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afonsonunes

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31 Jan, 2015

PATRIMÓNIOS

 

Portugal é um país rico em muitos aspetos entre eles, o facto de ter um Sócrates carregado de milhões que ainda ninguém conseguiu descobrir onde estão. É pena, pois talvez pudessem ser aproveitados para o défice.

Gostaria de saber quanto já se gastou com todas as investigações e todas as escutas ao dito ex e quais os resultados obtidos. E, já agora, quem mais arrecadou dessas diligências, ao longo de todos esses anos de despesas.

Também gostaria de saber se já alguma vez se gastou tanto dinheiro com alguém e se, sim, com quem. É que Sócrates já é um caso único no país por várias razões. Mas seria interessante saber se é recordista e em quê.

Estas reflexões trazem-me ao pensamento o segredo de justiça, que era para acabar, era para ser punido, e agora já é uma dor de cabeça. Pois, agora até já é um pesadelo. Mas, para quem? Para quem se serviu dele.

Dá a impressão que os infratores do segredo de justiça começam a estar na iminência de lhes sair o tiro pela culatra. Não raras vezes vira-se o feitiço contra o feiticeiro. Os beneficiados podem acabar prejudicados.

No meio de tudo isto anda o património de muita gente e as suas origens. Há patrimónios escondidos e há patrimónios à vista de toda a gente. Destes, muitos, ninguém quer saber. Para os outros, é a caça ao tesouro.

Provavelmente, andam fortes poderes mágicos nestes patrimónios. Há documentos que voam misteriosamente sem deixar rasto. Há gestores que ganharam milhões da noite para o dia. Gestores feitos à pressa.

Outros, no tempo das vacas gordas vindas de fora, transformaram-nas em carros de topo, em piscinas do tamanho do mar, em palacetes de fazer inveja aos verdadeiros e sérios empresários. Tudo patrimónios limpinhos.

E depois, o povo é que vivia acima das suas possibilidades. E depois, os banqueiros fizeram magia igual aos seus amigos. E depois, foi tudo obra de um só criminoso e de um só partido. E depois, isto está uma maravilha.

30 Jan, 2015

GOSTEI

 

Gostei de ouvir o Senhor Presidente a dar esclarecimentos sobre as conversas que teve com o Senhor do BES. Sobre o teor dessas conversas fiquei a saber que não se podiam dizer. Acho muito bem.

Ser presidente não é uma coisa qualquer. O Senhor do BES também era presidente. Logo, conversas entre presidentes, não são para andar nas bocas do mundo. Nem sei o que quer saber esta gente que não se cala.

Aliás, também não percebi por que razão o Senhor Presidente veio agora dar explicações sobre o caso. Sobre o caso? Mas qual caso? Não há caso nenhum. O Senhor Presidente é para ouvir e não para falar.

Aliás, é isso que ele tem feito, e muito bem, em tudo aquilo a que, fora de Belém, chamam de casos. Um presidente não tem casos. Os presidentes estão-se marimbando para conversas de coscuvilhices.

Era o que faltava termos um Presidente que passasse a vida a escutar e a contar conversas da treta. Isso fica para os políticos, tipo dos governantes e dos partidos. Senão, qualquer dia queriam vê-lo preso.

Acho muito bem que prendam primeiros-ministros. Ou vice-primeiros-ministros, mas presidentes, nunca. Bastará dizer que os presidentes não passam cartão a ninguém, mas todos têm que lhe contar tudo.

É por isso que a vida de um presidente não pode ser exposta ao sol como a de qualquer outra pessoa. Mesmo a de pessoas importantes. Que não se comparam com os presidentes, que nunca cometem crimes.

Como já tenho opinado várias vezes, logo que se desconfie de maroscas de alguém, de toda a sociedade, deve investigar-se tudo até ao fim. Mas os presidentes, não. É por isso que o do BES ainda anda cá fora.

Fica implícito que os procuradores e os juízes também devem ser julgados, se ‘maroscarem’. Mas nada de se meterem na vida do presidente. Até porque o presidente também não se mete na vida deles.    

