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afonsonunes

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31 Jan, 2014

ERROS MILIONÁRIOS

 

 

O governo vai emprestar seis mil milhões para que as PME comecem a produzir e assim dinamizem a economia e criem mais empregos. Eu, na minha imperdoável ignorância, diria que vai gastar e não emprestar.

Talvez os seis mil milhões fossem bem investidos, se três mil milhões fossem devolvidos a todas vítimas dos cortes injustos e ilegais. Como toda a gente sabe, quem produz só vende, se houver quem compre.

Parece que o governo vai ao mercado pedir dinheiro que não precisa para já. A menos que só comece a pagar juros quando precisar de gastar esse dinheiro, a minha ignorância diz-me que vamos pagar cara essa cautela.

Mas, o governo está a dar provas de ser muito cauteloso. Daí que toda a gente do dinheiro, apregoe afanosamente que a saída da troika, deve ser protegida por um programa cautelar. Ou seja, mais cautelas caras.

Aliás, quem pede o programa cautelar, não está a fazer mais que acautelar os seus interesses. A começar pelos credores que, assim, não correm quaisquer riscos. Já, quem tem de dar as garantias, não está a gostar nada.

Cada vez se torna mais evidente que os sucessos apregoados não passam de maneiras de esconder os erros milionários que nos têm levado à miséria em que estamos. Com a garantia de que assim vamos continuar.

Dizem os sábios mal entendidos que o país já passou pela vergonha da bancarrota. Se isso fosse verdade, então, mais verdade será que muitos dos portugueses, esses sim, estão agora em situação real de bancarrota.

Diz-se que cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Mas, na verdade, quando alguém cai em cautelas de só comer caldos de galinha, muito mal vai a coisa. E o país, com tantos erros, já chegou aí.

 

 

 

30 Jan, 2014

SUSTENTÁVEL? TUDO!

 

 

Tudo sustentável, não é propriamente o que temos agora, mas é o que precisamos de ter, não se sabe bem quando. Sabemos quem diz que precisamos disso, mas não sabemos quem nos garante que o vamos ter.

Com toda a sustentabilidade, temos já grandes e bons faladores, ou falantes. Alguns deles conseguem bater o ritmo do melhor papagaio do mundo. Com toda essa performance, o país nem precisa de abrir a boca.

Dentro da nossa fartura legislativa, há uma falha que brada aos céus. Falta um diploma que estabeleça uma perfeita harmonização entre o que dizem os bons papagaios nos seus extensos discursos e a realidade verificada.

E a realidade mostra-nos como os três subscritores da parceria com a troika, andam todos os dias a sacudir água do capote. Até parece que foi só um que assinou. E até parece que esse, estampou ali o seu programa.

É bem visível a todos os portugueses que esse programa é sustentável. Que houve dois subscritores que lhe deram toda a sustentabilidade e um subscritor que tem estragado tudo o que os outros dois têm papagueado.  

Até parece que esses dois subscritores, ou papagaios, têm vergonha de dizer que assinaram um programa com o qual sonhavam há tantos anos. Estão a cometer um erro crasso. Devem, sim, ter orgulho do que criaram.

E o que criaram, está na cara de quem quer ver, foi um país que não tem nada de emergente, porque está a submergir a todo o gaz. Graças a este programa, já aprendemos a fazer o pino para andar de cabeça para baixo.   

Mas, mais importante que tudo isso, foi o conceito de vida que ambos descobriram para nossa felicidade. Para que a riqueza seja sustentável, temos de enfiar na mona que temos de ter uma pobreza sustentável.

 

 

 

 

 

… e não fica com a melhor parte, ou é tolo (?) ou não tem arte. Os partidos, quando no poder, sempre entenderam que devia ser assim. E sempre fizeram isso, como sendo o que melhor servia os seus interesses.

Embora, queixando-se sempre de abusos e reclamando as nomeações por competência, logo, só depois de concursos públicos. Apetece dizer que sempre foram, e são ainda, uns lírios envoltos em alva pureza.

Quem parte e reparte é, e sempre foi, o governo. De qualquer época e de qualquer partido. Havia uma espécie de pacto invisível na distribuição dos tachos. Com vantagem para quem partia e repartia, obviamente.

Depois de tanto reclamar transparência o PSD, até esse pacto rompeu, pois, desde que chegou ao pote, correu com tudo o que era PS e nunca mais, alguém que não fosse PSD e CDS teve acesso a nada.

Ora, acontece que tudo estaria perfeito se os competentes e sérios nomeados, mostrassem atributos e qualidades a condizer com a seriedade e competência de que se reclamam os únicos detentores.

Bem podem os seus aduladores, ou eles próprios, tentar dissimular, ignorar, ou ocultar as suas derivas, falando, escrevendo ou clamando por defeitos alheios, que nunca conseguirão limpar-se sujando os outros.

