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afonsonunes

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O dia de hoje não é o dia dos Teixeiras mas estou certo, ou pelo menos, prevejo, que não tardará a comemorar-se o dia dos Teixeiras. Não sei bem porquê, mas é cá um palpite que me faz tocar todas as campainhas.

Certamente que não sou só eu a tentar lembrar-me de quantos Teixeiras conheço. Mas, nem todos, evidentemente, vão ficar para a história do país. Mas todos, ou quase todos, vão deixar histórias para mais tarde.

Pois, para mais tarde serem contadas aos nossos netos e bisnetos que, nos tempos vindouros, gostarão de ouvir episódios, anedotas, cenas de coragem e cobardia, aos quais, nos dias de hoje, ninguém liga nenhuma.

Não quero dizer com isto que os nossos netos e bisnetos venham a ser mais espertos e inteligentes que nós. Não, pelo contrário. Só que nós, hoje, não ligamos a coisas fúteis. Eles, entretanto, só vão ligar a essas.

Porque isso será a história para eles. Nesse tempo já não haverá Teixeiras. Mas haverá o dia dos Teixeiras. Porque, então, não se dirá que recordar é viver. Mas vai dizer-se que viver, não é como no tempo dos Teixeiras.

A verdade é que tenho estado para aqui a engonhar, para ver se me lembro do primeiro nome dos Teixeiras mais falados. Mas em vão. Já adotei aquela tática de ir pensando, José Teixeira, Mário Teixeira, Rui…

Quando passei por Aníbal, Paulo ou Pedro, ainda tive uns indícios de lembrança, mas não deu nada. E fui de A a Z. Mas que trabalheira. Tenho a certeza de que haverá quem tenha melhor performance que eu. A pensar.

Que ninguém vá pensar que eu estou a insinuar que os Teixeiras são todos uns santos ou uns malandros. Não. Também há Teixeiras como eu. Vulgares de Lineu. Mas não há, penso eu, maior virtude que a vulgaridade.

Aquela vulgaridade que nos leva a pensar que toda a gente é tão vulgar como nós. E é assim que o mundo e o país são paraísos de gente fixe e sincera. Que não é capaz de fazer uma simples asneirinha. Nem pensar.

Afinal, ninguém pode falar em ‘teixeiradas’, com a consciência de que está no seu perfeito juízo. Basta ir ao dicionário para verificar que isso não existe. O mesmo acontece com ‘teixeirices’. Isto até me magoa o ouvido.

 

 

09 Jun, 2015

ROMARIAS

 

Sócrates está em grande como nunca, ou não estivéssemos já no ciclo infernal em que ele cresce, cresce, como o papo-seco no forno. Obviamente que ele não cresce por si, mas cresce pelo calor que o estica.

Parece que, à volta do forno, os padeiros engendram teorias do arco-da-velha. Sócrates é um problema para o PS. Mas, não é o único problema, nem o PS é o único partido a ter um problema. Problemas são às carradas.

A coligação PSD/CDS, por exemplo, tem muitos. O primeiro e o maior de todos eles, é a maneira despudorada como insistem em vender casqueiro por papos-secos. Visivelmente, de fornadas cobertas de bolor do tempo.

Depois, a coligação, não tem um problema pessoal pernicioso como o PS. Tem vários, para não dizer muitos. Tanto Passos como Portas, não têm uma folha limpa de casos que, por acaso, foram varridos à ‘mangueirada’.

Depois, há um ror de condenados à solta, e um ror de tão ou mais condenados na opinião pública, que só divergem dos do PS, pela quantidade e qualidade do tratamento que as cores da época lhes dão.

Mas há ainda um problema que não é propriamente do PS e que anda no ar como se fosse um trunfo decisivo na compita eleitoral. Os habituais conselhos de Belém. Ou seja, a boa ou má muleta da péssima coligação.

Há quem esteja muito preocupado com a romaria que vai em Évora. E mais ainda com a romaria que pode passar para Lisboa. Mas não se preocupam com as romarias que acompanham as visitas governamentais.

Eu sei que há romarias e romarias. Há as pequenas que assustam e as grandes que nos divertem. Como seriam outras romarias, se não houvesse tantos tocadores de bombo em alerta e prontos para malhar forte e feio.

