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afonsonunes

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31 Out, 2013

PAZ

 

 

Jerónimo pede a Passos que dê paz aos pensionistas. Também desejará que Passos dê paz aos funcionários públicos e a todos aqueles a quem tem movido guerra sem quartel, ou seja, a quase todos os portugueses.

E a grande maioria dos portugueses, neste momento, talvez vá mesmo mais longe que Jerónimo, o que não deixa de ser surpreendente, desejando que seja o atual governo a ter descanso em paz para sempre.

Mesmo sabendo que, no ponto a que a coisa chegou, a grande maioria dos portugueses não vai deixar de sentir paz nas suas vidas, tal o grau de destruição que lhes infligiram, igual ao grau de descriminação negativa.

Mas é preciso parar, pelo menos, com a obstinada continuação destrutiva, para que a reconstrução não se torne inviável. Seja qual for o governo que vier a seguir, nunca poderá ser pior que este que temos agora.

Obviamente que não vai conseguir fazer o milagre que este julga ter feito, mas que possa deixar respirar as pessoas, mesmo sem dinheiro. Que não lhes dê guerra permanente, com armas de destruição seletiva.

Que quem vier a seguir tenha o bom senso de não fazer chantagem permanente sobre tudo e sobre todos os que não vão na mentira continuada, os que são contra a obsessão de proteções escandalosas.

Estaremos já condenados a viver muitos anos, os que sobreviverem, como os daquele mundo em que muitos têm apenas que comer, e pouco. Mas que não haja algozes sempre brandindo a espada sobre a nossa cabeça.  

Esta será a paz a que muitos portugueses poderão ainda aspirar. Sem o milagre com o qual nos querem fazer seus crentes. Mas com a paz que nos deixe voltar a trabalhar e a falar sem medo da guerra que nos movem.

 

 

 

 

 

 

Cada vez se levantam mais vozes clamando contra uma espécie de fantasmas fascistas que já andam na mente desses autores de previsões mais ou menos realistas. Fantasmas ou não, já há quem diga que os vê.

Do mal, o menos, se o fascismo for higiénico, como referiu o deputado João Almeida do CDS, a propósito de cães e gatos de que se ocupa a ministra Cristas, também ela do mesmo partido. Mas não percebo a frase.

Ora, se há fascismo por parte da ministra nessa proposta sobre os animais, então é a ministra Cristas que anda às voltas com a higiene. Do fascismo obviamente. Senão, fascistas higiénicos, eram os pobres gatos e cães.

De qualquer forma, fascismo há, e parece estar assegurado que também é higiénico. Ainda bem. Mesmo que se limite a seis animais por apartamento. Cada um com o seu reservado. Pior que o cheiro é o espaço.

Por outro lado, já estou preocupado pelo facto de se reconhecer que o país já tem fascismo. E muito mais preocupado ficarei se me disserem que já temos fascismo não higiénico. Então, não fica por cá ninguém.

Ninguém, é uma força de expressão, pois depreende-se que aqueles que o introduzem, vão querer usufruir das benesses que viram nele. Esses ficam, felizes. Depois, entre eles, verão que uns são mais fascistas que outros.

A claustrofobia democrática, ao tempo tão propalada pelo euro deputado Paulo Rangel, já teve o seu tempo. Gostava de saber o que pensa ele agora de fascismos. Não me admiraria que ele tivesse saudades da claustrofobia.

 

 

 

 

 

O Papa Francisco já demonstrou que não quer a igreja a nadar em dinheiro conforme decisões já tomadas nesse sentido. O Cardeal Policarpo, que sempre viveu à grande, está cheio de medo do futuro.

Não se sabe como, mas o cardeal lá sabe que o país está em risco de ficar apenas com dinheiro para mês e meio. Temo eu que se trate de alguma fuga de informação de confessionário. O governo, ao povo, nada disse.

Certamente que o cardeal não receará a fome e também não consta que, pessoalmente, se tenha preocupado muito com a miséria dos pobres. Receará talvez que tenha de baixar um milímetro no seu nível de vida.

Muito pior será se o Papa Francisco começar a cortar por cima, pelos que vivem bem de mais, ao contrário do governo do país, que só corta a fundo nos que vivem muito perto do nível de sobrevivência ou abaixo dele.

A proximidade entre a igreja portuguesa e os atuais governantes, bem revelada nesta profecia deixada pelo cardeal Policarpo, mostra como a fé das duas partes anda muito misturada com o pecado da hipocrisia.

Já há muitos anos que oiço dizer que quem mais bate com a mão no peito, é quem merece menos respeito. Pois, quem tem a sua fé dentro dos princípios da verdade e da honestidade, não precisa mesmo de bater.

 

 

 

26 Out, 2013

AMACIADORES

 

 

O governo português pediu a Durão que servisse de amaciador nas relações diplomáticas entre Portugal e Angola. Já ouvi chamar muita coisa a Durão mas, amaciador, é uma novidade a que achei muita graça.

Tinha uma vaga ideia de que um amaciador servia para amolecer suavemente. Ora, um durão, segundo os meus fracos saberes, só pode servir para endurecer. Mas, ao que parece, duros já os angolanos estão.