Aliás, nem nas grandes limpezas que têm feito ao longo do tempo, em vários campos, pretenderam sequer partir e repartir fosse com quem fosse. A única coisa que querem repartir, agora, é a responsabilidade.

Porque eles são uns valentões a tomar medidas fáceis contra quem não se pode defender. Mas são uns medricas, sempre que deviam atacar cancros nos corpos que lhes metem medo. Porque receiam que se vejam os seus.

Mas, não lhes falta coragem para falar do que não fazem. Para criticar e atacar os que não têm que os salvar. Porque não merece salvação, quem sempre quis afogar os outros. Agora, não partam nem repartam nada.

 

 

 

28 Jan, 2014

RALAÇÕES

 

 

Estou quase a descobrir mais uma boa relação, de entre as muitas que ainda me falta meter no saco dos meus descobrimentos. Ou das minhas descobertas. Na verdade já estou um bocado baralhado com o que vejo.

Estou a pensar na maneira de me meter na política para conseguir chegar a deputado. Acho que é a melhor profissão do país, para descobrir coisas boas para mim. E depois convencer os outros de que são boas para eles.

É por isso que já estou a preparar uma proposta de referendo. Tenho magicado muito em como propor três perguntas muito simples. Muito diferentes, ou melhor, sem qualquer relação umas com as outras.

A única relação entre elas será o facto de, em lugar de se fazerem três referendos, ganha-se tempo e dinheiro fazendo três em um. Talvez até haja quem veja neles uma relação muito próxima, mas eu cá, não.  

Primeira pergunta: Vamos proibir que as crianças tenham pais? Segunda pergunta: Vamos obrigar o governo a ser praxado? Terceira pergunta: Vamos obrigar o FCP a jogar sempre depois dos jogos dos outros?

Ainda não tenho uma inclinação muito nítida sobre as previsões de respostas a estas perguntas que, penso eu, são muito objetivas, muito sensatas e de uma atualidade inquestionável. Eu votaria sim às três.

Se alguém me perguntasse porquê, diria que as crianças, não precisam de pais, porque têm avós. Diria que o governo deve ser praxado, mas com meiguice. Diria ainda que o FCP seria mais eficaz depois das dez da noite.  

É evidente que, enquanto eu não for para deputado, nada disto será realidade. Porque os atuais deputados não pensam. Porque ao governo não lhe apetece. Porque o presidente do Sporting não deixa. Tudo óbvio.

Mas, para lá das boas ou más relações que se estabelecem com estas matérias, é preciso ter em conta as ralações que estão a criar ao senhor presidente. Apesar disso, mantem uma calma relação com toda a gente.

 

 

 

 

 

De vez em quando aparece por aí uma espécie de verdade que, ora é toda, ora se apresenta como meia verdade, ou até uma verdadeira mentira. Desta vez até me dei ao trabalho de ir ao dicionário a ver se a descobria.

Com tanta versão de verdades e de mentiras, sinceramente, já começava a duvidar da minha capacidade de distinguir uma coisa da outra. Mais, temia que andasse por aqui a escrever coisas de duvidosa realidade.

Mas, o meu dicionário, que ainda é do bom tempo e tem peso e volume consideráveis, não me engana. Mentira é uma coisa. Verdade é outra coisa. E quem não souber, ou confunda as duas, é melhor fazer como eu.   

Uma coisa é a gente não saber, ou não querer, colocar as coisas no seu devido lugar, outra coisa, e essa bem pior, é querer levar os outros a embarcar nas nossas confusões. É bom que cada um fique no seu lugar.

Não resisto a contar uma gracinha. Há dias assisti à comemoração dos cem anos de um ancião cheio de vida. Ao ser felicitado por um ex-colega de trabalho, muito mais novo, mirou-o atentamente e ficou em silêncio.

No meio da sua indecisão, parecia perguntar: quem és tu? Sou o fulano, identificou-se o visitante. Resposta do centenário: oh pá, estás velhote… Neste caso, a mentira foi mesmo uma graça. Mesmo faltando à verdade.

Não foi o caso, mas, com alguma frequência, vemos a idade atraiçoar as pessoas. Há nelas um amontoado de confusões que as leva à teimosia de se sentirem na necessidade de fazer prevalecer as suas convicções.

Não admira pois que as suas verdades tenham perdido o sentido de realidade que o próprio tempo alterou. E, quantas vezes, os ‘velhotes’ mais novos, resultam nos mais traídos por falhas precoces de memória.

 

 

 

26 Jan, 2014

LEÕES NO TALHO

 

 

O homem dos talhos, que é também um homem de apitos, anda em maré de azar, pois vai sendo frequente porem-lhe os bifes ao fresco. Não sei mesmo se não houve leões a passar-lhe os dentes por cima.

