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afonsonunes

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30 Jun, 2016

À espera das 20

 

Estou tão nervoso e tão ansioso que já nem sou capaz de fazer o que costumo fazer a esta hora: dormir a sesta, como os nossos irmãos espanhóis. Que já podem dormir descansados, enquanto nós, portugueses, já não pensamos em mais nada que não seja a Polónia e as vinte horas que nunca mais chegam.

O que me tem valido para minimizar esta angústia, são os constantes apelos de Shauble para que venha mais austeridade e os permanentes nervosos e ansiosos, mas também inconformados pelo regresso ao poder, que lhes parece impossível como é que ninguém é capaz de tirar de lá o Costa e os antigos aliados da direita.

Daqui até às vinte horas vou pensando mil e uma coisas à medida do que vou ouvindo ou já ouvi, sobre as saborosas opiniões de Fernando Santos ou sobre o que, de intermeio, vão dizendo os políticos desta abençoada democracia. É que, bola sem política, nada de nenhuma delas nos diz mesmo nada.

Estar a misturar défice ou resgates com Fernando Santos e os seus jogadores, ou a sua equipa, ou os seus argumentos e fezadas, é o mesmo que chover no molhado. É claro que, agora, até o país não é dos portugueses. É apenas do Fernando Santos, tal como Ronaldo ou Renato Sanches são apenas peças do Fernando Santos.

E, na verdade, a grande e inabalável fé tem resultado. E eu tenho muita fé e esperança de que hoje também resulte, pois está provado que mais vale ter fé, que utilizar os melhores jogadores. Não é apenas preciso que Ronaldo marque, mas também que os postes da nossa baliza e os pés tortos dos adversários, evitem que não soframos.

Marcelo, o nosso presidente que não tem a boca cheia de bolo-rei, aposta nas nossas vitórias. Hoje, como ontem, nas vitórias da seleção, nas vitórias de Fernando Santos e de tudo o que é seu. Mas também na ausência de sanções, na ausência de novo resgate, na superação do Brexit e no controlo do défice, não acreditando no que diz Shauble.

Jorge Sampaio, na sua entrevista ontem à RTP, esteve em sintonia com Marcelo. Mário Soares, se tivesse saúde, certamente que estaria na mesma onda de Marcelo e Sampaio. Gostaria de saber se Ramalho Eanes, o homem mais sério do mundo, subscreveria os mesmos desejos e previsões dos seus antecessores. Ou se, pelo contrário, lhe arrancariam um sorriso.

E com toda esta lengalenga, ainda falta uma data de tempo para as vinte horas. E agora o que é que eu vou fazer?