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afonsonunes

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30 Abr, 2015

CHOVE AMANHÃ?

 

Amanhã seria um bom dia se não chovesse. Mas parece que vai mesmo chover. Seria um bom dia se o feriado do 1º. de maio fosse respeitado como dantes. Mas não vai ser. Seria um bom dia se os pilotos voassem.

Com o S. Pedro, o governo já nem se preocupa. Podem chover calhaus que não haverá secretário de estado que não venha com ameaças de fazer corar o céu. Nem tão pouco Passos sairá da sua normalidade governativa.

Mas a chuva, eventualmente, as trovoadas, podem causar prejuízos de muitos milhões. No turismo, na agricultura, na economia. O CDS pode mesmo perder todo o prestígio nas áreas chave da sua boa governação.

Não se sabe ainda quais as consequências que tais prejuízos vão causar à campanha eleitoral dos testas de esferovite que tanto prestígio têm granjeado para o país. Daí que vão exigir compensações extras ao PSD.

Quanto ao feriado mais importante da revolução, está como ela. Foi chão que deu uvas. O governo não comenta perdas de qualquer espécie no que toca aos trabalhadores. Mas aprecia imenso que os patrões trabalhem.

E com eles, lá estará o governo inteiro convidado a aproveitar as promoções especiais e revolucionárias que podem chegar aos cem por cento de desconto. Vamos lá meu povo, toca a ir lá também. Não faltem.

Agora o facto mais importante para amanhã será, nós olharmos o céu e não vermos um avião lá em cima. Os pilotos não podem com chuva. O governo não pode com pilotos. E, o pior, os aviões não voam sem pilotos.

Parece que o governo vai mesmo acabar com esta pouca vergonha. Se os pilotos não querem voar, que vão aterrar para outro lado. Lá bem longe. Mas os pilotos querem é que se enterre, quem quer enterrar a empresa.

Amanhã tinha tudo para ser um bom dia. Para isso, era preciso que ninguém estragasse a vida de ninguém. Que toda a gente se respeitasse e respeitasse o país que é de todos. Mas há quem não mereça viver aqui.

29 Abr, 2015

SURPRESA!...

 

Passos admitiu hoje ter ficado surpreendido com as buscas ao fisco por motivos que se prenderão com a atribuição de vistos gold. Lá terá os seus motivos, pois as iniciativas podem ter decorrido fora do circuito habitual.

Provavelmente, Passos está habituado a ser o primeiro a saber de tudo. Agora, a surpresa virá do facto de ter sido o último a saber dessas incómodas, embora inúteis, visitas como o tempo tem demonstrado.

E, muito oportunamente, lá vai dizendo que é bom que a PJ e o MP façam o seu trabalho. Palavras de uma sensatez a toda a prova. Certamente que pretende reforçar a ideia de que as investigações são mesmo um trabalho.

Claro que são. Como exemplo, cito alguns títulos que ontem apareceram na comunicação social: Sócrates admite pela primeira vez que pode vir a ser condenado. Obviamente que quem só lê os títulos ficou excitadíssimo.

Mas mais excitados ficaram ainda, todos aqueles que só sabem o que ouvem dizer. E logo apareceram os que não têm, nem nunca tiveram dúvidas de que a competência da investigação, finalmente, deu frutos.

Num primeiro momento, quase apostaria que Passos foi um desses. É que as notícias começam pelos títulos. Para Passos talvez não, mas só quando não é surpreendido. E, neste caso, dificilmente será mesmo surpreendido.

A menos que as informações de que dispõe não fossem privilegiadas. Ou, a menos que os seus informadores oficiais, também lessem apenas os títulos das notícias. Ou que a PJ e o MP também aqui o surpreendessem.

Mas, isso é muito complicado para a investigação. As notícias, se não tivessem título, diriam simplesmente: Sócrates admite pela primeira vez que pode vir a ser condenado, sem factos e sem provas. Surpresa total.

É natural que as notícias só o sejam, se tiverem aquele picante que tenha o condão de criar algo de estimulante. E, sobretudo, que tenha a virtude de ir ao encontro de quem paga fretes que promovam ou compensem.

28 Abr, 2015

UTAO...TAO

 

O partido, agora na pessoa do seu jovem atiradiço MAC, gaiense dos sete costados, está mesmo a merecer ‘tao tao’. O que vale é que ele tem costa larga para aparar tudo o que der e vier. Mesmo qualquer acerto de contas.