Mas é quase certo que não será preciso entrar por aí. Os papos-secos que se julgam duros de roer, vão acabar por ser postos de molho a tempo e horas do festim. Depois, é uma questão de escolha do melhor conduto.

 

08 Jun, 2015

É LÀ POSSÍVEL

 

Este vício que eu tenho de percorrer tudo o que dá notícias, ou dá coisas parecidas com elas, cada vez me deixa mais em perfeito estado de estupefação. É lá possível dizerem-se coisas tão graves de gente tão séria.

Começo pela ministra da Justiça. Senhora de tão elevados princípios e de tão meritórias reformas, acaba de ser acusada de mentir aos deputados na Assembleia da República. Precisamente pela Associação de Juízes.

Ora os juízes não lhe ficam atrás em elevados princípios. E se não fazem meritórias reformas, fazem com que vão para a reforma, pessoas de muito gabarito e de muito prestígio. E promovem a limpeza social do país.

Na verdade, é-me muito difícil acreditar que a ministra tenha mentido. Mas, é-me igualmente muito difícil acreditar que os juízes estejam a mentir. Estou verdadeiramente estupefacto sem saber como sair disto.

Obviamente que não vou pensar que haja um juiz sequer que lhe passe pela cabeça prender a ministra. Nem tão pouco, que a ministra determine um inquérito que venha a concluir pela prisão de algum dos acusadores.

Estou ainda perfeitamente obtuso com o desplante de outras associações. No caso, as associações das Forças Armadas. O Presidente da República convidou-as a assistir às cerimónias do dez de junho. E elas recusaram.

Mas onde é que já se viu isto? Lá que haja quem diga que Cavaco não é o presidente de todos os portugueses, é feio, mas… Será que há quem diga que Cavaco já não é o Comandante Supremo de todas as Forças Armadas?

No dez de Junho deste ano, serão feitas as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. Mas, sem muitos militares e, principalmente, sem muitos portugueses que estão cá, ou vivem lá fora.

Salva-se, no meio de tudo isto, que não faltará o governo em peso. E o governo, esse sim, é o governo de todos os portugueses. Isso será um conforto inestimável para que se não sinta a ausência de mais ninguém.

E os ausentes ficarão de consciência tranquila pois estarão muito bem representados ao mais alto nível. E, depois, já estão habituados a ficar de fora. Os que não faltaram, dirão, sorridentes, que só faz falta quem está.

07 Jun, 2015

ANTECIPAÇÃO

 

As eleições vêm já aí a correr e a saltar e com elas vão cair por terra assuntos menores como Jesus ou Sócrates. Por muito que os fanatismos se proponham dominar as conversas e as derivações de conveniência.

Por mim, vou tentar manter-me longe dessas coisas fúteis que só geram comentários da treta e comentaristas exageradamente conhecedores de tudo e de todos. Felizmente para eles, a vida corre-lhes bem. Ainda bem.

Pois bem. Venham de lá as eleições. Já há quem fale em seis de Outubro. Para muitos, já vêm atrasadas. Para outros, nunca mais deviam chegar. Vamos tentar fazer um cambalacho de modo a satisfazer toda a gente.

É que nós temos aí as legislativas, é verdade. Mas também temos as presidenciais no pensamento. Nem sequer vou interrogar-me sobre quais serão as mais importantes. Nem sobre qual delas está mais atrasada.

A minha sentença seria fácil. Se as legislativas foram adiadas, ou retardadas, as presidenciais deviam ser antecipadas. Até por uma questão de poupança. Hoje quase não se fala de outra coisa senão, no dois em um.

Exatamente. Eleições a seis de Outubro, vamos a isso, a correr e a saltar. Mas para legislativas e presidenciais. Só para arrumar de vez o Sócrates e o Jesus. O país precisa de toda esta estabilidade que tivemos, e temos.

Se andamos nisto, o primeiro ainda vem a tempo de se candidatar a presidente, como muita gente teme e augura, e o segundo, ainda acaba por se transformar de leão em dragão. O país não aguenta mais desgraças.

Mesmo tendo a contrapartida da graça vinda da de Luís. Mais uma antecipação. Esta de despejar os cofres cheios, para encher os do FMI. Grande golpe dado com toda a mestria pela nossa sábia gerente de conta.

