logo, anda há dois meses, segundo dizem, a evitar entrar nisso.

Logicamente que, se não tivesse lá nada pendente, era um dos que ia à vida. Assim, não. Tem de continuar, para estudar bem, esse delicado assunto. Até porque disso também depende o destino do Miguel. Isto é muito complicado.

Também não é o caso do Tribunal Constitucional. Há quase três meses que anda a estudar o destino do governo. Aqui, nada se pode abreviar. Não é uma questão de salário, mas uma questão de velório. Diz-se que a cera está cara.

Além disso, ninguém, muito menos juízes de topo da nossa justiça, quereriam ficar com o peso na consciência de causarem a morte, ainda que anunciada, de uma data de governantes que lutam arduamente pela sobrevivência.   

Até porque houve um lapso na elaboração da Constituição. Lapso que foi detetado pelos quase defuntos. Devia haver, e não há, um artigo, ou uma alínea, que definisse como interesse nacional, o interesse do governo.

Mas, hoje é domingo de Páscoa, não se trabalha e eu estou para aqui a mandar postas de pescada. Agora que falo nisso: será que isto é trabalho? É evidente que não. Isto é apenas um biscate, do qual nem sequer pago impostos. 

 

 

 

30 Mar, 2013

O fim da macacada

 

Estamos fartos, enojados e soterrados até à ponta dos cabelos por causa de políticos incompetentes, como lhes chamou, e bem, o arcebispo de Braga, além de os mimar com outras verdades que eles não devem ter gostado de ouvir.

Nem sempre a igreja usa esta frontalidade, talvez estimulada agora pela originalidade do Papa Francisco, que parece pretender que a palavra verdade não seja atropelada a toda a hora pelos políticos que já não servem para nada.

Já nem servem para formar os governos de que tanto beneficiaram, quantas vezes através da maior corrupção. Atualmente, cá e em muitos outros países, formar um governo é uma tragédia, até porque a míngua desanima.

Os políticos incompetentes não sabem mais que rapar dinheiro. Onde não o há, não os estimula mesmo nada. Os partidos onde desenvolvem as suas ambições e os seus sonhos, já perderam o estatuto de pilares da democracia.

Atualmente, estão a transformar-se, ou em vias de transformação, em coveiros dessa mesma democracia, que vai ter de tentar modificar este estado de coisas. As eleições são já, em muitos casos, uma farsa que nada resolve.

A proliferação de partidos e as ideias radicais, populistas e irrealistas que cada vez mais eles defendem, conduzem à impossibilidade de quaisquer consensos. Obviamente que tudo isto resulta sempre do poder do dinheiro e da falta dele.

O descontentamento cresce e o povo, desiludido, desespera. Não acredita em nada nem em ninguém. Foi assim na Grécia e está a ser assim na Itália, com o recurso a individualidades fora dos partidos porque estes não se entenderam.

No nosso país, já ninguém, parece que nem os próprios, acreditam nas suas soluções de governabilidade. Mas, também se crê que não são eleições que vão resolver o problema. E não vão mesmo, se insistirem nesse erro.

Vivemos o grande dilema de estar a morrer por não mudar de governo e, ao mesmo tempo, não se quer mudar de governo porque se pensa que isso será a nossa morte. E ficamos à espera de morrer. Sentados, como os cobardes.

Só nos resta pedir a receita ao presidente italiano. Quando não somos capazes de resolver os problemas por nós próprios, nada como recorrer aos estrangeiros. Aliás, parece que já não será novidade para nós. Vamos a isso.

 

 

 

 

Desde quarta-feira que não se fala noutra coisa. Para bem e para mal. É evidente que assim é que está bem, pois o desabafo alivia o corpo e a alma. E, certamente, também aliviou o espírito do causador deste salutar imbróglio.

O que mais me impressionou foi o facto de se ter perdido uma oportunidade única de fazer a vontade aos que tanto têm clamado contra a justiça, por não conseguir deitar a mão ao causador de tantos desgostos a tanta gente.

