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afonsonunes

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Os pobres dos eleitores andam baralhados com tanta gente a querer enganá-los. Mas, acabam de por os seus receios de molho. Sem que tivessem de fazer por isso pois, subitamente, surgiu o seu provedor.

Acho de uma coragem sem limites alguém meter-se numa tarefa tão desgastante como é a de provedor do eleitor. É mesmo um ato de humanidade, defender votantes estúpidos, ignorantes e distraídos.

Como diria o Zé das Pipas, que vem de Bruxelas a Lisboa, gasta o governo uma pipa de massa com eleições e depois as votações são sempre uma montanha de disparates devido aos enganadores.

Até já dizem que foi assim nas últimas legislativas. Outro engano. Mas isso não acontecerá mais. O provedor do eleitor está aí, atento, generoso, justo, sabido, isento e tudo o mais que releve a sua causa.

Apostaria que ele pretende, nas suas intervenções, seguir a rota de verdade de Passos e companhia, tal como o fez ontem, dizendo que o Zé das Pipas e a sua gente, salvaram a União e todos os seus fracos.   

Aposto que o provedor do eleitor também gostaria de dizer: ‘que se calem os que…’ andam a enganar, como eu, os frágeis eleitores. É claro, digo eu, que Passos e Zé das Pipas não enganam ninguém.

O mesmo se pode dizer de alguns dos seus autoproclamados provedores de qualquer coisa. Pois qualquer coisa que eles escrevam, é mesmo para se dizer alto e bom som aos pobres e surdos eleitores.

Da minha parte, o senhor provedor do eleitor, terá os mais rasgados elogios e até o apoio que julgue útil exigir de mim. Às suas ordens, senhor, pois sentir-me-ei extremamente honrado, colaborando.

Nem todos os provedores me têm cativado a simpatia. Mas o provedor do eleitor, meu estimado vizinho, é um caso especial. Pode não perceber patavina de eleitores. Mas, de eleitos, sabe demais.

 

 

 

30 Jul, 2014

INSPIRAÇÃO

 

 

Como é normal, também eu tenho as minhas fontes de inspiração. Desta vez fui até à Turquia à procura de um governante que, pelos vistos, bem merece uma visita, a troco de bons conselhos de estado.

Não quero, contudo, falar só das mulheres e da sua honra nos termos em que o turco o fez. Vou mais longe e ponho a questão em relação ao estado, que bem precisa de bons conselhos. E rapidamente.

O vice-primeiro-ministro já teve conhecimento da doutrina mulheril do seu colega turco. Pois bem, mesmo sendo homem, deve seguir à risca o que ele quer para elas. Não deve rir em público. É muito feio.

Mas, pode ir um pouco mais longe, porque o seu ajuizado colega também previne que as telenovelas promovem a decadência. Ora nós, logo o nosso vice, temos uma forte tendência para as fazer. 

Agora, onde o vice turco é mais clarividente, embora muito redutor, é no entendimento de que as mulheres devem proteger a sua honra. A dele está protegida, mas a honra de muitos governantes não está.

Temo bem que a mensagem do vice turco não seja compreendida na plenitude do seu alcance. Os seus desejos são ordens. E pode acontecer que, por cá, não se permita que os homens chorem.

Pois admito que a sensibilidade do nosso vice se sinta afetada por quem chora e por quem perde o riso, retirando-lhe a sua saudável vontade de rir. De qualquer modo, não estará em causa a sua honra.

Provavelmente, os vices de todo o mundo são um misto do vice português e do vice turco. Sempre inspirados no que dizem e muito preocupados com o que os outros fazem. Inspiração de vices.

 

 

 

28 Jul, 2014

VIAGEM AO RATO

 

 

A política portuguesa entrou numa de tranquilidade tal, que até parece que a maioria dos portugueses já se rendeu às vibrantes ideias de Seguro. Sobretudo, depois que Costa começou a repeti-lo.

Que não venha a direita dizer que o governo já conquistou o silêncio da maioria dos portugueses. Ou que toda esta tranquilidade que se respira neste momento, se deve à antecipação das tréguas de agosto.

Nada disso. Seguro prometeu no último congresso que iria ter maioria absoluta e vai ter mesmo. Daí que Costa devia estar calado, pois se Seguro já teve 32%, Costa ainda não passou dos 0%. Óbvio.

