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afonsonunes

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31 Jul, 2016

Notícia fresquinha

 

Acabo de saber que Bruxelas tomou uma decisão histórica relativamente à sua intervenção política num país que ainda há bem pouco tempo saiu com uma limpeza impecável do longo e penoso processo de ajustamento.

Para uma saída tão limpinha foi decisiva a competência dos Ex Servidores dos serviços de limpeza do país, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas. Após alguns meses dessa saída limpa, a que correspondeu a limpeza do seu governo, verifica-se que, afinal, Bruxelas quer limpar já o governo de Costa.

E vai daí, toca a chamar os dois limpinhos para que retomem o brilhante trabalhinho que deixaram, antes de o começarem a executar a sério.  Bruxelas não gostou de trabalhos a meias logo, entendeu que quem não teve tempo de fazer o seu dever, deve ter nova e decisiva oportunidade.

Ora, Costa, devia prosseguir o trabalho que não foi iniciado, em lugar de pretender mostrar e avançar, desde logo, com seu próprio serviço. Tal iniciativa, considerada uma intolerável rebeldia, vai valer-lhe um pontapé no rabo, para que se junte ao BE e ao PCP, na descoberta de sonhos idiotas.

Pois, já sei que vão perguntar-me onde é que eu ouvi esta história. Muito naturalmente, nas minhas fontes, mais que acreditadas pela fiabilidade de um fontanário secular que só deita notícias fresquinhas, acabadinhas de sair da torneira, terminal de um longo canal subterrâneo. Escuro, obviamente.    

Tenho verificado que há por aí quem tenha a pretensão de ter fontes mais fresquinhas que a minha. E jorram a toda a hora, porcarias de notícias que não têm pés nem cabeça. Daí que me tenha lembrado de sugerir que troquem fontes sujas, por uma fonte limpinha como a minha.

E esta minha notícia de última hora vai com certeza fazer furor. Precisamente porque vai ao encontro de desejos mal reprimidos. Pois bem, chegou a hora de darem largas à vossa sede de novidades. Leiam isto e divulguem. É realmente uma sensação. Isto vai correr o mundo.

30 Jul, 2016

Fmistas

 

Ao que parece já há vários FMI’s a martelar-nos a cabeça, como se aquele que nos tem feito a vida negra não bastasse para dar montes de alegrias aos desgraçadinhos que não sabem o que é passar a vida a olhar para o porta moedas que até parece que está roto.

Fmistas são todos aqueles que adoram o FMI, que vivem das desgraças que eles semeiam por onde passam. Agora o difícil é perceber de qual dos FMI’s eles gostam mais. Se daquele que tanto nos chateou, ou daquele que diz que o outro só distribuiu asneiras.

Portanto, temos um FMI bom e um FMI mau. E talvez haja um FMI assim, assim. Mas esse eu não o conheço. Talvez seja o FMI do futuro. Com economistas mais realistas. Com conhecimentos das pessoas e dos países em que intervêm e com a noção do que é pagar-lhes e do que é inviabilizar qualquer pagamento.

Para os Fmistas de cá, os da direita mais impreparada e mais inconformada com a perda do poder, o FMI mau é que era bom e não se conforma que António Costa não lhes siga o caminho da subserviência cega. Não se tem cansado de o verberar e de lhe atribuir consequências dramáticas, resultado das suas derivas contestatárias.

Afinal, agora é o bom FMI que critica o mau FMI, nos mesmos termos em que António Costa o vem fazendo desde que está à frente do PS e agora à frente do governo. Afinal, Costa não é tão insensato e tão irresponsável, quanto quiseram e continuam a fazer dele.

No meio de tanta balbúrdia informativa contra ele e contra a sua governação, ressalta que, até agora, nada do que os Fmistas previram, se concretizou. Com a garantia de que o governo não está sozinho nessa orientação política. E os indicadores confirmam que ela é bem melhor que os terríveis quatro anos por que passaram os portugueses.

Quanto às companhias do PS, os seus parceiros de apoio ao governo, BE e PCP, mostraram já uma saudável mudança de atitude. Passaram de arautos do bota abaixo constante, para uma colaboração responsável em áreas chave para que haja estabilidade governativa.

E é precisamente essa a maior dor de cotovelo dos Fmistas e da direita em geral. Estavam mal-habituados, pois foi essa atitude de bota abaixo sem olhar às consequências, que tinha colocado Passos e Portas no poder. A direita não lhes perdoa a ‘traição’. E não perdoa ao PS tê-la aceitado.

