Hoje não se trabalha
Este aviso é muito importante devido ao mais que frequente excesso de trabalho de muita gente. Temos graves problemas porque há assuntos que deviam demorar dois ou três anos e são resolvidos em menos de um mês.
O aspeto mais negativo destas situações de excesso de zelo, é o facto de esses zeladores, que ganham à hora, acabarem por ficar sem nada que fazer logo, lá se vai uma parte do salário para o caneco. Eles ainda não pensaram nisso.
Não é o caso do ministro da educação que vai já de seguida divulgar novidades sobre a licenciatura de Miguel Relvas. Ele sabe que está a surgir por aí uma remodelação logo, anda há dois meses, segundo dizem, a evitar entrar nisso.
Logicamente que, se não tivesse lá nada pendente, era um dos que ia à vida. Assim, não. Tem de continuar, para estudar bem, esse delicado assunto. Até porque disso também depende o destino do Miguel. Isto é muito complicado.
Também não é o caso do Tribunal Constitucional. Há quase três meses que anda a estudar o destino do governo. Aqui, nada se pode abreviar. Não é uma questão de salário, mas uma questão de velório. Diz-se que a cera está cara.
Além disso, ninguém, muito menos juízes de topo da nossa justiça, quereriam ficar com o peso na consciência de causarem a morte, ainda que anunciada, de uma data de governantes que lutam arduamente pela sobrevivência.
Até porque houve um lapso na elaboração da Constituição. Lapso que foi detetado pelos quase defuntos. Devia haver, e não há, um artigo, ou uma alínea, que definisse como interesse nacional, o interesse do governo.
Mas, hoje é domingo de Páscoa, não se trabalha e eu estou para aqui a mandar postas de pescada. Agora que falo nisso: será que isto é trabalho? É evidente que não. Isto é apenas um biscate, do qual nem sequer pago impostos.