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afonsonunes

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31 Mai, 2014

O ÚLTIMO DIA

 

 

Hoje é o último dia do mês de Maio. Talvez seja também o último dia do sonho de Seguro vir a ser primeiro-ministro. Depois de tanto tempo a dizer enfaticamente, ‘quando eu for primeiro-ministro’.

É assim a vida dos políticos. Provavelmente, Passos estará a pensar exatamente o contrário: ‘Quando eu deixar de ser primeiro-ministro’. Seguro esperava pela queda de Passos, mas vê morrer o seu sonho.

Seguro abdica de ser PM para se manter como SG do PS. Não é a mesma coisa, mas já qualquer coisa serve. Passos abdica de ser o salvador do país para ser o coveiro da democracia. O país que se lixe.

Para Seguro, pode ser o último dia em cheio da sua carreira política. Para Passos, pode ser o primeiro dia da sua queda em câmara lenta. Lentamente, ou não, quando o movimento se inicia é difícil pará-lo.

Seguro e Passos bem podem começar a ver as suas carreiras políticas ao retardador. A ambos se recomenda que fixem bem os momentos em que não souberam conter a sede de poder. Beber demais, cega.

A história vai ignorar Seguro porque não soube comprar lugar cativo nela, em devido tempo. Passos vai ficar na história como o anti Pedro, que não soube rezar a oração da fé que conduziria à salvação.

Há sempre um último dia para tudo. Mesmo depois de se terem feito festas de arromba. Mesmo depois de se ter andado ao colo de muita gente que delira trazer ídolos de barro aos ombros ou no coração.

E o último dia pode não ser já. Mas pode ser amanhã. Ou depois. Mas os sinais começam a ser visíveis com alguma antecedência. A luta pela sobrevivência torna-se feroz. Mesmo por um lugarzinho ao sol.

Como último recurso, Seguro quer pôr laranjas podres a votar na sua continuidade. Não estranhará que, mais tarde ou mais cedo, Passos queira pôr rosas murchas a votar nele. Tudo em diretas, claro.

 

 

 

30 Mai, 2014

ORDENAÇÕES

 

 

O Papa Francisco terá dito que está aberto à discussão sobre a ordenação de homens casados, por não ser um dogma da religião. Só me intriga a distinção de género, pois as mulheres mais o mereciam.

No entanto, não é isso que me preocupa sobremaneira. Se a igreja está com falta de sacerdotes, e está, penso que havia outros campos de recrutamento, com total garantia de bons pregadores da fé.

Especialmente o dia de hoje, fez-me acordar para esta temática. A política tem muita gente a mais, e muito mal preparada, para a interpretar. Mas, muitos deles vivem com devoção a sua enorme fé.

Então, haveria toda a vantagem em acertar esta realidade com a realização pessoal destas pessoas. Nada melhor para um país, que ter as pessoas certas nos lugares certos. Isso é muito fácil de concretizar.

O nosso governo está cheio de gente de fé e de esperança. Não sei se a fé é maior que a esperança, se é o contrário. Sei que têm cometido muitos pecados não confessados. Mas isso corrige-se com penitência.

Para lhes realizar um sonho, alguém devia abrir-lhes a porta para ingresso no sacerdócio. A igreja agradecia e o povo português rezava. Para que tudo fosse perfeito, podiam levar os seus melhores acólitos.

 

 

 

29 Mai, 2014

FALOU QUEM SABE

 

 

No Conselho Nacional do PSD desta semana, o sabão Miguel Relvas reapareceu pleno de ideias e de alertas para que o seu partido não fique ainda mais partido, depois de resolvida a crise de líderes do PS.

Sabiamente como se pode esperar sempre de um autêntico empresário e gestor do líder, alertou, com toda a oportunidade e atualidade, para a possibilidade de o PS sair mais forte desta crise.

Já ouvi dizer que o Brasil foi pequeno demais para a sua enorme grandeza, daí que o tenhamos aí de novo. O PS que se cuide, e depressa, pois nunca se sabe o que acontecerá com Relvas por cá.

Na verdade, a previsão de Relvas é um sério aviso à navegação. E um PS mais forte só pode acontecer, se Seguro e Costa se unirem, tal como Passos e Portas. Do mesmo jeito que eles, pensa Miguel Relvas.

Mesmo assim, fica ainda a faltar aos dois socialistas um trunfo vital para completar um trio perfeito, pois Passos e Portas não seriam nada, sem o inestimável conselheiro, agora em boa hora reaparecido.