Dizem alguns dos desgostosos, que se trata de um perigoso fugido à justiça que se refugiara algures, lá fora, para não ser chamado a prestar contas. Pois bem, ele esteve aí, hora e meia à vista de quem o quis ver e, nada.

Isso chocou-me brutalmente, pois só revela que a justiça não vê televisão, sendo elas, as televisões, as maiores acolhedoras dos tais que a justiça não encontra. E foi assim que não viu o foragido de quarta-feira.

Foi uma oportunidade perdida. Bastava um pouco de atenção por parte da polícia, ou dos justiceiros, e dirigirem-se à televisão onde o ‘perigoso herói do crime’ falava descontraidamente. Teríamos assim um duplo espetáculo ao vivo.

Mas ainda o que mais me espanta é que o Conselho de Ministros também não contribua nada para que situações destas não aconteçam. Então para que servirá ter entre os seus altíssimos quadros, um antigo chefe dos espiões?

Se quem de direito ainda não deu pela presença daquele e de outros ‘meliantes’ nas televisões, será bom que abram os olhos e estejam a pau. Já perderam uma oportunidade, mas não desperdicem as da próxima semana.

Sim, porque ele, e também os outros, lá estarão. Provavelmente a malhar uns nos outros. E, se bem calha, a malhar na justiça e em quem só percebe, e muito, de injustiças. E eu adoro ver e ouvir tudo o que me tira do sério. A sério.

 

 

 

 

Andando eu há muito tempo procurando respostas para os comportamentos que se vêm verificando nesta selva política, vou ficando cada vez mais convencido de que só falando e ouvindo claro, se pode ler bem o memorando.

Porque, em qualquer selva, mas especialmente na selva política, se pode conhecer bem, e ao vivo, a realidade de mãos entre os arbustos, tentando pegar e picar os animais que por ali se movimentam. É um nundo bestial.

Evidentemente que estou falando de animais políticos e de bestas políticas, como se depreende do facto de estar inserido numa selva política. E, neste contesto, também se compreende que fale de marrando e até de coices.

Ao ouvir um animal político falando, tanto podemos levar a sua voz até à imaginação de que ele está marrando em alguma besta política, ou está simplesmente implicando com alguma mosquinha morta que nem falar sabe.

Nesta selva política onde me vou movimentando, os meus olhos veem um pouco de tudo. Já lá vai muito tempo que não via um animal político, marrando tão ferozmente em mosquinhas dormitando com o ferrão enterrado na besta.

Mas, uma coisa são as picadelas das mosquinhas dorminhocas, outra coisa são as ferroadas de moscardos que vão e vêm. Mesmo as bestas mais robustas, carregadas de moscas, sentem bem quando chega a ferroada do moscardo.

É então que alçam as patas e lá vai coice. Nesta selva política, onde agora até já se vai narrando, marrando e lembrando um memorando, vou começando a ver como muita gente se vai agitando, pois foram picando durante muito tempo.

Umas, como moscas ou melgas, outras como moscardos, outras ainda, mais violentas, como autênticas bestas que escoicearam impunemente. Tudo isto, nesta selva política onde os ruídos se foram tornando ensurdecedores.

Agora, no meio de toda a algazarra habitual, ouviu-se um rugido de leão ferido. Fez-se silêncio. A selva estremeceu e os insetos levantaram o ferrão. Ficaram atordoados. Claro que tudo isso foi momentâneo. Depois, o ruído continuou.

A selva política não deixará de ser selva. Continuará a escrita da narrativa que a bicharada toda conhece de há muito tempo. A novidade é a presença de um animal político que tanto marra em moscas, como no moscardo ou na besta.

 

 

 

27 Mar, 2013

O PRESIDENTE PAPÃO

 

Tem-se falado muito do novo Papa, devido à sua simplicidade e aos seus princípios que rapidamente pôs em evidência, desde que apareceu em público após a sua eleição. Contra todas as espectativas e contra todos os hábitos.

