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afonsonunes

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31 Out, 2014

CONDECORAÇÃO

 

Barroso terminou hoje, sexta-feira, trinta e um de Outubro, o seu mandato no cargo de presidente executivo da União Europeia. Hoje mesmo, foi anunciado que vai ser condecorado pelo presidente Cavaco.

Se eu fosse uma pessoa que eu cá sei, diria, qual é a pressa, e repetiria, qual é a pressa? Talvez porque hoje, sexta-feira, é dia de Halloween, portuguesmente falando, dia das bruxas. Mas não, dia de caça às bruxas.

Tendo em conta a pressa na condecoração, justíssima, e o simbolismo do dia de hoje, deve também haver pressa excecional na execução do evento. Ora, amanhã é sábado, dia de todos os santos. Dia não útil, mas simbólico.

No dia seguinte, domingo, é dia de finados. Dia não útil, mas cheio de simbolismo negativo. É de crer que, por motivos adversos de calendário, não deva ocorrer já, a urgente e mais que justa distinção a Durão Barroso.

Pena não ter sido hoje, coincidindo com a data que ficará para a história da união. Mas, sobretudo, para as histórias que Barroso poderá contar no futuro, a quem o quiser ouvir. Mas, já foi boa, a comunicação de hoje.

É verdade que ele vai ter muito tempo para todas as homenagens e distinções que os nacionais quiserem vir a prestar-lhe. Incluindo as condecorações. Vendo bem as coisas, ele não é um entre todos os santos.

Mas, também não é nenhum finado, para se rezar por ele em dia de condecoração apressada. Portanto, vamos aguardar serenamente, pois o que tiver de ser, será. E o que tem de ser tem muita força. Haja calma.

30 Out, 2014

PORREIRISMOS

 

O mundo dá muitas voltas e os gajos porreiros de ontem, passam a ser beras de um momento para o outro. Enquanto os beras, com o passar do tempo, ficam porreiros, a ponto de se lhe passar a mão pelos ombros.

O cherne da Europa disse agora que sempre apoiou o Pinóquio português. Sempre, até receber ordens em contrário, obviamente. Os tempos do, porreiro, pá, eram de sintonia e amizade. Porreiro, não é qualquer um.  

Pressupõe-se, no caso, que porreiros eram os dois. Porque os porreirismos de então, só podiam derivar de uma comunhão de objetivos e interesses. Depois, o porreiro europeu, foi obrigado a trocar apoios por empurrões.

Hoje, o Pinóquio está numa fase de recuperação, no que toca à imagem. Ainda não é tão porreiro como foi em tempos. Mas já não é tão Pinóquio como quiseram que ele fosse. Hoje, para muitos, há mais beras que ele.

Tenho uma curiosidade que não deixa de me moer o juízo de vez em quando. Publicam-se tantas sondagens, a propósito de tudo e de nada e ainda nenhum centro de estudos de opinião se lembrou desta ideia.

Ordenar por popularidade os seguintes políticos: Cavaco Silva, Passos Coelho, Paulo Portas e José Sócrates. Ah, já agora, podia meter-se no lote, Poiares Maduro, o homem que fala claro, depressa e às vezes muito bem.

Em nome do nacional porreirismo tenho de me redimir de uma indesculpável omissão. Mas que cabeça a minha. Então não é que estava a deixar de fora Durão Barroso? Que é só um dos mais populares por cá.

Pois é. Se alguém conseguir que se realize este estudo, fico aliviado desta preocupação. Não é por nada, mas eu adoro gajos porreiros que me ensinam ou ensinaram qualquer coisa. Gajos, é no bom sentido, claro.

 

 

29 Out, 2014

MAS QUE BIGODE

 

Na digressão de Portas e companhia ao México, estaria programado um encontro entre o chefe da missão portuguesa e o multimilionário Carlos Slim. Ao que dizem, demoraria 220 anos a gastar a sua incontável massa.

Sabendo disso, o nosso vice, fez os possíveis por poder encontrar-se com ele, certamente para lhe dar uma ajudinha. Que era apenas demonstrar como era possível gastar esse mais que balúrdio em tempo útil de vida.

Portas podia até convencê-lo a trazer para cá essa coisa a troco de uma vida de novo chinês, citando-lhe exemplos de cidadãos com menos que ele e já são donos de meio país. Podia, portanto, ficar com o outro meio.

Mas o senhor Slim não quis conversa. Parece até que arreganhou o bigode e faltou ao repasto que os devia aproximar. Portas nem sequer teve oportunidade de lhe ver o bigode ao vivo. Mas levou um grande bigode.

