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afonsonunes

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Hoje, e a esta hora em que escrevo, é o momento de toda a gente estar feliz.

Hoje, e a esta hora, não há consciências pesadas. Mas devia haver.

Hoje, e a esta hora, há muita gente a sofrer.

A sofrer miséria e fome e a sofrer injustiças de quem está feliz a esta hora.

30 Dez, 2014

SANTA CATARINA

 

Portugal nunca foi a Grécia mas agora está mesmo ali à beirinha de lhe copiar as virtudes revolucionárias. O Syriza de lá, ameaça ganhar as próximas eleições e já pôs os mercados financeiros em alvoroço.

Mas também já estão em alvoroço os que nos comandam os destinos, tentando colocar o PS como irmão gémeo do Syriza. Não para ganhar as legislativas que se avizinham, mas para soltar o fantasma da derrocada.

Por outro lado, ignoram os nossos governantes que o nosso Syriza não é o PS, mas sim, o BE, agora comandado pela brilhante Catarina que, de tão brilhante, se arrisca a vir a ser a mais forte candidata a primeira-ministra.

Será que o PSD e o CDS não têm medo dela? É bom que se acautelem, pois se não somos a Grécia, podemos vir a ter um Syriza para nos colocar juntinho a ela. Portanto, cuidado. Catarina é muito melhor que Costa.

Já agora, ficar-me-ia muito mal, não dizer que Catarina é muito melhor que Passos e Portas juntos. Perguntar-me-ão, em quê? Digo o que gostam de ouvir. Catarina será um pouco melhor a destruir o que resta do país.

Concluo pois, que a estratégia do governo e seus diletos companheiros, está muito mal desenhada. O PS de Costa não é um perigo para eles. Deixem-no em paz. Mas rezem já com devoção, e muita, a Santa Catarina.

29 Dez, 2014

AMIGOS?!...

 

Ainda bem que eu não tenho amigos. Se os tivesse, eu e eles, já estaríamos atrás das grades. Isto porque os procuradores e os juízes não têm amigos, nem os podem ter. Mas podem ter inimigos e isso é natural.

Natural, portanto, que alguns procuradores e juízes mais sós, em lugar de procurarem amigos, procurem apenas uns likes nas redes sociais. Quanto a inimigos, não é preciso procurá-los. Basta ir a Évora e eles aí estão.

Não sei porque de Évora me estou lembrando. Talvez porque receie que, com o tempo, tudo vá mudando. Mas não sei quando. Por mais que não se queira pensar em rancores, nunca deixará de haver quem vá odiando.

Continuando, em chegando ao Rio Tejo, as ondas me vão levando. Não para Évora, pois não sou ave de bando. Mas gosto que as ondas me vão embalando. Até que o bem, a vista vá alcançando. Depois, vou parando.

Mas, continuarei divagando. Sempre pensei que ter amigos era bom, até que comecei a desconfiar que eles não queriam nada de mim. Pelo contrário, eles não me largavam. Mas, para me dar tudo o que eu queria.

Depressa verifiquei que alguns, que não os amigos, andavam ocultos atrás de mim. Logicamente, pensei cá com os meus botões. Se não são meus amigos, só podem ser meus inimigos. Dos tais que não têm amigos.

De imediato parei com todas as amizades. E isso até foi fácil, pois foi um alívio ver-me livre de tudo o que elas me faziam chegar a casa. Agora, o que está a ser difícil, é livrar-me dos meus inimigos. Por causa dos amigos.

E eu que ainda há pouco pensava que eles não tinham amigos. Estou de morrer com esta surpresa. Afinal, os meus inimigos também têm amigos. Começo a perceber que eu perdi os meus e eles aumentaram os deles.

Num belo dia ouvi dizer que, as meninas jeitosas, é que têm amigos. Sim, é verdade, mas essas fazem-se pagar bem. Pois é, eu também tinha amigos e não pagava nada. Suponho que os meus inimigos também não.

28 Dez, 2014

RECADO

 

Passos não quer ver os ministros a trabalhar pelos muitos países de onde nos tem vindo crescente prestígio, depois de qualquer das muitas viagens que se têm sucedido, sempre com evidentes resultados surpreendentes.

Portanto, que se lixem as viagens ao estrangeiro, pois é preciso fazer viagens, muitas e profícuas viagens, no território nacional, às sedes do seu partido, para desfazer aquela feliz ‘ideia idiota’ - que se lixem as eleições.

Ao que tudo indica, também ele vai deixar de se deslocar a Bruxelas, onde costuma receber a calendarização da sua agenda política, económica e social. Tal resolução permite-lhe, finalmente, pensar pela sua cabeça.

Além de continuar com a sua já, comprovadamente, frutuosa agenda mediática que nunca esteve dependente de Bruxelas ou de Berlim. Essa é frutuosa demais, ou não fosse ela bem à maneira da suculenta laranja.

Portanto, Passos terá mandado um recado a si próprio, para que assuma já, uma mudança radical em relação ao passado. Este recado antecedeu o outro, em que determinou a todos os ministros o que impôs a si próprio.

