Atração fatal
Aquele velhinho com dificuldades motoras, que conhece bem Portugal e que Portugal o conhece a ele de ginjeira, não desiste de querer restaurar o governo anterior do nosso país, como se disso dependesse a sua felicidade. Há quem, de velhinho, arranje umas paixões esquisitas.
Estou convencido de que a sua paixão não é Passos Coelho e muito menos Paulo Portas. Mas ele não desiste de querer meter o bedelho nas decisões que o governo de António Costa vai tomando. Que, por sinal, não lhe agradam nada. Continua a falar de novo resgate como se não mostrasse de imediato o seu amor senil.
Estou a lembrar-me, ainda tenho boa memória, da familiaridade do velhinho com a nossa Maria que não vai com as outras. Para eles, o tempo tem de voltar para trás. E só há uma possibilidade. Para eles, o governo que se finou, era uma maravilha e por isso tem de voltar a governar o país. Que, segundo o velhinho, e segundo o pensamento da ‘de Albuquerque’, o país conheceu com ela, um período de enorme progresso, pois com o governo atual tudo piorou.
É claro que vozes de… apaixonados extemporâneos, não chegam aos céus. E ainda eles não se lembraram, como alguns… da nossa praça, de falar graciosamente na geringonça. Mas lá chegarão. É que eles estão plenamente convencidos de que a sua geringonça a dois, foi um exemplo de sucesso que ficou para a história. Logo, ainda não querem comparações com a geringonça a três, mas não tarda que queiram orgulhar-se de ser iguais.
Que mais não seja porque uma geringonça com três rodas redondas, será sempre melhor que uma geringonça com apenas duas rodas. E assim se viu no passado, com uma geringonça com duas rodas, por sinal, duas rodas quadradas.
Como tenho boa memória, ainda me lembro da decisão irrevogável da segunda roda da geringonça anterior. Que só não se escangalhou porque a outra roda, deu à segunda, uma espécie de privilégio de presidente da CGD. Mais uns ‘miles’, mais poder, mais poleiro. Não tem nada a ver? Tem sim. Tem tudo. É fácil falar dos outros. Mas, 25, 26 ou 30, vai tudo dar ao mesmo. O que está mal agora, já o esteve durante muitos anos. Com todos muito caladinhos.
Se calhar é porque o amor, quando se torna uma atração fatal, tem coisas incompreensíveis. E, com a idade, acaba mesmo em doença irreversível.