29 Jan, 2015

A VIA-SACRA DO DONO

 

Esta via-sacra agora revelada deve ter sido uma desilusão para aquele que já foi dono disto tudo. A vida tem destas coisas. Nem sempre os amigos são para as ocasiões. Nem sempre os amigos são os que se diz.

O homem que tantas vezes valeu aos seus amigos quando precisaram dele, foram os mesmos que depois lhe deram um não irrevogável. Apesar das muitas orações para cobrar juros das dádivas passadas.

Foi uma autêntica via-sacra pelas capelinhas do poder. Com orações repetidas em algumas delas. As mais importantes, logo as mais influentes. Mas sem resultado. O milagre era, já então, impossível.

Fica, no entanto, o esforço que esclarece muita coisa. Afinal, nem todos os santos andam de cabeça descoberta, mesmo depois de muito se ter falado dos possíveis relacionamentos do dono deste país de pedintes.

Fica ainda mais claro que é muito mais fácil pedir que retribuir, mesmo quando se trata de favores muito dispendiosos. Que depois não se agradecem, nem com uma ajudazinha de boa vontade. Igual a outras.

A via-sacra desses pedidos foi longa e penosa. Para quem pediu e para todos os que negaram o pedido. Mais uma prova de que não se retribui amizade a quem já está no chão. Nem sequer com um simples consolo.

Como estas coisas acontecem… Tanta conversa, tantos silêncios, tantos sapos vivos engolidos e, afinal, o que foi dono disto tudo, resolve agora, como que tirando desforço dos seus amigos, contar a sua via-sacra.

O que mais me surpreendeu foi a quantidade de capelinhas. Ora, por cada capelinha, há um capelão. Qual deles o mais reputado. De grandes europeus a grandes nacionais. Se não fossem políticos, já seriam papas.

 

  

28 Jan, 2015

CHUMBISTAS

 

Vou fazer de conta que quem chumba alguém, ou alguma coisa, é chumbista. Já sei há muito tempo que o ministro Crato é isso, pois anda a chumbar professores por darem erros, enquanto ele comete erros.

E não é ele o único a ter o privilégio de chumbar. O que não falta por lá, no governo, são chumbistas. Tudo o que não agrada a suas excelências, lá vai chumbo e do grosso. E depois não se envergonham de pedir.

De cada vez que estão prestes a ser chumbados por incompetência ou ignorância, lá vem o choradinho de que ninguém lhes dá colaboração. Se calhar queriam dizer que ninguém os ajuda nos seus fiascos.

O primeiro-ministro devia ter a coragem de chumbar os governantes que não atingem o dez. Estou convencido de que ele não o faz, com receio de que alguém o chumbe a ele, pois sabe a nota que merece.

Agora, os maiores e mais descarados chumbistas estão na assembleia. Quem tanto gosta de espiolhar tudo o que os outros fazem, não permitem que se oiça nenhum dos que podem descobrir-lhes a careca.

Será que não desconfiam que os outros ficam a pensar nos podres que não querem que sejam revelados? Mas esses podres já estão mais que há vista de quem não anda cego por cínicos desejos de humilhação.

Ainda não perceberam que em democracia não há superiores e inferiores. Há homens e mulheres, todos ao mesmo nível, no que toca a direitos e deveres. Será que a maioria sabe que não tem só direitos?

Será que os seus exacerbados clientes não sabem o que é o respeito por quem não pensa como eles? Se sabem não o demonstram. Antes insistem nos seus caprichos de querer mostrar que o país é só deles.

Diz o povo que quem não deve não teme. Mas, a maioria que nos desgoverna teme. Passos não disse nada sobre o processo que foi arquivado. Portas não diz nada sobre submarinos recompensados.

Depois, temos que confiar na justiça. Pois temos. É verdade. Mas é preciso que a justiça não desconfie só de uns. E não condene só aqueles que são escolhidos a dedo. Chumbistas, devia ser coisa do passado.

 

 

Há milhentas histórias de Coelhinhos e de Crianças. Seria, portanto, fastidioso atrever-me a trazer para aqui alguma delas. Mas não resisti à tentação de falar de um Coelhinho e de uma Criança muito especiais.