É assim que se pensa no Rato. E é assim que os portugueses já veem o próximo novo primeiro-ministro de Portugal, António José Seguro a destronar Pedro Passos Coelho. Em nomes, empate a três. Que fino.

Mas o António vence claramente o Pedro depois de ter derrotado estrondosamente o outro António. Um Pedro no meio de dois Antónios não tinha como ganhar. Seguro é forte entre dois fracos.

Costa vai ter de desistir da sua campanha por falta de assunto. Seguro já disse tudo o que Costa queria dizer. E já provou que vai fazer tudo o que não prometeu. Costa não iria à ratoeira como ele.

No entanto, Seguro é extremamente generoso e amigo dos seus melhores adversários. Daí que, sem prometer nada, já esteja a pensar em Costa para lhe ir lembrando o que ambos fariam no Rato.

É por esta e por outras que o país está tranquilo. O governo não governa, o que é bom. Marques Mendes e Marcelo vão dizendo o que se faz e o que fica por fazer. E já ninguém desmente Sócrates.

Eu diria que é uma pena se um dia esta tranquilidade tem um fim. Sim, tudo indica que no dia em que Seguro lá chegue, o povo vem à rua fazer uma festa de arromba. Com Pedro, Mendes e Marcelo.

 

 

 

27 Jul, 2014

A FUTURA CPLC

 

 

A atual CPLP começa a ficar cada vez mais deslinguada, dado que a própria língua portuguesa se vai enchendo de sons que os ouvidos dos portugueses legítimos só com muita dificuldade reconhecem.

Por outro lado, cada vez mais portugueses vão para todo o mundo e não têm outro remédio senão trocar de língua. Também os residentes, têm de perceber quem chega aqui com a língua perra.

Falar português no turismo Algarvio ou nos bons hotéis de todo o país é uma raridade e uma complicação. Até há quem tenha de se desenrascar a toda a hora com o simples e prático ‘portunhol.

Vários países da CPLP não dão uma para a caixa. E mesmo assim são muito elogiados por dizerem que falam o que não falam. E por dizerem que irão fazer o que nunca farão. Com apoios ou sem eles.

Portugal está mais interessado em que esses países sejam ‘petrolistas’ ou pechinchistas, pois os negócios não têm língua. Venha de lá petróleo e venham para cá compradores de muitos milhões.     

Nesse sentido, a CPLP está arrumada. Lá virá o dia em que nós, portugas inteligentes e exigentes, teremos que aderir à CPLC – Comunidade dos Países de Língua Chinesa. Ou à CPLGE. Pois, essa mesmo.

 

 

Cherne pescado em Portugal foi para a UE e logo congelado, prevendo-se então que as necessidades do seu consumo podiam não acontecer tão cedo. Houve logo quem não mostrasse apetite por ele.

Acontece que o prazo de validade da sua congelação nunca foi controlado, acabando por ficar em estado de quase putrefação. Finalmente vai ser removido, não se sabendo ainda bem para onde.

Como é de origem portuguesa, já temos cá quem o considere mal-empregado para ir fora. O problema é, se ele está intragável para a europa, quem se disponibilizará aqui para lhe meter o dente. Eu não!

Até porque temos cá muitos carapaus de corrida, fresquinhos como alfaces, que se andam a bater ao piso, realçando os insucessos de um cherne fora de água e de uma comissão que sempre só falou alemão.

Ora não faz sentido que quem nunca falou português na comissão, venha agora tentar falar alemão em Portugal. Disso já nós temos muito por cá. E muito bem preparados para falar alemão na europa. 

Daí que já se fale em alguns bons e algumas boas como candidatos a comissários. O sucessor do cherne bem pode levar mais. Talvez até tenha vagas para um governo inteiro. Mas não mande peixe para cá.

Para quem não pode passar sem cherne, mesmo em mau estado, recomenda-se o carapau de corrida nacional com um molho alemão, do tipo de pó de ir diretamente ao forno ou ao tacho. Provem.

 

 

 

25 Jul, 2014

FAMÍLIA

 

 

Estou um bocado baralhado com o que oiço sobre novos conceitos de família e modos de a proteger, ou talvez não. Tradicionalmente, os filhos, logo que tivessem idade e condições, iam trabalhar.

