Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

afonsonunes

afonsonunes

31 Mar, 2014

MAL?

 

 

O pai do Pedro diz que o país está mal. Se o Pedro quisesse falar de coisas tão insignificantes, diria que o seu pai estava mal. Mas, o mais certo, é que o pai do Pedro não saiba o diz. E o ‘filho do pai’ não vai perturbar a família.

Já que o Pedro não quer, ou não pode falar, fico eu com esse encargo. Realmente o país está mal. Mas a família do Pedro não está bem. Porque a família deve estar sempre unida, já que o país o não pode estar.

Agora, eis a conclusão mais triste que se pode tirar: o Pedro não consegue manter a sua, dele, família unida. Mas tem a lata de dizer que o país está unido na defesa das suas aselhices. Pergunto: afinal quem é que está mal?

Numa coisa, pai e filho estão na mesma onda: ambos falam muito do passado, certamente cheios de saudades de outros tempos ou, sobretudo o filho, na convicção de que falar do passado lhe reabilita o presente.

Para o pai, adivinha-se que o futuro é sombrio. Para o filho, o futuro tem de ser risonho. Vá lá a gente, entender esta gente. É caso para a gente que não entende o que se está a passar com tanta gente, começar a rezar.

Custa a crer que, no meio de uma sociedade de tanta gente que está bem, haja um filho que deixa parecer que o seu pai esteja mal. A menos que nada possa fazer para o ajudar. Mas ajuda tanta gente que não precisava.

 

 

 

30 Mar, 2014

PAPÁ DURÃO

 

 

Julgo que durão quer dizer muito duro, embora não possa excluir a hipótese de haver um ou outro durão que sai da regra para ser a exceção. Portanto, contra natura, poderá haver um durão, mesmo muito mole.

De um modo geral, ser mole, pode até nem ser um problema. Depende do tipo de moleza. Homem durão por fora, pode ter um coração molinho lá dentro. Mulher durona por dentro, pode ser muito molinha por fora. 

Conheço um durão para o qual a sabedoria popular não encontraria melhor que dizer que ele é um banana. Ora, banana, não é dura. É mole. Brincando com as palavras, é giro dizer, banana é durão. Não soa bem.

Esse durão que eu conheço, deu agora em querer amolecer o coração dos portugueses, depois de tanto lhes ter amolecido o juízo. Que é como quem diz, depois de lhes ter feito o juízo em água. Assim mesmo.

No início, foi desejado como o papá dos portugueses, ou o padrasto que os portugueses receavam, consoante o maior ou menor conhecimento que tinham dele. Depois, nem papá, nem padrasto. Um zero à esquerda.

Agora, surgiu como o expoente máximo de um verdadeiro durão, para aqueles com quem bebia uns copos, e um feliz embriagado, para aqueles com quem sonha vir a manter a felicidade de borracheiras passadas.

O durão que eu conheço é um embriagado permanente com a felicidade que tem inundado a sua vida. Uma vida que caiu do céu aos trambolhões, depois de se ter livrado de um inferno que chamuscava a sua sobriedade. 

E isso transporta-o ao mundo dos sonhos onde encontra a sua perfeição e, de caminho, as imperfeições dos outros. Conviveu bem com quem o fez perfeito, tentando destruí-los agora, para se colar aos amores-perfeitos.

Sair do inferno para o céu e, depois de ter estragado o seu próprio céu, ter como única meta possível, o regresso ao inferno de antigamente, não é mais que querer alcançar uma embriaguez que o mantenha de pé.

 

 

 

29 Mar, 2014

AGORA ?

 

 

Eu diria mesmo, só agora? Desde há muito tempo que uma enormidade de gente vem clamando por equidade na distribuição da austeridade e dos sacrifícios pedidos aos portugueses e que, dizem, são para continuar.

Porém, finalmente, só agora os acérrimos defensores e responsáveis por esta injusta e cega austeridade, prometem, agora, começar a deixar em paz os grandes sacrificados. Para se voltarem para os grandes ignorados.

Todos sabemos, como ainda há bem pouco tempo, respondiam a quem lhes metia essa evidência pelos olhos dentro, que todas as medidas tomadas tinham em conta essa tal equidade e essa tal justiça social.

Foi preciso que o ruido se tornasse ensurdecedor, cá dentro e lá fora, para que se arrepiasse caminho e ouvíssemos, finalmente, da boca desses responsáveis, palavras que abrem no povo sacrificado alguma esperança.