Pois bem, a partir de hoje, quarta-feira, as atenções e os holofotes focar-se-ão, não no Papa, mas no Papão que, no dia do seu batismo, já lá vão muitos anos, recebeu o nome que viria a tornar-se um fenómeno nacional: Sócrates.   

Além de vir aí como um papão, é também anunciado como um presidente que está a iniciar o caminho que o levará a Belém. Resta ainda saber se ele será um presidente papão, ou um presidente papa tudo. Os comentadores não o dizem.

Tive a sensação de que, agora mesmo, ao escrever estes nomes, o computador, todo ele, tremeu. Eu próprio fiquei mais de um minuto como que petrificado, sem o mínimo poder de dar seguimento ao raciocínio. Mas, aqui não se nota.

O mesmo não acontece por esse país fora, nesta quarta-feira. Vai por aí uma agitação tremenda. O povo está cheio de medo do que vai dizer o papão. O povo continua cheio de medo de voltar aos tempos das misérias que lhe deu.

O papão vai voltar a destruir tudo o que depois dele foi reconstruido. Vai voltar a atentar contra o presidente e contra o governo. Vai destruir a oposição e acabar com os sindicatos, com as liberdades e com as empresas e as famílias.

Vai ter ao seu serviço todas as forças do mal, para tornar este país muito pior do que está agora. Já se sabe que vai superintender clandestinamente nos serviços secretos de espionagem, com escutas e filmagens a todos os cidadãos.

E, muito pior que tudo isso, vai ditar as suas ordens a todo o país através da RTP. Ordens que podem chegar a todos os extremos, como sejam brincar com a vida das pessoas, ou instigar os seus loucos acólitos a brincar com o país.

Com a agravante de que vai ser presidente. E a gente sabe como os presidentes são. Papões, que só de ouvi-los ficamos a tremer. E se todos os comentadores dizem que ele vem para ser presidente, ele será mesmo presidente. Não falha.

Desconfio que já descobri a origem de tanto chinfrim levantado pela multidão de comentadores. É que ele, Sócrates, com o ascendente que cria onde se mete, vem para se tornar presidente do sindicato dos comentadores, a criar.

Isso incomoda muitos deles, pois não mais se vão limitar a malhar em ferro frio. Porque Sócrates, o presidente deles, não é ferro frio, mas sim ferro bem quente, ao rubro, onde nem um grande martelo vai poder malhar à vontade.

Porque só o nome escalda, queima, assusta. Exatamente o contrário dos muitos sindicalizados, que passam sem se dar por eles, que escrevem ou dizem as coisas a que ninguém liga nenhuma. Com ele é tudo diferente. É Sócrates.

E este pré presidente vai criar, e já fez criar, mais empregos nos privados, que o governo no público, pois aqui, apenas entraram dois comentadores. Ele e outro. No privado, os novos comentadores já constituem um enxame.

Agora o grande receio de muitos dos papa tudo, reside no facto de temerem que o presidente, papão, sindicalista, venha acabar com a resiliência que tanto trabalho lhes deu a encontrar. Resiliência: que raio de termo este.

 

 

 

 

Cá para mim, um governo remodelado agora, deveria ser um governo saído de uma lavagem completa aos atuais ministros, criando uma nova forma e uma nova imagem, mudando as funções, sem mudar as pessoas que o integram.

Bem vistas as coisas eles servem muito bem para as necessidades da maioria dos portugueses que ainda os apoiam. Já são poucos, mas todos honrados e muito dedicados, repletos de uma tal resiliência que lhes dá força para tudo.

O momento atual que o país atravessa e a sua situação inédita, diz-nos que já não se encontrará quem, voluntariamente, queira saltar para a arena governamental, onde as feras em fúria mostram os dentes sedentos de sangue.

Portanto, quem está, está, e está para ficar. Fala-se muito em remodelar o governo e isso implica que alguém terá de sair para dar lugar a outras pessoas. Que mais não seja, para alimentar a ilusão de que o país ainda aguenta ilusões.