Até para proteger os ascendentes que deixavam de o fazer pela idade, ou pela falta de saúde. Esta era a melhor forma de proteger a família. Não é tirar de umas famílias para dar a outras, sem critério.

Sem saber quais delas realmente precisam e sem ver se estas não estão a ver-se ainda mais sacrificadas para ajudarem as que menos precisam. É o caso de baixar impostos a umas e aumentá-los a outras.

Só por se ter ou não ter filhos. Tantos avós sustentam filhos e netos com os seus magros proventos. Que os podem ver reduzidos a fim de dar benefícios a quem tem bons rendimentos. E têm belos animais.

Hoje, há famílias que gastam balúrdios com o sustento e trato de animais de estimação. Como têm filhos, vão ver os seus impostos reduzidos. E o viúvo ou a viúva, cuja única companhia é um gato?

Não está em causa o carinho que devemos aos animais de estimação, mas a simples comparação com o despudor da ausência de direitos que são sonegados a pessoas que a sociedade atual hostiliza.

A melhor forma de defender a família é garantir que ela tenha condições para orientar a sua vida com trabalho, criatividade e união. Não é dar-lhe esmolas como regalias, ou benefícios misericordiosos.

Direitos são direitos, favores são favores e discriminação, positiva ou negativa, pode ser crime. A família é constituída por pessoas a quem deve ser garantido que tenha como meta criar a sua própria defesa.

 

 

 

 

 

O bacalhau salgado tem de estar de molho uma infinidade de tempo até poder meter-se no tacho para que possa meter-se-lhe o dente. Salgado sempre foi intragável, mas o insonso é um desconsolo.

Há já algum tempo que os bancos se tornaram numa pilha de sal para as pessoas que tiveram a desdita de recorrer a eles, mas também para aqueles que nem lhes passavam à porta. Mas tiveram de entrar.

Sim, tiveram de entrar com o dinheiro que os salgados fizeram sair. E que a justiça não foi capaz, ou não o quis ser, de fazer regressar às origens. Ao que parece, houve muitos salgados nesta bacalhoada.

Diz-se que ela, a bacalhoada, já vem do BPN. Mas anda tudo à solta. Sem indícios de necessidade de por o bacalhau de molho. Como o Vale e Azevedo. O único que a justiça tem mesmo de ter de molho.

Justiça que se desfaz em energias na procura de sonsos que possam vir a disfarçar os relaxamentos mal disfarçados com os salgados. Nem os insucessos levam a fazer procuras em locais de êxitos garantidos.

Claro que há salgados que já foram à justiça. Alguns já fizeram por lá umas estadias fugazes como relâmpagos. Em contraste com sonsos que tiveram de ser expulsos por revelarem falta de sal nas análises.

Tal como vão as análises na saúde, também as análises da justiça, estão a encobrir muitas doenças. Os salgados vão-se salvando, enquanto os sonsos vão ficando internados. Até que morram.

 

 

 

23 Jul, 2014

HOMENS

 

 

Independentemente da altura, da idade e do peso, quando se fala de homens, pressupõe-se estar a falar dos portadores de cérebro normal, que permite tomar atitudes normais e decisões consensuais.

Distinguem-se claramente dos homenzinhos, ou dos homenzitos, os quais, por qualquer motivo, não atingiram a craveira normal, mesmo quando os colocam, ou se colocam, com os pés em cima do estrado.

Ontem ouvimos falar muito de dois homens que surpreenderam, ao sentarem-se lado a lado, a falar sobre temas políticos fraturantes, em que se mostraram convergentes, apesar de opositores naturais.

Só por isso, logo vieram a público os homenzinhos, para quem essas aproximações são uma traição às habituais caturrices de que se alimentam para viver. Dois homens sob fogo da rapaziada da ira.  

São dois homens com larga experiência política, ao contrário de rapazes, e até de alguns velhinhos, que nunca souberam o que é falar de coisas sérias. Muito mais sérias que as suas disputas aberrantes.

Dois homens que se colocam muito longe das estúpidas guerras norte/sul e olham o seu país, no qual os portugueses querem apenas que haja quem os olhe como gente crescida, adulta e respeitada.

Quando os homenzitos se penduram no poder, logo veem ameaças em tudo o que seja alterar o que julgam ser a sua segurança. Nem que ela signifique por em risco a segurança de um país inteiro.

