AGOSTO E A GOSTO
Agosto é o mês de férias de quem vai poder tê-las. Que, segundo os meus cálculos não certificados, nem por verdadeiros, nem por mentirosos, não serão mais que uma minoria da totalidade de portugas que as queriam.
Portanto, a partir de amanhã não adianta andar a fazer perguntas ou a divulgar respostas, porque ninguém abalizado as certificará. Até porque, normalmente, quem se dedica a essas coisas úteis, também vai de férias.
Vamos supor que hoje, dia trinta e um de julho, deixava aqui esta pergunta: quem terá razão? É óbvio que, logo à partida, quem não tem razão sou eu. Então, admite-se lá que não saiba quem a tem, ou não tem?
Só por isso a pergunta é estúpida, quase tanto como eu. Depois, em vésperas de, os prováveis respondentes irem de férias, não se fazem perguntas que, no regresso, já ninguém se lembra de coisas tão tontas.
Na verdade, perguntar pela razão, é mesmo de quem julga que a dita, é uma coisa que se pega ou se larga quando mais convém. Quase sempre quem faz essas perguntas, faz logo uma digressão ao mundo do seu gosto.
Gosto que, além de divagante, disfarçado e impreciso, pede respostas a condizer com a falta de coragem na afirmação clara da posição do perguntador. Só para não permitir ser confrontado com posições opostas.
Eu sei quem não tem razão. Tenho a certeza de que, quem vai de férias amanhã, não tem razão para perder tempo com perguntas feitas por quem não tem a certeza de nada, mas anda à procura de quem o ajude.
Este mês de agosto, já dá desgostos a muita gente que não faz perguntas e não tem o menor motivo para dar respostas sérias a perguntas parvas. Porque não vai de férias que possam aliviar-lhe a cabeça cheia de coisas.
Sinceramente, não sei mesmo o que vou fazer no mês de agosto. Sim, vou de férias, mas já não sei se as passarei a meu gosto, se a contra gosto. Pois, seria bom se eu pudesse decidir. Será que isso depende só de mim?
E lá estou eu a insistir na parvoíce. A menos que eu endereçasse esta pergunta a um tipo que também vai de férias em agosto. Penso que com a cabeça suficientemente cheia de parvoíces próprias. Piores que as minhas.