Pagaram-se muitos juros desnecessários para ter o dinheiro guardado nos cofres. Mas agora, vamos recuperar isso tudo. Talvez até nos vejamos, finalmente, livres dessa gente e comemorar agora a nossa independência.

Acima de tudo, o povo está agora mais feliz que nunca. Graças às antecipações. Talvez até lhe antecipem mais uns cortes. O povo habitua-se a viver assim e depois é um problema para largar vícios. Como a Troica.

 

Podem estar descansados que não vou ao futebol ou, simplesmente, não vou à bola com esta ‘converseta’ de hoje. Mas vou enrolar-me nos meandros do que se passa entre a baliza e as duas bandeirolas de canto.

É que os programas políticos para as próximas legislativas aparecem primeiro em forma de balizas programáticas e têm como meio de defendê-las, guarda-redes que não sabem mais que chutar para canto.

Neste relvado da política usa-se e abusa-se daquela linguagem que o acordo não contempla. Quando as coisas não agradam, lá vai uma ‘merdalhada’ para a frente e, com isso, o ‘merdalhante’ gozou vitorioso.

Quando a merdalhada já cheira mal, ainda que embrulhada em papel colorido, pode até chegar-se à ‘caralhada’, outra defesa de recurso para junto da bandeirola. Essas jogadas tão difíceis até levam a ver estrelinhas.

Realmente, as balizas programáticas são uma confusão total. E depois vingam-se na gramática. Chega-se mesmo ao desplante de se falar muito no acordo, agora obrigatório, sem nunca o ter lido. Deviam era acordar.

Da minha baliza à bandeirola, vai apenas uma ideia. Onde o adversário chuta, eu defendo. Onde ele defende, eu chuto para canto. Depois fala-se muito em balizas. Mas para quê, se ninguém consegue vê-las sequer?

Quanto às bandeirolas que assinalam os limites do campo das discórdias, resumem toda a programação da campanha. As do topo norte afirmam-se simplesmente pelo sim. As do topo sul, contrapõem-lhe apenas um não.

Se alguém quiser linhas programáticas mais simples que estas, ou julgar que há balizas mais leves e expressivas, deve avançar já para detrás da baliza dos seus ases. Mas, sem batota. Não vale ver o que não existe.

Nessa medida, devem ter um respeito absoluto pelo acordo ortográfico que deve regular todas as línguas. É ter argumentos, e não substitui-los por sujar a língua com coisas que aparecem na boca, sabe-se lá como.

É que, pela boca morre o peixe. Quando a poluição é muita, vem a intoxicação. Talvez até o anzol espetado na língua. E depois não há merdalhada nem caralhada que ponham estrelinhas em olhos sem brilho.

05 Jun, 2015

OS DOIS MAIS CAROS

 

Há muitas pessoas que ficam caras ao país, quer pelo gastam diretamente do orçamento, quer pelo que desviam do seu lugar. À vista desarmada, ou através de esquemas mais ou menos dissimulados. São bem conhecidas.

Mas há uma grande diferença entre elas. Há as que são perseguidas e as que são protegidas. Ora, por quem havia de ser. Por quem já é igualmente conhecido. Tudo gente que se trata por caros amigos. E andam por aí.

Na verdade, eles são caros em tudo. Talvez com exceção da amizade. É que ser amigo na obtenção do que interessa, pode não significar ter amizade pessoal e desinteressada, baseada no bom carácter de cada um.

O caro Pedro e o caro Paulo estão na fase boa da exploração daquilo que o carácter de ambos tem de melhor. Ambos são caros porque são únicos. Mas são ainda mais caros, quando cada um deles é barato para o outro.

Separados, eles podiam ser baratinhos, digamos que ao preço da chuva, ou até da uva mijona. Chuva e uva, dentro da sua época. E o país podia ficar mais barato ainda, para muita gente. Mas, com eles fora de época.

Porque, na presente época, há quem os acuse de estar a ‘matar velhos’. Uma acusação indigna e que vai contra todas as evidências de proteção. Até porque eles sabem que, se o fizessem, estavam a matar muitos votos.

Além do mais, seria inadmissível que houvesse caros a matar baratos. Tão baratos e tão fiéis, que já comem muito pouco e tratam muito menos da saúde. Só para que nada falte aos seus caros amigos. Muito caros mesmo.