 A minha estranheza nesta conversa rota, tem a ver com aquele ditado popular que diz que, quanto mais me bates, mais gosto de ti. E a verdade é que tem havido um lado a dar pancada diária e outro só a dar miminhos.

Curiosamente, no dia em que ameaçaram trocar-nos pelo Brasil e pela China, o Brasil contra atacou de imediato, por certo sem receio de que Angola se virasse exclusivamente para a China. Vamos ver até quando.

A menos que o amaciador resulte e volte a haver muita espuma purificadora nesta história estranha. Mais estranha porque Portugal já precisa de importar um amaciador, quando tem tantos tão bons.

A diplomacia ministerial, por exemplo. Que tanto se tem vangloriado de ter criado relações novas de grande prestígio para o país. Mas, sobretudo, melhor que um durão, parece-me ser, sem dúvida, o nosso bom molinho.

 

 

 

25 Out, 2013

ESPIÕES

 

 

O Coelho português tranquilizou o mundo dizendo que não tem qualquer indicação de que os EUA tenham espiado Portugal. Essa declaração foi muitíssimo oportuna, dado o elevado perigo que o planeta correria.

Portugal não é um país qualquer. Coelho não é um líder vulgar. Para os EUA não somos só os donos das Lages do tempo do Durão. Hoje somos um exemplo para a UE e para o FMI. Todos com os olhos postos em nós.

Por alguns momentos apenas, vamos lá supor que tínhamos sido espiados. A esta hora o mundo conheceria já o nosso maior tesouro de sempre, guardado a sete vezes sete chaves, há mais de dois anos e meio.

Tesouro precioso que dá pelo nome de Guião da Reforma do Estado, da autoria do conceituado vice-primeiro cá do burgo, de nome Paulo. Nem precisava de ter nome de gente, pois a alguns, mais parece um fantasma.

Tesouro que, apesar de bem trancado, está em plena execução, com os portugueses a manifestarem perfeito sentimento de seus destinatários, embora lhe não chamem tesouro, mas tesoura, e muito bem afiada.

Evidentemente que os EUA tinham, e não sei se não tiveram, toda a razão em querer entrar nos meandros dessa tesoura gigante. De posse dela, o Tio Sam não mais teria receio de qualquer invasor. Cortava tudo e todos.  

Só que eles, mesmo em questões de espionagem cortam mesmo a direito. O que não acontece com o guião que nos perde, no meio de uma reforma invisível, num estado de espírito de quem já nem sente a tesoura.

O Coelho português não tem que estar preocupado com os espiões. Porque ele já nem sai da toca e aí é difícil espiá-lo. Quanto ao guião/tesoura, está mesmo inacessível a todos os drones do mundo.

No entanto, o país vai ter necessidade de recorrer aos melhores espiões do mundo para descobrir o grande dilema português do momento. Sócrates diz que convidou. Coelho diz que não. Quem é o mentiroso?

Se fosse cá comigo, não tinha dúvidas. Em primeiro lugar consultava o guião da reforma dos mentirosos. Se ali não encontrasse resposta, pedia ajuda ao Paulo. E, se necessário, recorria ao Aníbal. Esse sabe de certeza.

 

 

 

23 Out, 2013

TORTURA

 

 

Para se escrever um livro sobre um tema tão doloroso é preciso ter muita experiência acumulada sobre a matéria. Depois de dois anos de estudos, finalmente, Sócrates foi capaz de vencer a tortura do curso de domingo.

Não serão de excluir ajudas indispensáveis como as de Relvas, Passos ou Cavaco, no sentido de lhe fornecerem muito material para encher as páginas desse livro. Se é que ninguém lhe fez o favor de lho escrever.

Sócrates foi um torturado durante muitos anos, em que aguentou estoicamente todos os instrumentos de tortura de que dispuseram os seus torturadores. Agora, estará transformado num torturador implacável.

Pelos vistos, os seus amigos crescem depois da tortura, enquanto os seus torturadores não deixam de ver minguados os círculos por onde se movimentavam com grande envolvimento de seguidores.

É assim a política e é o que acontece aos políticos que não sabem medir a dimensão dos problemas em que se metem. Mas também é uma lição para todos os que falam demais daquilo que sabem muito pouco.

Depois, há os outros. Os que sabem muito bem naquilo que se metem, mas sabem melhor ainda o que pretendem tirar daquilo em se metem. Mesmo sabendo que o tempo não aguenta tudo para sempre.

 

 

 

 

 

O vice-primeiro-ministro, muito antes de o ser e antes até de ser apenas ministro, teve a coragem de dizer que o país estava transformado numa bandalheira a que era urgente por fim. Agora, já não fala nisso.

Nessa altura falava-se de bandalheira mas, que eu saiba, nunca se falou de bandalhos. É evidente que os havia, mas deviam andar todos muito bem resguardados para passarem desapercebidos onde quer que se metessem.

Muito estranho que passado tanto tempo, Sócrates tenha agora descoberto um bandalho, por sinal um ilustre bandalho, quando podia ter falado de muitos outros que, certamente, ele não deixará de conhecer.

