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afonsonunes

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31 Mai, 2016

Toupeiras

 

Não vou até ao desplante de chamar toupeira a qualquer ser humano. Não é que seja injusto, mas parece-me que seria deselegante e tenho cá para mim que os visados acabariam por não gostar de tão reles sobrenome. Mas lá que seria justo é uma evidência.

Ontem acabava de ouvir o presidente Marcelo, de Berlim, via televisão, transparecendo a confiança e o otimismo que viu nas individualidades alemãs que acabava de contactar, quando uma sujeita, comentando essa visita e ignorando tudo o que ouviu, desatou a ‘toupeirar’.

Ou seja, essa toupeira informativa desatou a seguir o seu percurso subterrâneo de tentar contrariar tudo o que o presidente disse, escavando a sua habitual lengalenga de argumentos de bota abaixo. Ela é que sabia tudo o que contribuía para que o presidente estivesse bem enganado.

Essa toupeira, que lá vai vivendo de minhoquices que encontra no seu mundo subterrâneo e que deita para o exterior através de buracos na relva, de onde os seus patrões extraem os conteúdos dos seus programas de excelência. Tão excelentes que se perdem no meio das telenovelas.   

Bom, mas tudo estaria bem se houvesse apenas uma toupeira nos vários canais por onde nos chega a informação. Alguém dizia há dias que o maior problema do país era a constante manifestação de descrédito por parte de críticos e comentadores que abundam por aí. Para mim, as toupeiras.

Que continuam à volta da sua geringonça. Que já desconfiam de um presidente que ajudaram a eleger. Que suspiram pelos políticos que sonham retomar o caminho de destruição que, em cada dia, se descobrem mais fraudes, mais erros, mais prejuízos de difícil ou impossível correção.

É que, agora, já não é o povo que protesta contra o governo, como o fazia contra o anterior. Agora são os insaciáveis e insaciados privilegiados que sentem ter substituído os mais sacrificados no pagamento da fatura que ainda falta pagar. É isto que não aceitam as toupeiras que não se calam.

29 Mai, 2016

Os amareis

 

Poderia ter escrito no título, ‘Os amarelos’, mas achei mais simpático utilizar um plural de amarelo diferente, para uma ocasião tão especial como aquela que se está a viver hoje, frente à AR. Esperemos que não haja batatada, como já houve ali em tantas outras ocasiões.

A organização do evento espera trinta e seis mil manifestantes. Atendendo a que os bispos portugueses apoiam a liberdade de escolha, é natural que muita gente vá dar para esse peditório. Alguns, convencidos de que vão dar uma ‘esmolinha´ ao movimento.

Já que o estado corta uns milhões nas escolas deles, ou nas dos seus amigos, os fiéis, sempre dispostos a ajudar boas causas, devem vestir essa camisola e levar a família toda até Lisboa. Quem não tiver carro próprio, alguém fará o favor de dar uma caridosa boleia.

É preciso que ninguém crente e perdido de amores pelo amarelo, não fique em casa. A organização não deixará que ninguém se arrependa de ter perdido um domingo, dia de descanso, mesmo que não tenha podido ir à missa, devido à grande deslocação. No entanto, levem a merenda.

Como normalmente se trata de gente simples, com poucos recursos, pode ser que venha a ser posteriormente compensada com alguns dos mimos que tanto atraem os filhos, netos, primos e primas que ali matriculam os seus parentes e os dos seus amigos.

Penso que será de louvar que a manifestação comece com uma fervorosa oração para que o governo oiça tudo o que ali se diz e termine com uma prece de ação de graças para que o regresso a casa seja o fim feliz de uma peregrinação em que a fé e os sacrifícios de tantos fieis não seja em vão.

Quanto aos organizadores, bispos e autores de pareceres favoráveis, têm fundadas esperanças de que o governo e o presidente assegurarão que não falte dinheiro para tudo o que pretendem. Aliás, como tem acontecido. Porque gastar não custa nada a quem nem tem que o pedir.

 

Diz-se por aí tanta coisa bonita que não resisto a fazer delas o objeto da minha boa disposição. Também oiço dizer que esses dizentes deviam deixar-se de tretas, ou deixar-se de fitas ou lérias, dada a inconsistência dos seus ditos.

Continua o reboliço à volta das escolas e dos contratos de associação. Deixem-se de tretas, de fitas ou de lérias e até de macacadas, sobretudo, quando se armam em manifestantes de vencer ou morrer pela causa. Pois que morram, se é isso que querem. Não serão muitos a ir aos seus funerais.

