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afonsonunes

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31 Mai, 2013

TRANSFERÊNCIAS

 

Estamos em fim de época, logo, é natural que as transferências dominem as atenções e criem até algumas irritações nos adeptos mais apegados aos seus ideais. E, neste fim de época, tanto se refere à bola como à política.

Nada me surpreenderia se um destes dias Mário Soares fosse transferido de sua casa para a Carregueira, pois está a irritar muita gente, mesmo que essa mesma gente não ficasse nada mal, se fosse ela própria a ser transferida.

Aliás, Mário Soares já sabe muito bem como são essas transferências, pois passou uma parte da vida a ser transferido, sem que recebesse a verba do passe. Aliás, em alguns dos clubes onde jogou, recebeu pela medida grossa.

O seu camarada Manuel Alegre corre o mesmo risco. Também já devia saber que, com a democracia suspensa, as transferências ficam muito mais fáceis. E os destinos nem sempre são aqueles que o transferido prefere.

Agora, não percebo o que leva um ilustre reitor universitário, a arriscar a sua primeira transferência na vida, sujeitando-se a ter de deixar a sua universidade nova, por uma outra qualquer com vistas aos quadradinhos e podre de velha.

Há muitos outros ilustres discordantes na mesma situação, certamente bem cientes de que a situação é grave, sobretudo para eles, pois são pessoas que sabem e estão habituadas a pensar no que dizem, antes de o dizer.

Em contrapartida, todos os que não sabem o que dizem, os que não acertam uma, os que não pensam no que fazem, esses, estão atarefados a planear as transferências dos outros. E só saberemos delas, um dia de manhã, ao acordar.    

Bom, mudando de campo. Já que Jesus não vai para o Porto, é quase certo que será Cardozo a transferir-se para o FCP, refúgio de todos os recalcitrantes de Lisboa. Terá, como outros tiveram, um futuro brilhante. Mas de bico calado.

Aliás, o bico calado, é agora condição para tudo. Para quem ainda não souber como é, que se prepare. Os empresários já estão a elaborar as listas de transferências. Portanto, quem não quiser ser transferido, que se porte bem.

 

 

 

30 Mai, 2013

TECNOQUÊ?

 

Forma, estão a segredar-me ao ouvido, como que recordando-me uma das muitas formas de fazer desaparecer os nove milhões por dia que, durante vinte cinco anos, alimentaram muitos dos tubarões que ainda hoje dominam o país.

E que, com a sua verdade e seriedade, lá têm conseguido fazer a transferência dos haveres mínimos da pobreza para a sua riqueza máxima, como se isso fosse uma boa maneira de praticar a sua bondade para quem realmente precisa.

Como muitas vezes fui referindo ao longo de muito tempo, a verdade acabaria por sobrepor-se a todas as mentiras que os lacaios desses tubarões foram espalhando, como se fosse possível que elas, as mentiras, fossem eternas.

A forma como o fizeram, as formas que eles criaram para lançar poeira para os olhos dos que só podem, ou querem, ver o que lhes metem na frente dos olhos, é uma forma com tecno, mas com uma técnica muito rudimentar.

O que eu acho muito curioso, é que as autoridades portuguesas, tão lestas e persistentes a investigar o que não dá em nada, não se metam com estas formas, com ou sem tecno, ao menos para acabar com as nossas dúvidas.

Tenho a sensação, e não serei só eu a tê-la, que o governo anda muito pendurado de casos que, na justiça, andam ou param, consoante de quem se trate. Pois não custa muito ver como são tratados os que mais podem.

E os que mais podem são os do poder. Mesmo que, uns e outros, não saiam da comunicação social. Mas, é tudo uma questão de conteúdo e, principalmente, do tamanho das letras ou da entoação da voz de quem fala. Quando se fala.

 

 

    

29 Mai, 2013

DO BOM PARA O MAU

 

Portugal apresenta indicadores de vária ordem que não ficam atrás de muitos países, alguns dos quais nos colocam no topo, ou quase, dos que se salientam pela positiva. Segundo as notícias desse género, até parece que é de agora. 

Saliento em primeiro lugar o êxito dos nossos investigadores e os prémios com que têm sido distinguidos. Porque, se é verdade que os prémios são de agora, o mérito vem muito de trás, com os apoios e incentivos que só agora dão frutos.

Frutos, que não tardarão a esmagar-se no chão da asfixia em que os galardoados começam a ficar, pois é bem sabido que não se podem fazer omeletes sem ovos. Toda a gente sabe isso, menos os atuais responsáveis.

Também na saúde, o país apresenta indicadores de nível bastante aceitável, em todo o universo dos beneficiários do Serviço Nacional de Saúde. Só quem não quer ver, contesta essa realidade. Mas, não nos iludam com a sua origem.