Para lá das contas, o forte dele não é acertar. Prefere socorrer-se de quem lhe responda a umas perguntas básicas. Mas, as respostas vão acabar por ser tão básicas como as perguntas. Se quer dar tao tao, acaba por levá-lo.

Isso é um bocado a sina de quem nunca passa de vice. E o gaiense MAC é um vice completamente viciado. Bem podia pegar na calculadora de bolso e desatar a deslindar as contas dos outros. Mas não. Chama pela UTAO.

Certamente que desconhece as funções dessa instituição. Nem sequer reparou que se trata da Unidade Técnica de Apoio Orçamental. E não da unidade técnica de ensino ao MAC. Ora, MAC, não é um orçamento.

Também não sabe que os meninos da escola, dantes, levavam tao tao dos professores, quando eram avessos a aprender. E assim, corriam o risco de ficar burrinhos para sempre. À primeira vista, foi o que aconteceu ao MAC.

Daí que cause uma enorme surpresa como é que ele conseguiu ser vice em Gaia com os sucessos conhecidos. E agora, como é que ele consegue ser um vice especial, com o vício de meter o nariz onde não é chamado.  

Com essa coisa de querer meter a UTAO na esfera das suas influências, ainda acaba a levar tao tao no U. Isso para ele não conta nada. Qualquer dia está a mudar-se para vice de quem lhe pague todas as contas difíceis.

Por enquanto, ele ainda pensa que ser MAC, é muito melhor que ser AC. Na realidade, ele tem um M a mais. Resta saber se esse M, é bem cheiroso ou mal cheiroso. O que tem dito e feito ao longo da sua vidinha, diz tudo.

27 Abr, 2015

TU SEM MIM...

 

Estamos condenados a viver juntos, embora tenhamos uns caprichos que por vezes nos estragam a disposição. Mas, como diz o povo deles, é mais o que nos une, que aquilo que nos separa. E eu preciso de ti, tu sabes.

Mas, se eu preciso de ti, ambos sabemos que tu sem mim não és ninguém. Quase ia dizer que sou uma espécie de pai para ti. Mas não quero que digas para ir chamar filho a outro. Vá lá, sou o teu bom irmão mais velho.

Isto, em termos de conveniência de ambos, é uma questão de justiça. Tu e eu, unidos, somos inatacáveis, mesmo nos pontos mais fracos que ambos temos. É justo que fiquemos juntos. Antes que a justiça nos separe.

Diz-se por aí que resolvemos dar o nó. Há tantas maneiras de o dar. O nosso casamento não é um ato de amor. Todos sabemos que há uniões entre gente, que até nutre algum ódio recíproco. Mas a justiça casa-os.

No nosso caso, há um ódio zinho de estimação que até serve para alimentar as defesas das nossas situações periclitantes. Seria uma injustiça entregar o ouro ao bandido pois a nossa ourivesaria jamais será assaltada.

Há quem tenha proteção divina para que nada lhe aconteça. Nós, enquanto estivermos juntos, temos a melhor das proteções. Que é a bênção de escolher e ter os melhores e mais fortes seguranças do mundo.

O nosso casamento não se destina a resolver os problemas da natalidade no país. Nem tão pouco vamos andar por aí aos beijinhos e aos abraços para mostrar que somos mais felizes que ninguém. Só de mãos dadas.

Isto, no pouco tempo que vamos estar fisicamente unidos. Tu adoras hotéis e países exóticos. Eu sou caseirinho. Mas hoje, isso não é problema. Temos o Skype para nos contemplarmos nos poucos momentos livres.

A nossa relação nunca será de olho um no outro. Isso é para quem é obsessivo ou ciumento. O nosso negócio é que confiem em nós, que nós desconfiaremos de todos. Menos de nós próprios. Admitimos exceções.

Entre nós, tudo será revogável para que tudo seja resolúvel. E se acaso houver quem tente meter-se connosco, eu terei o padrinho e tu terás a madrinha. Vês? A nossa união tem tudo, mas mesmo tudo, controlado.

 

Estive preso à televisão na cerimónia que foi anunciada como comemorativa dos quarenta e um anos do vinte e cinco de abril. Estive preso e o ambiente não era mais que o de uma prisão dos tempos de hoje.

