Saraivadas
Deito-me a adivinhar a proveniência de um nome que encontrei hoje entre os artigos de opinão do Sapo. Mas antes, dei uma espreitadela ao que o sujeito escrevinhou. Bom, artigo de opinião é que não era concerteza. Uma saraivada de todo o tamanho.
E nessa procura de relacionamento entre o dito sujeito e outras individualidades de que já lí alguma coisa, comecei pelo primeiro nome: José. Umas voltinhas ao miolo e logo me pareceu ter encontrado relação: José Sócrates. E essa relação logo me pareceu justificada com o apelido de Pinóquio.
Não entro em linha de conta com a justeza ou não do tamanho do nariz do político. Mas quanto ao José do arrazoado que acabava de ler, nada mais perfeito. O sujeito mentia que nem um desalmado. Por exemplo, segundo ele, Costa aproveitou a coisa dos dez mil milhões, para abafar a coisa da CGD. Oh com caraças, pensei eu logo: que coisa mais estúpida. Então quem descobriu e publicou nesse dia a tão proclamada vingança, não foi o Jornal Públco? Aqui, a minha tese de que este José devia ter o nariz muito mais comprido que o outro José.
Vamos lá ao segundo nome do tal sujeito mentiroso: Cabrita. Aqui nem hesitei. A relação tinha de vir de uma tal de Felícia, que muito brilhou ao Sol, mas que agora anda mais sombria. Juntando: José Cabrita. Deve ter sucedido à Felícia, na procura de mil verdades que viraram numa grande mentira. Ele, coitado, apanhou-lhe o jeito e não quer outra vida. Não sei como é que um i pequeno acolhe um mentiroso tão grande.
Para finalizar este tri nome, vamos ao último: Saraiva. Este é por demais conhecido e reconhecido. Tal como a Felícia, também anda ao Sol e tal como ela, andou anos a ouvi-la e a secundá-la nas mentiras sobre o primeiro José. Porém, estes dois Saraivas não devem ter nada em comum, senão a mesma paixão pelas mentiras sobre o outro José e seus sucessores. Fica assim concluida a minha mala descoberta e esvaziada. Juntando: José Cabrita Saraiva. Sinceramente, não o conheço. Encontrei-o por acaso.
A propósito de saraivadas, também encontrei um artigo de Paulo Baldaia, que me deixou um pouco confundido. Normalmente, não gosto do que ele escreve no seu jornal, ou opina na televisão. Mas hoje, sobre os tais dez mil milhões, dá uma boa lição a muitos companheiros de lidas, e não só. Gostei. Mas, os seus leitores mais frequentes, desataram a lançar na respetiva caixa de comentários do artigo, uma enorme saraivada de críticas, só porque ele não alinhou com as loucas justifições de Paulo Núncio e seus superiores defensores. Até parece que uma boa saraivada na mão, é melhor que dez mil milhões a voar.
Está assim este país. Já quase não encontramos opinião que seja digna desse nome. Mas encontramos saraivadas que, muitas delas, além de nos levarem a perder o nosso tempo com elas, ainda nos enchem de nojo, tal o bafio que delas emana. E quantas vezes, bem camufladas com um perfume muito superficial. Se fosse só nestes dias carnavalescos, ainda se tolerava.