Por enquanto são só palavras, e bem sabemos o valor que elas têm tido ao longo destes últimos anos. Mas, mais vale ouvir algumas palavras de esperança, que as verdadeiras atrocidades verbais, ditas sobre o assunto.

Se tudo tivesse começado com a austeridade a atingir também aqueles que os decisores dizem ter de ser agora chamados, o país não teria chegado a esta exaustão humana e económica com feridas já incuráveis.

Seria bom que quem tanto falou de falta de alternativas, fizesse agora um rigoroso exame de consciência sobre o que disse e fez. Para ir aos bolsos certos, não era preciso esperar por sinais oi indícios. Era preciso ter ido.

Sim, esperamos que vão lá, agora. Mas também esperamos que não seja só conversa de campanha, ou receio do ruido demasiado elevado que anda no ar. O país precisa de outra maneira de conversar. E de fazer.

 

 

 

28 Mar, 2014

UM ERRO ?

 

 

Portas disse que aquele briefing das reformas foi um erro. Pelos vistos não foi um erro de palmatória, pois ninguém deu com ela, nem ninguém ficou com as mãos a escaldar. Nem sequer foi erro leve para puxão de orelhas.

Mas, foi um erro que deu muitas preocupações ao governo e incomodou seriamente os dois generais que o comandam. No entanto, o principal chefe do governo já está habituado a dar erros e ver-se rodeado de erros.

Já houve tempo em que, a cada erro, correspondia um chumbo. Até em disciplinas de menor importância, como a falta de uma vírgula, de um ponto, ou da palavra dada. Mas isso era no tempo da responsabilidade.

Agora, não há erros que façam chumbar alguém, por mais grosseiros que eles sejam. No governo, também ninguém põe as barbas de molho, talvez porque não há, ou não se mostra, quem tenha realmente barba rija.

A barba leva muitos anos a enrijar. Alguns jovens não cortam a barba, para ter um ar mais adulto, um ar de quem tem pelo na ‘venta’. Sobretudo, os que têm barbas muito ralas e, nitidamente, muito débeis.

É natural que se cometam erros enquanto a barba cresce. É assim que se aprende a ser alguém com experiência e pronto para a vida. Só tem um problema. É o erro de quem nunca é capaz de reconhecer que errou.

 

 

 

 

 

 

Não sei se na Ucrânia existe o cartão de cidadão. Se não se chamar assim, deve ser o cartão de qualquer coisa, para identificar as pessoas, sempre que haja dúvidas. As mulheres querem saber se andam russos por perto.

Criaram até um movimento que se recusa a ter sexo com russos. Elas lá sabem porquê. Eu, por exemplo, não percebi se a nega é para tipos com cabelos russos, ou se pretende castigar cidadãos da Rússia. É diferente.

Este castigo, em qualquer dos casos, pode vir a criar precedentes gravíssimos. Por exemplo, mulheres portuguesas, podem lembrar-se de recusar sexo com homens que trazem determinados emblemas na lapela.

Não acredito que isso venha a acontecer a homens que exibam os emblemas dos seus clubes favoritos. Principalmente, o dos seis milhões. Era demais, até para elas. Seria o fim da já tão escassa natalidade no país.

Se no futebol essa probabilidade é muito escassa, já na política, fenómeno com muitas semelhanças, pode vir a ser uma ameaça dentro de muito pouco tempo. A conjuntura, plena de restrições impostas, é um sinal.    

Todos os políticos de qualquer cor, podem vir a ser castigados por esse provável movimento feminino. Mas há o risco de começar por todos aqueles que exibem uma bandeirinha na lapela. E eles não são russos.

Não tenho capacidade técnica para avaliar as reações anímicas de uma ‘greve’ sexual prolongada nesses homens. Nem as consequências na sua capacidade de trabalho. Sabe-se, no entanto, que eles não podem parar.

Por mim, estou convencido de que uma bandeirinha é símbolo de uma vontade indómita de resolver tudo. Logo, com sexo ou sem ele, eles continuariam a dar o litro. Seja qual for a bandeirinha que ostentem. 

Porque as bandeirinhas são como os chapéus. Há muitas. De tal forma que não se pode passar cartão a todas elas. Portanto, só há uma maneira de não criar confusões. É trazer sempre o cartão de cidadão na algibeira.