Mesmo que os manifestantes sejam muitas centenas, serão milhões os contribuintes a ficar mais aliviados.

Porém, alguns e algumas dos que andam por aí a fazer fitas, são pessoas conceituadas, dentro dos seus conceitos, quando não dos seus preconceitos.

‘As vacas não voam’. E eu desafio os que não se calam com isso, a interiorizar que os bois não parem vaquinhas nem bezerrinhos. Ou não deviam parir notícias ou opiniões, sem outro motivo que não seja o intuito de minimizar alguém que os incomoda irritantemente.

As bezerrinhas e os bezerrinhos que agora se fartam de rir com as suas ‘bezerrices’, são capazes de vir a chorar quando virem que há coisas muito sérias no meio de tanta malandrice.

‘Quanto custa, quem paga’. Isto em relação ao que consta do OE. Sabe-se que se preocupam muito por não verem lá escrito, preto no branco, que vão pagar os do costume. Deixem-se de lérias. Provavelmente, vão pagar os que estavam habituados a pagar pouco, ou mesmo nada. Talvez já estejam a recear que lhes vão aos bolsos.

Já há quem afirme que Marcelo já marcou a data do exame a Costa, com a certeza de que vai sair chumbo. Porque dizem que o prazo de validade do governo já foi ultrapassado. Daí que também haja quem veja a geringonça irritada com o fim dos afetos, substituídos por mensagens de despedida.

Claro que Marcelo sempre foi, e continua a ser, a última esperança dos que vivem em constante ansiedade, suspirando pelos afetos perdidos com a saída de Cavaco.

Mas a verdade é que a tal geringonça só depende de si própria para que Marcelo faça, ou não, o que os inconsoláveis desafetados pretendem.

Depois, será muito difícil que os portugueses prefiram, à geringonça, uma grande e cara máquina puxada por inúmeros cavalos, mas que, por excesso de rações, não puxou mais que quatro anos.  

24 Mai, 2016

Cores

 

Começo pelo azul que, presentemente, está muito pálido e muito longe daquele azul celeste de outros tempos. E digo presentemente, embora, em boa verdade, o esbatimento da cor já venha de uns bons três anos para trás.

E tem provocado alguns embaraços até em pessoas muito desembaraçadas. Por exemplo, em Marcelo Rebelo de Sousa, o nosso presidente, de quem ainda ninguém ousa dizer mal. E não sou eu que vou começar nova onda.

Que alguém a irá iniciar, inevitavelmente. Quando, é o que vamos ver. Mas vamos lá ao azul. Marcelo esteve no domingo no Jamor e entregou a taça ao seu Braga, de gravata azul agarrada ao colarinho. Parece que foi falta de senso, mas não foi.

É que Marcelo não podia ir para ali de gravata vermelha. Obviamente.  Embora seja a cor do equipamento do seu Braga do seu coração. Também não podia levar gravata verde, tendo em conta o que se passou o ano passado.

Então, optou pelo mal menor. E a gravata azul condizia com a entrega da taça a quem, com mais favoritismo, a iria ganhar. Marcelo enganou-se. Toda a gente se engana, apesar de haver muitos infalíveis, mas apenas e só, nas mentiras.

Os azuis ferrenhos dirão que Marcelo e a sua gravata azul, deram azar aos azuis e carradas de sorte aos vermelhos. No caso, os vermelhos do Braga que, vá lá saber-se porquê, deviam ser verdes às riscas brancas, devido ao seu nome de batismo.

Assim, fica-se sem saber se o Braga, é o Sporting de Braga, ou o Benfica do Norte. É uma boa questão para Marcelo clarificar. Mas nunca com gravata   vermelha, pois agora, o que está a dar, é o amarelo. Está em todos os noticiários.

E até Passos Coelho já virou amarelo, ou não fosse ele como aqueles fura greves da direita, pois as greves agora são um privilégio… da direita patronal. E não é o CDS que se cola ao PSD, mas sim o PSD que anda a reboque do CDS. O dos amarelos e azuis.

É caso para perguntar por onde anda a laranja que tanto sumo azedo injetou no país.

O vermelho está a dominar o panorama político nacional e Marcelo está nessa onda, mas sem vermelho. Foi o Benfica, foi o Braga, mas foi, antes do mais, o engenho e a arte de António Costa, secundado por Catarina e Jerónimo.

E é isso que está a deixar muita gente vermelha de raiva, com azul nas veias e amarela com as lutas perdidas ingloriamente. A estes, convém lembrar que nunca se deve perder a esperança. O verde é a cor desse milagre.

