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afonsonunes

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31 Ago, 2014

EFABULAÇÕES

 

 

O país dos fabulosos sempre vibrou delirantemente com as suas fábulas de conveniência, notoriamente, com mais relevância, sempre que se avizinham decisões que podem tocar-lhes na sua boa vidinha.

Vivem agora a fábula do Segurinho e do Costão. O coitadinho e o mauzão. É curioso que os não fabulosos vivem outras fábulas. A fábula do coelhinho assaltante, do Paulinho irritante e de um outro.

Como é que a gente mede estas coisas. Os fabulosos e os seus agentes, que dominam os jornais, escrevem longas crónicas com as suas fábulas de sentido obrigatório. E é se querem lá continuar.

Por sua vez, os seus leitores, nos espaços reservados aos seus comentários, contrapõem outras fábulas bem diferentes e, não raras vezes, com boas ou más maneiras, lá lhes deixam os seus rancores.

As fábulas, normalmente, baseiam-se em dúvidas por eles criadas. As certezas, que não são fábulas, são cuidadosamente ignoradas, apesar de estarem desde há muito na ordem do dia da atualidade falada.

Quando aparece um dos do rebanho a propalar umas fábulas mais sonantes, duvidosas ou mentirosas, logo essas coisas são repetidas até à exaustão por tudo quanto é sítio, como notícias fabulosas.

Ao contrário, não comentam todas aquelas novidades bem amargas, que provêm das bocas não amansadas, embora de gente que pasta no seu rebanho, mesmo as das origens das suas constantes fábulas.

Nunca o poder conseguiu assaltar com tanta eficácia, tudo o que é tacho neste país. Em tempos não muito longínquos, essa tachada era negociada e distribuída pelos do poder e da oposição. E agora?

O que era mau, tornou-se péssimo. O que era só para os amigos, agora é só para os que sabem a arte de bem assaltar os escolhidos. No entanto, sempre sob a proteção dos que podiam e deviam falar.

A verdade não se esconde, embora seja disfarçada. As fábulas de ontem não abafam, nem invalidam, a triste realidade que o país vive atualmente. Os sérios assaltantes de ontem, são os mesmos de hoje.

 

 

 

30 Ago, 2014

SEGURO DE BICICLETA

 

 

Foi divulgada hoje uma foto de Seguro em cima de uma bicicleta no dia em que andou pela Póvoa de Varzim e Vila do Conde a demonstrar que é o melhor do mundo. Mas não com a bicicleta.

Nessa foto, a cara dele demonstra uma grande insegurança. Secundada pela atitude do homem que ri de gozo ao empurrar Seguro, com a mão no selim, ou perto dele. Uma imagem segura.

Mas, na mesma foto, pode ver-se a galhofa estampada nos rostos de quem assiste à cena. Foi ali, precisamente naquele momento, que Seguro tirou o partido da lama. Expressão dele, nessa digressão.

Ficou-me a ideia de um país, no futuro, cheio de aprendizes de guiar bicicletas. Não cheguei a perceber se ele pretendeu replicar a Passos, que viajou de Paris para Lisboa ou vice-versa, em avião low cost.

Se assim foi, Seguro bateu Passos. Até porque Passos, segundo ouvi dizer, só com seguranças, precisa de metade da lotação do avião. É barato, mas o problema é a quantidade de bilhetes que ele necessita.

Também ouvi dizer que, no mesmo avião viajou Sócrates, mas este em classe executiva. Para alguns, um escândalo. Passos e Seguro, bem podem criticar esse luxo, de quem só devia viajar de burro.

Claro que Sócrates paga do bolso dele e, ao que dizem, ganha bem. Mas, se Passos vai a Paris como PM, Seguro, quando for PM, não vai ter tempo para o ser. Ir às capelinhas todos os dias e de bicicleta…

Obviamente que Passos não podia ir a lado nenhum de bicicleta, pois podia parecer o pelotão da Volta a Portugal. E a beira da estrada seria um perigo incontrolável. Seguro ainda pode. O povo até se ri.

 

 

 

 

Estava tentado a dizer que mais gostas de mim, contradizendo embora, o sentido do dito popular, que põe o gosto pela pancada em quem a leva. Mas tu, criatura, adoras bater em quem te realiza.

Que serias tu, se não tivesses um bombo de festa que te ocupa e te entretém. Quem tão bem se sente realizado como tu, não pode ser contrariado, sob pena de se cometer o hediondo crime de violência.