Pensando bem, o país não precisa de outras pessoas para fazer o mesmo, ou pior, que os génios que tem. O país precisa, sim, de que estes governantes sejam colocados nos lugares certos, a fazer aquilo para que estão preparados.

Toda a gente percebe que Relvas é um chefe e Passos um adjunto. Estão ambos deslocados. Haja a coragem de tro(i)carem. O governo ganhará outra dinâmica, com Relvas a comandá-lo. Não sabe grandes coisas, mas sabe o que fazer.

Passos dará um ótimo adjunto a receber ordens. Foi sempre assim. Agora, ainda não percebeu bem a razão de andarem ambos confusos e desnorteados. Diz o ditado que nunca sirvas a quem serviu. E Passos sempre serviu o Relvas.

Depois, aproveitando esta original e oportuna remodelação, há outros pontuais ajustamentos complementares sob a maestra batuta de Relvas. São dois bons guerreiros. Aguiar é um arsenal económico. Álvaro é branco, mas mais bélico.

Cristas é a pessoa indicada para a Segurança Social, depois de ter criado barriga no campo. Quer mais abono de família. Depois, o seu camarada, perdão, irmão, Mota, tem revelado especial propensão para pegar na foice e ir para a ceifa.   

Gaspar está vocacionado para o estrangeiro, onde tem os seus amigos e os seus amos. Portas está farto de aturar chineses, indianos e venezuelanos. Já disse a Gaspar que, de dinheiro, sabe mais que ele. Lógica a tro(i)ca de pastas.

Crato e Cruz são a personificação da boa educação e das justas decisões. Estão um, para a outra. Restam dois Macedos, um para a cacetada, outro para tratar da saúde. Quatro que podem continuar. Nestes aspetos estamos bem.  

Estou certo, mesmo absolutamente convencido, de que é disto que o país precisa, ao contrário do que dizem os que nos massacram os ouvidos com invenções, especulações, opiniões, intenções. Para não dizer palavrões.

 

 

 

 

Estou convencido de que já nem o tempo obedece a S. Pedro, tal como os portugueses já não ligam nenhuma ao Pedro. Óbvio que o S. Pedro não tem nada a ver com o Pedro, nem vice-versa. Mas ambos têm a ver com rajadas.

É suposto que um, sopra as rajadas de vento que não deixam de causar pesadelos aos agricultores e não só, enquanto o outro já não suporta as rajadas que os inimigos, e alguns amigos, que já são muitos, lhe sopram aos ouvidos.

Estamos na primavera mas até parece que estamos no outono. Na primavera, é tempo de tudo renascer e crescer. No outono, é tempo de cair a folha das árvores sopradas e abanadas pelas rajadas que as assolam com violência. 

Apetece dizer que anda tudo ao contrário. O tempo, como se vê. A política, como se sente. Imita o tempo de S. Pedro e dá-nos de presente um Pedro que não ouve nada, não vê nada, não sente nada. Nada, nas rajadas das ventanias.

No entanto, a força das rajadas que toda a gente ouve, que arrasta já muitas pessoas, não consegue encontrar eco no deus que manda em S. Pedro, nem no homem que pode estimular os ouvidos, os olhos e a insensibilidade do Pedro.

Segundo o calendário do tempo, não devia ser tempo de rajadas violentas de vento. Segundo o calendário político, que vai a meio, não devia ser tempo de se temer o aparecimento de rajadas que podem ser fatais para alguém.

 

 

 

 

Mendes é o Marques, como não podia deixar de ser, nesta emergência comentarista que deu em diarreia palpitante por tudo quanto é comunicação social. E o Mendes, pequeno mas rijo, ontem à noite, fez-se mesmo valente.

Está de parabéns a SIC que fez uma grande aquisição, pois, mais uma vez, fica demonstrado que os homens não se medem aos palmos. Fico pasmado, chocado, intrigado, como é que de uma cabeça só, pode sair tanta coisa.

