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afonsonunes

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30 Jun, 2015

SORTEIO

 

O sistema de nomeações, seja lá para o que for, está podre e a cheirar mal. As eleições e as votações já deram o que tinham a dar. Aliás, já só nos dão desilusões e a certeza de que já nem aí temos voto na matéria.

Os nomeados são cada vez mais nabos. Parece até que o requisito número um para a nomeação é exatamente a nabice. É que já nem se olha à cor dos olhos, coisa que em tempos era fundamental. Hoje está tudo mudado.

Quanto às eleições e votações, já nem vale a pena pensar nisso. Não nos bastavam as muitas condicionantes de cá, tinham de aparecer uns tipos ditos europeus, cheios de perfumes caros, a dizer em quem se deve votar.

Está mais que visto que o sistema está caduco. As eleições decidem-se nas cadeias por ordens judiciais, tal como se decidem nas televisões por arregimentados de mau feitio. Hoje há muito mais partidas que partidos.

Sendo assim, o melhor é seguir o critério para os árbitros da bola. Todas as semanas, venha de lá o sorteio de quem apita quem. Pois bem, para qualquer tipo de cargo, recolham-se os candidatos e vamos ao sorteio.

Que se lixem as eleições. Quem o disse tinha toda a razão. Só que não teve vistas largas e afunilou a questão. Terminadas as legislaturas, ou os mandatos, abre-se um processo de recolha de candidaturas individuais.

Como devem ser mais que as mães, pega-se na lista respetiva, onde cada candidato tem o seu número e leva-se à Santa Casa da Misericórdia. Metem-se as bolinhas nas esferas, como na lotaria e, venham os nomes.

É evidente que não pode haver exclusão de ninguém do sorteio. Mas podem ter de obedecer a regras. Por exemplo, saberem ler, escrever e falar o português correto, ter escrito livros sobre política, ser adulto, etc.

Por uma questão de comodidade, até podia entregar-se a tarefa de elaborar as listas de candidatos, à grande FCF do programa Prós e Contras. Mas teria de o fazer de olhos vendados para não se deixar influenciar.

Espero que ninguém me diga que isso era muito complicado. Nada disso. É só avisar no ato do sorteio: Saia um presidente. Saia um primeiro-ministro. Saia o ministro tal. E por aí adiante para deputados, juízes, etc.

Mas, muita atenção ao doutor Santana Lopes. Todos sabemos que ele tem aquilo tudo muito afinadinho, mas nunca fiando. É que ele não é sorteado. Mas não duvido de que ele não tem, nem tinha, influência nos sorteios.

 

Santo António já lá vai, o S. João já passou e o S. Pedro está aí. São estes os nossos queridos Santos Populares que ainda dão alguma felicidade aos portugueses. Apesar da infelicidade que os tocou de forma dramática.

Na linha da frente deste drama está, por sinal, o Pedro que não é santo. Tem a companhia de outros que se querem fazer passar por santinhos, mas aos quais o povo já não tem motivos para lhes tirar sequer o chapéu.

São todos aqueles que se juntaram aos europeus de meia tigela que temos hoje. Aqueles, para quem o mal dos outros lhes serve de consolo. Que, mostrando falsa compaixão, se orgulham de não ser iguais a eles.

Realmente, é um orgulho para os portugueses saberem que temos quem saiba que dezanove menos um são dezoito. Talvez porque hoje seja dia de S. Pedro e, por aí, algures, se comemore o dia de Santo Aníbal. À grande.

Na próxima oportunidade, caberá ao milagreiro S. Pedro anunciar que, dezoito menos um, são dezassete. Quem sabe, se não haverá algum santo popular grego que esteja já a rezar para que lhes saia uma boa companhia.

Já sabemos há muito tempo que Portugal se orgulha de não ser a Grécia. A Grécia, por sua vez, parece ter muito orgulho de não ser Portugal. É a história do bom e do mau aluno. Que podem acabar ambos chumbados.

Com uma grande diferença. Um, estudou pouco, mas conhece bem o seu povo e como ele vive mal. O outro, nada estudou e desconhece o seu país, vendendo-lhe ilusões em lugar de lhe comprar o pão da sobrevivência.

A partir de amanhã, já nem teremos santos populares a olhar por nós. Nem teremos alegria para as sardinhas assadas, regadas com vinho tinto. Mas não seremos aturdidos com os ditos que os excessos nos provocam.