Falta saber quem poderá ser a terceira figura do PS que pode desempenhar as tarefas de Relvas no atual governo. Miguel já sabe, mas ainda não quer dizer. Diz que não quer estragar o congresso.

 

 

 

28 Mai, 2014

PELO CONTRÁRIO

 

 

Há muita coisa para ver para lá dos sorrisos, das alegrias e das tristezas que as eleições europeias já proporcionaram. O país está animado, muito mais que com os dados de hoje do BdP e do CES.

E, no entanto, quem devia estar triste, comemora a tristeza dos outros. Se é que essa tristeza é reconhecida internamente. Tristes haverá sempre e em qualquer lado. É uma questão de quantidades.

Discute-se muito a oportunidade destas alegrias e tristezas. Do meu ponto de vista, isto veio mesmo a calhar. O governo e os seus, enganam-se a si próprios. O PS, caminha para a inevitável mudança.

Seguro passou de zero à esquerda no entender do governo e dos seus, para um herói atraiçoado pelos seus. No PS, quem mais falou de mudança, está agora a clamar por continuidade para o sucesso.

Neste mar de contradições, é evidente que terá de vir a reconhecer-se que, ao contrário do que alguns dizem, esta oportunidade surgiu no momento em que tinha de surgir. Por muitas razões óbvias.

O PS não podia esperar mais tempo, sob pena de ganhar cada vez menos. O governo e os seus, esperavam revitalizar-se com o definhar do PS. Porque o tempo não espera, não havia mais tempo a perder.

O país precisa que todos acordem desta louca lógica de que tudo está bem, mesmo vendo como tudo está péssimo. Precisa-se de uma nova atitude dos partidos e do governo. Essa, sim, é a mudança necessária.  

Já que não temos ninguém que se ponha do lado do povo que reclama, não há outro modo que não seja dar a palavra ao povo, nos partidos e nos órgãos de poder. Há que substituir. Há que mudar.

Apoiar o que está, não muda nada. O PSD está esfrangalhado há muito. O PS vai pelo mesmo caminho. Seguro está a ficar igual a Passos. É isto que o país precisa? Pelo contrário. Vamos e depressa.

 

 

 

27 Mai, 2014

O VAI VEM DE COSTA

 

 

António Costa sabe, provavelmente, que é muito difícil tirar a liderança do PS a Seguro. Como toda a gente sabe, Seguro, de há muito tempo que passa a vida a correr para as federações do partido.

Em termos de decisão nas diretas, é aí que está a chave da eleição do Secretário-Geral. Ora, António Costa não anda na política a ver passar navios no Tejo. Portanto, não vai propriamente em avanços e recuos.

A direita faz o seu jogo de avaliação destas movimentações, porque tem a noção correta de que Seguro é, em grande parte, o seguro de vida da coligação no poder. Diz-se até que há um acordo para 2015.

A verdade é que, Costa, na outra vez que abanou Seguro, conseguiu que muita coisa mudasse nos seus procedimentos. Mas, Costa entende, e não está sozinho, que há coisas que precisam mudar mais.

É quase certo que Costa não vai tentar tirar-lhe o lugar. Mas vai, com certeza, chamá-lo à realidade, através da disponibilidade manifestada para o substituir. Estar disponível, não quer dizer ir para a guerra.

E a guerra tem de ser travada entre o PS e a coligação, em termos muito diferentes desta morna troca de mimos entre as duas partes. O país está farto destes jogos de hipocrisia que só os diminuem.

Guerra que tem de, definitivamente, trazer para a praça pública as reais opções políticas, claras e concretas, de ambas as partes. Só assim, os portugueses poderão voltar a ter interesse em escolher.

Mas, em escolher entre os dois mais votados e que têm possibilidade de governar. Qualquer arranjo de entendimento entre ambos, estará sempre votado ao fracasso. E os outros não passam de vozes.

Costa tem outro estofo político que não tem Seguro. E não é por este ter começado agora a falar grosso que aumentou a sua eficácia. Nem há sinais de que possa vir a aumentá-la para as legislativas.

E o melhor sinal é que a coligação festejou de mão em frente da boca, o enorme fracasso que teve. E, à boca pequena, já festeja o sucesso que julga que vai ter. Mas ainda há muita coisa para ver.