E tanta coisa variada que nem no maior hipermercado de ideias se consegue encontrar mais e melhor produto. E agora que o negócio está agitado, direi mesmo ao rubro, é um privilégio ter alguém como o grande Marques Mendes.

Aquela ginástica mental, tão versátil como imaginativa, não fica a dever absolutamente nada àquela que se julgava inigualável, patenteada há muitos anos pelo enorme Marcelo, que é ainda grande Rebelo e com Sousa a condizer.

Começo a duvidar de que Marcelo não esteja em sério risco de se transferir para a CMTV, pois estão criadas condições para que a TVI perca esse valioso monopólio de dizer aos domingos o que os políticos vão fazer na segunda-feira.  

Todos sabemos como Marcelo tinha, desde há muito tempo, o exclusivo de beber em todas as fontes, sobretudo nas de S. Bento e Belém. Isso foi chão que deu uvas. Tudo porque o pequeno Mendes se infiltrou em algumas delas.

Apesar de ambos beberem nas mesmas fontes, de onde brota sumo de laranja em lugar de água limpa e transparente, por vezes esse sumo mais parece de limão azedo, se é que não haverá quem pense que ainda lhe misturam vinagre.

No meio desta agitação, é já indisfarçável a concorrência anunciada pela RTP, que vai contar com a colaboração de um indomável burburinho chamado Sócrates. Indomável e, ao mesmo tempo, ameaçador para muita gente.

Daí que o queiram calado, tal como muitos o queriam preso sem ser julgado, ou exilado para sempre sem nunca ter sido acusado. Mas ele vem aí, já indiciado de vir fazer muitas maldades antes de chegar. É a concorrência.

Ainda não se pronunciou sobre o que vai dizer. Mas o pequeno Mendes já revelou muitas das coisas más que vem fazer. Provavelmente, logo à noite, Marcelo seguirá pelo mesmo caminho. Depois, há petições, blogues, opiniões.

Os muitos, muitos milhares que o querem silenciar, que dizem não querer ouvi-lo, serão os mais ansiosos na hora de aguardar que ele apareça no pequeno ecrã. Não gostam dele, mas não o esquecem, não o dispensam, nem o ignoram.   

Cá para mim, é só mais um a juntar a tantos outros que fazem, há muito tempo, o mesmo que ele vem fazer. Além de vir servir interesses de uma RTP que só tem dado lixo, muito lixo, altamente tóxico, a quem a sintoniza.

É pena que tanta gente só agora se manifeste contra a entrada de uma só pessoa, onde já estiveram e estão ainda, montes de lixo que tanto mal têm feito ao país com dislates que não impressionaram os queixosos de agora.

 

 

 

23 Mar, 2013

SÓCRATES RESOLVE

 

O país tem estado prisioneiro de um governo já insuportável pelos portugueses, só e apenas porque não se perscrutavam alternativas suficientemente fortes para serem consideradas. Ou dignas de ser arriscadas.

Como se a catástrofe fosse sempre preferível ao risco de se tentar fugir dela. Fugir da catástrofe é hoje o impulso da grande maioria das pessoas que já estão completamente manietadas para se poderem salvar onde se encontram.

Daí que seja preciso e urgente que se tente por todos os modos, recorrer a alguém que faça qualquer coisa, tendo em conta que, pior que isto, é quase impossível. Igual ao que temos, qualquer um faz. Logo, há que tentar.

Este governo tudo fez para que Sócrates chamasse a troika. Porque a não queria, este foi-se embora. Este governo ficou feliz por ser chamado a cumprir um programa que, agora, diz que herdou do seu antecessor.

Pois bem, este governo não foi capaz de lidar com esse programa. Disso já não há dúvidas. Agora, diz que Seguro não tem competência para dar seguimento ao seu desempenho. Logo, este governo entende que é insubstituível.

