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afonsonunes

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27 Ago, 2016

Medalhas

 

Terminaram os Jogos Olímpicos do Rio e aí temos os habituais campeões do batimento de teclas a lamentar a falta de medalhas que deviam vir na bagagem dos atletas portugueses. Mas que se resumiram a uma solitária.

E apenas de cobre, pois a prata e o ouro seguiram, quase na totalidade, para os habituais países açambarcadores de todas as riquezas. Mas, porque carga de água, vêm agora os lamurientos escribas asneirar sobre a nossa falta de competitividade?

Claro que, para eles, a culpa é da falta de apoios e de condições. Mas querem o quê? Provavelmente que o país ponha mais gente na miséria para se dar rios de dinheiro a quem queira tentar uma medalhita de quatro em quatro anos?

E, se lhes garantirem todo o dinheiro que os escribas deste país reclamam, garantem que as medalhas deixam de ir para os do costume e passam a vir para Portugal? E, mesmo assim, vale a pena trocar o aumento da miséria por umas tantas medalhas? Pois, o dinheiro não chega para tudo…

Não, por mim, penso que o problema passa por outros caminhos. No futebol fomos campeões europeus e, por esse facto, vieram muitas medalhas de ouro que, sinceramente, ninguém esperava. Pois, está bem, o Fernando Santos sempre garantiu que elas viriam. E vieram.  

Então, senhores responsáveis por todos os desportos, do que estão à espera? Contratem treinadores que, como Fernando Santos, devem acreditar sempre nos milagres. A sua fé e devoção a Cristo, a mudança que operou na sua vida para que os milagres acontecessem, é a única via infalível para o sucesso.

O dinheiro é sempre limitado, mas a fé não tem limites. Porém, não se deve esquecer que não se pode exigir que se dê dinheiro a todos, em determinados momentos de crise, e mais tarde acusarem, os que lhes fizeram a vontade, de despesistas e responsáveis por todas as bancarrotas.

Não me esqueço do início da crise do Lehman Brothers. Todos reclamaram: ‘que nada falte aos idosos e às criancinhas’. ‘É preciso investir para que não haja desemprego’. A memória é curta. Mas não justifica o que depois se disse, e ainda hoje se diz, sobre a verdade dos factos.

Por isso, senhores escribas e seus devotos acompanhantes, antes de armarem em sabichões de todos os conhecimentos, pensem e meditem bem sobre as consequências do que preconizam para o país. O que hoje parece, amanhã pode não ser.

Senhores responsáveis por todos os desportos: sobre o futuro, sigam Fernando Santos. Deixem lá o dinheiro. Tenham fé, porque os milagres podem sempre acontecer a nosso favor. Principalmente, contra aqueles adversários que, antecipadamente, nos julgam mortos e enterrados.

21 Ago, 2016

Funciona

 

Obviamente que eu não quero falar daquele serviço da EDP com o mesmo nome do título destas linhas, apesar de só o pagamento mensal ser digno desse nome. Tudo o resto, muito raramente funciona mesmo.

Mas há que destacar que aquilo que leva tantos malabaristas a contorcer-se e a distorcer a realidade política do país, funciona como há muito tempo não funcionava. Chamem-lhe o que quiserem, mas os factos estão aí em pleno funcionamento para enervar aqueles que os querem desmentir.

O governo, menos que outros, está a cometer aquelas gafes, ou erros, que tanto clamor levantam, naqueles que mais usaram e abusaram de erros de palmatória que tanto prejudicaram o país e os portugueses. Sem clamores nem a mão providencial de quem os podia evitar.

Ora aqui é que está a diferença. O PR está muito atento a tudo o que seja contrário ao interesse nacional. E não tem dúvidas ou hesitações em manifestar a sua discordância, antecipando-se a decisões incorretas ou corrigindo-as posteriormente. É a democracia a funcionar.      

Por outro lado, os partidos que apoiam o executivo, só têm obrigação de validar as decisões do governo dentro daquilo que previamente acordaram. Em tudo o resto, criticam, não apoiam e levam o governo a alterar intenções por falta de maioria no parlamento. É a democracia a funcionar.

Obviamente que a direita vê em todas estas divergências, sinais claros de roturas permanentes e desgraças inevitáveis. Na verdade, já foram anunciadas tantas maldições e ainda nenhuma aconteceu. Pelo contrário, elas, quais tempestades incontroladas, morrem à distância, não atingindo os alvos anunciados.

