VOLTA OU REVOLTA?
Miguel Relvas garante que não está de volta. Eu diria que, como já voltou, agora só podia estar de revolta. Ou seja, voltar a voltar. Mas, como isto não soa bem, é melhor concluir que, cheio de saudade, resolveu revoltar.
Porém, não quero ser o causador de alguma confusão que ponha em polvorosa, não só os seus amigos e seguidores mas, sobretudo, o efetivo responsável pela sua revolta. Revolta, que não é revolta contra ninguém.
Até podia ter boas razões para estar revoltado contra quem o levou à falta de força anímica para continuar o brilho das atividades governamentais. Já recuperado e em forma, não quis agora revoltar-se, mas apenas revoltar.
Deve ter dado uma grande volta aos seus cadernos de apontamentos profissionais e às suas sebentas académicas, concluindo que, depois de bom aluno, pode assumir funções docentes em qualquer matéria.
Dada a notada falta que vai fazer Vítor Gaspar como atual consultor oculto do governo, Relvas viu o furo e nem teve que fazer-se ao piso. Vai começar já a deitar o olho ao que faz Gaspar com Maria Luís.
Em junho, quando Gaspar for o senhor ‘money mor’ do FMI, muito naturalmente, Relvas ficará no lugar dele. Como é um homem de visões, perdão, de visão, fica à espera de, mais tarde ou mais cedo, rumar ao FMI.
Até porque Miguel Relvas sabe perfeitamente que Vítor Gaspar não é do tipo de ficar muito tempo no mesmo sítio. Além de que, Relvas é imbatível em planeamentos. E o FMI bem precisa de um planeador de topo.