Para mim, o mais estranho, foi o facto de os leões fugirem de Penafiel de barriga cheia e, só porque os dragões também mataram a fome, embora fora de horas, foram atirar-se a uma águia que trazia o relógio atrasado.

Trazia, enquanto trazia o apito na boca. Mas à hora a que lhe foram ao bife, muito mais tarde, até podia já ter acertado o relógio. É verdade que os leões também já podiam ter, e tinham de certeza, a barriga a dar horas.

Para lá dos talhos e dos bifes, não compreendo por que carga de água é que uma águia foi pagar a fatura dos apetites de leões e dragões. Talvez seja, digo eu, por causa de uma taça de vinho do Porto de má qualidade.

É caso para dizer, porque é que os leões não beberam água. Mas também para dizer, por que motivo os dragões acordaram tão tarde. E ainda, o que terá levado a águia do talho a não oferecer o bife mais cedo ao dragão.

E é por teimosias destas que se vandaliza um talho, que se dá apenas meia taça de Porto ao Porto e se deixa uma águia frustrada por lhe darem um dragão, quando preferia, de longe, um leão. Só podem ser coisas de papa.

E, porque o dragão é um papa tudo, já arranjou alvará para ter um matadouro onde sangra águias e leões. A águia lá se vai aguentando com os seus talhos, enquanto o leão se dedica só, ao seu rebanho de ovelhas.

Claro que tudo isto anda nas bocas do mundo dos negócios. Os dragões, com o seu papa, dizem que são uma religião. Os leões dizem que, se isto não é uma vigarice, o que é. As águias dizem que isto já é demais. 

No entanto, tudo isto é linguagem de políticos do futebol. Tudo isto são coisas normais do desporto rei. Sobretudo, isto é desporto, embora com todas as virtudes e defeitos do desporto praticado de gravatinha ao peito.

 

 

 

25 Jan, 2014

JÁ?

 

 

Por favor, não façam isso, que o governo vai acabar por compreender que não lhe convém ter-vos de costas voltadas. Até porque não se podem fazer revoluções com as armas a apontar para trás. Portanto, muita calma.

Além disso o vosso chefe supremo ainda não se pronunciou sobre o assunto. Todos sabemos que ele não dorme em serviço. Logo, não tardará a levantar a sua voz de comando. Que certamente mandará calar alguém.

Já sabemos que não é costume ser ele a calar-se. Talvez porque não acredite que o calado é o melhor. Depois, dirá que uma revolução nesta conjuntura não dá jeito nenhum a ninguém. Nem aos revolucionários.

Que pensam que podem revolucionar sem avisar. Mas o chefe supremo não acredita que lhe andem a esconder segredinhos, nem lhe faltem com a lealdade hierárquica. Até porque ele está sempre pronto a atendê-los.

O povo, ao ouvir falar os seus protetores, exclama perplexo: Já? Tem realmente saudades da última revolução mas, em boa verdade, acha que ainda não chegou o momento de ele, povo, ser quem mais ordena.

E já, não pode ser, porque neste momento o povo sabe perfeitamente quem mais ordena, não mais ou menos mas, de forma indiscutível. Portanto, o povo, dá nega à revolução, prometendo aceitá-la mais logo.

Para já, vai-se discutindo e planeando a revolução, com tempo e com calma, até que chegue o momento de dizer, já. Ou, em frente, marche! Mas isso só depois dos portugueses estarem bem cozidos na panela.

 

 

 

24 Jan, 2014

MALANDROS

 

 

De malandros está o país cheio, permitindo-me mesmo pensar que todos os seus habitantes, de todas as idades e de todos os géneros, se incluem nessa elucidativa denominação, embora com algumas nuances.

Malandros há muitos, mas não são todos iguais. Daí que os possa dividir em bons e maus malandros. Ao contrário do que parece, essa divisão até é muito fácil de fazer. Maus são os do contra e bons são os que apoiam.

À cabeça dos maus, aparece o abominável Sócrates. À cabeça dos bons, é inevitável colocar o inefável Aníbal. Com base nestes dois, não é difícil elaborar duas listas muito extensas, de maus e bons ilustres deste país.

É fácil, ouvir cegos rosas e laranjas dizer, tudo para nós e só para nós. O resto é conversa. Para mim, a conversa nunca é o resto. O resto é sempre o que sobra. As sobras. E essas, numa refeição, são os ossos e as espinhas.

Ora, em política não há restos. Iam logo para o lixo. Imagine-se Sócrates, Ferreira Leite, Seguro, Marcelo, Soares, Marques Mendes, Pacheco Pereira, Capucho, Adriano Moreira, Freitas do Amaral, todos no lixo.