Contemplei aquelas montanhas de cravos frente á mesa da presidência. Cravos mortos, enterrados em vala comum, com uma data de olhos a sobrevoá-los. Uns com muita compaixão, outros sorrindo interiormente.

Havia dois olhos que, acima dos cravos, permaneciam quase sempre fechados. Como que vivendo um pesadelo motivado por tanto ter pisado tantos, ao longo de tantos anos. Mas nunca com a firmeza dos últimos.

Aqueles cravos mortos deviam estar em lapelas vazias que ali foram precisamente para mostrar como nunca gostaram deles. Que sempre os detestaram, apesar do sacrifício enorme de os suportarem no dia de hoje.

E aqueles cravos mortos ficaram definitivamente murchos, quando ouviram os piores dislates de quem diz o contrário daquilo que sempre fez. De quem tira a lama das suas fatiotas para a atirar à cara dos outros.

‘25 de Abril, sempre’. A sua comemoração não passa já de uma farsa, de que se afastam cada vez mais, as pessoas que o respeitam. Ao menos que o seu espírito sobreviva, como sobreviverá sempre tudo o que nos marca.

Tanta mentira, tanta hipocrisia, tanta maldade, em bocas que deviam lembrar-se que estavam na casa da democracia, no dia de falar verdade, no dia de ser sério e no dia de ter ao menos alguma vergonha na cara.

Naquela bancada abaixo das mesas dos cravos mortos, havia caras para tudo. Uma de palhaço sempre a rir, outra de quem nunca levantou o olhar, outras de quem mostrava o quanto sentia vergonha de estar ali.

Quanto aos discursos, o habitual espetáculo de fogo preso. Porque todos os pirotécnicos estavam presos nas suas redomas de interesses. Portugal esteve ausente. Quem esteve ali foi Ali Babá e muitos dos seus súbditos. 

24 Abr, 2015

COISA ESTRANHA!...

 

Volta não volta, lá aparece o PS misturado com o PSD/CDS em iniciativas destes dois perturbadores da democracia. Coisa tanto mais estranha, quando estamos precisamente na véspera de lhe comemorar os 40 anos.

Como diz um jornal espanhol, os quarenta ainda se comemoram, mas é bem provável que não aconteça o mesmo com os quarenta e um. Aliás, o que se vai comemorar agora, é já um atentado à liberdade de expressão.

Não admira pois que, de ano para ano, se venha a perder o entusiasmo por comemorações que, de populares, nada têm. Obviamente, que por obra e graça de uma certa direita que nunca digeriu bem a democracia.

Realmente, a coisa mais estranha de tudo isto, é que o PS se deixe envolver nesse novelo, sejam quais forem as razões que invoque para se justificar. O tempo já mostrou que sempre se sairá mal com tais misturas.

O PS tem obrigação de detetar à légua todos os movimentos da direita no sentido de desvirtuar a revolução. Ainda que mascarados de boas intenções. O PS tem obrigação de ser a melhor referência do 25 de Abril.

Infelizmente, também nem sempre o soube ser, no meio de tantos atropelos a uma democracia que, de uma maneira ou de outra, todos os partidos têm atraiçoado. Uns por excessos de zelo, outros por puro ódio.

Daí que o PS esteja numa posição que devia ser sempre de fiel da balança, pois está posicionado entre os que mais se opõem aos ideais de Abril e os que abusam de excessos na sua defesa. Depois, o passado fala por si.

Esta guerra da cobertura da campanha eleitoral não tem ponta por onde se lhe pegue. Se o PSD tentou dar mais um passo para limitar uma comunicação social já meio amordaçada, fez mal em querer ainda mais.

Se o PS pensou que levaria o PSD e o CDS a aceitar um equilíbrio que neste momento não existe, avaliou muito mal as possibilidades de êxito. De qualquer modo, nunca o PS, como um todo, aceitaria entrar nessa tontice.

Quem se entretém a fazer comparações para deitar poeira nos olhos dos incautos ou distraídos, bem pode acautelar os seus. Sobretudo, quem já tem graves distorções visuais. A cegueira é uma coisa terrível na política.

 

 

22 Abr, 2015

GENTE ESPERTA

 

Andava eu aqui a pensar que afinal o PS de António Costa já tinha um programa de governo e pelos vistos não tem nada. Se calhar, digo eu, anda por aí qualquer confusão com algum PS que não é de António Costa.