Não foi divulgado se Portas jantou bem, mesmo sem o negócio do outro mundo, que permitiria que ele fizesse a tal reforma do estado. E ainda duplicar, por contas de cabeça, o orçamento do estado das discórdias.

No entanto, Portas não desiste. Nem falha. Logo recorreu ao plano B, para que a viagem ao México não fosse um fiasco. De imediato, propôs aos empresários portugueses e mexicanos um outro negócio de substituição.

Tal como há agricultores moçambicanos a plantar galinha, vendeu com muito sucesso a descoberta de que em Portugal está muito adiantado o cultivo do pastel de nata. Sem sequer ser necessário recorrer ao regadio.

Como em Aveiro já descobriram que o podem congelar sem o descaraterizar, a sua exportação vai ser massiva. Assunção Cristas, produtora, e Pires de Lima, exportador, já garantiram o novo orçamento.

É natural que Passos Coelho reaja com cautela a estas novidades. Se lhe disserem que isso é a reforma do estado, Passos dirá que essa ideia não passa de uma brincadeira infantil. Pastéis? Disso, só ele é que sabe.

 

 

28 Out, 2014

ORGULHOSOS

 

Quando alguém se diz muito orgulhoso pelo trabalho que fez, fico logo de pé atrás. Se o próprio o diz, é porque ainda ninguém mais o disse. E diz o povo com imensa, mas modesta sabedoria, coisa gabada é coisa borrada.

Durão está muito orgulhoso pelos seus deliciosos dez anos de Europa. Os europeus não estão nada orgulhosos por dez anos perdidos no meio de conversas balofas, asneiras de bradar aos céus e atitudes de capataz.

Por tudo isso, Durão não conseguiu permanecer nesse meio após o fim do mandato, o que normalmente acontece a quem por lá anda tanto tempo. Bem se fez ao piso, mas não surgiu uma voz sequer a chamá-lo para si.

Se houver alguma razão para estar orgulhoso, e há com certeza, são os onze mil euros mensais que ficam certinhos até ao fim dos seus dias. Que sejam muitos e bons. Ainda há gente com sorte. E orgulho também.

Também Passos e Portas estão muito orgulhosos das borradas que têm feito ao país e aos portugueses. Mas gabam-se como o não fariam os modestos heróis de grandes feitos. Julgam fazer história. Triste, talvez.

Porque triste é criar um banco depois de já ter vendido um, a pataco e preparar-se para fazer o mesmo a outro. Muito triste é fazer grandes digressões, com grandes e muitos empresários, a vender o país a retalho.

E gabarem-se de que há muitos e bons interessados em comprar o que não é bom para os nossos empresários. Nem para o estado. Portugal vai ser um paraíso para patrões estrangeiros, rodeados de servos nacionais.

Tudo com muito orgulho e com muitos orgulhosos. No entanto, ficaremos ainda um pouquinho mais orgulhosos por nos restar uma Maria e um Aníbal, que alguém considerou um casal malandro. Deve ser malandrice.

 

 

 

Quando o BCE tiver terminado os testes aos bancos europeus vai ter disponibilidade para outras ações de extraordinária importância para a regulação de todas as atividades europeias. E de todos os que as tocam.

É sabido que quem mais toca nessa matéria são os governos que, por acaso, até sabem dar boa música aos contribuintes que lhes dão os melhores instrumentos. Que, para alguns governos, é o vil dinheirinho.

É o caso do nosso. Enquanto os contribuintes são uns tesos stressados, os governantes e os seus melhores amigos, vivem na boa, sem ter que fazer testes de espécie alguma. Mas o BCE vai acabar com isso. Ai vai, vai.

Porque já lá chegou, e o nosso vice Vítor, já o sabia há muito tempo, que os muito ricos já não são o que eram. Dantes eram muito ricos e tinham milhões a dar com um pau. Agora são ricos mas já nem têm tostões.

Daí que o BCE esteja prestes a iniciar testes a essa malandragem que já nem sabe ganhar dinheiro. Depois, toca a ir buscá-lo onde não devia. No entanto, o BCE está a estudar a maneira de detetar o verdadeiro stress.

O governo português anda alarmado com essas novidades. E a sua maior obsessão chama-se bancarrota. É fácil imaginar o embaraço dos que mais tentam escondê-la. Mas estão confiantes que o stress não os trairá.

Alguém de entre os mais intervenientes e criativos do governo, já tem quase pronto um projeto a que dará o título de, A reforma do Stress. Segundo um dos seus porta-vozes exteriores, visará os seus bancos rotos.