Não será caso para dizer que por cá, e por essa Europa dos dezanove, está tudo grosso. Mas sabemos que quase todos, lá e cá, aceitam o diálogo sem fim e o compromisso que nunca chega, se não tiverem o que querem.

 

Ainda pensei em escrever, Partido dos Casos Pessoais (PSD), mas vi logo que não batia a bota com a perdigota. Também estive para escrever, Partido Português dos Casos (PPC) mas pareceu-me muito pessoal.

Espero que ninguém me venha com semelhanças de siglas. Elas são tantas, as siglas e as semelhanças, que ninguém pode querer exclusivos. Até porque, quanto a semelhanças, cada um que se veja ao espelho.

Do lado do PS, já veio o esclarecimento de que não utilizará casos pessoais na campanha eleitoral. Portanto, poderia ser o Partido Sem Casos Pessoais (PSCP). Mas é evidente que, assim, vai ter de ouvir muito e ficar calado.

Tão calado como vai ficar Cavaco Silva na resposta que não vai dar a Carlos Cesar, sobre as nomeações de embaixadores. Isso também são casos pessoais do respetivo partido PCP, bem como do seu presidente PPC.

PPC que, na oposição, sempre berrou pela transparência nas nomeações. Desde que o seu partido, o PCP, as comanda, é o que se tem visto. Casos e mais casos de pouca vergonha descarada. Casos de escândalo e de favor.

Não sei se o PPC do PCP, é ou não pela bicicleta de Crato. Marinho Pinto diz que Coelho e Costa são do mesmo laboratório. Ele, MP, e NC, devem ser do mesmo reformatório. Ao que parece, dois candidatos à trotinete.      

Aliás, MP, do PDR, tanto se lhe dá juntar-se ao PCP de PPC, como ao PSCP de AC, desde que lhe garantam um caso pessoal de alguma relevância. Por exemplo, ter o poder de malhar forte e feio na justiça, na ASJ e na ASMP.

Ainda estou para saber se Marinho Pinto mudará o nome do seu partido, para PDR/CP. Na afirmativa, convém dizer já que se alia ao PCP de PPC. Se muda para PDR/SCP, dizer com clareza que se juntará ao PSCP de AC.

27 Jun, 2015

VÁ, FORÇA!...

 

Esta aventura da Grécia e dos seus parceiros europeus não está a correr lá muito bem. Desde logo porque parece haver medo de todos os lados. E o caso não é para menos, pois o que parecia fácil acabou por ser perigoso.

E o mais fácil era mesmo mandar a Grécia dar uma volta ao bilhar grande, de cabeça baixa, envergonhada e remetida à sua ignominiosa pobreza. Afinal, o dinheiro não pode ser confrontado com quem o não tem.

Como disse o primeiro-ministro irlandês, ninguém pode contrariar a vontade de um povo. Se o querem contrariar devem dar-lhe a oportunidade de retificar as decisões anteriores. Daí o próximo referendo.

Depois de braços de ferro, ou cabeças cheias de teimosia de ambos os lados, deu-se como certa a queda do mais fraco. Até porque os mais fortes são muitos e alguns deles, mesmo muito débeis, arrotaram forte e feio.

Agora, parece haver muitas falinhas mansas, até mesmo dentro dos mais poderosos. Os outros, encolhem os ombros. A coisa está mais complicada do que parecia. E a coragem de dar o pontapé de saída está a esmorecer.

Cada um dos dezoito, começou a ver como é que fica, se a Grécia não ficar. Por mais que tivessem pensado que isso não os afetaria muito, a verdade é que os perigos reais estão a acalmar as precipitadas ameaças.

O governo grego, desesperado, estica a corda até onde pode. Os credores receiam as consequências do referendo. Fica em suspenso o resultado de tanta conversa inútil. Talvez não surpreenda se a altivez baixar a bolinha.  

26 Jun, 2015

VÁMOS LÁ VER

 

Não sei bem onde, mas já ouvi esta frase, vamos lá ver, uma infinidade de vezes. É assim uma espécie de pausa antes de responder a uma pergunta. É uma pequena reflexão para que não haja precipitações nas respostas.

