CHOVE AMANHÃ?
Amanhã seria um bom dia se não chovesse. Mas parece que vai mesmo chover. Seria um bom dia se o feriado do 1º. de maio fosse respeitado como dantes. Mas não vai ser. Seria um bom dia se os pilotos voassem.
Com o S. Pedro, o governo já nem se preocupa. Podem chover calhaus que não haverá secretário de estado que não venha com ameaças de fazer corar o céu. Nem tão pouco Passos sairá da sua normalidade governativa.
Mas a chuva, eventualmente, as trovoadas, podem causar prejuízos de muitos milhões. No turismo, na agricultura, na economia. O CDS pode mesmo perder todo o prestígio nas áreas chave da sua boa governação.
Não se sabe ainda quais as consequências que tais prejuízos vão causar à campanha eleitoral dos testas de esferovite que tanto prestígio têm granjeado para o país. Daí que vão exigir compensações extras ao PSD.
Quanto ao feriado mais importante da revolução, está como ela. Foi chão que deu uvas. O governo não comenta perdas de qualquer espécie no que toca aos trabalhadores. Mas aprecia imenso que os patrões trabalhem.
E com eles, lá estará o governo inteiro convidado a aproveitar as promoções especiais e revolucionárias que podem chegar aos cem por cento de desconto. Vamos lá meu povo, toca a ir lá também. Não faltem.
Agora o facto mais importante para amanhã será, nós olharmos o céu e não vermos um avião lá em cima. Os pilotos não podem com chuva. O governo não pode com pilotos. E, o pior, os aviões não voam sem pilotos.
Parece que o governo vai mesmo acabar com esta pouca vergonha. Se os pilotos não querem voar, que vão aterrar para outro lado. Lá bem longe. Mas os pilotos querem é que se enterre, quem quer enterrar a empresa.
Amanhã tinha tudo para ser um bom dia. Para isso, era preciso que ninguém estragasse a vida de ninguém. Que toda a gente se respeitasse e respeitasse o país que é de todos. Mas há quem não mereça viver aqui.