O PROVEDOR DO ELEITOR
Os pobres dos eleitores andam baralhados com tanta gente a querer enganá-los. Mas, acabam de por os seus receios de molho. Sem que tivessem de fazer por isso pois, subitamente, surgiu o seu provedor.
Acho de uma coragem sem limites alguém meter-se numa tarefa tão desgastante como é a de provedor do eleitor. É mesmo um ato de humanidade, defender votantes estúpidos, ignorantes e distraídos.
Como diria o Zé das Pipas, que vem de Bruxelas a Lisboa, gasta o governo uma pipa de massa com eleições e depois as votações são sempre uma montanha de disparates devido aos enganadores.
Até já dizem que foi assim nas últimas legislativas. Outro engano. Mas isso não acontecerá mais. O provedor do eleitor está aí, atento, generoso, justo, sabido, isento e tudo o mais que releve a sua causa.
Apostaria que ele pretende, nas suas intervenções, seguir a rota de verdade de Passos e companhia, tal como o fez ontem, dizendo que o Zé das Pipas e a sua gente, salvaram a União e todos os seus fracos.
Aposto que o provedor do eleitor também gostaria de dizer: ‘que se calem os que…’ andam a enganar, como eu, os frágeis eleitores. É claro, digo eu, que Passos e Zé das Pipas não enganam ninguém.
O mesmo se pode dizer de alguns dos seus autoproclamados provedores de qualquer coisa. Pois qualquer coisa que eles escrevam, é mesmo para se dizer alto e bom som aos pobres e surdos eleitores.
Da minha parte, o senhor provedor do eleitor, terá os mais rasgados elogios e até o apoio que julgue útil exigir de mim. Às suas ordens, senhor, pois sentir-me-ei extremamente honrado, colaborando.
Nem todos os provedores me têm cativado a simpatia. Mas o provedor do eleitor, meu estimado vizinho, é um caso especial. Pode não perceber patavina de eleitores. Mas, de eleitos, sabe demais.