Afinal, essa história caluniosa do mata velhos é igual à cantilena do ressuscita jovens. Que é mais ou menos assim: venham a nós, todos aqueles que mandámos embora. Entretanto, depois de Outubro se verá.

Mas, até lá, acho imensa graça à teoria de que o que soa bem agora, é um veneno, enquanto o que soa ao péssimo que temos tido até agora, é uma maravilha. Até parece que querem dizer que matar, foi bom para o país.

Caros amigos e caríssimas amigas. Deles, obviamente, porque de mim não querem nada, nem eu lhes dou nadinha. Todos os votos virão a ter dono no dia de D. Aníbal. Ele, sim, já não é caro nem barato para ninguém.

 

04 Jun, 2015

RAPAZES PERFEITOS

 

Já que não se fala noutra coisa deixem-me meter também a minha colherada. A noite passada, por acaso, descobri que Jesus tinha um Sobrinho. Ora, Jesus é tio, coisa que muita gente certamente desconhecia.

Sabendo-se que Jesus foi sempre pobre e amigo dos pobres, não era de esperar que tivesse um Sobrinho tão rico. Mas rico de muitos milhões. Mais estranho que Jesus, o homem da Luz, fugisse dali ao lusco-fusco.

Foi uma inesperada tentação, normal em qualquer homem fraco, seduzido pelo ruido de muitos dinheiros. Mas Jesus não podia ser um fraco, ou um pecador vulgar. E o Sobrinho não devia ser um comprador do seu tio.

E ainda, para nos assustar, Rangel diz que vai haver um dia em que não há portugueses. Olha a maravilha! Se já estamos cada vez mais rodeados de chineses. Mais agora com o Sobrinho angolano a comprar o tio português.

Só que Rangel, esqueceu-se de dizer que, no dia em que não houver portugueses, também não haverá Rangel. Tudo isto é assim uma espécie de filosofia de Nuno Melo. Um disparate perfeito. Ou um idiota perfeito.

Não se compreende que num país de cortes, não há ninguém que se lembre de cortar nestes. Talvez porque Cadilhe já tenha descoberto que não pode haver mais cortes. Mas quer a reforma do estado. Qual estado?

Simplesmente, o estado de um Passos cheio de fome e de um Portas com muita vontade de comer. Mas, sem poder comer caracóis, porque não podem ser cozidos vivos. Será possível? Realmente, já não se pode comer.

E, para terminar, ainda o grande Blatter. Alguns dos grandes da política deviam seguir-lhe o exemplo. Não há nada que dure sempre. Tudo tem um princípio e um fim. Todos vimos do nada. E todos acabamos em nada.

03 Jun, 2015

JUSTAMENTE

 

Ao que dizem os maus e os bons da comunicação social, o governo prepara-se para aumentar os juízes. Claro que no meio de tantos cortes, tem de haver uns aumentos para equilibrar. E calar todos os cortados.

Por outro lado, ao que dizem os advogados, o governo não paga a tempo e horas a assistência jurídica prestada aos mais desprotegidos. Se calhar, é porque há advogados que se portam mal para com os juízes e o governo.

Segundo especialistas da moral justiceira, dizer mal do governo é coisa que não devia existir. E é verdade. Mas apenas quando o governo não maltratar ninguém e a justiça não ignore os desvios dos governantes.

Não confundir maltratar, com ignorar os criminosos de todas as espécies. Trata-se simplesmente de garantir que todos os cidadãos são iguais perante a lei. E haja quem diga que é isso que se está passar neste país.

Depois, quando isso acontecer, não esquecer que quem exorbitar das suas competências, tem de pagar como qualquer outro cidadão. E neste país, há os que pagam demais e os que nunca pagam nada. Injustamente.

Pelo mesmo motivo, há os cidadãos que são aumentados porque são temidos, e há os cidadãos a quem se cortam os salários porque se sabe que não piam. E se armarem em espertos e falarem demais, levam a rolha.

Justamente, hoje, em Portugal, todos os portugueses merecem ser aumentados. Justamente, todos os portugueses merecem ter direito a um advogado que os defenda de todas as arbitrariedades. Que são muitas.

Justamente, todos os portugueses têm direito a não ser insultados a toda a hora, pelos maus meios de comunicação social e seus donos. E pelos piores, que lhes oferecem as mais escandalosas campanhas de mal dizer.

