MALDITA DISCRIMINAÇÃO
E perdi eu tanto tempo há espera dessa coisa a que chamaram DEO. Aliás, desde segunda-feira que ando numa ansiedade tremenda à espera que saia o malvado. E saiu hoje para meu alívio.
Felizmente, valeu a pena tanto sofrimento, pois os aumentos de impostos não são nada do que se dizia. São mesmo uma ridicularia que deixa envergonhado quem já estava a ver-se falido com eles.
Trata-se pois do fim de um pesadelo. Não só os impostos sobem apenas uns míseros cêntimos, como os salários e pensões voltam quase ao normal. Foi assim que eu percebi das vozes da maioria.
No entanto, o meu estado de espírito não se virou para a euforia. Por uma razão muito simples. Eu pertenço às minorias. E, logicamente, vai uma diferença abismal entre quem é maioria e quem é minoria.
Essa diferença, hoje vivida na reação ao anúncio do tão aguardado DEO, traduz-se na inaceitável discriminação que ele provoca. Não sei mesmo se não haverá um DEO escondido para o pessoal da maioria.
Só assim se justificaria o grande regozijo com que o festejaram. Um contraste enorme com o desencanto e a deceção de todas as minorias, para quem o DEO que lhes mostraram é só mais um papel.
Estou farto de coçar na cabeça sem resultado. Este país não aguenta com dois DEOs, se é que eles existem. Mas se apenas existe um, então tenho de pensar que há alguém que não é de cá.