Até porque, lá pensarão eles, Marcelo pode voltar a ser o catavento de outros tempos.

 

 

 

21 Mai, 2016

Show de estrada

 

A rapaziada laranja foi toda deslocada do bem bom parlamentar para uma corrida por todo o país, sob o signo de propaganda eleitoral, na esperança de que uma boa trovoada lhes conceda a bênção do regresso ao passado.

Esquecem que, para voltar a ter o que tiveram durante quatro anos, é indispensável que o povo lhes conceda as condições necessárias para formar um governo com maioria parlamentar. Coisa que não conseguiram.

Acontece que o povo que eles dizem ir agora convencer sobre a bondade das suas propostas de reformas, é o mesmo povo que eles exauriram de forma escandalosa. Mas, em boa verdade, não é o povo que vão visitar.

E é o mesmo povo que esperou por todas as reformas prometidas e largamente anunciadas, mas que nunca saíram de onde nunca estiveram, por manifesta incapacidade de as pensar, logo, por isso, de as executar.

E ainda bem, pois quanto mais medidas eles inventassem e implementassem, mais prejuízos o país e os contribuintes teriam que aguentar. Mais valia que tivessem estado mais quietos do que estiveram.  

Vão pedir o retorno de tudo quanto lhes deram. De tudo o que foi retirado ao povo para o dar de mão beijada a empresários e instituições que se encheram à custa dos contribuintes. Como é o caso da educação privada.

Portanto, o show de estrada vai direitinho para particulares amigalhaços. Não para o povo, pois desse, eles sabem, não receberão mais que ‘uma corrida em osso’. Sim, o povo espera por eles, mas para lhes dar o troco.

Bem podem exultar com os manifestantes dos seus lacaios beneficiados e respetivas famílias e amigos, contra o PM. Costa tem paciência para os ouvir e ouve-os. Não foge nem se refugia em espaços fechados como eles.

Porque o povo não está do lado dos que querem que esse povo dê maminha a quem lhes retirou o pão da boca. Dizem eles, que o povo não esquece. Não. Estes amigos vão da estrada para onde não entra o povo.

18 Mai, 2016

Novas lutas

 

Tudo está a mudar neste mundo que roda à velocidade de um pião acabado de lançar ao chão. Desde há muito tempo que se mudam os tempos e com eles as vontades. Já para não falar nos desejos mais caros.

Desde há séculos atrás que as lutas não guerreiras se têm travado por iniciativa das classes mais desfavorecidas da sociedade, contra as classes que a dominam. E contra os governos que esquecem os seus direitos.

Ora nos tempos que decorrem, em Portugal, está a verificar-se esta coisa extraordinária: as lutas mais acirradas do momento, envolvem as classes mais dominadoras contra o estado e contra as classes trabalhadoras.

Parece até que há uma vontade maioritária de serem as classes sociais mais baixas a proteger o governo das lutas e investidas das classes mais abastadas, agora as mais reivindicativas, em defesa dos seus privilégios.

Normalmente, assistia-se às lutas das esquerdas contra a direita, ou de quem como ela, atacasse os interesses dos trabalhadores. Agora é a direita que luta fervorosamente contra o governo que lhe retira poderes.

Assistimos à luta dos colégios contra as escolas. É a luta do privado contra o público. A luta do vale tudo contra a Constituição. A luta da substituição gradual da escola pública pelos colégios privados. Do lucro pela razão.

Ambos podem e devem coabitar. Mas nada de confusões. Se a escola pública não pode ser sustentada pelos colégios privados, muito menos a escola pública deve sustentar esses colégios privados. É disto que se trata.

Pois os privados, com o dinheiro do estado, criam condições que o estado não dá à escola pública. Resultado, o privado cresce, o público definha. E no privado, há grandes grupos económicos a acumular lucros fabulosos.

Não posso deixar de citar outra luta interessante. A da grande Teodora que não se cala com as contas do estado. Segundo ela, há um mistério que não consegue deslindar, pois sonha com milhões que andam escondidos.

No meu modesto entender, a grande Teodora, tem como missão saber decifrar todos os números do orçamento. E não ter dúvidas sobre eles. Deve saber descobrir o que está escondido. Se tem dúvidas, trabalhe.

Deve dizer claramente o que está certo ou errado. Andar a lutar com dúvidas, é como lutar contra moinhos de vento. E para essa luta, parece-me que já lhe faltam forças. Tal como a todos os companheiros de luta.