Ao que parece, anda tudo roto no país. Desde a Tecnorrota à Formoculta, passando por sacos de documentos e cheques escondidos na Bancamá, e esquecendo os bolsos ainda cheios, tudo precisa de pontos e remendos.

Daí a urgência com que o BCE está a tratar deste assunto. Desde que é regulador, não mais admite que continuem a campear os desregulados. E, para garantir alguma eficiência, já decidiu que é preciso regular o governo.

Mas o nosso vice Vítor não está com muita coragem para se meter sozinho nessa árdua tarefa de regular aquilo que também ele deixou desregular. Mas não há problema. Já chamou a troica. Aí está ela de novo.

26 Out, 2014

CHEQUES

 

Fala-se muito em corrupção e muito pouco em cheques. Mas, na realidade, é muito difícil falar de uma coisa sem a outra. Tal como, amor com amor se paga, também a corrupção com cheques de amor se paga.

Jerónimo diz que não passará cheque em branco ao PS. Não sei se o PS já lho pediu. Mas sei que foi o próprio Jerónimo que deu um dos cheques em branco que permitiram ao PSD e CDS retribui-los com todo o amor.

Em Portugal, os maiores e mais ativos corruptos chegaram ao poder falando arrebatadamente de corrupção. São conhecidos, mas pouco falados. Em contrapartida, fala-se muito mais de corruptos menores.

E, associada à corrupção, aparece muito a palavra mudança. Só que, de cada vez que essa invocada mudança se concretiza, a corrupção aumenta de forma assustadora. Sabemos como a encapotada, passou a legalizada.

Quando, quem se candidata ao poder, tem como programa único o combate à corrupção, está tudo dito. O combate restringir-se-á apenas à corrupção dos seus adversários. É a melhor maneira de proteger a sua.

O companheiro Aécio, brasileiro ultra sério, limitou-se a falar de petróleos na campanha que hoje terá o seu epílogo. O programa ardeu com eles. Talvez o tivesse, mas não o mostrou. Porém, cheques não faltaram.

Mas, se os brasileiros que estão ávidos de mudança vencessem, não tardaria muito que não torcessem a orelha e voltassem a gritar por mudança. Os portugueses já viram isto e viram cheques de milhões a voar.

PS: Depois do que escrevi acima, fiquei à espera dos resultados. Acabo de saber agora, que os brasileiros não foram na conversa da mudança. Para pior já basta assim.

 

 

25 Out, 2014

VAI TU!

 

A justiça portuguesa vive momentos de grande azáfama devido à sede que ela está a provocar nos governantes e no governo, como promotor e regulador das relações perigosas entre os criminosos e as suas vítimas.

Embora a justiça ainda ande a apalpar o terreno, as vítimas não param de se queixar. Assim, com as extraordinárias faculdades de apalpação de alguns ministros, os criminosos já estão meio identificados, pelo tato.

Como o Citius está situado, e sitiado, em Lisboa, é óbvio que só pode haver um responsável. O autarca lisboeta que, por sinal, até quer ser primeiro-ministro. Como é que isso pode ser possível nesta cidade.

Não pode, nem que tenha de ser metido na cadeia pelos crimes de sabotagem do Citius, de incompetência na Câmara, de ofensas a ministros, especialmente ao mais competente de todos, que se chama Maduro.

Passos e Portas estão preparados para, desta vez, não deixarem escapar Sócrates. Até porque quase não têm dúvidas de que foi ele que ordenou a Costa que o acompanhasse na derrocada do país, da Câmara e do Citius.

A ministra da Justiça já tomou as rédeas do processo. Disciplinar, sem dúvida mas, muito bem direcionado para chegar a criminal. E vai tomar as providências necessárias para que se resolva em menos de dez anos.

Se isso não acontecer, pode bem surgir uma daquelas reviravoltas que provoque novo crash do Citius, com os arguidos e os acusadores a trocarem de papéis. E as mesmas celas com outras gentes de categoria.

É da história, melhor, das histórias da Carochinha, que ninguém possa dizer que está bem. Os que hoje prendem ou querem prender, estão sujeitos a ser presos amanhã. E então, alguns poderão dizer: agora, vai tu!

24 Out, 2014

LINDINALVA

 

Nome esquisito para português entender. Mas já o não é no Brasil, embora não seja personalidade que ande pelas colunas dos jornais, só porque é irmã do ex-presidente Lula. Mas por cá deu no goto a alguém.

Precisamente a um jornalista especializado em notícias raras, que cada vez mais proliferam no nosso meio des informativo. Essa espécie de jornalistas é que não é rara. Mas, temos de ser compreensivos. Não há assuntos.