Pois então vamos lá ver, mesmo sem ninguém me ter perguntado nada. Não há jornalista que se preze que, sempre que está perante António Costa, não lhe faça perguntas sobre José Sócrates e os danos para o PS.

Vamos lá ver, parece que não seria descabido, melhor, seria muito mais lógico, que perguntassem a Passos, que se recandidata, quais os danos para o PSD, por exemplo, dos efeitos do escuríssimo caso Tecnoforma.

E vamos lá ver, por que carga de água, nenhum jornalista se dispõe a arriscar uma perguntinha a Paulo Portas, sobre o caso dos submarinos. É que é das tais coisas que ainda ninguém percebeu um fim tão prematuro.

Está mais que visto que Costa, pelo menos que eu saiba, não tem caso nenhum escondido com rabo de fora. A menos que seja um caso, ter sido governante, provavelmente, amigo de Sócrates. Mas então, vamos lá ver.

Passos tem o seu vice MAC no PSD. Deve ser seu amigo, claro. Tem, deve ter, muitos amigos dentro do PSD, como Duarte Lima, Oliveira e Costa, Dias Loureiro, entre muitos outros, que podem causar danos ao PSD.

Vamos lá ver, Portas, tem como companheiro no governo, o amigo Passos, que tem os amigos que tem e tem os casos que tem. E têm ambos o grande caso de terem enganado e continuam a enganar os eleitores.

Vamos lá ver, eu sei perfeitamente que os jornalistas têm o direito de escolher os seus amigos de estimação e as suas perguntas prediletas. Longe de mim, ignorar isso. Mas o que não devem é ignorar a sua ética.

Pois bem, vamos lá ver, os eleitores têm todo o direito a uma informação séria, plural e isenta. No que toca a informação sobre eleições, nem seria preciso fazer comparações. Sócrates não é candidato a nada dentro do PS.

Já no PSD e no CDS, os candidatos com casos, são candidatos a novos ou a futuros mandatos e isso não constitui problema nenhum. Já o mesmo não se passa com Costa, sem casos, mas talvez com o problema de ser sério.

25 Jun, 2015

NÃO CONFUNDIR

 

Diria mesmo que era bom que não se tentasse criar confusões entre duas situações completamente diferentes. Uma, o radicalismo de credores que arruínam pessoas e países. A outra, o radicalismo que defende as pessoas.

Parece uma coisa esquisita mas não é. Os credores são radicais na maneira como sugam sempre, até à exaustão, sem olhar a meios nem a fins, mesmo quando obrigam a políticas que tornam impossível pagar-lhes.

Por outro lado, os devedores não podem partir de posições radicais do tipo, não pagamos, quando sabem que precisam dos credores. Mas podem, devem, contestar energicamente os erros de quem os estrangula.

Aliás, não é difícil perceber que todas as espécies de prepotência e de violência, acabam por ser as maiores causas para o aparecimento de radicalismos. Ninguém, exceto os mártires, aceita morrer sem resistir.

O grande problema é que os credores são tidos, logo à partida, como milagrosos salvadores. E assim continuarão para uma certa elite de fiéis servidores e defensores. Mesmo se, na prática, forem incorrigíveis agiotas.

Quando alguém se revolta contra esta selvajaria, pode ter sido sempre radical no que diz e no que faz, mas não deixa de estar do lado da moral e da justiça, quando não se presta a vergar-se perante quem é pior que ele.

As dívidas são para pagar, sim, isso não se discute. Mas se elas se vão agravando com o tempo, até serem insolúveis, por culpa de quem pede sacrifícios inúteis, que só inviabilizam o pagamento, aí não há volta a dar.

Porque a volta, é a revolta contra quem está desse lado. Contra quem só olha para o lado do, pagas ou morres. Por mim, tenho pena dessa gente, que também acabará por morrer, obtendo ou não o prémio da agiotagem.

Os puros defensores de uma moral cínica, em que o dinheiro é tudo para quem o tem e nada para quem não pode tê-lo, porque não chega para ele, é um claro sinal de que o mundo e o país estão mesmo radicalizados.

24 Jun, 2015

OVNI’s

 

Apetecia-me escrever que em Portugal já voou quase tudo e, talvez por isso, abundem à frente dos nossos olhos, muito objetos não identificados por quem os não quer ver. Mas quem insiste em olhar, vê tudo clarinho.