A continuar com a situação atual e com o horizonte negro que já se vislumbra, não é difícil prever que os indicadores dos próximos anos sejam bem diferentes, mas para pior. Basta pensar nos doentes que não podem tratar-se.

Portugal apresenta hoje, níveis de modernidade em muitos aspetos, em comparação com o que de melhor há lá fora. Mas esses níveis não são fruto dos últimos dois anos.

Muitos são os campos em que houve um retrocesso que nos vai sair muito caro. Gastou-se muito dinheiro que devia estar a dar frutos e, com a sua suspensão, ou com a sua pura e simples eliminação, foi dinheiro deitado à rua.

Em muitos casos, por caprichos mesquinhos, noutros, com o fim de voltar a gastar mais dinheiro em outros interesses. Nem é preciso pensar muito para os identificar. Portugal, está a substituir o que resta de bom, pelo mau que aí está.

 

 

 

28 Mai, 2013

OS SARNENTOS

 

Ligamos a televisão ou a rádio, acedemos a um jornal online, ou em papel, e lá vamos esbarrar com eles. E também com elas, pois as sarnentas já estão perfeitamente enquadradas no ambiente sarnoso nacional.

Segundo conhecimentos muito rudimentares que adquiri nesta matéria, a sarna é uma grande chatice que se pega e se transmite com a maior das facilidades. Basta que alguém se coce, para que tudo à volta seja uma coceira.

Julgo, na minha ignorância sobre a sarna, que ela já deve ter mudado de nome, pois deixei de a ouvir referir com esse nome, embora diariamente lhe sinta as consequências. E eu não sou daqueles que mais me aproximo dos sarnentos.

No entanto, pelo que oiço e vejo, há quem não passe sem se roçar a eles, admirando-se depois de ter necessidade imperiosa de se coçar em público, por ter sido contaminado. E isso é um facto provocador de grande nervosismo.

Obviamente que quem não se quer molhar não pode andar à chuva, tal como quem se enerva com os sarnentos, não pode andar no meio deles. Sobretudo, não deve sequer pensar que os seus sarnentos são melhores que os dos outros.

 

 

 

 

Tem-se falado e escrito muito sobre um novo orçamento retificativo. Aquele de que dizem que ainda não tem cortes, o que me leva a pensar que se trata de um orçamento sem feridas e talvez até de um orçamento virgem.

Só não percebo por que deve o governo, que já tem tanta dor de cabeça, ter de andar, volta não volta, com tantas preocupações orçamentais. Temos verificado que os orçamentos, todos eles, não têm qualquer utilidade.

A menos que se entenda que é um benefício, e não um dano, pôr os olhos e a voz de Vítor Gaspar naquele estado. Pelo menos no estado em que me parece que ele os tem. Porque eu entendo que em primeiro lugar está a saúde.

Ora, reconhece-se que os olhos e a garganta são fundamentais para uma vida saudável. Principalmente, para um ministro que tem de ter vistas largas e conversas rápidas, faculdades que tanto tem mostrado lá fora.

Evidentemente que tais faculdades, muito têm contribuído no sentido do acerto combinado dos orçamentos que, uma vez aprovados, começam logo a servir de base ao próximo. Um autêntico desperdício em todos os sentidos.

Se a visão e a voz de Vítor Gaspar já revelam algum desgaste bem visível, a audição interior é praticamente nula. Em contrapartida, a audição exterior ainda é perfeita. Até porque tem um mestre alemão impecável a testá-lo.

Ao que parece, aproxima-se o momento decisivo do fortalecimento das suas convergências. O mestre alemão vai entregar-lhe massa consistente para tapar buracos, embora com uma condição que me parece bastante razoável.

Vem a massa, tapam-se uns buraquinhos, mas acaba-se com essa trabalheira de andar a fazer orçamentos a toda a hora. Principalmente, os retificativos. Está bem de ver que nem as faculdades se retificam com tais orçamentos.

Assim, depois de uma análise ponderada das circunstâncias de aplicação da massa consistente nestes buracos plenos de especificidades, sou de parecer que se deve optar por elaborar, a olho e a dedo, um governo retificativo.

 

 

 

26 Mai, 2013

AFINAL HAVIA OUTRO

 

Não foi aos noventa e dois minutos mas foi em dois minutos que tudo se foi como, aliás, já tudo se tinha ido, quando se começou a sentir que não há duas sem três, tal como não há palhaços, se não nos fizerem rir. 

Nesta história, porém, ao contrário de outras, houve muita gente que se ficou a rir das palhaçadas que nos trouxeram até aqui. E fica provado que há quem saiba perfeitamente como tirar partido das palhaçadas de mau gosto.