Este Coelhinho é cómico quando resolve dissertar sobre assuntos muito sérios. Sim, porque tudo o que é sério, deve abordar-se com seriedade e não com aquela comicidade para fazer rir, seja lá quem for.

Pior ainda, se o Coelhinho se mete com uma Criança. Uma criança que está a falar muito a sério. Mais a sério que milhentos adultos que só o são na idade. Mesmo aí, ainda têm muitos anos para ser gente crescida.

Não é para qualquer um, falar de uma Criança que é capaz de mostrar a sua coragem ao mundo. Muito menos um Coelhinho vaidoso, teimoso e convencido, que não foi capaz de superar os defeitos com que nasceu.

Que nunca foi capaz de se libertar das ordens dos padrinhos que o instruíram e o sustentaram. Que continuam a dominar a sua mente fixa, dormente e obediente. Não pode, pois, falar de uma Criança livre.

Que mais não seja, porque nunca se deve cortar a raiz ao pensamento de uma Criança que já nasceu com ideais de liberdade para ele e para o seu povo. Que nasceu para ser superior a todos os Coelhinhos mansos.

Mansos, no que toca à subordinação e à insensibilidade a valores que deviam despertar neles sentimentos de revolta e de luta contra quem os impõe pela força do poder. Devia, sim, unir-se à Criança atacada.

Já de si, atacar crianças é violência. Até porque um Coelhinho não tem voz de gente. Uma Criança pode apenas saber berrar ou chorar. Mas isso acontece com todas elas antes de crescer. O Coelhinho não pode.

Mas há um outro fator que torna as coisas mais difíceis para o Coelhinho. É que ele é português e a Criança é grega. Portugal não é a Grécia. Certo. Já houve tempo em que Portugal deu lições ao mundo.

Hoje, Portugal não tem voz. Porque os Coelhinhos, mansos lá fora, bravos cá dentro, já destruíram quase todo o património de que sempre Portugal se orgulhou. Obrigado, Coelhinho e toda coelheira.

26 Jan, 2015

FOGO DE VISTA

 

Tinha mesmo de vir ao Syrisa. Mas começo por realçar uma frase histórica, irrevogável e inteligentíssima de um repórter da SIC num direto de ontem de Atenas. Ei-la: ‘O Syrisa morreu na praia…’

Para o entendido profissional, a frase era, ou foi, muito adequada, pois disse-a quando já só faltavam dois deputados para haver maioria. Morte certa!... Comprova-o, o facto de o novo PM já ter o seu governo.

Paciência!... É o que temos. Mas também temos desde ontem ao fim da tarde, uma infinidade de Syrisas. É caso para dizer que já são todos Syrisas. Salvo seja! É de crer que, os que ainda não o são, vão sê-lo.

Apesar disso, é evidente que não temos nenhum Alexis Tsipras. Nem nenhum, simplesmente Alexis, e muito menos, um inconformado Tsipras. É fácil formar um partido, o que é difícil é ter um líder forte.

Obviamente que quando digo forte, não me refiro a forte em bazófias, em ignorâncias, em demagogias, em mentiras, em poderosas imbecilidades. Estamos cheios de poderosos que são inúteis fraquezas.

Foi na Grécia antiga que nasceu esta coisa chamada democracia. Que se tem vindo a perder a cada dia que passa. Surgiu agora a possibilidade de a Grécia mostrar ao mundo que a democracia já não pode morrer.

Especialmente nesta Europa que já teve fama de ser um bom exemplo de democracias. Tendo em conta as aberrações políticas dominantes, não é certo que este movimento nascente chegue a ver a luz do dia.

Fica no entanto no ar, o perfume de uma nova esperança. Tal como foi o perfume da nossa revolução dos cravos. Que hoje está praticamente diluído na poluição, exaustivamente soprada por certos democratas.

Podem passar a soprar menos mas, certamente que não vão deixar de respirar. Pelo menos de um momento para o outro. Contudo, o tempo tudo leva e o tempo tudo traz. É preciso, é tempo. Mas, é inevitável.