Certamente que não deixará de aproveitar outras oportunidades para o fazer. Ele sabe, como todos nós sabemos, a vida é como os alcatruzes da nora. Uns cheios cá em baixo a subir, outros a vazar ou vazios, a descer.

Sem ter muito a ver com verdades ou com mentiras, com boas ou más razões, mas com momentos bons ou maus para a intervenção. E o momento atual parece já ter calado muita gente e ameaça calar mais.

Mas Sócrates descobriu também agora, por sinal na longínqua Alemanha, um outro espécime catalogado com o honroso título de estupor. Certamente que, também no caso, ele deve conhecer outros, além deste.

É óbvio que até o mais desprezível dos estupores tem os seus amigos e até os seus admiradores. Mas, ninguém duvida de que qualquer estupor tem inimigos na proporção do mal que espalhou através do que fez.

Internamente, a nossa ainda jovem democracia, atingiu um ponto em que mais parece uma velha e caquética democracia, não fortalecida pelos anos, mas sofrendo o desgaste de velhos já cansados de viver nela.

 

 

 

19 Out, 2013

SINAIS, MAIS SINAIS

 

 

Há algum tempo que nos vêm acenando com sinais internos e externos de que alguma coisa vai mudar. Mas hoje, já nos falam em sinais muito recentes e em nova fase de desenvolvimento económico na Europa.

Algum dia terá de vir algum sinal que nos livre desta agonia, mas não por obra e graça destes descobridores de sinais para os quais eles em nada contribuem. Tenho cá o meu pressentimento de que lhes adivinho o sinal.

E, como não podia deixar de ser, todos os sinais só podem vir da Alemanha da mais que dona da Europa que, com outros, nos asfixia há muitos anos e vamos ver agora (sinais?) se vai deixar de nos asfixiar.

Porque a senhora Merkel parece ter reconhecido que, como ia, não ia a lado nenhum. E vai daí, já deu sinais (?) de que precisa de nova companhia. E imagine-se que nova companhia ela foi desencantar.

Suponho eu que os sinais de que nos falam hoje do Panamá, podem muito bem ter a ver com essa luzinha ao fundo do túnel. Sim, porque outra, seria sempre igual àquelas que nos vêm tentando vender há mais de dois anos.

 

 

 

18 Out, 2013

SEM PONTE A PÉ

 

 

Como sou um amante de longas caminhadas, achei estupenda aquela ideia de podermos brincar, numa tarde de sábado, provavelmente com chuva, melhor ainda, à passagem da ponte a pé. Salutar e divertido.

Mas, já estou habituado aos desmancha-prazeres do costume, daí que nem tenha tido tempo para interiorizar o gozo que já antevia. No entanto, não desanimo com muita facilidade, pois sou muito versátil.

Se não se brinca na ponte a pé, pode brincar-se a pontapé em qualquer lado. De preferência onde caiba muita gente, com um daqueles vastos jardins relvados, pois é natural que haja quem não dispense uma bola.

Que fique bem claro que eu não convido ninguém, senão ainda pensam que estou a fazer uma convocatória para atividade perigosa. Mas, quem quiser aderir à brincadeira, que não se esqueça de levar caneleiras.

Isto, apesar de haver quem já tenha canelas de ferro, de tanta canelada que já levou nessas brincadeiras de pontapé nas pernas para que vos quero. Por vezes, acaba por ser uma brincadeira de pontapé no tu.

Longe de mim considerar-me um velho sem ideias e sem vistas para lá dos vinte metros à frente, que os há, infelizmente para eles, mas tenho saudades do tempo em que o pessoal era muito mais alegre e brincalhão.

Agora, cada vez mais, quem quiser dar um ar de que ainda existe, tem de passar os dias e as noites sentado em frente do PC, na rua nem pensar, a ver baboseiras de criar bicho ou a escrever asneiras para deitar no lixo.

 

 

 

 

 

Não tenho dinheiro para depositar mas, se tivesse, queria ter alguém que me dissesse a melhor maneira de o multiplicar de forma absolutamente legal. De modo que não perdesse a qualidade de depositante honesto.

Eu sei que não será fácil encontrar quem me possa prestar esse serviço. Mesmo tendo em conta que não seria um serviço barato, pois o que é caro acaba quase sempre por ser barato. Tudo depende do lucro final.

No entanto, faço questão de salientar que não quero negócios por baixo da mesa, nem tão pouco favores daqueles que só se fazem a meia dúzia de amigalhaços do peito. Senão, vêm pedir-me o que eu não posso dar

Até porque depois tinha de ter muito engenho e arte para explicar como podia ser um depositante honesto, quando se estava mesmo a ver gato escondido com rabo de fora. Não, trafulha é que eu não queria ser.

Sei perfeitamente que isso, hoje em dia, até é fino, praticado por quem julga que basta dizer que não faz aquilo que fez e que está a um nível muito superior àquele que realmente tem. São níveis muito desnivelados.

Como não tenho dinheiro nem amigos que me ensinem a ser um bom depositante, vou continuar a fazer tudo o que estiver ao meu alcance para que os meus amigos depositem toda a confiança em mim.

 

 

 

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