Por outro lado, a cada dia que passa, vamos ficando a saber mais do que foram e são, alguns protagonistas de danos para o país e de benesses para si próprios. Como exemplos, gostei particularmente de ouvir Manuel Monteiro, ex-presidente do CDS, definir com uma clareza perfeita, a vida política de Paulo Portas.

Como gostei de ouvir dirigentes e ex-dirigentes do PSD, falar de Passos Coelho e dos conselhos que lhes têm dirigido. Como gostei de ouvir que Cristas não deve comportar-se como uma atriz de telenovelas. Não sei porquê, fez-me lembrar a antiga Floribela, mas sem a sua popularidade de então.

Há quem se queixe muito do governo e de Costa. Não tenho dúvidas de que têm muita razão. Não são os pequenos deslizes, quando comparados com outros bem maiores, que os levam ao quase desespero de palavrosas lamúrias. São, isso sim, as viragens que já aconteceram e as que estão para acontecer, em relação aos visados pela austeridade.

Mas não lhes adiantarão as constantes e caricatas deturpações de entrevistas, dos prós e dos contras, pegando em palavras soltas para noticiar tempestades que só têm existido nas suas mentes catastrofistas e doentias. Daí que, de entre eles, já há quem considere Passos Coelho, seus testas de ferro e apoiantes do CDS, como o melhor seguro de vida deste governo.

14 Ago, 2016

A grande promoção

 

Ouvi dizer que hoje é dia de Pontal. Sinceramente não sei o que é isso. No entanto, julgo que é um evento qualquer associado a um movimento ‘pafial’ que persiste nas hostes de uns inconformados saudosistas de um passado que para eles será sempre futuro.

E eles lá estarão hoje na ‘quarteiral ponteira’, aproveitando os que chegam para início de férias e os que vão partir depois de terem gozado que nem uns nababos, as quentes águas que vêm de África. Refiro-me aos pafiais pagantes do Pontal, pois os outros até poderão ir molhar os pezinhos ali ao lado, enquanto os pafianos molham as gargantas ressequidas.

É de aproveitar a magistral promoção para afinar goelas que vão gritar palavras de ordem e bater palmas até doerem as mãos. Tudo por apenas dez euros por cabeça. Isso não paga sequer a oportunidade de verem ao longe o querido líder por cima das cabeças de uma multidão de muitos milhares de pafianos.

Ah pois, muitos milhares, ou pensavam que já não seriam mais que umas dezenas ou centenas. Claro que nem o Centeno pensa tal coisa. E eles lá estarão quase todos, o que é bom para a promoção de um rápido regresso ao passado recente, antes que se concretize o acesso a mais um ano de caminhar para o futuro.

Claro que os dez euritos não darão para mais que um sumo de laranja. Mas, laranja do Algarve, talvez de laranjas de fim de colheita, quase a tender para lima limão, para gente laranja de fim de ciclo que não quer perder pitada da última esperança no milagre da reposição da multiplicação dos cortes por milhões dos do costume.

No entanto, hoje não é dia para lembrar o passado. O querido líder vai sossegar as hostes laranja. Assim do tipo, tenham calma porque isto vai passar, muito antes ainda do próximo Pontal. Onde o líder estará obviamente, embora com um pouco menos de cabelo e uma vontade enorme de que estará preparado, como sempre esteve, para salvar Portugal mais uma vez.

Que ninguém tenha dúvidas de que os muitos milhares que hoje estarão no Quarteiral Pontal, vão aplaudir vibrantemente essa vontade indomável do líder, que só não é uma promessa, porque isso soaria a falso, mesmo nos ouvidos mais empedernidos. Portanto, fiquemo-nos simplesmente pela vontade indomável do querido líder.

07 Ago, 2016

Mas que férias

 

Já nada me surpreende neste mês tradicionalmente destinado a férias daqueles que sempre as tiveram. Dantes fechava a AR e os deputados não queriam mais nada que não fosse irem a banhos. Nada de extraordinário já que as canseiras do ano são tantas que não há tempo para nada.

Para nada, salvo seja. Aquela direção da bancada parlamentar dirigida por um tal de Luís Montenegro foi ver uns joguitos do Euro a França. Nada demais, pois à borla até eu tinha ido. Mas o Joaquim Oliveira da Olivedesportos entendeu que eu não tinha nada para lhe dar, logo virou-se para o Montenegro e seus ajudantes.