Lula apoia Dilma, Lindinalva apoia Aércio. Fenómeno raro, este. Notícia transcendente, esta. Se chegassem ao conhecimento deste noticiador as opções partidárias da família Portas, era capaz de lhe dar uma coisa.      

Lindinalva é irmã de Lula, mas não é escrava do pensamento do irmão. Mal estávamos nós se ainda vivêssemos no tempo dos velhos clãs. Mas, parece que o país está a ser aconselhado a qualquer coisa desse tipo.

E se juntarmos a essa ideia a de que todos devemos comportar-nos como irmãos, a coisa fica muito bem encaminhada. Todos da mesma família, mas nunca, por nunca ser, todos a comer do mesmo tacho. Não, isso não.

Não sei porquê, veio-me à ideia aquele primeiro-ministro francês que se saiu com aquela arrancada de que o PS devia deixar de ser PS. O homem, não deve ter grande ‘cabecita’. Pois… para ser o que é. Há mais como ele.

Vamos lá ver se, com o aproximar das eleições, não aparecem por aí descobridores de Lindinalvas portuguesas. Sobretudo, os que desejam o apagão do PS, para que fiquem, de vez, livres do seu estorvo da esquerda. 

 

 

23 Out, 2014

VEM CÁ, VEM!

 

Já cá temos um, mas dos bons estamos sempre precisados. Muito bem a propaganda a que temos assistido na comunicação social a favor de um dos candidatos à presidência do Brasil. Até parece que é para a de cá.

Efetivamente, nós precisamos disso, mas para pior já basta assim. Claro que a presidência de lá é diferente da de cá. Lá o presidente, ou a presidenta, governa. Cá, o presidente, ora quer, ora não quer saber disso.

Até porque tem um subalterno que leva essa tarefa muito a sério. Portanto, o governo de cá deve estar em pulgas para que o governante a sair das eleições de lá, seja seu irmão gémeo. E a propaganda de cá ajuda.

Salvo erro ou omissão da minha ignorância, a campanha para as eleições de cá, há quatro anos, foi igualzinha à que decorre lá agora. Social- democracia, para a esquerda, social-democracia para a direita. Original.

Que bela social-democracia que temos cá. Que bela social-democracia o Brasil virá a ter, se tiver o azar de lhe cair por lá, uma igualzinha à que nos caiu por cá. Se acaso lhes caísse por lá, uma verdadeira, seria uma taluda.

Amanhã, na Globo de lá, terá lugar o último debate entre ele e ela. Vai falar-se muito da corrupção de lá, coisa que não há cá. Daí que o digno social-democrata de cá, não ficará alheio ao que se vai passar por lá.

Quanto ao que se passou por cá, nada lhe dirá. Até porque, para lhe contar o seu passado limpo e brilhante, tinha de o documentar. Mas, por azar seu, perdeu a papelada toda. O social-democrata de lá, não acredita.

A comunidade social-democrata luso brasileira, maior que o Atlântico que as separa, até domingo, vagará em ondas maiores que as do oceano. A partir de segunda-feira, o tradicional samba, será de uma banda só.

 

 

22 Out, 2014

PACIêNCIA!...

 

Se há uma coisa em que os portugueses seguem à risca os conselhos do primeiro-ministro, é a infindável paciência com que o olham, escutam e ignoram tudo o que ele diz. Até porque ele já abusa muito dos gestos.

Reconhecendo que nada mais pode fazer pelos portugueses, aprecia e agradece a paciência que eles lhe têm demonstrado. É o que tem de ser, diz com resignação. Mas ainda não se lembrou de pedir-lhes desculpa.

Paciência, dizem os portugueses que o entendem muito bem. Faz ele muito bem, dizem os portugueses que nunca o irão entender. Para estes, é o primeiro-ministro que tem muita paciência para aturar pacientes.

Sabendo o primeiro-ministro que, ao falar, há muitos portugueses que não o entendem, já anda há algum tempo a ensaiar um tipo de linguagem gestual. As mãos, as imagens da boca, dizem mais que todas as palavras.  

Portanto, o que os portugueses que o entendem perfeitamente têm de fazer, é tirar o som ao televisor enquanto ele fala. Fixar os olhos nos seus variados e ricos movimentos corporais e receber uma lição de vida feliz.

Se mesmo assim não conseguir os resultados desejados, então só tem uma solução. Meta um explicador, porque o defeito é seu. Nem todas as pessoas são iguais. Resigne-se pois a vida, é o que tem de ser. Paciência!...

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