Até os palhaços sem nível têm de ter a noção, ainda que mais ou menos aproximada, do que dizem e não deviam dizer. Senão, de galos cantando em cima do poleiro, acabam com a goela cortada e depenados na traça pública.

Vamos aprendendo todos os dias que temos muitos galos que cantam demais, armados em palhaços, esquecendo que a primeira virtude de qualquer galináceo que queira piar sem perigo, é ter um mínimo de modéstia.

Outro galo cantaria a este, e a outros palhaços, se tivessem a noção exata das suas qualidades e das suas capacidades, em relação à realidade em que estão inseridos. Como não têm, aí os temos de monco caído. Até quando?

 

 

 

25 Mai, 2013

HOJE HÁ PALHAÇOS

 

Vamos ao circo para ver se encontramos lá uma boa dupla de palhaços que nos faça rir a bandeiras despregadas. A vida anda demasiado monótona e triste, mesmo a precisar de uma saída de casa. Mas, atenção ao bilhete.

Porque a este circo só vai quem tem dinheiro, logo, só quem pode comprar bilhete, tem direito a rir. Às vezes penso que o nosso país é assim uma espécie de circo, onde os palhaços só atuam para alguns. Está-se mesmo a ver quais.

Se houvesse um pouquinho de equidade nos espetáculos circenses, podíamos ter palhaços de todas as classes sociais. Para que fizessem rir todos os portugueses, embora admitindo que a qualidade não podia ser igual.

Porém, o circo dos pobres é outro. Os seus pretensos palhaços são uma espécie de vampiros que não fazem rir ninguém. Portanto, chamar-lhes palhaços, é o mesmo que chamar salvador ao cangalheiro que vai saindo na rifa a alguns. 

Sabemos que em qualquer circo de nível razoável há o palhaço pobre, mal vestido e mal calçado, e o palhaço rico, com vestes coloridas brilhantes, além de sapatos com grande biqueira. Por causa dos pontapés no traseiro do pobre.

No circo do país também é mais ou menos assim. As palhaçadas que fazem rir, estão circunscritas aos salões dos palácios, onde só ri quem tiver convite. Aí, aliás, os que provocam as melhores gargalhadas, são os ‘palhacianos’.  

Aliás, devo confessar que adoro palhaços. E o país não tem só um. Tem vários e de excelente propensão para fazer rir alguns amigos. Não vou dizer que adoro este ou aquele, pois isso poderia causar algum ataque de ciúmes a algum deles.

No entanto, devo esclarecer que há os engraçadinhos e os que têm montes de graça. Por vezes a palhaçada corre mal a um e, a cada graçola que tenta, é logo apelidado de palhaço. Está mal. Um verdadeiro palhaço nunca diz gracinhas.

Está muito difícil a vida de um palhaço pois o riso, neste grande circo, está cada vez mais caro para os palhaços pobres. Para os palhaços ricos, ainda vai havendo umas gargalhadas. Mas, ainda podemos dizer que hoje há palhaços.  

 

 

 

24 Mai, 2013

Chegou o momento

 

Eu diria que chegou o momento de iniciar o recuo, pelo menos na retórica dos diletos governantes, que nos têm oferecido tanta banha da cobra. Ia a dizer impingido mas não me parece correto, pois já não conseguem impingir nada.

Também ia dizer que já não impingem nada a ninguém, mas tal também não é correto. Ainda impingem tudo a um ou outro ‘special intelligent man’, que não suporta as vozes que o incomodam, mesmo tendo a opção de não as ouvir.  

Mas, enfim, como até eu consigo suportar quem tanto mal me tem feito, não vejo por que razão não havia de suportar quem apenas gosta de quem me faz mal. E o problema não é só o mal que me faz, mas o mal que fazem ao país.

Chegou o momento dos governantes virarem o disco para ver se, com a nova música, ganham alguma aproximação, que substitua a repulsa dominante dos que já não têm ouvidos para tantos discos riscados. Alguns até já partidos.

Chegou o momento de engolir como bom, tudo aquilo que tanto mal tem feito a tantos estômagos sujeitos às mais estúpidas restrições, em nome de uma justiça que só tem discriminado positivamente quem menos precisa.

Chegou o momento de repensarmos o nosso modo de expressão, não vão os que tanto abusaram de uma linguagem de estrebaria, considerar-se ofendidos na honra que nunca tiveram. No conceito de justiça que sempre traíram.

Se este momento de recuo não atingir os resultados que estão a ser proclamados com tanto entusiasmo, então chegou o momento decisivo para que os seus mentores e defensores, recuem também em tudo o que têm dito.