Justamente, ainda há quem se queixe dos que, para si, são maus e não se lembre de agradecer aos piores, o péssimo serviço que prestam à sua odiada democracia. Esses, olham apenas para os benefícios da falta dela.

02 Jun, 2015

PÓS E CONTAS

 

Às segundas à noite a televisão pública esmera-se para nos contemplar com uns pós de perlimpimpim, que nos deixam em condições de seguir para a caminha com o intelecto a transbordar de ciência política pura.

Depois, há a salientar os métodos ultra eficazes de nos pulverizar, ou empoeirar, à maneira da doutora Fátima, uma voz de sobreposição que corrige toda a espécie de baralhação que esteja a confundir quem ouve.

Só me espanta, e muito, porque é que, depois de milhentos programas de pós e contas, de milhentos de sumidades a empoar, de ‘milionentas’ horas de seca, ainda haja quem não perceba patavina de todos aqueles pós.

Talvez seja porque, além dos pós, também haja os contas. Contas que nem sempre resultam contra os pós. Ou os pós contra os contas. Na verdade tudo aquilo é uma baralhação. Ou uma barafunda. Exceto para a doutora.

Porque ela é a única mulher que sabe daquilo. O programa não precisava de mais ninguém. Aliás, todos os convidados só vão ali para tornar todos os assuntos mais confusos. Enquanto uns enrolam, os outros desenrolam.

Isto é, os pós enrolam sempre os contas. Porque contam com a ajuda prestimosa da doutora, não só através das dicas constantes, como da escolha dos elementos preponderantes das claques. É um vê se te avias.

Aquilo, quer se queira quer não, todas as semanas é um desafio de rivais profissionais, que mais não fazem, que puxar cada um deles, a brasa à sua sardinha. E andamos nisto há anos à espera que uns vençam os outros.

Mas é que nem sequer se verifica um empate digno, tanto para pós, como para contas. O resulta final semanal é sempre uma derrota para ambos os contendores. Mas tinha de haver um vencedor. A doutora, obviamente.

Quanto ao país, não é o facto de haver quem deite pós nos olhos dos espetadores, que as contas acabem por ser acertadas. Mas é que nem à martelada. Para os mais céticos, experimentem e tirem a prova dos três.

Pós, contas e doutora. A trilogia da continuação de uma luta, não contra a ignorância, mas a favor de um clima de embrutecimento, de confrontação, quase sempre um louvor à demagogia e à mentira. Acabem lá com isso.

 

01 Jun, 2015

FERRY

 

É a descoberta de um mundo novo, no velho mundo do continente e das suas ilhas atlânticas. A ligação por via marítima entre a Madeira e o continente vai ser uma realidade, pelo menos, até lá para Outubro.

Sim, porque Outubro vai ser o mês da concretização de todas as ilusões, ou o cair de todas as desilusões. Só acredita nisso quem quiser. Para quem estiver à espera de que, embora não sejam todas, sempre haverá algumas.

É isso mesmo. A esperança. Pois, afinal a gente contenta-se com pouco. Mas o ferry da Madeira para Lisboa é coisa boa. Com certeza que não regressa à Madeira vazio. Vai, portanto, levar os turistas continentais.

Não se sabe como será isso dos bilhetes mas, à borla, para já, só para Passos e Miguel Albuquerque. Eles têm muito que conversar. Ah, e para a prima Maria Albuquerque, que não prescindirá de entrar nas conversas.

Certo, certo, é que a jardinagem continuará, pelo menos até Outubro. Só que agora em tom mais sereno. Se não foi à marretada, vai com cócegas. Ai este mês de Outubro que vem, vai mesmo ser o fim da macacada.

Quer chova quer faça sol. Agora, que ninguém sonhe demais. O que não vai haver, de certeza, é um TGV Lisboa-Porto-Açores-Madeira-Lisboa. Não é que não fosse possível, mas só porque ninguém se vai lembrar disso.

Até porque as memórias andam muito curtas. Os políticos das grandes ideias já estão arrumados. Cada um à sua maneira. Os que restam, estão à beirinha da prateleira, já devidamente rotulados e com lugar reservado.

Quanto ao porto de destino, só será conhecido quando o ferry estiver em circulação. Como só a Madeira é porto seguro, Miguel Albuquerque se encarregará de os levar até às Selvagens. As cagarras são boa companhia.

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