Talvez aquele PS que anda constantemente nas bocas de gente mais esperta que a generalidade dos portugueses. Talvez aquele PS que o PSD julga ser seu sósia e fala dele como se de si próprio se tratasse. Só pode.

Aliás, essa gente mais esperta que o normal, lá no seu íntimo, deve ter já interiorizado que há uma semelhança total entre o Varoufaquis do Syriza e o harvardiano Centeno que veio visitar o PS. Com a mesma bíblia na mão.

Logo, com a mesma esperteza de apóstolos do mesmo céu. Só que o apóstolo grego já se confessou ao país, enquanto o apóstolo, que é só do Rato, apenas começou agora as suas orações. Mas os espertos veem mais.

Em lugar de um rato, veem um elefante de tromba no ar, como que anunciando ao país a boa nova das suas más notícias. A melhor qualidade dos muito espertos é, precisamente, anteciparem as decisões dos outros.

Tudo fruto da sua fértil imaginação. Já que não têm nada para dizer de si próprios, colocam os seus desejos no ar à espera que alguém lhes pegue. Ou, também pode acontecer, que a esperteza não distinga o alvo certo.

Mas tudo isto vai dar sempre ao mesmo. O apregoado mete medo do regresso ao passado. Julgo não andar longe da verdade se pensar que muitos portugueses não se importariam de regressar a dois mil e dez.

No que toca ao seu nível de vida, mas também em relação a liberdades e garantias que, sem qualquer espécie de dúvida, andam agora pelas ruas da amargura. Muito por culpa de gente esperta. Que tem tudo. E demais.

21 Abr, 2015

TRILEMA

 

Quase passamos a vida a falar de dilemas que nos dificultam a tomada de decisões. Mas não lembra a questão dos trilemas. Em lugar de pensarmos em duas soluções alternativas, colocamos mais uma. Passam a ser três.

Ora, este simples modo de ver as coisas está mesmo calhado para o momento que passa. Uma parte importante dos portugueses está possuída pelo dilema: ir votar ou não ir votar. Pois, este é para esquecer.

Ir votar é fundamental. Portanto não se discute. E então põe-se o trilema: votar no PS, votar no PSD com ou sem CDS, ou votar num dos outros todos. Mas votar mesmo, sem pensar nos inúteis votos brancos ou nulos.

Porque em democracia escolhe-se quem deve governar. E todos podem governar, desde que se disponham para isso. Com maiorias ou com coligações, ou com acordos após as eleições. Mas que grandes novidades!

Pois, mas eu guardei as novidades para o fim. Se o PS ganhar as eleições sem maioria absoluta, deve propor ao PCP que indique o primeiro-ministro. Ao BE que indique o vice. E o PS teria só o ministro do Ambiente.

Quanto aos ministros, é uma questão do PCP. Democraticamente, não lhe seria difícil, sem trilemas, designá-los a dedo entre os prediletos do Jerónimo, da Catarina, da Heloísa, do Marinho e dos outros destas bandas.

Se a direita ganhar o direito a governar, Pires de Lima deve ser o próximo primeiro-ministro. Mota Soares, o vice. E Assunção Cristas a ministra das Finanças. O PSD? Os ministros atuais, vão para subsecretários de estado.

Portanto, deixemo-nos de dilemas e de trilemas. A esquerda merece ganhar as eleições, mas tudo tem de ser diferente do que tem sido. O PS tem o dever de manter o bom ambiente entre todos. E não faz mais nada.

Quanto à direita, se acaso lá chegar, também tem de mudar muito. E sem Portas, o CDS muda tudo. Continua lá um Pedro, mas este, enquanto fala, está sempre a dizer que sim. Bom sinal. Pires de Lima? Tem muita graça.

Que sempre foi o que faltou ao atual titular. Cristas, por seu lado, é um poço de dinheiro. E mais ainda, quando for futura ministra do Kiwi. Além disso, tem outro ar. A atual titular tem ar de tesa. Finanças assim, não.

Isto de escrever a esta hora não dá nada. Estou em pulgas, porque nunca mais chegam as 19H45. É lá possível hoje, pensar nos ‘alemões’ e seus aliados de cá. Nem pensar! Olha, meia bola e força. Com missão cumprida.

 

20 Abr, 2015

DOENÇAS

 

Neste país de cerca de dez milhões de almas já são poucos os que ainda se podem gabar de usufruir de boa saúde em todos os aspetos da sua vida. É facilmente constatável que as conversas mais versadas são sobre doenças.