 

 

 

26 Mar, 2014

PARA TRÁS...

 

 

Parece-me que não é conveniente completar um dito popular que começa como o título destas linhas. No entanto, o sentido que lhes vou dar, vai mostrar como também se pode, por vezes, sonhar com voltar atrás.

Aposto que para muitos portugueses, seria um regresso festejado, se pudessem voltar ao início de dois mil e onze. Se não houvesse batota na avaliação dessa vontade, seria uma aposta ganha. Seriam favas contadas.

Basta resumir tudo numa certeza. A generalidade dos portugueses vivia melhor então, do que vive agora. E ninguém gosta de viver pior. Bem podem os que montaram esta situação, dizer que o país está melhor.

Seria bom poder voltar atrás e começar tudo de novo. Com todas as medidas doseadas e distribuídas com cabeça tronco e membros. Não de conversa, mas de factos. Não com foguetes de vista que fizeram lágrimas.

Tudo se encaminha para que estejamos a começar a assistir a uma campanha eleitoral que, essa sim, será um regresso ruinoso à última campanha para as legislativas. Nem vale a pena recordá-la. Mas está aí.    

Com os mesmos métodos e com muitos dos mesmos atores. Como a estratégia resultou então, há que repeti-la. Não faltarão anúncios de êxitos conseguidos e distribuição de rebuçados nas vésperas do evento.

 

 

 

25 Mar, 2014

O CORTE QUE FALTA

 

 

O país está a nadar em dinheiro, por mais que nos queiram convencer de que não há dinheiro para nada. Basta ir aos locais onde, os que o têm, o vão depositar. Ou aos locais onde se fazem grandes transações.

Isto não será novidade para ninguém, pois toda a gente sabe quem tem muito e quem não tem nada. E como se insiste em tirar apenas aos que não têm nada ou muito pouco, é preciso arrepiar caminho quanto antes.

Então, vamos a isto. Precisamente, porque isto não pode continuar assim. Pois, é que isto está tão mau que não pode ser de outra maneira. Logo, ninguém, repito, ninguém, pode dispor de mais de dois mil euros mês.

Não, não estou ‘pirolas’. Se há tanta gente que pode viver sem nada e outra tanta gente que pode viver com menos de quinhentos euros mês, está tudo dito. Obviamente que isto tem de ter regras bem definidas.

Todos os ordenados ou reformas, todos, digo bem, acima dos dois mil, sofrem o corte correspondente para que fiquem ao nível estabelecido. O produto do corte vai na totalidade para o estado, sem qualquer exceção.

O limite dos dois mil euros é por agregado familiar. Não há cá suplementos, subsídios ou alcavalas. Quem não estiver pelos ajustes, emigra, como dizem os nossos maiorais. Isto também é para eles.

Acaba-se o argumento de que tem de se pagar bem aos crânios de qualquer área. Que sejam eles os primeiros a emigrar. Há muitos crânios lá fora com vontade de regressar. E esses não têm os vícios conhecidos.

Nem os vícios nem as necessidades ‘desnecessárias’. Façam de conta que só ganham o ordenado mínimo, como a maior parte de quem trabalha. E come. E veste-se. E tem de dar para a família toda. Façam como eles.

Acalmem-se. Eu não sou presidente, nem primeiro-ministro. Sou apenas um candidato a ‘pirolas’. Portanto, nada há a recear. E tudo o que possa incomodar consciências, não passa disso. Era só a alternativa que faltava.   

Só a apresento porque há quem garanta que isto não tem salvação possível. Portanto, antes de irmos todos para o charco, vale a pena experimentar. Para não morrermos nós e deixarmos morrer os nossos.

PS: Quem tiver cama mesa e roupa lavada, tem de ter um corte suplementar. Para que não haja privilégios ou batotas. Se isto é uma questão de vida ou de morte, ou morremos todos, ou nos salvamos todos.

 

 

 

24 Mar, 2014

JR (DALLAS OU RTP)

 

 

E de repente lembrei-me do JR da série Dallas. Não porque tenha esse personagem em grande plano na minha memória, mas porque me ficou uma ideia longínqua de alguém que estava especializado em malandrices.

Só me lembrei dele, JR, depois de hoje muito ter lido sobre a saga portuguesa ‘A opinião de José Sócrates’. Li de tudo, como acontece quando se levanta, (vêm aí eleições) o fantasma que ele constitui.

