SORTEIO
O sistema de nomeações, seja lá para o que for, está podre e a cheirar mal. As eleições e as votações já deram o que tinham a dar. Aliás, já só nos dão desilusões e a certeza de que já nem aí temos voto na matéria.
Os nomeados são cada vez mais nabos. Parece até que o requisito número um para a nomeação é exatamente a nabice. É que já nem se olha à cor dos olhos, coisa que em tempos era fundamental. Hoje está tudo mudado.
Quanto às eleições e votações, já nem vale a pena pensar nisso. Não nos bastavam as muitas condicionantes de cá, tinham de aparecer uns tipos ditos europeus, cheios de perfumes caros, a dizer em quem se deve votar.
Está mais que visto que o sistema está caduco. As eleições decidem-se nas cadeias por ordens judiciais, tal como se decidem nas televisões por arregimentados de mau feitio. Hoje há muito mais partidas que partidos.
Sendo assim, o melhor é seguir o critério para os árbitros da bola. Todas as semanas, venha de lá o sorteio de quem apita quem. Pois bem, para qualquer tipo de cargo, recolham-se os candidatos e vamos ao sorteio.
Que se lixem as eleições. Quem o disse tinha toda a razão. Só que não teve vistas largas e afunilou a questão. Terminadas as legislaturas, ou os mandatos, abre-se um processo de recolha de candidaturas individuais.
Como devem ser mais que as mães, pega-se na lista respetiva, onde cada candidato tem o seu número e leva-se à Santa Casa da Misericórdia. Metem-se as bolinhas nas esferas, como na lotaria e, venham os nomes.
É evidente que não pode haver exclusão de ninguém do sorteio. Mas podem ter de obedecer a regras. Por exemplo, saberem ler, escrever e falar o português correto, ter escrito livros sobre política, ser adulto, etc.
Por uma questão de comodidade, até podia entregar-se a tarefa de elaborar as listas de candidatos, à grande FCF do programa Prós e Contras. Mas teria de o fazer de olhos vendados para não se deixar influenciar.
Espero que ninguém me diga que isso era muito complicado. Nada disso. É só avisar no ato do sorteio: Saia um presidente. Saia um primeiro-ministro. Saia o ministro tal. E por aí adiante para deputados, juízes, etc.
Mas, muita atenção ao doutor Santana Lopes. Todos sabemos que ele tem aquilo tudo muito afinadinho, mas nunca fiando. É que ele não é sorteado. Mas não duvido de que ele não tem, nem tinha, influência nos sorteios.