25 Jan, 2015

FALAR POR FALAR

 

Nem mais nem ontem para ser preciso e conciso. Hoje anda tudo cheio de gregos e de eleições, logo seguido de futebóis diversos que obrigam o país a ter alternativas para as ‘conversetas’ da ordem. Não vou por aí.

Hoje também não quero saber do Passos, nem do Costa. Muito menos do Cavaco, nem do Sócrates. Tão pouco quero saber do que costumo ler por aqui e por ali. Chiça, que frete. Pois! Quero simplesmente sorrir.

Hoje, quero pensar de olhos fechados e descanso na ponta dos dedos. Não quero ter aí o pensamento, nem o raciocínio. Nem quero fazer o que noto em pessoas que conheço, bem ou mal, e padecem disso.

Não quero falar de chuva, quando hoje até está um belo dia de sol. Não quero dizer mal de ninguém, só para chatear alguém. Ou mostrar que digo o que pensa muita gente. Que julgo que pensa como eu. Isso, não.

Mais logo, talvez abra os olhos e veja o que se diz sobre o que se passou hoje. Mas os dedos continuarão de folga. Quase de certeza que vou abanar a cabeça algumas vezes. Mas, sem ninguém ver. Em segredo.

Porque se alguém me visse fazer isso, logo hoje, um dia tão importante, lá fora como cá dentro, logo me viriam falar das desgraças que trazem no pensamento, querendo que eu as assumisse como minhas também.

Não. Hoje, não. Hoje não vou a Atenas, nem ao Funchal, nem a Évora, nem a Lisboa. Pois, nem tão pouco a Lisboa dos palácios do meu descontentamento. Hoje não há política, nem futebol, nem injustiças.

24 Jan, 2015

É TÃO FEIO

 

A toda a hora deparamos com ditos e escritos que não correspondem, em nada, à realidade que pretendem mostrar. É o caso de se colocarem na boca de outros, abusivamente, palavras que eles nunca disseram.

Obviamente que não o fazem inadvertidamente. Fazem-no para tirar benefício de um exagero ou de uma omissão. Ou até do abuso da colocação de imagens com legendas que não passam de falsidades.

Tal processo baseia-se na associação de ideias a que se recorre para transmitir uma mensagem falsa. E isto é muito fácil para quem não é capaz de se exprimir claramente. Basta usar material copiado e colado.

E se for capaz de usar as suas próprias capacidades, mas não o faz, então é por que não tem a coragem de assumir as ideias que tem e precisa de se esconder nesses processos de jogar com material alheio.

Quem não tem ideias nem coragem, precisa apenas de um pouquinho de trabalho de buscas e pesquisas para encontrar uma foto aqui e uma frase ali. Mais um pouquinho de trabalho e junta as duas coisas.

E está prontinho para deitar cá para fora. Quase sempre sem menção da origem desse material. Quase sempre sem que uma coisa tenha correspondência correta com a outra. Quem lê, que faça a associação.

A foto pode estar nítida ou tremida. A frase pode estar de acordo com parte de alguma notícia. Pode até ter duas ou três palavras dessa notícia, mas ter mais duas ou três que foram substituídas à má-fé.

O mesmo se passa com o que se ouve, quando não se ouve bem, ou não se quer contar na íntegra, o que se ouviu. Omite-se ou acrescenta-se. O que interessa é o que convém por cá fora. Quem conta um conto…  

 

A Europa já está toda à espera do Syriza. Não com bombos e fanfarras, mas simplesmente para ver se aquilo que se diz é verdade. E o que se diz, é exatamente o que muitos receiam. Que pode vir a estragar vidinhas.

De qualquer forma, na próxima segunda-feira, o senhor Tsipras vai receber muitas felicitações, de muitos dos que andaram acagaçados durante tempos infindos, por causa das ameaças que ele tem constituído.

Já estou mesmo a ver que os de cá, serão os primeiros. E prometerão franca e leal cooperação, especialmente nas relações de proximidade na UE. Com a garantia de que nunca duvidaram de que a sua vinda era certa.