E nem sequer jogam a seu favor os muitos empurrões de que de têm beneficiado. Tudo indica que esses empurrões, internos e externos, só nos levam a concluir que, infelizmente, tudo aponta o abismo como destino.

Chegou o momento de se aclararem as bojardas que nos trouxeram até aqui e continuam a ouvir-se, para que se prossiga nesse percurso que, para o nosso mal, não há um único indicador que o valide seriamente. É isso que conta.

 

 

 

23 Mai, 2013

AÍ PAROU

 

Tenho a sensação de que o homem está agora a acordar, depois de tanto tempo a dormir profundamente. Embora me pareça que ainda está apenas a esfregar os olhos e a balbuciar umas coisas quase impercetíveis

De qualquer modo, é um sinal que pode vir a significar uma mudança de atitude perante a realidade que tanto lhe deve ter fustigado a consciência nestes tempos de luta contra tudo e contra todos, exceto contra alguns amigos.

E refiro apenas alguns amigos porque a maioria deles, também lhe têm dedicado largas tiradas de voz e prosa, como se quisessem demonstrar que, quem tem amigos desses, não precisa de inimigos. E é verdade.

Há portugueses que veem em todos quantos fixam com o seu olhar embirrento, um inimigo, e pensam que os outros também são assim. Não, a vida é um jogo, mas que ninguém a queira transformar numa roleta russa.

Oh homem, vive e deixa viver, joga e deixa jogar, mas como dizia o outro, a verdade é que não sei qual, chateia-te, mas não chateies os outros. Sabes perfeitamente que um homem chateado é pior que um burro aos coices.

Eu sei, porque tenho alguma experiência de vida, que os burros quando escoiceiam, não o fazem propriamente em consequência de algum ódio prolongado, ou ressentimento de coisas que lhe chegaram aos ouvidos.

Os burros dão os seus coices a quem os pica. Alguns homens chateiam-se com quem não lhes apara o jogo. Sobretudo, quando o jogo entra no campo do picanço. E que bem sabem alguns homens meter-se no jogo de pica, pica.  

Quando está em jogo o simples falar do amigo, o tal homem que parece acordar agora, há quem se passe de todo e veja o ressuscitar de quem temesse ter perdido para sempre. Está perdoado, mesmo que tenha dormido demais.    

Cá por mim, continuo realmente chateado com quem tanto dormiu e me deixou tanto tempo à espera que acordasse. Se é que já acordou. Quanto aos burros, aos coices e aos picanços, aí parou. Hoje deu-me para isto.

 

 

 

22 Mai, 2013

EM NOME DO PAI

 

Olha Pedro, já que não fazes o que o povo quer e muitos dos teus amigos aconselham, ao menos faz isso em nome da vontade do teu pai. E olha que não há melhor conselho que o de um pai, por mais amigos que muitos pareçam.

Faz-lhe pois a vontade e vai fazer a festa que ele tanto deseja. E, já agora, aproveita para convidar todos aqueles amigos desavindos. Nada na vida vale mais que os amigos sinceros e desinteressados. Não queiras, pois, perdê-los.

Podes crer que os falsos amigos que te estimulam a continuar, não estão a fazê-lo para garantir os teus reais interesses. Que têm caído, e de que maneira, de há dois anos para cá. Esses, estão sim, a garantir os seus próprios interesses.

Olha Pedro, não queiras continuar a fazer, em nome do filho que és, o que tanto desagrada ao pai. Estamos numa época em que a família, os laços familiares, valem cada vez menos. Vê o que estás a fazer com a reforma do pai.

Até por causa disso, tu mesmo devias pensar já na tua reforma antecipada. Seria um gesto de solidariedade para com todos os pais e avós. O teu esforço laboral já deu o que tinha a dar. Está na hora de teres a reforma que mereces.

Sentindo um espírito santo, os portugueses devem pedir a quem de direito que continue a não querer eleições antecipadas. Porque o sucessor do filho não merecia tal castigo e o pai, com a sua provecta idade, também não as merecia.

Com o poder do Divino Espírito Santo a iluminar a mente de quem tem poder de decisão, é possível e fácil encontrar no seu partido, quem assuma a responsabilidade de um governo competente, sério e sem mácula no passado.

Bem escusam os legalistas de proclamar a devolução da palavra ao povo. No ponto a que chegamos, já não há povo que aguente uma ida às urnas. Terá, pois, que ser alguém a trazer as urnas ao povo. E a seguir que se faça o funeral.

Para concluir, deseja-se que tudo seja feito em boa harmonia, ou não fosse o povo português, e também muitos destes fiéis decisores, crentes devotos do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Portanto, rezai irmãos, pela sua salvação.

 

 

 

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