Bom, estes recados não são da minha pesquisa à agenda do PM. Resulta do que contaram a Marques Mendes e que este contou aos portugueses na SIC. Eu só consigo contar alguma coisa, se alguém me contar a mim.

No entanto, sempre vou inventando qualquer coisinha. Essa coisa de não viajar para o estrangeiro, cheira-me a um recado que vai direitinho para Paulo Portas. O que é normal, pois as viagens dele são de longa duração.

E de longas distâncias. Passos teme que ele inicie uma dessas viagens e não regresse a tempo de fazer a coligação para as legislativas. Ou que nem sequer regresse a tempo de meter na urna o seu voto decisivo.

Só não consegui saber, porque ninguém me contou, se o recado para não sair do país, também abrange o pessoal que decide abalar de cá para fora. É que, todos os portugueses ficam desde já mobilizados para votar nele. 

 

 

 

Os novos vocábulos ainda não constam do dicionário nem, obviamente, do novo acordo. No entanto, trata-se de um incompreensível atraso de quem devia estar atento a todas as atualizações das nossas línguas.

É sabido que já lá vai o tempo da velha fidalguia. Tal como o dos fidalgos de então. Os que ainda existam, já não são apelidados com essa cortesia. Hoje, são os conhecidos vidalgos e constituem a nova e distinta vidalguia.

Portanto, fidalgos e fidalguia estão definitivamente fora de circulação. Os vidalgos e a vidalguia tomaram-lhes os honrosos lugares. Com as mesmas prerrogativas honoríficas, embora com maior amplitude de poderes.

Os vidalgos são o núcleo duro de um alargado leque de circundantes, que garantem a integridade e a vitalidade de toda a vidalguia. São o escudo invisível que lhes dá proteção contra todas as marés, vivas ou mortas.  

Há quem pense, e quem diga, que esta vidalguia emergiu do facto de ter surgido em alta, a socratia, que logo entrou em rotura com a saga dos vidalgos. E foi assim que nasceu a guerra entre a vidalguia e a socratia.

Estas guerras deixam marcas por muitos anos e a própria história de Portugal, não deixará que elas caiam no esquecimento. A socratia e a vidalguia vão ter destinos diferentes na reconversão deste país adiado.

Até porque, naturalmente, com a queda de uma delas, mudam os núcleos e mudam as cercanias, tal como os circundantes. Inevitavelmente. A vidalguia e os seus vidalgos, julgam que não. Vão acabar por cair julgando.

26 Dez, 2014

QUERIDAS CAGARRAS

 

Dirijo-vos esta mensagem de Natal, já que ninguém mais se lembra de vós, nesta época natalícia em que todos os insensíveis e irresponsáveis, só pensam nas próximas eleições, que nem sequer se sabe se vão realizar-se.

Porquê? Está bem de ver que isso depende de vários fatores. Por exemplo, do sucesso desta mensagem. Se as cagarras me ouvirem e perceberem o que eu digo, vai haver eleições. Senão, calma aí, está bem?

Qualquer eleitor sensato e esclarecido sabe que não se pode correr o risco de deixar que os outros corrijam as nossas asneiras. Bem sabemos que o país não aguentaria passar a viver num clima de verdade. Mentira?

Depois de ouvir a mensagem do impoluto ministro Machete, um pouco deslocada no tempo, mas séria como ele no seu tempo, curvei-me perante a sabedoria e a sinceridade da mensagem de Passos, um tratado de paz.

Como não podia deixar de ser, logo achei descabida a mensagem do Papa Francisco, vazia de princípios, perante a plenitude e a pujança cívica deste governante que, estou certo, conseguiu por as cagarras todas a piar.

Do mesmo modo que não faz qualquer sentido a mensagem do Cardeal Patriarca de Lisboa sobre a família. Passos superou tudo isso e muito mais, reforçando garantias de que em Portugal, não mais haverá gente infeliz.

No entanto, tal acontecimento, que muito me sensibilizou, não foi mais que o prelúdio do que aí vem. Nem as cagarras ainda pressentiram as emoções que as esperam nestes próximos dias em matéria de mensagens.

Desde logo, as que nos vão chegando do Sol e do CM, autênticas fontes de verdades, como se tem confirmado ao longo dos tempos. E isso, o país já não dispensa. Tanto trabalho e dedicação, mesmo em dias santificados.

Depois, vem aí o Ano Novo. As cagarras estão em pulgas. É esperada a mensagem do saudoso doutor Relvas, conselheiro do mais alto nível. Como não dispensarão a mensagem do doutor Loureiro, de Cabo Verde.

E, finalmente, falta a mensagem presidencial. Com o devido respeito, imperdível. Nem se discute se ela faz muita falta. Mesmo depois de se ouvir uma réplica quase perfeita. Queridas cagarras. Faltam poucos dias.

