CHAVÕES E CAMALEÕES
Segundo julgo saber, chavões são chaves grandes que, pela lógica, devem servir para abrir portões. Tanto podem servir para ser usados por grandes homens ou mulheres, como por pequenos camaleões.
Só que os camaleões não podem sequer com um chavão, quanto mais ter força para o usar e abrir portões ou portas a que nem pode pensar em aceder. Por mais que mude de cor e de ideias.
Transportando gente grande e camaleões para a política, depressa se verifica que as pessoas até podem meter um ou outro chavão nos seus discursos. Os camaleões nem sabem meter uma palavra sequer.
Aliás, os camaleões nem têm dimensão para sair do deserto, e não apenas do deserto de ideias. A política do deserto, é a prática da aridez escaldante do sol do dia e do gelo entorpecedor das noites.
Quando me apercebo de que um camaleão pretende fazer um ataque ao discurso de um grande homem, logo me vem à ideia o vazio dos fundamentos que julga sobrepor ao vazio da sua mente.
Uma das diferenças entre um camaleão e um grande homem é, antes do mais, a sua dimensão física. Nunca um camaleão pode tentar pisar um homem. Mas, corre o risco de ser pisado por toda a gente.
No entanto, tem a seu favor, a faculdade de mudar de cor a todo o momento, consoante os perigos que julga ver à sua volta. Réptil, catavento, ou pessoa volúvel. Pode ser tudo, menos gente à séria.