17 Mai, 2016

Parabéns!!!

 

Ando um pouco atrasado nestas coisas das obrigações sociais, mas, como diz o povo sério e dificilmente enganável, mais vale tarde que nunca. Daí que me sinta na obrigação de fazer a mesma justiça que outros já fizeram.

E, juro que não quero ser hipócrita, falando apenas da boca para fora. Falo, sim, da boca para dentro, isto é, desejando que ninguém me ouça, pois há coisas que custam muito a engolir. Mesmo ditas por nós próprios.

Mas, vá lá. Daqui endereço as minhas sinceras felicitações aos valentões do Sporting. Do nonagésimo ao centésimo, pois esses dez, mais ou menos, são, ou foram, os grandes heróis desta fantástica época quase desportiva.

Nomes para quê? Eles são mais que conhecidos, mais que adorados pelos novos do tri e velhos em paciência para aturar tontinhos. Mas isso é uma virtude que poucos têm. Até os tontinhos merecem ser compreendidos.

Vamos lá imaginar que eles, os dez (?) tontinhos, tinham tido muito juizinho. É consensual que, agora, eu não estaria a dar-lhes os parabéns pelo honroso título de vice-campeão, mas a lembrar os favores recebidos.

Talvez com alguma injustiça pois, os adversários do Sporting, a partir de certa altura, não jogavam contra adversários. Jogavam com uns amigos a quem não se podia barrar o caminho para um título que já tinha dono.

Assim como quem diz, já que nós não ganhamos, que ganhe quem nós queremos. Foi o caso de um Porto facilitador, mesmo com o melhor porteiro mundial, o herói da Luz, quando tudo podia ter ficado resolvido.

Mas foi também o caso de um jogo abaixo de Braga, em que havia tanto cansaço, que só faltou sentarem-se todos na relva fresquinha. Ou o caso dos Belenenses, impedidos de treinar e tomar banho dias antes do jogo.

Obviamente que isto não são jogos com resultados combinados como os que estão agora sob a alçada da PJ. São jogos descansados. São o oposto aos jogos do Benfica, onde tudo era levado ao extremo da luta de finais.

Daí os meus parabéns a estes atletas, treinadores e presidentes que tão seriamente encararam o desportivismo, o fair play, o saber ganhar e perder, o honrar os emblemas que representam. Sobretudo, o saber falar.

 

Parece que o grande problema do mundo é mesmo o excesso de gente do tipo do Temer. Tipos capazes de todas as manigâncias para se alcandorarem aos lugares cimeiros dos países que têm gente que os ajuda.

Gente que, consciente ou inconscientemente, gosta de pequenos ou grandes ditadores, de bufos, mentirosos e traidores, que não se importam de sacrificar quem se lhes atravessa na frente e lhes dificulta as manobras.

O Temer do Brasil acaba de chegar lá acima. Como todos, pede confiança ao povo. Ao povo que irá trair não tarda. Já anunciou que quer PPP para salvar o Brasil. É caso para dizer que, Temer, está a temer o que aí vem.

A menos que venha buscar a Portugal os destemidos Passos e Maria Luís, dois potenciais, Temer, especialistas nessa matéria tão sensível e tão bem resolvida por cá. Ambos, até ajudam PS e Bloco nas barrigas de aluguer.

Pois como não haveriam de ter barrigas para ajudar, Temer, nas PPP brasileiras? Aquilo não tem nada a ver com o berbicacho a que um juiz chamou, ‘lamaçal’, nos vistos gold. Esses do companheiro Miguel Maçudo.

O outro Maçudo, o André, pá, o que devia fazer uma lavagem completa à cabeça rapada, para não poluir tanto o seu jornal, não sei se será primo do Miguel Maçudo, mas temo eu que sejam bem próximos do tal de, Temer.

Tão próximos que até usam dos mesmos métodos para chegar onde querem, no caso, voltar ao lugar de onde partiram, com aquela suprema hipocrisia de se armarem em salvadores de tudo aquilo que destruíram.

Mas fazem mais. Muito mais. Estão a dizer que pedem ajuda à Europa para que não penalizem o atual governo, quando se estão a ajudar a si próprios, para que a Europa não aplique multas aos erros do seu governo.

Há uma coisa que o Temer brasileiro nunca vai ter. É o apoio do PT e, a equivalente brasileira da CGTP portuguesa, que vai cumprir uma semana de luta para dar força ao governo de Costa. Isto, o Temer, não vai copiar.