Neste momento tudo mudou. O país acaba de ganhar mais uma alternativa. E que alternativa. O homem que negociou o programa está de volta. É, portanto, o homem que está em excelentes condições para nos resolver o problema.

Além disso, é um homem que quase toda a gente detesta. Isso é bom. É muito bom. É sinal de que tem condições para dar ao povo as desilusões a que já está habituado. Mas, também é o homem que a troika detesta. E isso é ótimo.

Porque não há nada pior que negociações entre amigos. É o caso deste governo e da troika. São unha com carne. O homem que acaba de chegar, vai bater o pé à troika, porque sabe o clausulado que negociou. E vai exigir que o cumpra.      

Portanto, já há alternativa. E mais. Não querem ver o homem na televisão, pois não? Assunto resolvido. Vai para primeiro-ministro e acabou-se. Acabam-se também as guerras do Coelho com o Seguro e a clausura de Cavaco.

Há apenas um pormenor de somenos importância. O homem, Sócrates, pode ter o orgulho um pouco ferido. Porém, nada que se não resolva com uma reunião a três: ele, Cavaco e Relvas. E pronto, o país está finalmente salvo.

 

 

 

 

Hoje, dia de debate na Assembleia da República, foi-nos dado assistir a quase tudo o que a política e os políticos têm de mais nojento. A começar por uma entrada de nojo do presidente da bancada parlamentar do PSD.

É o que se chama querer caçar moscas com vinagre. Já o disse aqui em outras ocasiões. Temos os partidos que temos. Não podemos, pura e simplesmente, por maiores que sejam as nossas vontades, eliminar ou calar qualquer deles.

Ora, um número indefinido de pessoas ligadas ao governo e ao PSD, adotaram a estratégia de pretender colocar o PS em posição de não contar para o desenvolvimento de imposições que pretenderam implantar no país.   

A história do PS revela que nada de decisivo se faz no país com sucesso, sem a sua adesão ou participação. Era isto que todos os portugueses deviam meter nas cabeças mais exaltadas, mais extremistas e menos realistas.

Não importa se o PS tem quinze ou quarenta e cinco por cento nas sondagens. Ou se o PSD tem maioria absoluta ou relativa. O país tem os partidos que os portugueses querem que tenha e nenhum deles é para calar ou eliminar.

Porém, o PSD convenceu-se, e continua convencido, de que vai acabar em partido único ou, no mínimo, que vai acabar por se julgar dono de toda a verdade e de toda a bondade única de tomada de decisões.

No entanto, a realidade tem mostrado, e o país cada vez o confirma mais, que o PSD, tem gente demais a estragar tudo o que os seus dirigentes pretendem demonstrar. Mas, não se pode demonstrar nada que parta do que se não tem.

E, o que o PSD não tem, é autoridade moral para fazer acusações sobre factos que lhe assentam na perfeição, ou pretender consensos que nunca quis, nem soube aceitar. O PSD é um partido com tendência para o poder absoluto.

E também para a usufruição desse poder absoluto, criando condições para a usurpação de todo o aparelho do estado e de todas as posições de domínio em todos os locais em que o estado quer, pode e manda. Foi o que fizeram.

Apesar de tudo isto, que se desiludam todos aqueles que pensam que a situação do país se resolve com eleições. Tal como não se resolve com a continuação deste descalabro governamental. Quem pode e deve que pense.

Eleições, neste momento, são um desperdício de dinheiro e um folclore que toda a gente bom senso dispensa. Apesar de todas as razões que as justificariam, o que faz falta é a voz da razão que o povo já devia ter ouvido.

O povo tem razão para não querer mais este governo, que já não merece estar a prejudicar mais o povo. Há que arranjar soluções excecionais, para situações de excecional gravidade, que põe em causa a nossa existência como povo.

Quem pode e deve assumir essas decisões, não pode continuar a assobiar para o lado, falando de obrigações de instituições que não as quiseram, nem se vê que as queiram assumir. Mas há quem tenha de o fazer. E depressa.

 

 

 

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