24 Dez, 2014

O BOM E O MAU NATAL

 

O país está cheio de bom e de mau, em tudo. Porque há, cada vez mais, os bons e os maus. Para uns o frio corta e para outros, o calor escalda. Mas…

Para todos, um feliz Natal e um Ano Novo cheio de prosperidades.

 

Parece-me de bom-tom começar sempre por cima. E por aí, fiquei enjoado de ouvir falar tanto do medo de mudar. Da necessidade de mudar. E mudar ao meu gosto. Mudem para o que eu quero. Porque não mudas tu?

O país atravessa um período áureo em matéria de humoristas de primeira água. Água? Nem tanto, pois é a laranjada que está a dar no goto, não para matar a sede, mas para servir de ressaca aos velhos do velho absinto.

Quase que me esquecia dos humoristas. Talvez seja melhor chamar-lhes cómicos. Contam-nos coisas fantásticas. Mas não faço a menor ideia de qual o motivo por que não fazem rir o pagode. Como o saudoso Solnado.

Um desses cómicos do sério, disse que prenderam um, de um lado. Logo, deviam ter prendido dois, do outro lado. Com franqueza, alguém acha graça a uma coisa destas? Para ter graça, devia dizer os lados e os nomes.

Agora, a coisa mais engraçada que ouvi, foi uma alusão a perigosos condicionamentos sobre pessoas que digam e desdigam. É preciso calar os perigosos condicionadores, para dar lugar aos bons condicionadores.

Também não podia deixar sem uma referência os nossos hóspedes de Bruxelas que julgávamos esquecidos da hospedagem. Afinal, eles voltam e querem. Ah pois, eles é que dizem o que querem para nós. Ai, não, não é.

Eu até queria uma garrafinha de tintol. Mas se calhar não pode ser. Lá tenho de ir tomando o meu chazinho. É que nem café posso cheirar. É demasiado forte para tempo de fraquezas. Mas, por favor, laranjada, não.

22 Dez, 2014

ESTA GENTE

 

Esta gente é capaz de tudo, até de ir à missa ao domingo e bater com a mão no peito, pedindo perdão pelos erros que sabe que comete todos os dias. Sabe mas não os evita, porque acredita que tudo lhe é perdoado.

Esta gente não resiste à tentação de errar sete dias por semana, mesmo ao domingo pois, o facto de, ao sétimo dia pedir perdão, é apenas a confirmação de que se trata de um relapso pedinte do que não precisa.

Nenhum pecador será alguma vez perdoado, se persistir nos mesmos erros e não mostrar o mínimo arrependimento. E se não fizer esforços para se regenerar, emendando o caminho que segue a sua consciência.

Depois, esta gente diz que dá quando, em boa verdade, não faz outra coisa senão negar. Ela própria é a negação do que deve ser a vida em sociedade. Quer tudo para si própria, mesmo o que pertence aos outros.

Esta gente confunde e mistura poder com direitos. Como tudo pode, mesmo o que não podia, nem devia ter, a sua vida é um abuso permanente e uma fonte de prepotência na sua negra e suja atividade.

Não precisávamos desta gente para nada, pois ela só estraga a vida de muita gente que tinha o direito de viver sem ela. Sem esta gente que está convencida de que só ela é que é gente e que trata os outros como coisas.  

21 Dez, 2014

ESCOM ALHA

 

Agradeço que não se confunda escom alha com escumalha, pois não gosto nada de criar confusões seja lá a quem for. É bem sabido que a escumalha, volta não volta, vai para a prisa, enquanto a escom alha anda à solta.

Já tenho perguntado muitas vezes a mim mesmo, qual será a diferença entre uns e outros. Quer dizer, eu já sei a resposta verdadeira há muito tempo. Mas o que eu queria descobrir, era uma resposta que me engane.

É que assim, seria eu a enganar-me a mim próprio. Na realidade, não gosto de ser enganado pelos outros. É o que acontece quando me dizem que a escom alha é séria e enriqueceu a trabalhar à vista de todos.

De todos não, porque o que eu vi foi coisa bem diferente. E até anda aí em letras pequeninas nos jornais e em surdina em alguns telejornais. Contudo, isso não justificaria que ficasse esquecida de quem de direito.

Mais. Que quem de direito não procure saber de onde veio e para quem foi o cacau, que os tornou felizes e isentos de contas direitas. Sim, porque o facto de serem de direita, é trunfo para que ganhem em todos os jogos.

O mesmo não se passa com a escumalha. A escumalha não pode ter dinheiro, porque não o ganhou. Roubou-o. Logo, não o declarou ao fisco. Se o fizesse, era roubada. Quer fazer o mesmo que escom alha. Não pode.

Escumalha e escom alha. Tão parecidas no nome e tão diferentes no tratamento. Uns vivem ao sol, outros vivem à sombra. Com a escom alha, anda um rebanho enorme, sob o olhar de um pastor cego, surdo e mudo.

Ainda estou para saber como é que me deu para falar, perdão, escrever sobre tão delirantes pensamentos. Só pode ter sido porque ouvi isto em algum lado. Ou então, na última noite dormi sobre o lado esquerdo.

 

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