26 Jul, 2016

Foi da poncha

 

Tenho cá para mim que a poncha do Albuquerque não é a mesma do Alberto João. Acredito que é muito mais rica em produtos que puxam pela língua. Quais, não sei. Mas é evidente que os convidados do Albuquerque saem da ilha muito mais apanhados do clima do que quando lá chegaram.

O clima da Madeira é, reconhecidamente, uma maravilha. Chega-se lá e não há palavras que não saiam em torrentes boca fora. Até os mais calados e sonsinhos, botam alegremente ao ar, aqueles dialetos florais jardineiros, que tanto celebrizaram décadas intermináveis de boa poncha.

Aliás, a coisa nota-se logo nas primeiras palavras que os convidados pronunciam no seu discurso inicial. No tempo do Alberto João a poncha era de beber e ir logo despejá-la sem sequer dizerem ao que iam. Depois, o único que falava era o anfitrião. Assim, as grandes tiradas tinham autor.

Passos foi convidado de Albuquerque. Veio de lá e foi direitinho para a cama, coisa que não acontecia dantes. Até porque não ia lá. Agora foi e a poncha deu-lhe uma constipação tal que o impediu de ir a ouvir Marcelo. Talvez porque não lhe apetecesse fazer-se ouvir diante de Marcelo.

Sobretudo, revelar a sua última tese sobre a crise que virá do diabo. Porque já está farto de representar sempre o papel do mafarrico. Ainda há poucos dias dava tudo para que a geringonça se desmoronasse. Agora, dá tudo e mais alguma coisa para que o Costa não desintegre a geringonça.

Mas que raio de ideias tão voláteis. Mas que cangalhada vai naquela cabeça. Se é que Passos ainda tem cabeça para pensar. De concreto, sabe-se agora que não quer contribuir para o insucesso da geringonça, sabendo que a cangalhada que meteu na sua cabecinha nunca veria a luz do dia.

Assim, prefere aguardar que Cavaco o inspire quando deitar cá para fora as suas memórias mais recônditas dos seus eventos políticos e económicos de muitos anos. Cavaco sabe tudo, logo, também sabe como Passos vai sair do imbróglio em que se deixou cair. Logo, vai esperar…

Acredito que Cavaco bebe poncha a menos. Tal como acredito que Passos bebe poncha a mais. Ambos estão naquela situação de, nem oito nem oitenta, pois no meio é que está a virtude. Sugiro que seria bom que ambos consultassem o Alberto João. Esse sabia bem como beber poncha.

 

18 Jul, 2016

Continuem...

 

Este exército de ‘direitolas’ que podem ver-se sobretudo nos comentários a artigos de opinião dos jornais online, é constituído por um sem número de indivíduos sem qualquer formação nem conhecimento ou, se os têm, estão completamente manietados por uma dura carapaça de facciosismo político doentio.

Obviamente que ser de direita não é ser direitolas. Ou direitolos. Tal como ser de esquerda não é ser xuxa, ou comuna, ou radical de qualquer coisa. Cada um é do que lhe apetece e tem o direito de ser respeitado nos termos da nossa Constituição. Portugal não é de nenhum tolo ou desvairado que não encontra mais nada que fazer, que estar 24 sobre 24 horas a comentar, ou a largar insultos, nesses espaços de comentários.

Outros direitolas, ditos comentadores, ou mais fino ainda, fazedores de opinião, do tipo de ‘caga tacos’, que encharcam as televisões de nojentas novidades políticas, puras invenções para justificar o que lhes pagam, são a toda a hora desmentidos pela realidade dos acontecimentos.

Mesmo assim, insistem nas suas alucinações, como se fossem os maiores bruxos do mundo da fantasia e do irreal. Como se tivessem o privilégio de convencer alguém de que são mais espertos ou mais competentes que aqueles que minimizam ou sujam com a porcaria das suas línguas. Como se as suas tristes experiências, não fossem o espelho da sua inutilidade, quando não o nojo de exemplos a esquecer pela sociedade.

Todos os dias deparamos com um exército de direitolas, mais ignorantes ou mais instruídos, mas todos norteados por um instinto ofensivo de pura selvajaria, espalhados por tudo quanto é sítio. E chamam a isso liberdade de expressão. E têm medo que os mandem calar. Eles que tudo fizeram para ser donos de tudo, até da liberdade dos outros, veem agora perigos de toda a ordem em quem lhes proporcionou a liberdade que têm para asneirar à vontade.