11 Mai, 2016

O buzininho

 

Estava anunciado para ontem ao fim do dia, um grande buzinão contra as obras no eixo central da cidade de Lisboa. Criou-se um certo alarme entre os habituais utilizadores daquelas vias rodoviárias. Pois, as obras e isso…

Segundo li, o buzinão não passou de um buzininho. Afinal, nem as obras, nem as poucas buzinadelas afetaram o trânsito que terá decorrido com toda a normalidade daquela hora do dia. Os organizadores, coitados…

Obviamente que devem ter assistido àquilo com um melão de todo o tamanho. Escolheram mal o tema, pois havia muitos tipos de interesses aos quais podiam ir buscar mais adesão. Por exemplo, a escola dos filhos.

Certamente que tiveram o mesmo receio que o seu inspirador, o desmemoriado Passos, que anda a trocar o passo. Dizem os entendidos que se meteu com os interesses do Nogueira, que se lembra dos impostos.

Certamente, de pagar pontualmente os seus e também se lembra de quem se esqueceu de os pagar. Logo, Passos tem má memória e Nogueira não. Ora, isso é mau para quem não sabe o que é ser professor no público.

Nogueira sabe e Passos não sabe. Nem sequer o que é ser professor no privado. Mas Passos também não sabe, e devia saber, que o público tem de ser defendido pelo estado. Logo, nunca deve privilegiar o privado.

Agora, aquilo a que achei mais piada nas parvoíces sobre esta matéria, foi o descaramento do dito desmemoriado de que o estado não devia, ou não podia (?) construir escolas perto de estabelecimentos do ensino privado.

Vem isto a propósito do buzininho de ontem em Lisboa, para dizer que o apregoado buzinão devia ter sido convocado para ir de Belém a S. Bento. E aproveitar os veículos para levar as cartas que foram de carrinhos de mão.

Os protestantes gastaram tanto papel, que no próximo ano letivo podem tirar o cavalinho da chuva. Não haverá papel para lhes fornecer livros grátis para os filhos. Sem livros não haverá aulas. Mas haverá equitação.

É evidente que é muito menos lógico que as escolas privadas tenham uns ares atrativos especiais para que sejam preferidas às escolas públicas, quando a estas faltam meios para se manter num nível abaixo do razoável.

Além disso, convinha que os buzinadores que andam no meio desta barulheira tão nojenta, quanto as que costumam buzinar, o fizessem dentro da verdade dos factos. É que, a dita catástrofe, não existe mesmo. 

09 Mai, 2016

Figurões

 

Por mais que se vão descobrindo grandes responsáveis por fraudes de toda a espécie e relevantes atuações de incompetências que quase paralisaram o país, continuam uns eternos figurões a clamar pela bagunça.

É o caso de uma certa manada de jornalistas que não há meio de encaixarem que as suas opiniões já não são a doutrina do pensamento único e incontestado. Agora, com novas soluções, apenas esperneiem.

Vamos encontrá-los em maior concentração no Expresso e no Sapo. Depois, há outros disseminados por títulos de menor dimensão, embora alguns desses sejam ainda nomes de referência da direita dita radical.

Um desses escravizados servidores do anterior governo afirmou que o atual ministro da educação é um ajudante do Mário Nogueira. Vá lá que ajudante é um pouco mais suave que ser escravo do passadista Passos.

Passos acaba de acusar o atual Governo de estar ligado a interesses particulares. Essa tem sido uma atitude permanente, a de fazer acusações sobre os seus próprios pecados. Já nada se estranha deste Passos mente.

É outro escravo do dever de subserviência aos interesses que lhe foram sendo impostos, quer eles se referissem a pressões internas ou externas como o provam as revelações que vão chegando ao nosso conhecimento.

Outro figurão, este um figurão em tamanho reduzido, apenas e só, porque é realmente baixo, exibe as suas descobertas de valeta numa televisão onde tudo sabe e cheira a laranja. Apenas um pouco mais que nas outras.

Como não podia deixar de ser, também abundam figurões no futebol. Basta ouvir-lhes os dislates diários que são o prato forte dos noticiários e programações de todos os meios de comunicação. São as boas polémicas.

E, já agora, o conluio entre um grande figurão e um grupo de pequenos figurões que se lembraram de meter pressões com a desculpa de que o governo está a praticá-las. Um grande que não sabe defender-se a sós.

Ou então, um grupelho que não prescinde de meter o bedelho aonde não foi chamado. Há também a hipótese de haver uma vontade comum de pressionar o governo para não se meter com as vacas sagradas de ontem.

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