O teu bater tem graça, até porque é um bater sem dor, que mais se assemelha a um ato de amor, geminado com um sentimento de culpa por não sentires uma retribuição conseguida com a verdade real.

O meu papel nesta badalada toda, é de simples intérprete de uma relação que parece de amor e ódio. Mas o ódio ficou lá fora, porque eu não gosto dele, repudio totalmente falar dele, mesmo do alheio.

Mas não ignoro que ele é o ópio de muitos justos, sinceros e amantes daquela verdade que já não se usa. Daí que o badalem, não aos quatro ventos, mas aos quatro-cantinhos das suas efabulações.

Quanto mais me bates mais gosto de ti. Quanto a ti e aos teus bons princípios, só me ocorre que quem desdenha quer comprar. Sim, comprar a simpatia que julgas obter por essa via. Mas olha o desdém.

Não sei a que propósito me veio hoje esta veia de badalo. Não tinha nada, nadinha mesmo, para que estes amores, com ou sem pancada, com gostos ou desgostos, fossem motivo de tanta badalada.

Daí que vá dormir de imediato, pois já estou com receio de que tenha escrito isto com os olhos semicerrados. Ou que tenha, caído em alguma efabulação degenerada. Sem ter nada a ver com isto.

 

 

 

 

 

 

28 Ago, 2014

BESTAS

 

 

Já não basta a fome, a miséria, as injustiças, os atropelos a todos os direitos da pessoa humana. Já não basta que circulem impunes, todas as bestas causadoras. Depois dessas, ainda há as bestas que matam.

Sobretudo, que mandam matar sem olhar a quem. Às dezenas, às centenas, aos milhares. Durante dias ou meses, sem vacilar, como quem está a matar coelhos numa coutada. Sem pagar entrada.

É o que está a acontecer em vários países. Invadidos, ocupados ou revoltados. Quando tudo está destruído e os mortos enterrados, ou soterrados, subitamente, querem conversar, querem cessar-fogo.

Depois, armados em vítimas ou em bons matadores e destruidores, apelam à comunidade internacional para que ajude a reconstruir cidades e aldeias. Depois de esquecerem as vidas que não voltam.

Porque começaram essas matanças? Porque não as pararam antes? Porque não conversaram sobre as suas consequências a tempo de as evitar? De lógico, no meio disto, é óbvio que as bestas não pensam.

E, infelizmente, o mundo apenas faz apelos à paz, ao bom senso dos contendores, ou dos agressores mas, no fim, todos ficam felizes. E amigos como dantes. O que passou, passou. Quem morreu, morreu.

No mundo da política suja, quase já não há outra, também abundam as bestas que só admitem o que têm na imunda cabeça. Para eles, o lixo está na dos outros. Depois, estranham as guerras que provocam.

 

 

  

27 Ago, 2014

LÁ VAMOS NÓS

 

 

Estamos a caminho de mais um ato eleitoral, desta feita para as legislativas do próximo ano. Quase ia dizer que se trata de um momento importante, mas arrependi-me a tempo. Tempo perdido.

Como é de tradição, ninguém vai ganhar, nem ninguém vai perder. Porque ao fim de quatro anos, já ninguém se lembra de nada. Principalmente, do ocorrido neste glorioso período. Memórias curtas.

Apareceram agora alguns reformados, outros nem tanto, a clamar por reforma do sistema eleitoral. São manifestantes entusiasmados com o manifesto que inventaram e divulgaram. Sem me consultar.

É óbvio que não se tira a chupeta à criança assim de repente. Já se sabe que ela chora e até faz uma daquelas birras… Daí que me tenha lembrado de criar outro manifesto muito mais interessante. Creio eu.

Este ano foi batido o recorde de apresentação de orçamentos retificativos. Uma chatice e uma pura perda de tempo. Sobretudo, uma trabalheira para um governo que já tem tanto trabalho. Inútil.

O meu manifesto resolve esse problemão, com um ‘probleminha’. Todos os retificativos têm de ser precedidos de eleições. Assim, tão simples como a memória de galo de quem julga que já as ganhou.

Claro que essas eleições nunca seriam primárias nem secundárias. Nem tão pouco ordinárias. Muito menos extraordinárias. Teriam de ser mais definitivas que o desejo e vontade dos bons provisórios.       