 

 

 

26 Mai, 2014

ARREPENDIDOS

 

 

O país teve ontem, 25/5/14, a consagração de um novo herói que se vai juntar a umas tantas figuras pardas que se arrastam pela política portuguesa. E vai para Bruxelas onde não convém que seja Marinho.

Ontem pareceu ter a dimensão de um Marão e a voz de um Galo, no meio de tantos pintainhos. Marinho e Pinto, terá de ser o enorme Marão e Galo, naquele mega aviário que é o Parlamento Europeu.

Físico não lhe falta. E muito menos aquela voz que vai contrastar com o fino piar de pintainhos que mal acabaram de sair da casca do ovo. Ou dos roucos que sempre falaram demais e já perderam o pio.     

Julgava eu que muita gente tivesse também engolido em seco com os processos usados para caçar votos. Desde o velho sistema da calúnia, aos apelos patéticos ao voto, na base da estupidez de argumentos.

Continuo a ver que, apesar do desastre dos resultados, os sinistrados continuam, ainda hoje, a pensar que, quem os lê, tem a mesma dimensão intelectual que eles, ao confundir derrotas com vitórias.

São precisamente esses a quem Marinho Pinto muito deve. Não por lhe terem dado qualquer apoio, mas por terem semeado tantos ventos que provocaram a tempestade. E não estão arrependidos.

Mas Marinho Pinto prestou um grande serviço ao país. Falou de si e dos problemas que pretende eliminar. Não falou dos outros. Não falou de fantasmas ou dos medos que não tem. Falou só verdade.

É uma pena que não possa trocar o Parlamento Europeu, pelo nacional. Aqui, seria um bom exemplo para erguer a voz contra a hipocrisia de uma direita que não respeita nada nem ninguém.

No Parlamento Europeu vai ser muito difícil fazer-se ouvir. Aqui, teria boas oportunidades de desmascarar os que passam os dias a colar nos outros, os defeitos que ostentam e praticam a todo o momento.

Estou convencido de que hoje, há muita gente arrependida de não ter votado, ou ter votado em quem o não merece. O fenómeno Marinho Pinto vai ter consequências. Mais alguém o seguirá.

Esta Europa e esta direita já deram cabo do país. A chanceler até já quer diálogo. Onde é que eu já ouvi isto! E ainda continua a fanfarronice dos que julgam que alguém ouve os seus conselhos.  

Quanto aos resultados propriamente ditos, a desculpa é, como se esperava, perderam por poucos. Mas daí até considerarem que quem deu o trambolhão foram os outros, só dá para ver a cara deles.

A grande verdade que estas eleições revelam é o tremendo abismo de que nos aproximamos. Por culpa dos que não sabem perder. Mesmo quando já mostraram que não sabem o que devem fazer.

 

 

 

25 Mai, 2014

VITÓRIA!...

 

 

Hoje, dia 25 de Maio, não se passou nada de extraordinário em Portugal. Houve alguns portugueses que foram a votos. Outros houve, que foram aonde lhes apeteceu. Nada de novo, portanto.

Todos os partidos cantaram vitória. Quer isso dizer que estão todos de parabéns, até porque, mais uma vez, os que foram votar, contribuíram para que os potes partidários se abastecessem.

Assim sendo, este vinte e cinco de Maio, foi um dia em que os portugueses se sentiram muito felizes. Provavelmente, a partir de amanhã, essa felicidade será sentida com muito mais intensidade.

 

 

 

 

 

Que ricos tempos estes. Já não me bastava ter um gestor de conta no banco onde tenho uns patacos. Sei agora que há um concidadão que me aconselha (só?) a colocar a cruzinha onde ele entende que é bom.

Falta-me saber os pormenores dessa transação pois, nem ele nem eu, anda nesta cruzada apenas para praticar boas ações. Ele como benemérito e eu como carenciado. Se assim fosse, eu agradeceria.

Mas, desconfiado como sou, vejo no meu gestor de voto um empregado ao serviço de alguém, tal como o meu gestor de conta. Logo, depois de lhe entregar o meu voto, deve vir a fatura respetiva.

Obviamente, com número de contribuinte, pois ele não é dos que foge a nada. Nem precisava. Até por uma questão de fidelidade. E de lealdade. No entanto, ainda vou perguntar-lhe pela tabela de preços.

E, já agora, vou também tentar que me esclareça quais as suas habilitações para o desempenho da profissão de gestor de voto. Não vá acontecer que eu saiba tanto ou mais que ele sobre a matéria.  