Provavelmente, até lhe agradecerão o contributo que ele deu no sentido de abrir os olhos aos governos que andaram tanto tempo com eles fechados. Os que já davam a Grécia fora do euro, devem arrepelar-se.

Mas, o Syriza ainda não ganhou e o senhor Tsipras ainda não foi para o governo. Logo, tudo isto é conversa da treta, pois o senhor Samaras ainda não caiu. A esta hora, ainda há muita gente a rezar por um milagre.

Em Portugal, que não é Grécia, evidentemente, não me admiraria muito, se alguém já tivesse encomendado uma missa de ação de graças. Alguém, até, que já tem escrito o texto de segunda-feira. Falta só clicar em enviar.

Dizem que a Grécia é a mãe da democracia. Não sei se é, ou se já foi. Se calhar, já foi, mas já não é. Cá para mim, o que mais há por esse mundo fora, são democracias órfãs. Não precisamos pedir desenhos a ninguém.

Porém, não é difícil perceber que os gregos não se deixam cair em molezas, venham elas de conversinhas meigas, ou de ameaças duras. Gregos são gregos mas, na verdade, quem fica grego, é uma certa europa.

Portugal não é Grécia, nem nunca foi. Nem nunca o virá a ser, pelo menos, na determinação do que quer e da noção de que não deve abdicar dos direitos que lhe querem retirar. Mesmo tendo já sido espoliada de muitos.

Somos um povo corajoso e já o demonstramos em muitas e difíceis ocasiões. Mas, também já demonstramos que temos períodos em que a moleza toma conta de nós. Mas, quando acordamos ninguém nos segura.

22 Jan, 2015

VÁ!... RUA!

 

Meus amigos, sois todos muito inteligentes, muito boas pessoas, tendes ideias fantásticas, fostes uns gestores com ótimos resultados, mas, agora está na hora de mudar de vida. Portanto, a porta de saída é aquela.

Isto é o que eu estou a pensar sobre os administradores da RTP e os seus amigos que tanto os elogiaram. Claro que eles não disseram aquilo, mas eu é que estou convencido de que, se bem o pensaram, melhor o fizeram.

Agora, porém, estou em crer que a nova administração, vai seguir a nova linha de ação, para a nova programação. E é muito fácil. É, deixar de competir com os brincalhões e brincalhonas das privadas. Não têm jeito.

Nos horários em que as privadas brincam, a RTP vai manter-se muito séria. Não tem brincalhões nem brincalhonas à altura das privadas. Vai criar programas em tons de laranja com Jardim, Relvas, Moita Flores e outros.

Mas sem politiquices. Aliás, nem estes, nem os que ainda por lá andam, ensinam alguma coisa a alguém. Não adianta estar sempre a bater na mesma tecla. Deixem isso para as privadas. Aí, é que é política mesmo.

Certamente que também vai acabar aquela escandaleira do Mendes e do Miguel, naquele mercado de ofertas e propagandas, com umas asneiradas à mistura. Toda aquela juventude, merece alguma dieta com seriedade.

E vai tê-la. Os apresentadores vão fazer o que melhor sabem: comer. As ‘meninas e o menino’, vão apresentar os telejornais. Porque não nos ameaçam com as canetas em riste, nem piscam o olho, nem são mímicos.

E os mais velhinhos, os telespetadores do programa cómico, vão fazer palavras cruzadas. É mais instrutivo e não precisam de aquecer as mãos a bater palmas. Quando as saudades apertarem, convidam-nos para jantar.  

Os que sabem escrever, vão fazê-lo a tempo inteiro. Os que sabem ler sem gaguejar, vão contar histórias às criancinhas, para não assistirem às coisas que dão nas privadas. A partir das dez, miúdos e graúdos, cama com eles.

A noite é para as privadas. A política é com elas, as casas e as bailações é com elas, os debates e os deboches é com elas. É tudo para os que gostam de sonhar acordados. E é para os que andam com o sono sempre trocado.

Bom. Fica aqui uma pequena amostra do que, provavelmente, vai ser a nossa televisão. Eu apenas estou a tentar interpretar as esperanças e os desejos de quem nos quer dar melhor do que aquilo que temos tido.

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