Concluí que outro fantasma, o JR português, descobriu uma maneira de levar os telespetadores da RTP para a sua página, ou da sua editora com o seu aval, no Facebook, a ver o catálogo publicitário dos seus livros.

Também li os seus, do JR português, argumentos para o procedimento que adotou no referido espaço televisivo. Sinceramente, parece-me que foi uma maneira de arrefecer as orelhas que deviam ter ficado a escaldar.

Não entro por discussões de quem é bom ou de quem é mau. Digo o mesmo que o nosso JR: cada um que se documente, e crie a sua opinião. Mas, o pior de tudo, será falar só pelos preconceitos de bons e maus.

Agora, não posso deixar de elogiar: a astúcia da RTP para aumentar audiências; o oportunismo do nosso JR em meter os seus livros neste negócio; dizer que a RTP se norteia por um estatuto editorial de isenção.

O resto fica para os muitos que deliram com guerras entre fantasmas que vestem roupagens diferentes. Que se divirtam tanto, como eu me estou nas tintas para o descalabro informativo e opinativo que vai pelo país.

 

 

 

23 Mar, 2014

NÃO A NADA

 

 

Seguro acaba de dizer que não vai dizer que sim a tudo. É mais uma daquelas tiradas em que não tira nem põe. Ao menos que tivesse dito que não ia dizer não a nada. Talvez as pessoas ficassem a perceber melhor.

Mas, já que disse o que disse, convinha que fosse um bocadinho mais claro, para que todos os que gostam de ver claridade nos outros, não ficassem a enrolar caracóis por baixo das clarividentes carecas.

Assim, é óbvio que perguntem quem é que disse sim a tudo e, principalmente, quando e em que circunstâncias deu esses, pelos visos, abundantes sins. Ficaríamos a saber para que lado está a disparar setas.

Está muito preocupado em se afirmar contra promessas eleitorais. Muito bem. Mas como tudo é considerado promessas eleitorais nestes períodos em que já só se fala em ser primeiro-ministro, vai acabar por não ir lá.

Logicamente que, se não prometer nada, fica desobrigado de fazer seja o que for. Logo, se for eleito, não tem que fazer nada para cumprir a sua obrigação. Espera-se, pois, que o seu programa seja uma folha em branco.

Por mim, tanto se me dá que a folha esteja em branco ou esborratada de tinta, mas vai custar-me ver a aflição dos outros líderes partidários, por terem um único tema para a campanha eleitoral. A folha em branco.

Portanto, encontro-me numa posição muito difícil nas próximas eleições. Por um lado, não quero votar numa folha em branco. Por outro lado, não faz qualquer sentido, votar em quem só vai falar daquela folha em branco.

 

 

 

22 Mar, 2014

TONTINHOS!...

 

 

Agora deu-lhes para se meterem com a língua e com a gramática, abusando das liberdades que ambas permitem. Mas todos os abusos têm limites e não convém que se habituem só porque são estrangeiros.

E nem o facto de serem investidores, ou dizerem que o são, os autoriza a meter medo a gente séria e honesta que, mesmo estando sempre alerta, corre o risco de se deixar ir na onda inadvertidamente. O que é normal.

Têm todo o direito de serem ignorantes mas não têm o direito de tentar por todos os meios, os deles, convencer os portugueses de que a palavra reestruturar significa perdoar. Sobretudo, tentar convencer os mais altos.

Se o medo contamina os mais altos, imagine-se como ficarão os mais baixos. Não adianta tentar depois mostrar a gramática onde se vê claramente que, reestruturar é uma coisa boa e perdoar é uma coisa má.

No meio disto tudo, onde estarão os tontinhos? Certamente que estão no estrangeiro a bater o pé pela sua ignorância reestruturada e contra qualquer tipo de perdão inventado, ainda não se sabe bem por quem.

Tudo porque há portugueses que se divertem a criar tontices com as palavras. Talvez seja uma questão de má-língua, ou de má linguagem. Sim, a culpa não é, de certeza absoluta, da maltratada língua portuguesa.

A culpa é daqueles portugueses que se esforçam demasiado por mostrar o contrário daquilo que escondem a todo o momento. Que são os mesmos que falam muito de clarificar, mas fazem tudo para turvar o que podem.

 

 

 

Pág. 1/4