Mas há mais. Como o retificativo, normalmente, é para retificar uma, ou mais burrices, ou asneiras, ou trapalhadas, o seu responsável fica automaticamente de fora das eleições. Vai estudar para bem longe.

O meu manifesto tem mais umas coisitas menores, como seja a liberdade de ninguém mais, além de mim, o assinar. Quem quiser ficar de fora que se lixe. Depois não venham dizer que eu não disse.

 

 

 

25 Ago, 2014

LUZES E CULTURAS

 

 

Estava tudo a correr tão bem, com a tempestade a rugir lá para os lados do Rato, enquanto o anti ciclone assentava arraiais nos quatro polos do poder. Subitamente, apareceu mais um contra poder.

Já não bastavam os incompetentes, corruptos e malandros do Rato, e os irresponsáveis oportunistas que armam as ratoeiras, para atrapalhar tudo o que de bom tem sido feito. Eis que chega outro.

Que só pode ter sido enviado às escondidas pelo Palácio Raton. Que também, pela semelhança do nome, deve ter muito a ver com Rato. O recém-chegado, podia ser o Palácio dos Défices. Contra poderes.

É bem verdade que sempre que tudo corre bem, logo aparece a inveja, com as suas ramificações, tipo tentáculos, a denegrir o que é branco, que mais branco não há. Os dados são bons, ponto final.

E a origem desta brancura, sobrepõe-se a todos os ratos e associados, bem como às respetivas ratoeiras armadas internamente, ou infiltradas de outras proveniências. Mas, a origem não engana.

Em primeiro lugar a S. Caetano à Lapa, fonte de alva competência e responsabilidade, onde tudo é transparente, sério e competente. De oportunistas, nem sombra. É daqui que emana o progresso do país.

Em segundo lugar, é do Largo do Caldas que brotam jorros de inspiração comedida e discreta, que não se vê à vista desarmada, mas é tão eficaz como uma luz económica ou uma cultura de tomate.

Mas, o país não precisa só de luzes e culturas. Precisa, acima de tudo, de palácios bem frequentados, de onde saiam negócios e exemplos para a Europa e para o mundo. Quais? Sem dúvida, S. Bento e Belém. 

 

 

 

 

 

Que há polícias que são obrigados a proteger ladrões, nas mais variadas circunstâncias, julgo que já toda a gente sabe. Polícias que andam identificados e fardados, segundo as normas regulamentares.

Apesar de não haver normas para o efeito, há ladrões que andam identificados. E há polícias que os guardam, sem que apresentem qualquer identificação. Que se podem confundir com falsos polícias.

A generalidade dos cidadãos está cercada. Os seus movimentos e as suas ideias tendem a ver barreiras erguidas por uns sujeitos que são réplicas de olheiros políticos de outros tempos e com outros nomes.   

Tenho cá uma impressãozinha que destas anomalias resulta que haja muita gente que já não sabe quem são os polícias e os ladrões. Os ladrões não usam fardas, tal como os falsos polícias que os protegem.

Claro que com um pequenino esforço qualquer pessoa normal não cai nessas confusões. E então hoje em que, pela conversa, a gente topa logo quem tem o hábito de querer confundir os incautos.

Sobretudo, porque os ladrões não têm uma morada única. Exceto os que já foram arrecadados pelos verdadeiros polícias, ou andam com uma espécie de coleira numa das pernas. Chamam-lhe pulseira.

Depois, é o costume. Desloca-se a ação das fitas para outras cenas, com outros protagonistas, para outros locais. Tudo vale para confundir. Porque os reis mandam e os soldados batalham.

Acabo por não perceber se todas estas confusões são boas ou são más. Há tanta gente a viver delas e com elas… E bem recompensada, a avaliar pelo que se vê: os ricos, os riquíssimos e os seus afilhados.

 

 

 

 

 

Alguns analistas e alguns autores das habituais bocas foleiras, muito têm inventado sobre estes dois políticos com condições para mudar algo neste país de autores de erros irreparáveis e irrepetíveis.

Porque o país não aguenta por muito tempo o estado atual, e os autores atuais, por mais que muitos se esforcem por minimizar esses dois. Sobretudo, o costa sem rio, devido à sua casa de origem.

O rio sem costa é muito mais ignorado que atacado, talvez pela pretensão de que o silêncio é muito melhor que o mal dizer. A verdade é que rio com costa garante uma conversa fácil e decente.

