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afonsonunes

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30 Abr, 2017

Mas que seca


O CDS está inconformado com a seca que assola o país e ameaça tudo o que precisa de tirar água da terra para se desenvolver. É realmente uma situação altamente preocupante, mas não só para o CDS e para a sua extra preocupada Assunção Cristas .

Até porque a líder centrista amarela, tem muitas culpas no cartório nessa situação. Ela foi ministra da agricultura durante quatro anos e não foi capaz de convencer o S. Pedro a livrar-nos das secas. Daí que não se perceba o facto de estar a chamar o ministro da agricultura atual ao parlamento por causa da seca.

Não sei se ela espera que o ministro lhe diga quando vai chover, ou quando se avistará com S. Pedro para o convencer a mandar umas enchurradas por aí abaixo. Quer a ex ministra Cristas queira, ou não queira, é ela que se está a transformar numa grande seca para o país.

27 Abr, 2017

Irritados


Portugal de Norte a Sul e de Este a Oeste está cheinho de irritados. Cheinho mas não repleto, pois segundo dizem os respetivos indicadores, o nível de confiança lá vai aumentando como não acontecia há muitos anos.
Mas, compreende-se que os irritados sejam o melhor que se pode arranjar, para encher os noticiários.

Coitados dos editores, ainda não repararam que em tantas notícias irritantes, não bate a bota com a perdigota. O país está tão mau para os irritados que até já esqueceram os tempos áureos da crise. Ou então, nesses bons tempos em que não tiveram coragem para se indignarem, aproveitam agora para desopilar a bílis, mesmo com o estômago mais composto.

O presidente Marcelo, ao contrário do que os irritados têm dito dele, também começa a dar sinais de irritação com o PM. Talvez, precisamente, para que os irritados não se sintam tão sós. Daí que a sua irritação seja apenas relativa ao otimismo de Costa.

De quando em vez, lá aparece um ou outro socialista que se mostra irritado com o PM, para gáudio da grande maioria dos irritados permanentes. E não é para menos, pois cada nova voz irritada, vinda do inimigo, é um estímulo ímpar para os indignados.

Os três partidos apoiantes do governo têm a obrigação programática de se mostrarem irritados com algumas decisões do executivo. Vêm aí eleições e há que mostrar as diferenças. Os portugueses, a direita e a desinformação agradecem.

Os mais indignados e irritados, com o comandante Passos à cabeça e com Cristas à deriva na retaguarda, já não encontram mais que tricas de ocasião para sobreviver à onda que os assola, impulsionada pelas recordações de quatro anos irritantes.

Até a Justiça, essa balança desiquilibrada e de véu transparente nos olhos bem abertos, anda a dar sinais muito claros de que os irritados querem mais equilíbrio e transparência. O país começa a fazer contas aos estragos e está cada vez mais irritado.

Irritados andam os presidentes dos três maiores clubes nacionais. Eles já brincam a tudo: às queixinhas, aos tribunais, aos insultos, aos mimos e às tricas. Mas o futebol, no seu todo, anda a brincar com o fogo. Vamos ver quem se queima primeiro. Ou foge daqui à pressa.

As irritações são muitas, muitas delas de sinais contrários. Há também otimismos que se mostram com graus de maior ou menor dimensão. António Costa cria muitas irritações com o que diz e o que faz. No entanto, não se irrita com ninguém. Irritante, só o seu otimismo. E, até ver, mais vale ser otimista irritante, que pessimista irritado.

22 Abr, 2017

Regressos


Relvas voltou ao seu relvado, tendo sugerido a Passos Coelho que se sujeitasse a eleições diretas no partido de que um foi e quer rapidamente voltar a ser comandante, e o outro ainda é presidente. Com a frequência de notícias que o pôem na porta de saída, não se sabe por quanto tempo resistirá a uma retirada estratégica semelhante àquela a que se sujeitou Miguel Relvas.

Miguel Relvas que foi o grande comandante de Passos Coelho, sendo o seu maior conselheiro, o executante das ordens do produto do seu investimento e o beneficiário do esforço continuado numa promoção que acabou por passar do grande comandante, ao mais sacrificado, depois de tanto trabalho. Assim, o promotor acabou despromovido mas, o que lá vai, lá vai, e agora, o sacrificado parece ser Passos Coelho.

Muitos dos nossos heróis têm o destino marcado. Depois das asneiras, burrices e outros atos de heroísmo, vem um período de descanso, mais ou menos prolongado, mas é inevitável, eles regressam ao palco de que não prescindem. Começam por andar à volta, espreitando como vão as coisas, as suas coisas, e aí os temos em grande, convencidos de que o pagode que lhes deu tudo, não é capaz de lhes tirar nada.

Hoje, sem surpresa, reparei que Paulo Portas estava a falar como o fazem os talentosos e imorredoiros políticos da nossa praça. Estava exatamente na TVI, suponho que como comentador das eleições presidenciais em França. Não perdi tempo a ouvi-lo, pois já bem me bastou o tê-lo aturado tanto tempo, como dono do seu partido e como co-dono do governo que está bem na memória dos portugueses. Uns como seus seguidores fiéis, outros como vítimas dos seus tempos de glória.