Já uns secretários de estado que fizeram o mesmo, mas a convite da Galp, entenderam que os negócios dos combustíveis não eram tão perigosos como os negócios da bola e respetivas TV’s. Não sei bem ao certo o que dizer sobre a matéria, pois não sou mesmo nada bisbilhoteiro da vida alheia.

Mas sei perfeitamente que se armou um burburinho nas notícias e nos comentários, que me arrepiaram. Ouvi falar em crimes dos governantes, mas quase nada se disse dos dirigentes do PSD, precisamente aqueles que mais costumam abespinhar-se e armar em sérios.

Porém, desta vez, não pediram a demissão de ninguém do governo e a JSD disse aos companheiros, que se atiraram aos governantes, que estivessem caladinhos em nome da coerência.

Também ouvi falar em não fazer fuzilamentos, em lugar de se criarem regras claras de quem deve ser mesmo coerente com as funções que desempenha, seja no governo seja em qualquer função do domínio público. Não há nada pior que julgar-se que a responsabilidade só deve ser escrutinada em relação àqueles que nos fazem cócegas no cotovelo.

Ai estas férias de agosto! Talvez por causa do calor, há quem ande um bocado agitado. No Algarve não se cabe. Talvez porque foram para lá o Passos e o Costa. Grandes arrastadores de multidões. E se lá estivesse o Portas, então, a multidão chegaria a Marrocos.

Mas, assisadamente, Portas anda a tratar da vidinha pelo México. Mais um grande tacho… enquanto esteve no governo só meteu água: agora vai meter gasolina mexicana em Espanha… pelo menos essa gasolina não vai fugir aos nossos impostos.

Mas nem tudo está a correr mal. Marcelo já nos deu um Europeu em Paris. Agora está nas Olimpíadas do Brasil a distribuir afetos, que resultarão em abundantes medalhas. E, com essas, ou na falta dessas, haverá medalhas que bastem em Belém, quando todos regressarem.   

Mesmo de férias, convém ir montando estratégias de negócios para o país. E, o que está a dar, é futebol, futebol e mais futebol. Acabe-se com esta estupidez de discutir política. Pura perda de tempo. Discuta-se clubes de futebol, transferências de futebol, jogos de futebol, dirigentes e treinadores de futebol, comentadores de futebol, os milhões do futebol, os campeões de futebol.  E veja-se todo o futebol que vai pelas televisões.

03 Ago, 2016

Caça à multa

 

Muita gente se queixa da caça à multa, neste país estrangulado por todos aqueles que entendem que as leis são para cumprir, mas apenas e só, por parte dos outros. E se transgridem e são multados, a culpa é do estado ladrão que só serve para aplicar multas aos pobres cidadãos.

Ora, se há ladrões nesta coisa, são precisamente todos aqueles que roubam o estado, que são todos os cidadãos, obrigando estes a pagar a sua parte de impostos e a parte de todos os que não pagam a sua parte. É natural que um governo sério proteja todos os cidadãos com leis sérias.

Parece que já ninguém tem dúvidas de que há chico espertos que tentam por todos os meios fugir ao cumprimento das suas obrigações fiscais ou de qualquer outra natureza. O governo aperta a fiscalização. E já não era sem tempo. Porque isto não vai lá com sensibilizações nem com simpáticos apelos.

O governo baixou o IVA na restauração. Mas ainda há ‘tasqueiros’ que entendem que não têm que o pagar. Cobrar e não entregar o que não lhes pertence, é roubar. Depois, queixam-se que o governo não ‘os larga da mão’. Pelo contrário, o governo continua a ter mão muito leve para quem está habituado a meter a mão onde não a devia poder meter. E o grande mal, foi haver políticos e governantes que nunca tiveram coragem para fazer cumprir a lei.

O que se passa no trânsito é de bradar aos céus: publica-se os locais onde a polícia instala os radares de controlo de velocidade. Isto quer dizer que fora dessas zonas os transgressores não precisam de respeitar os limites que constam na sinalização e na legislação rodoviária.

É o que se passa dentro das localidades, incluindo grandes cidades onde, praticamente, não há fiscalização. Os abusos são gritantes e os atropelamentos são constantes. No entanto, os heróis do volante e motoqueiros, se são apanhados, dizem-se vítimas de caça à multa.

O país precisa de mais caçadores de multas. Sobretudo, de caçadores implacáveis, mas sempre dentro da lei. Nunca caçadores de vinganças, mas caçadores que, se necessário, sejam caçadores de espera, porque há espertinhos que julgam que nunca são apanhados. Contra esses espertinhos, é preciso que as fiscalizações também não passem por parvinhas.