Hoje, para não variar, foram os aviões há muito identificados que voaram como objetos desconhecidos. E com eles, muita tralha desconhecida voou também, rumo a um destino desconhecido. Pelo menos por enquanto.

Há mais de uma dezena de anos aterrou por cá um ‘piloto especial’ já sobejamente identificado. Hoje, viu concretizado o seu sonho e o seu trabalho de todos esses anos. Talvez venha a ser condecorado. E merece.

Podem chamar-lhe Pinto, mas ele é um Galo de alto poleiro e um cantador de amargas vitórias. Porém, não seria nada sem os hospedeiros de bordo, todos bem-parecidos com os mais estranhos OVNI’s que vêm e vão.

Não sei se todos terão alguma relação com uns tantos bem identificados OVNI’s que se viram a aterrar e levantar voo em Gaia. Nomeadamente, um tal de ‘BIG MAC’, que subiu, subiu e só aterrou na Lapa, em Lisboa.

No entanto, sobrevoa o país todo e, segundo a VISÃO, tem muitas histórias para contar. Com muitas coisas a voar, em Gaia com certeza, mas quem voa pelo país todo, não deixará de ter feito das suas em todo o lado.

E arrisca-se a ser escolhido pelos portugueses para ver reforçada a sua força voadora, talvez até devoradora de um país que já tem pouco para ser devorado. E os devoradores são mais que muitos. E muito unidos.

Tão unidos que de tão alto voarem, conseguem contar as suas histórias do fim para o princípio. Coisas de mágoas e lágrimas, de bandidos e ladrões, de facas e alguidares, que comovem gente híper recetiva, que se excita.

Enquanto esses OVNI’s voam livremente, seguros de que nada nem ninguém lhes toca com um dedo, outros portugueses levam com os dedos das duas mão na cara. É este o país justo que eles têm para voltar a dar.

23 Jun, 2015

A DÉCIMA

 

Eu e a grande maioria dos portugueses estamos fartos de pagar a décima. Mas há quem não se conforme e não se canse de querer pagar mais e mais, tendo mesmo uma grande preocupação em repetir dose sobre dose.

Até o acidente de Camarate já vai na décima. E os portugueses a pagá-la. Já se diz por aí que daqui a quatro anos virá a décima primeira. Devíamos ver bem quem não se cansa de querer sempre mais uma. E para quê?

Até já se diz que toda a gente está farta de saber tudo sobre o caso. Confesso que eu não sei nada. Mas, se já está tudo esclarecido, não compreendo por que insistem em pagar mais uma décima sem fatura.

No meu modesto entender, de quatro em quatro anos, aparece sempre uma comichão enorme e sempre nos mesmos. É capaz de ser sarna. Eles bem se coçam mas, na verdade, a coisa não lhes passa. Nem aprendem.

Com o fim desta décima, e com os espíritos mais sossegados por quatro anos, hoje, dia da martelada, a noitada vai ser grande e farta. Mas, as boas cabeças vão inchar com tantas ideias sob a pressão das doces marteladas.

Ao menos na véspera do dia de S. João e na noite de todos os sonhos de felicidade, vamos todos esquecer a décima e todas aquelas que se seguirão. E deixemos para trás todos os acidentes que nos têm chocado.

Neste momento, só há um crime e um criminoso. Esse é o único acidente que aconteceu no país e do qual o país não pode deixar de falar. Também ele, o acidente e o criminoso, têm de vir pagar a décima do ano eleitoral.

Também para nos distrair de que possamos suceder à Grécia. O seu filósofo não pode escapar à ira dos seus puritanos inimigos portugueses. Que, nesta noite de S. João, farão um ensaio decisivo de boa martelada.

Exercício essencial para nos libertar de vez da maldição grega. Somos portugueses, mas vivemos vergados a essa síndrome maldita. Chegamos ao ponto de já aceitar o medo como o mérito e a mentira como virtude.

22 Jun, 2015

CUIDADO, DOUTORA !

 

Ao que parece, foi assim que começou a desgraça do ex-primeiro-ministro, José Sócrates. Um diferendo insanável entre ele, os juízes e o ministério público. Depois de várias tentativas, meteram-no lá dentro.

E, ao que dizem os que estão cá fora, só lá para o ano que vem se saberá o que lhe vai acontecer. Obviamente que não há pressa nenhuma. Pelo contrário. Ora a ministra Paula Teixeira, deve estar muito atenta ao primo.