Os mais idosos, compreensivelmente, falam dos seus males e dos remédios que têm de tomar. Cada vez falam com mais frequência, das dificuldades que encontram para se tratar. Que bem sabemos quais são.

O santeiro político da TVI diz que o primeiro-ministro é teimoso. Somos obrigados a acreditar, ou não fosse ele uma espécie de seu médico político de família. Sabemos ainda que a teimosia é uma doença incurável.

Um pouco menos graves para o país, mas ainda assim, altamente preocupantes, são as doenças da RTP. Uma delas, o cancro da RTP, parece de cura muito duvidosa. Sobretudo, por causa da teimosia de Passos.

A outra doença, diagnosticada por Nuno Artur Silva, é uma irrelevância, que vem de há muito tempo. Ora, não é difícil deduzir que se trata de uma irrelevância crónica. Ou seja, uma doença vinda da teimosia de Passos.

As doenças são assim. Umas puxam pelas outras. Ainda dentro da RTP, Passos, via Maria Luís e Poiares Maduro, injetou dez mil mensais nas veias do novo presidente. Uma dose de cavalo que está a contagiar aquilo tudo.

Dose que está muito acima do suportado pelo próprio Passos e até por Cavaco. Compreende-se que, agora mais que nunca, venha a ter razões de queixa das suas reformazitas. E, viver mal, também é uma doença grave.

Mas há ainda duas doenças menos evidenciadas nesta RTP de Passos. Uma delas, é o sintoma de que Passos e Portas nunca fazem nada. Os dez mil dados ao presidente foi um despacho de Maria Luís e Poiares maduro.

A outra doença vem da irrelevância da RTP, quanto ao seu papel perante a concorrência. Uma irrelevância caríssima. Se é para continuar irrelevante, eu vou para lá, por meia dúzia de patacos. Já se poupam nove mil e tal.

Agora relevante e muito, é o facto de toda esta gente saber gerir muito bem todas as doenças do país. Não é só ter a água e a luz em dia. É saber falir empresas no prazo certo. E os seus bancos. Os doentes pagam tudo.

 

 

19 Abr, 2015

JOGAR FORA

 

A conversa da bola está de tal maneira viciada e virulenta que até me repugna entrar nela. Mas, a conversa política está mesmo igualzinha à da bola. Ora então, o que é que eu devo fazer senão conter a repugnância?

Isto, para concluir que, jogar em casa, ou jogar fora, é como o dia e a noite. Em casa, perante o nosso público, normalmente, somos aplaudidos. Se acaso não estivermos a jogar mesmo muito mal. Pior que o adversário.

Mas, jogar em casa é sempre mais fácil e mais cómodo. Contudo, quando jogamos fora, perante apupos, assobios, insultos e brutidades de bestas desnorteadas, a nossa razão torna-se mais evidente e mais motivadora.

Já não sei se estou a falar de bola, se de política. Mas estou, de certeza, a falar de gente que não sabe lidar com gente. Que fala como besta, quando devia falar como gente. Que julga que está a falar de besta para besta.

Talvez porque há bestas que julgam intimidar quem não cumpra os seus requisitos bestiais de princípios para integrar a mesma comunidade. A verdade é que há quem se farte de vez. Pessoas que se fartam de bestas.

Julgam as bestas que de cada vez que alguém se afasta por causa delas, o terreno lhes fica mais favorável. Não, de todo. Enganam-se a si próprias. Cada vez ficam mais a falar sozinhas. E isso não é ganhar. É mesmo perder.

Eu, por exemplo, sei que escrevo para um universo muito restrito. É fácil de ver que, entre quem anda por aqui, não são muitos os que possam encontrar algum interesse nestas linhas. O interesse é meu e não desisto.

Obviamente que não desisto por causa de ninguém. Quando desistir, é apenas porque não me apetece continuar. Julgo haver sempre alguém que tem oportunidade de não ouvir apenas bestialidades de alguns.

A verdade é que esses jogam em casa. Jogam no seu campo. Como são mais por estarem em casa, berram, insultam, fazem tudo para pisar, achincalhar e amedrontar. Mas, todos sabemos que na bola é assim.

E é assim porque sabem que a equipa adversária é superior. Se sentissem que estavam ao mesmo nível, apenas aplaudiam todas as boas jogadas. De ambos os lados. Sinceramente, já não sei se isto é só coisa da bola.

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