Liberdade têm aos montes. Vergonha na sua regrada utilização é que não têm nenhuma. Nesse aspeto, estão a milhas de distância de quem tem, no mínimo, muito mais educação e bom senso que eles.

16 Jul, 2016

Pobre homem

 

Há quem tenha a pretensão de ser um incendiário útil ao país. Ou talvez tenha a pretensão de ser útil aos seus devaneios, por ter a ilusão de viver num país em que os seus habitantes o veem como o salvador dos pobres, que veio do reino das fortunas aos pontapés.  

Mas, para se ser incendiário tem de se ter um fósforo ou um isqueiro. Em alternativa, pode ter-se uma língua de fogo que, por ser uma raridade e uma novidade, aparece em tudo quanto é notícia. Porém, passada a fase da ilusão, o candidato a incendiário cai no descrédito e não passa de um pobre homem.

Um pobre homem que já teve quase tudo, mas já não tem nada. Porque o seu paleio já não é rastilho, nem pólvora seca, nem fumaça que assuste. Tornou-se um revoltado por ver cada vez mais longe a hipótese de voltar a ser dono de um sonho que durou quatro longos anos.

O sonho do outro, aquele que lhe roubou o seu sonho, tem agora a obrigação de completar, acordado, aquilo que o pobre homem nunca foi capaz de concretizar. Mas não perdoa a si próprio o facto de ter perdido a oportunidade de não se deixar ultrapassar e perder a corrida.

O pobre homem deixou-se roubar. Aquele que o roubou com uma limpeza impressionante, poderá dizer com aquela velha sabedoria popular: quem rouba a ladrão, tem cem anos de perdão. O pobre homem roubou anos sem fim, especialmente nos últimos quatro. Ironia do destino: acabou roubado. Não à sua maneira, mas como ele próprio merecia. Com o veredicto popular.

Por vezes, a democracia tem destas coisas. Uns roubam a sério, enquanto outros roubam a brincar. O pobre homem não se conforma com esta democracia que pôs outro no seu lugar. Tal como não aceita que os seus roubos sem castigo, sejam maiores que o roubo do outro. Daquele que lhe roubou o lugar.     

14 Jul, 2016

Teodora

 

O Conselho de Finanças presidido por Teodora Cardoso não tem feito outra coisa que não seja levantar dúvidas, por reticências, mandar palpites ao governo, sem nunca ter a coragem de fazer afirmações claras e objetivas de concordância ou rejeição das contas públicas.

Teodora e seus compadres Teodoros, bem podiam ter sabedorias e competências para se afirmarem num órgão que, sendo Conselho, devia aconselhar o governo a fazer bem o que entende estar mal. Acontece que, o modo como se pronuncia, deixa implícito que, na minha opinião, não serve para nada.

Hoje, o Presidente da República, pronunciou-se sobre as dúvidas de Teodora e sus muchachos. Disse Marcelo que os próximos dados orçamentais do primeiro semestre viriam ‘acalmar’ o dito Conselho. Ora aí temos um Presidente que fala claro aos portugueses. E se mostra muito preocupado quando sente que há portugueses muito nervosos. E quiçá que não se tratam atempadamente.

E falar claro é dizer o que pensa sobre a qualidade e quantidade de ‘opinionistas’ que turvam as águas que banham o país. Marcelo não é propriamente um bota abaixo de nada, nem um exacerbado louvaminhas daquilo que lhe mandam enaltecer. Deixou de ser o ´catavento’ que os seus mais diletos críticos de agora sempre louvaram.

Desse Marcelo de outros tempos sempre fui um crítico consciente. Deste Marcelo presidente, só posso dizer que me enganou completamente. O país encontrou um presidente coerente, popular, sincero e que não dorme na cadeira presidencial, nem se encosta a quem lhe quer dar música.

O Conselho de Finanças está transformado em porta voz da direita mais radical, que tem em Teodora uma das suas melhores aliadas. Obviamente que um conselho assim, não serve para nada. O governo segue o seu caminho como se nada ouvisse. O presidente diz ao conselho para ter calma.

Sim, seria bom que houvesse a calma suficiente para que o país siga o seu caminho. Que agora é outro. Mas quem traça os caminhos não são os que andaram por veredas muito estreitas e sinuosas. Que deixaram o país descalço no meio dos pedregulhos das veredas. Nem é a D. Teodora e seus diletos companheiros. Nem será preciso que alguém lhe segrede ao ouvido: Teodora, porque não vai embora?

