ERROS MILIONÁRIOS
O governo vai emprestar seis mil milhões para que as PME comecem a produzir e assim dinamizem a economia e criem mais empregos. Eu, na minha imperdoável ignorância, diria que vai gastar e não emprestar.
Talvez os seis mil milhões fossem bem investidos, se três mil milhões fossem devolvidos a todas vítimas dos cortes injustos e ilegais. Como toda a gente sabe, quem produz só vende, se houver quem compre.
Parece que o governo vai ao mercado pedir dinheiro que não precisa para já. A menos que só comece a pagar juros quando precisar de gastar esse dinheiro, a minha ignorância diz-me que vamos pagar cara essa cautela.
Mas, o governo está a dar provas de ser muito cauteloso. Daí que toda a gente do dinheiro, apregoe afanosamente que a saída da troika, deve ser protegida por um programa cautelar. Ou seja, mais cautelas caras.
Aliás, quem pede o programa cautelar, não está a fazer mais que acautelar os seus interesses. A começar pelos credores que, assim, não correm quaisquer riscos. Já, quem tem de dar as garantias, não está a gostar nada.
Cada vez se torna mais evidente que os sucessos apregoados não passam de maneiras de esconder os erros milionários que nos têm levado à miséria em que estamos. Com a garantia de que assim vamos continuar.
Dizem os sábios mal entendidos que o país já passou pela vergonha da bancarrota. Se isso fosse verdade, então, mais verdade será que muitos dos portugueses, esses sim, estão agora em situação real de bancarrota.
Diz-se que cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Mas, na verdade, quando alguém cai em cautelas de só comer caldos de galinha, muito mal vai a coisa. E o país, com tantos erros, já chegou aí.