Suponho que Rosário Teixeira é primo de Paula Teixeira. E ambos são amigos de Carlos, que não é Teixeira. Isso não obsta a que esses laços se quebrem, se a paz e a harmonia vier a estar em causa neste triunvirato.

Para já, a culminar outros cortes já acumulados, vem agora o corte de relações entre os ex-amigos, agora amigos de costas voltadas. É preciso que ela meça bem as consequências. Eles podem vir a não perdoar.

Portanto, o menos que se pode dizer a Paula Teixeira, é que não se meta com eles. Convém não esquecer o que Sócrates fez. E ela não esquecerá, certamente, o que disse e o que fez para que isso viesse a acontecer.

Aliás, se eu estivesse no lugar de Paula Teixeira, a esta hora já tinha prevenido todos os meus amigos para estarem a pau. Em primeiro lugar, que não emigrem. Em segundo, que revejam a titularidade das contas.

Depois, tudo pode acontecer. Até formarem um núcleo de amigos. Mas não convém chamarem-lhe ‘Paula sempre’, nem tão pouco, ‘Paula nunca’. Sempre e nunca, são palavras inócuas na alta sociedade portuguesa.

Os tempos mostram à saciedade que os amigos depressa se transformam em inimigos. Os conselheiros depressa se armam em acusadores. Os bons, depressa se transformam nos maus. Enfim, uma cambada de hipócritas.

Tão depressa exigem, como logo a seguir se insurgem por terem sido atendidas as suas exigências. Uma cambada de cobardes, que não sabem o que é respeitar a sua própria palavra, dando o dito por não dito.

Portanto, doutora, deve ter muito cuidado, pois vivemos já um verão quente, tão quente, que não será difícil esquecer o de setenta e cinco. Com nuances diferentes. Mas ainda não se sabe o que está para sair dali.

21 Jun, 2015

É PARA PARAR!

 

Há tanta coisa boa que faz muita falta ao país e está parada. E há tanta coisa inútil, perniciosa e desnecessária que não para de avançar. Mas também há tanta coisa que custou muito a adquirir e não para de recuar.

Segundo notícias que correm por aí, a Presidência da República Portuguesa, gasta mais que a Monarquia do Reino Unido ou a Monarquia de Espanha. Há que ter em conta a dimensão e riqueza destes três países.

Diz-se que em Belém, ou para Belém, trabalham mais de quinhentas pessoas. É muita gente. Sobretudo, tendo em conta tudo aquilo que os portugueses veem sair de lá. Ou aquilo que não veem sair de Belém.

Nessa ordem de ideias, parece que o mais provável é andar por lá muita gente a apanhar bonés. Sendo evidente que quando o presidente fala pouco, alguém não lhe sugeriu assunto. Se fala muito, alguém exagerou.

Talvez não haja a noção da dose certa em muitas matérias. A noção exata de quando é para avançar, de quando é para parar e de quando é para recuar. É que não raras vezes se avança tanto que só há uma saída: recuar.

Mas, o meu espanto não se fica por aí. Parece que, em breve, os ex-presidentes custarão ao país, mais de um milhão de euros anuais. Não sei que interpretação dar ao ‘em breve’. E qual a importância real atual.

Também nesta matéria, talvez não fosse descabido dizer que é tempo de recuar. Diria mesmo que é por aqui que se devia cortar em fatia larga. É só meditar um pouco na utilidade de tantas mordomias de inútil fachada.

Condições de vida condizentes com a função exercida, sem dúvida. Agora, ter todas as condições para produzir trabalho que não tem quem o aceite, é um desperdício. Nem o presidente em exercício pode fazer o que quer.

Sim, porque o país não precisa de cinco presidentes a produzir opiniões, ou a exercer magistraturas de influências, ou mesmo a exercer o direito à indignação. Todos eles têm direitos pessoais, muito ou pouco respeitados.

Para além desses direitos, há um milhão por ano que podia ter um destino bem mais justo. É sabido que estes quatro ex e o atual, depois de ajustes bem adaptados à realidade do país, até podiam ficar mais equilibrados.

Assim, continuaremos a pensar que há muita coisa que devia ser para parar, ou até para recuar, tratando todos por igual. Depois de tudo bem analisado e estudado, com a merecida dignidade, dizer: É para avançar!

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