11 Jul, 2016

BRUTBOL

 

Portugal é campeão europeu de futebol e a França é campeã europeia de brutbol. Para quem não sabe, brutbol é uma modalidade que se aproxima a uma mistura de rugby e futebol, ainda com uns arrepios de sarrafada.

E se for praticada por sarrafeiros que dão de olhos fechados, então a coisa torna-se mesmo impraticável, se dentro do campo estiver um árbitro daqueles que, de sério, só têm os prémios e os elogios daqueles que mamam da mesma teta.

Ontem, no jogo da glória de Portugal, alguns franceses, muitos franceses, depois de fazerem a festa de uma vitória antecipada, dada como infalível, tudo fizeram para que não ficassem com o melão enorme e azul, em que se transformaram as suas cabeças de olhos vermelhos e em bico.

Os franceses, se tivessem jogado limpo, talvez até tivessem vencido o jogo. Mas, a sujeira com que tentaram colocar Portugal na pira do seu mau competir, foi o ópio que espicaçou os portugueses a darem tudo, até aquilo que não estavam muito habituados a deixar em campo.

Sim, foi preciso deixar lá muito suor, muita força anímica, um cerrar de dentes constante, sem olhar ao sofrimento permanente até ao limite, não esquecendo nunca que até os pequenos e grandes erros passados, não podiam voltar a ser repetidos.

Portugal, ontem, não jogou com camisola encarnada, como referiu uma profissional de TV. Isso cheirou-me a mofo, a bafio. O sangue que os portugueses mostraram ontem não é encarnado, nem cor de burro a fugir.

Portugal mostrou a qualidade do seu sangue vermelho, jogou com o vermelho da sua camisola e da bandeira nacional. Pena é que tenha começado o europeu com exibições desmaiadas, como desmaiadas foram as cores que vestiu.

O verde tem de ser mesmo verde e o vermelho não é encarnado. O mundo dos que se consideram fortes, não pode continuar a ver-nos sempre fracos. Para isso temos de mostrar-lhes o vivo das nossas cores e a força do sangue que bate nos nossos corações.

Ontem, domingo, foi assim e esperamos que continue assim para sempre. E em tudo na vida, porque dos fracos não reza a história. Quem muito se baixa, deixa ver aquilo que não gosta de mostrar.

09 Jul, 2016

Sem sanções

 

Não se tem falado de outra coisa. Há sensações para todos os gostos. Por mim tenho a sensação de que a pior sanção que nos pode calhar na rifa é levarmos uma ensaboadela amanhã em S. Denis.

Que me importa lá a mim que a Merkel e a sua trupe castiguem a trupe das suas amizades? Estou-me nas tintas, embora saiba perfeitamente que também me caberá uma data de euros na respetiva liquidação.

Mas, já me obrigaram tantas vezes a repetir essa gracinha que já nem ligo, para bem da minha estabilidade mental. Pelo contrário, acho até que sinto alguma felicidade por estar a contribuir para a felicidade de alguns débeis mentais.

Alem disso, tenho imenso tempo para pensar nisso. Até amanhã às vinte e duas horas não quero pensar em mais nada que não seja a sanção de S. Denis. Ou aplicamos uma gostosa sanção, ou aplicam-nos uma tremenda deceção.

Não gosto de quem fala demais e antes do tempo. E isto tem sido o pão nosso de cada dia. É o folhetim das sanções e é a telenovela do europeu. E eu, dividido, sem saber para qual desses dois amores de perdição me hei de voltar.

Gosto muito do Fernando Santos, porque com a sua fé inabalável se sujeita a todos os riscos. Até a jogar mal só para poder ganhar. Preterindo uns e chamando outros. Jogar bem e ganhar é que não. Mas tenho de reconhecer que é a fé que nos tem salvado.

Tenho cá as minhas sensações que o Passos e todos os Passados, estão do lado da trupe amiga lá de fora quanto às sanções. Não querem as deles, mas anseiam pelas dos outros. Nomeadamente, o Sansão e a Dalila da nossa última trupe governativa que Deus haja.

Tenho de terminar estas linhas, pois já estou em pulgas para ver como acaba este sufoco de sensações. Espero bem que Fernando Santos passe esta noite todinha a rezar aos seus colegas Santos, para que a França não nos sancione. Sobretudo, o S. Denis, que não estará a pensar no Sansão e na Dalila dos jogos na nossa perdição.