Qualquer deles, não permitiria que um outro costa, se visse obrigado a descanso forçado, por ter andado a dormir na forma. Coisa estranha. Ainda se fosse por excesso de trabalho a contar pilim.

Costario não é Seguro, mas é muito mais seguro em tudo o que pensa, diz e faz. Riocosta não é Passos, mas tem outra pinta, talvez porque já fez alguma coisa de importante na vida com passos bons.

Costario ou Riocosta não andam certamente a tramar uma diabólica aliança que não seria tolerada pelos seus pares. Mas saberiam respeitar-se o suficiente para não sabotarem o interesse do país.

E é aqui que Passos e Seguro são iguaizinhos. No governo ou na oposição, qualquer deles, farão sempre o possível por neutralizar o outro, através da reprovação de tudo o que vier do adversário.

E é aqui que Costa e Rio, ou Rio e Costa, podiam e podem, iniciar uma nova ordem no relacionamento entre governo e oposição. No relançamento sério de homens sérios na política deste país.

 

 

 

22 Ago, 2014

TOPLESS MINISTERIAL

 

 

Portugal perde competitividade a cada minuto que passa e os portugueses perdem o emprego sempre que dizem que estão mal empregados. Tudo isto tem a ver com a falta de qualidade da cultura.

As portuguesas tinham toda a conveniência em demonstrar que têm mais cultura escultural que a ministra italiana da cultura. E a gente vê isso perfeitamente ao dar umas voltinhas pelas nossas praias.

Tanto barulho à volta do topless da ministra italiana, que até me pareceu que o pouco que vi na fotografia, por baixo do braço dela, não era nada de especial. Mesmo sem topless temos muito melhor.

E não é preciso ir à procura de ministras, nem de secretárias. Nem tão pouco é preciso procurá-las nas praias. Nos gabinetes, nos corredores, na rua ou às compras, é só levantar olhos do chão.

Além da cultura, também tem a ver com a agricultura, onde os homens podiam fazer baixless. Se a ministra mostra da cintura para cima, o ministro podia mostrar o que tem da cintura para baixo.

E quem diz as ministras ou os ministros, diz todas as portuguesas e todos os portugueses, para mostrar à ministra italiana da cultura e ao mundo, que tanto fala dela, que em Portugal há, do melhor que há.     

Portanto, em lugar de andarmos a importar banalidades, podemos exportar artigo que enche o olho. Até porque seria um desperdício andarmos pelas nossas praias à procura de uma italiana em topless.

Mas podemos é copiar e saber copiar as boas ideias que nos chegam lá de fora. Até porque já se pode copiar legalmente e por pouco dinheiro. Mas, espero que se copiem as portuguesas e não a italiana.

 

 

 

 

 

O país já teve de suportar o assalto de vários bandidos ao longo de muitos anos. Mas nunca como agora havia enfrentado uma conjuntura de sucessivos assaltos por parte de um bando de poder.

Tem-se falado muito de polícias e ladrões. Mas o bando verdadeiro e alguns dos seus apoiantes, insistem em ignorar os ladrões e chamar para as suas divagações, imagens de falsos bandidos e falsos assaltos.

O bandido de hoje, seja ele qual for, já não pode esperar que lhe sejam entregues umas simples pepitas de ouro, simplesmente, porque esse, está bem fechado na casa forte do Banco de Portugal.

O outro, o ouro dos anéis, já se foi, tal como já se foi o que foi pedido à troica e que se destinava a resgatar o país de uma suposta banca rota. A verdade é que o país está muito mais roto agora. E a banca…

Pois, a banca, a banca laranja, está ótima, não é? Pois é… Salvou-se quem pôde, e sabemos quem foi, e ficou a ver navios quem não tinha nada a ver com isso. Mas há quem esteja feliz com os seus bandidos.  

E muito mais feliz com as investidas dos seus bandos. Sim, porque me ocorre, assim de repente, que há mais que um bando nesta história. É o bando que assalta e o bando que dá apoio aos assaltantes.

Razão tem o povo nos seus ditos e nos seus ditados. Tão ladrão é o que vai à vinha, como o que fica à entrada. À espera que venham as uvinhas boas e doces. Que são o verdadeiro ouro dos bandidos.

Que, obviamente, ninguém lhes entregou. Porque isso de entregar já lá vai tempo. Agora, bifa-se, limpa-se, arrepela-se. À luz do dia, à vista de toda a gente, porque o bando não tem quem o enfrente de caras.

 

 

 

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