Costa e Rio falaram de coisas que atualmente ninguém julga possíveis enquanto o poder estiver como está agora. Mas mostraram que há quem seja capaz de derrubar barreiras que parecem intransponíveis.

Não há o país do norte e o do sul. Não há um país de doentes com ‘laranjite’, outro país sofrendo de ‘rosite’. Pode haver um país onde caibam homens grandes e pequenos. Mas, cada um no seu lugar.

E o lugar dos homens grandes é comandar os homens pequenos e não serem comandados por eles. Falar de homens é o mesmo que falar de mulheres. Mas sempre de grandeza, competência e isenção.

 

 

 

22 Jul, 2014

OS TRÊS ESTADOS

 

 

O presidente, o governo e o governador são os três expoentes máximos do estado sólido em que o país se encontra. Há outros sólidos, mas a sua influência fica muito dependente e aquém destes.

Não admira pois que os sólidos apregoem solidez por todos os poros. Os bancos são sólidos mas precisam de ir buscar um outro banco ao estrangeiro, para a missão de consultadoria. Com tantos que temos.

Sim, temos muitos e bons a ganhar balúrdios precisamente por isso. E até temos do melhor, um português, num grande banco de Londres. Mas não é esse banco que virá salvar o nosso sólido BES.

Só pode ser alemão, penso eu. Talvez parente da chanceler, digo eu. E afirmo eu, que será mais sólido que o bloco português. O bloco dos três e não dos dois. Porque o nosso trio da solidez não é comparável.

Estado líquido é que não temos. Mas temos os ilíquidos ‘drunks’ que veem tudo a dobrar na hora de empinar mais um. Tudo fiado, à boa maneira de quem já não pensa, senão em pôr os outros em seca.

A estes dependentes do estado líquido, normalmente, de elevados teores de álcool, antes ou depois de decisões importantes, sugeria uma receita muito simples. Consumam cerveja que é mais diurética.   

Mas, também temos o estado gasoso. Que se manifesta de várias maneiras, algumas delas bem conhecidas. O gasoso palrador e o gasoso ruidoso, com libertações superiores e inferiores. Um pivete.

Poderia acrescentar estados de alma, estados de espírito, estados de coma, etc. Temos políticos para todos os estados. Alguns têm bons jipes para levar a papelada para férias. Estou a vê-los exaustos.

Principalmente, aqueles que até as férias passam em coma induzido. O trabalho excessivo dá-lhes para isso. Depois, os assessores e os consultores, gozando de outros estados, repousam de papo cheio.

Portugal é um país em estado sólido. Os portugueses andam em estado de choque devido ao forte impacto da transição do estado faminto, para o estado de excesso de coelho. Sem lhe darem cavaco.

 

 

  

21 Jul, 2014

SEGURAMENTE

 

 

O Presidente da República tranquilizou hoje os portugueses dizendo ter a garantia de que a supervisão do Banco de Portugal foi exemplar. Por mim estou tranquilo até porque não tenho lá um cêntimo.

Ainda bem que o presidente falou lá de tão longe, dada a intranquilidade que reina por todo o lado. Principalmente, pelo lado dos sagrados mercados, tão respeitados e tão temidos por cá.

Dada a autoridade do presidente na matéria, creio firmemente que os terá acalmado, embora já não tenha a mesma certeza em relação aos portugas que desconfiam de toda a gente. Sem qualquer razão.

Veja-se que o governo todo já fez o mesmo. O Banco de Portugal não se cansa de o dizer. Tal como o garantiu ao presidente que acreditou plenamente na palavra do responsável pelo que lá se passa.

Aliás, se algo tivesse corrido mal na supervisão, o responsável seria o primeiro a confessá-lo. E imediatamente. É assim que estamos habituados e não temos motivo nenhum para duvidar de ninguém.

Mas alguém está a duvidar de quem tem dúvidas. Cá para mim são todos aqueles que não se cansam de proclamar a ausência de perigo. Se não existe porque não se calam? Andam por aí sombras do BPN.

Seguramente que paira sobre muita gente o espectro de que se façam confusões. Legítimas ou especulativas. Atiraram-se tantas pedras ao ar que se começa a olhar para cima. Telhados de vidro.

 

 

 

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