É assim mesmo!...
Mas porque é que eu não me lembrei disto há mais tempo. Acabo de aprender uma coisa espantosa que já me podia ter dado a felicidade ou, no mínimo, a minha independência como cidadão feliz.
E o que eu aprendi agora, foi exatamente que já devia ter reconhecido que sou um nabo de todo o tamanho. Já sabia há muito tempo que o era, mas ainda não tinha descoberto a maneira de o fazer render.
E porquê? Porque o nosso Gaspar me deu essa ideia. Ele próprio reconheceu que foi um nabo, para não dizer um falhado, mesmo com os reconhecidos falhanços da sua atuação no último alto cargo que teve.
Precisamente, por ter sido chamado pelo Costa para dirigir o seu departamento de estudos económicos. Ora, como se sabe, o nosso Gaspar reconheceu que falhou, precisamente em qualquer coisa como essa.
Moral da história: não há como ser um nabo, mesmo confesso, para arranjar um bom emprego. E, mais importante ainda, dar garantias de que ninguém consegue ser nabo duas vezes, no campo da sua nabice.
Costa nem precisava dessas garantias. Ele sabe que há nabos que se semeiam em qualquer terreno e nem precisam de estrume para crescer. Mas precisam de água, muita água e isso é coisa que o nabo sabe meter.
E pronto. Julgo ter explicado perfeitamente como é que eu vou arrancar o meu sucesso e desenvolver uma nabice como deve ser. Estou certo de que também haverá um Costa que virá à minha procura brevemente.
Que ninguém fique a pensar que estou a pedir um privilégio de nabo. Toda a gente, ou quase, sabe que é assim. É preciso é despertar a atenção dos apreciadores de nabos. Mas isso é o que não falta por aí.
Portanto, senhores candidatos a qualquer coisa, que se julgam com os currículos ideais para os lugares pretendidos. Tirem daí o sentido. Olhem à vossa volta e aprendam. Mostrem orgulhosamente a vossa nabice.