05 Jul, 2016

Cartas de amor

 

Quem as não tem? Também há quem tenha muito amor para dar e não tenha necessidade de gastar tinta e papel. É o caso de Maria Luís, grande apaixonada de um alemão que não deve ter jeito nenhum para escrever cartas de amor. Mas gosta muito de manifestações de carinho, especialmente de quem ele sabe ser bem-amado.

Maria Luís vai agora menos vezes à Alemanha. Mas ainda vai, embora os tempos de andar num vai vem, tenham passado à história. Porém, não desapareceram os contactos, nem perdeu força a paixão dela pelo forte e poderoso alemão. E, nestas coisas de amor, há sempre uns pequenos favores que se pedem e que dificilmente são recusados.

Como ela diz, se continuasse a ir lá como dantes, o país não estaria a passar pelas dificuldades que ela não quer ver diminuídas pois, país sem dificuldades, é sinal de que alguém cometeu o descaramento de fazer o que ela não conseguiu fazer. E é sinal de que as viagens à Alemanha ficam cada vez mais difíceis e também mais longe.

Já a sua amiga Assunção não vê maneira de ter um amor assim e receia que Maria Luís não consiga, por si só, e através do alemão, levar a bom termo o desígnio comum: o favorzito que mude a sorte de ambas. Daí que Assunção tenha resolvido escrever uma bela carta de amor ao luxemburguês, que por sua vez é muito amigo do alemão.

Assunção tem muitas esperanças de que um dia ainda venha a ser tão atraente lá fora, como constata que Maria Luís ainda é. Tem todas as condições para isso. As portuguesas na Alemanha suponho que são mais desejadas que as brasileiras em Portugal. É tudo uma questão de charme.

Toda esta onda de simpatia vem dos seus próximos Pedro e Paulo. Amizades de longa data. Depois, quando eles caem em desgraça, entra em campo a graça delas. E, como diz o povo, vale mais cair em graça que ser engraçado.

Portanto, Portugal pode estar na dependência dos contactos de amor de Maria Luís e das cartas de amor de Assunção. E, quer se queira quer não, é bem provável que o António se veja relegado para outras aventuras. Mas este, sem se envolver com uma alemã, nem com uma luxemburguesa.

03 Jul, 2016

Com poucos

 

Schauble quer começar a Europa com poucos. Não sei o que esta triste figura quer dizer com poucos, porque se ouvem vozes de gente que mais parecem outra coisa. Ainda me lembrei de que há vozes de burro que não chegam ao céu, mas a verdade é que também há vozes de burro que chegam aos infernos.

Hoje em dia fico muitas vezes na dúvida se são mais fortes as vozes que chegam ao céu, ou as que chegam ao inferno. Aliás, o céu e o inferno andam muito nas bocas das mesmas pessoas que, ora se viram para cima, ora se viram para baixo. Vá lá saber-se onde está o céu ou o inferno.

Daí que me pareça que, se a Europa tivesse começado com menos, ou com poucos, talvez não fosse o que é hoje. Mas com poucos de qualidade, principalmente, sem aqueles que, como Schauble, só lhe trouxeram o destino do inferno que ela é hoje. Por exemplo, com discípulos como Durão, Cavaco, Passos e Portas.

Na verdade, a Europa até começou com grandes figuras, de vários países. Mas os lobos entraram no bardo e o rebanho começou a ser dizimado. Sem que antes se tivessem afastado pastores e cães, para que o rebanho ficasse à disposição das feras mais sanguinárias. Sob a capa da democracia, temos hoje a pior das liberdades controladas por donos do povo.

Há uma certa tendência para contrariar este estado de coisas, mas os tais donos disto tudo, como têm tudo menos democracia, usam e abusam do seu poderio para subverter, inventando tramas, boicotar e difamar, para que ninguém se lhes atravesse no caminho. Eles dominam o dinheiro e com ele, fazem as campanhas necessárias para que nada mude.

Schauble ataca com a campanha do medo e dos mercados. Durão, põe-se ao lado dele, como sacristão que já não é, numa missa em que as suas rezas pretendem apenas que lhe sejam perdoados os pecados que foram mortais para muita gente e em muitos aspetos. Cavaco, Passos e Portas já foram, mas continuam ídolos de Schauble, na esperança de que, nem o tempo, nem a justiça vindoura, desvendem muitos mistérios que andam muito mal-escondidos.     

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