A gente já vê por aí tantos profissionais que fingem saber tudo, que tem de se pôr a pau. Quando pagamos queremos ser bem servidos. E então nesta questão de dar o voto, quando há tantos a pedi-lo.

De qualquer forma não quero correr o risco de ser ingrato ou mal- agradecido. Até pode acontecer que o meu gestor de voto tenha pretendido, simplesmente, ajudar-me graciosamente. Obrigado.

Retribuindo a simpatia, aproveito para lembrar ao meu gestor de voto que hoje é dia de reflexão. Precisamente, para se não cometerem precipitações. Oh homem, reflita, que ainda vai a tempo.

 

 

 

23 Mai, 2014

PERDÃO!... CHEGA.

 

 

Estou em período de nojo. Hoje tentei ver mais televisão do que é costume. Azar o meu, pois tive duas grandes deceções logo no início da minha ronda pelos diversos canais. E fiquei mesmo enjoado.

Em primeiro lugar porque só encontrei espanhóis, autocarros espanhóis, comboios espanhóis, aviões espanhóis, hotéis e ruas cheios de espanhóis. Até tenho admiração por espanholas, mas …

Em segundo lugar, só encontrei Sócrates. Isto quando as televisões mudavam de agulha, dos espanhóis para aqueles portugueses que se desunham para dar o fora com rendimento máximo garantido.

Ele há cada um… A gente olha para a cara deles e alguns metem medo. Sobretudo, há os que metem medo a eles próprios com os seus esgares, com os seus medos próprios, dos seus ‘inimigos’.  

Mas também há alguns que metem medo com a sua argumentaria, para ver se o pagode vai no engodo e, a tremer, lhe entrega o voto. E eu a ver tudo isto, como se fosse um pacóvio que acredita em tudo.

Não tardou que agredisse violentamente com um murro, a mesa onde me encontrava. E, mentalmente, para não assustar ninguém lá em casa, soltei um impropério de se lhe tirar o chapéu.

Só não atirei com o comando ao televisor porque tive um momento de alguma lucidez, ao lembrar-me que entrava em despesas. E lá me veio ao pensamento aquela coisa que nos esfola, a chamada crise.

Mas, zarpei dali para sítio mais seguro. Isto é demais para mim. Às vezes chego a pensar que talvez fosse melhor para mim, acreditar mais no que oiço. Por exemplo, num mentiroso a falar verdade.

 

 

 

22 Mai, 2014

O PS JÁ PERDEU

 

 

As últimas sondagens publicadas dão o PS como vencedor das europeias com quatro a sete pontos percentuais sobre a Aliança Portugal. É de salientar que o PS e Sócrates são a Aliança Oposição.

Esta coisa das alianças tem que se lhe diga. Se realmente houvesse uma Aliança Portugal, ela teria de ter características de uma União Nacional. Quando muito esta, será uma Mini Aliança Nacional.

Quem está à frente nas sondagens é a Aliança Oposição, constituída efetivamente pelo PS e Sócrates. Mas, não pode ignorar-se que há uma Grande Aliança, que engloba todas as outras forças políticas.

Só que as sondagens não fazem essa destrinça. O PS, com Sócrates ou sem ele, ganharia seguramente ao PSD. Pode vir a ganhar à união do PSD com o CDS. Mas perde perante a união da Grande Aliança.

Esta, só não engloba a extrema-direita portuguesa porque ela se escondeu em qualquer lado. Já tenho ouvido dizer que os extremos se tocam. Se assim for, admito que as extremas também se juntam.

Dizem as mesmas sondagens que a diferença é mínima entre o PS e a aliança. Eu diria que a diferença é abismal, mas ao contrário. A grande aliança quase esmaga aliança oposição. Estas sondagens…

Agora, se compararmos os resultados anteriores da mini aliança e da aliança oposição, com o que se prevê para agora, então a mini está a ficar micro. Por muito que se queira fazer vista grossa à realidade.

Deixando de parte as sondagens e as suas leituras e interpretações, esta campanha vale pelo peso de dois factos. Em Portugal não há mentirosos. Há Sócrates. Não há extrema-direita. Só esquerda.

Portanto, alegrem-se as hostes de todas as alianças. No domingo haverá motivos para todos festejarem. E um governo que sairá bastante reforçado. Ah! E um presidente feliz por estar tudo bem.

 

 

 

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