Porque esses são os maus, bem como todos os outros que dizem mal do governo. Obviamente que até eu podia ser mau, um malandro, se tivesse estatuto para isso. Mas, confesso que tinha alguma vontade de o ter.

Entre os bons, vemos Cavaco, Passos, Portas, Luís, Limas, Loureiros, Morais, Machete, Relvas, Oliveiras, Marco, Moreira. A lista não cabia cá. Mesmo sem contar com os que dariam, de bom grado, a vida por estes.   

Pelo contrário, o que estes pedem é a vida dos maus, para que possam saciar a sua vontade de viver sem obstáculos e de saciar os seus ódios de estimação. Daí que o país não seja capaz de viver sem malandros.   

Apesar de que, com os malandros podíamos nós bem, desde que não nos envolvessem nas suas malandrices. Qual das duas listas tem mais autores de más malandrices, é a grande questão. Basta comparar. É a gosto.

 

 

 

23 Jan, 2014

INTERESSANTE

 

 

Que ninguém tenha a menor dúvida de que vivemos num país interessante. Porque quase tudo o que nele encontramos é interessante, ou mesmo muito interessante. Por mim, estou cheio de orgulho.

Ao nível de comandos, temos um presidente interessante, um governo todo ele, no seu conjunto, muito interessante mas, especialmente, um ministro interessantíssimo. Para ele tudo é interessante. Que bom.

Mas, o mais interessante para esse ministro, não é o que temos agora. É o que vamos ter já amanhã. Porque está a trabalhar para isso. E, bastante interessante, não são as previsões que contam. É a confiança que ele tem.

O brilharete alcançado com os números do défice podia ser interessante se não fosse já classificado de brilhante. ‘Não há nada à borla’, diz a ministra Luís. E eu a julgar que só os almoços não eram grátis.

Mas sabemos, e bem, como o brilharete foi alcançado à custa de tantos novos pobres que deixaram de almoçar. E quantos deles deixaram de jantar. Mais, quantos cérebros ficaram em casa para a ministra brilhar.

Qualquer português esperto e pobre, sabe que, por maior que seja o défice do seu imaginário orçamento caseiro, pode fazer um brilharete de abastança. Basta que faça, com sucesso, um assalto a um banco.  

Tudo isto é muito interessante em termos de economia e finanças. Assim, até eu dava um bom ministro de qualquer dessas pastas. Mas também da Segurança Social que, com tantos cortes cegos, já tem dinheiro ‘à bruta’.

Olhando para a Ucrânia, talvez não fosse descabido lançar um alerta vermelho ao país. Para neutralizar estes incendiários indomáveis, é melhor chamar já o Sócrates e o Teixeira dos Santos para um contra fogo.

Como se sabe, em 2004, 2005 a Ucrânia teve os seus delírios com a sua Revolução Laranja. Hoje vive os seus martírios. Os ucranianos, agora, não devem achar muita graça àquilo. Por cá, está tudo muito interessante.

 

 

 

22 Jan, 2014

ABAFOU-SE

 

 

Se não estou em erro o Jornal de Notícias levantou há dias um problema, zito, de uma venda ilegal de ações que teria provocado mais um rombo de largos milhares, por falta de acertos de impostos com o fisco.

Nada que não seja recorrente todos os dias nas notícias do país. Nada que seja de estranhar, por serem tantos de entre ilustres laranjas que até ocuparam e, ou, ocupam ainda elevados cargos públicos ou privados.

Não deixo de referir que muito me apraz que isso tenha sido uma notícia fugaz. Ou a sua origem era, também ela fugaz, ou foi um abafo que lhe deu. Em qualquer dos casos, o JN devia denunciar o erro ou o abafo.    

Pena é que tanta discrição neste caso, não seja seguido em casos semelhantes, mas noutras áreas, onde se bate até à exaustão nas teclas que acabam por partir, sem que se tenha confirmado desejos ocultos.

Tal como se batem records todos os dias em relação à situação do país. É curioso que esses records batem números de há dois anos e tal para cá. Estamos a melhorar em relação a 2012 e 2013, mas não mais que isso.

Dá a impressão de que o governo só consegue melhorar o mal que fez. Até nisso, há uma tendência mais que evidente para abafar muita coisa que todos os portugueses deviam saber. E calar tudo o que nunca existiu.

Ou o que nunca vai existir. O doutor Pires de Lima foi a Davos, dizem, vender o país. Talvez fosse melhor tentar vender submarinos. E não tentar vender aquilo que ele julga que vai ter no próximo ano. Ele lá sabe o quê.

Em boa verdade, vão-se abafando cada vez mais, coisas que faziam cá muita falta para, em contrapartida, se porem a circular outras coisas que fazem corar de vergonha os santinhos dos altares. Que nem ouvem nada.

 

 

 

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