Mas que grande tema para que Portas transmita aos portugueses as suas brilhantes ideias políticas. Talvez esteja a pensar em aconselhar os franceses, numa próxima intervenção, a encontrar a sua geringonça, tal como tão sabiamente cognominou a solução de António Costa para o nosso país. Nem ele, Paulo Portas, sabe como o seu brilhantismo ficou célebre por, tão certeiramente, ter feito corresponder os seus desejos, ao sucesso da ´sua´ geringonça.

Aí estão pois dois regressos pelos quais os portugueses ansiosamente esperavam. Quem sabe se não serão eles os próximos sucessores dessa geringonça que eles próprios pretendem puxar, para sucesso do país e deles próprios, obviamente.

Propositadamente estive a alinhavar esta algaraviada durante o incontornável acontecimento nacional que ainda decorre no Estádio de Alvalade e que tem o país paralizado durante mais uns minutos. Entendi que o meu tempo e a minha paciência ficavam gastos mais ao meu gosto, sentado aqui, teclando calmamente, pois o que se passa lá fora, não é digno de prender sequer a minha atenção.

21 Abr, 2017

O morto e o vivo


Nunca mais deixo de aprender coisas interessantes, até porque tenho uma relutância militante quando me querem ensinar aquilo que considero um desperdício dentro da minha mona. Mas nela cabem sempre ditos espirituosos que, ora me fazem sorrir com gosto, ora me fazem soltar uma estridente gargalhada.

Ao passar os olhos pelos jornais de hoje a minha atenção centrou-se num título do 'i' que dizia só isto: 'Passos Coelho está politicamente morto e ainda ninguém lhe disse'. Esta tirada de José Miguel Júdice mereceu-me dois largos sorrisos. O primeiro para, 'Passos Coelho está politicamente morto'. O segundo para, 'e ainda ninguém lhe disse'.

É que esta é uma frase para ser saboreada a dois tempos. Revelar a morte política de alguém que sempre se julgou tão importante, além de ainda ninguém ter visto a respetiva certidão de óbito, é uma afirmação de alto risco. Até porque há sempre a possibilidade de um morto ressuscitar. Mesmo depois de ter sido considerado 'bem morto'.

Agora, a segunda parte da frase é, quanto a mim, um tratado de refinado humor. Pois, ainda ninguém disse ao morto, que ele está mesmo morto. É evidente que isso é muito importante, pois um morto, não pode saber se está morto. Tanto mais que esse morto, está convencido que tem sete vidas e que ainda só vai a meio da primeira. Portanto, há que esperar muito, pois ainda restam cinco vidas e meia.

Por outro lado, com o morto anda um vivo cada vez mais vivaço nas suas tropelias oratórias. Trata-se de Luis Montenegro que, segundo se ouviu logo de muita gente, está cheio de azia e indigestão, por não engolir aquilo que se lhe atravessou na garganta como um osso muito duro.

Propôs ele que se devia dar um bónus de deputados ao partido que vence as legislativas para que pudesse governar. Assim, depreendo eu, alguns deputados seriam como rebuçados, vão para a AR não com os votos dos eleitores, mas como bónus, ou prémio muito especial.

Justificação para tal ideia genial: isto é o que acontece na Grécia. Imagine-se que, agora, a Grécia até já lhes serve de exemplo, depois de tanto terem feito da Grécia a besta negra da Europa. E depois de tanto, ignominiosamente, terem comparado constantemente, o nosso país a essa mesma Grécia.

Luis Montenegro não está morto politicamente mas, corre o risco de, não sei se gostosa ou desgostosamente, acabar por vir a ser o sucessor do morto politicamente. Se Passos está morto politicamente pelo que disse ao longo da sua carreira política, Montenegro também não tem motivos para continuar vivo politicamente.

20 Abr, 2017

Andaços


Estou convencido de que uma 'epidemia de pessoas' não sabe o que é um andaço. Pois bem, um andaço não é propriamente o que se passa com o sarampo no país. Porque o sarampo só é uma epidemia entre nós, para aqueles que gostam de exorbitar tudo, de criar andaços de toda a ordem, já que estão convencidos que governam melhor a sua vida, com sensacionalismos espalhados como quem semeia milho para dar às suas galinhas.

Se umas dezenas de casos de sarampo, confirmados ou suspeitos, é uma epidemia, ou um andaço, que diríamos se estivéssemos confrontados com muitas centenas ou milhares de pessoas atingidas por essa doença.

O problema, para além do perigo real da situação, é o alarme social que alguns profetas da desgraça pretendem levar à sociedade, tudo fazendo para que os responsáveis pela saúde sejam esquecidos no esforço que fazem para manter a serenidade e a confiança nos meios disponíveis para acautelar a saude dos portugueses.

Obviamente que esses desgraçados, que só pensam em desgraças, como outros só pensam no diabo, andam encobertos entre os que facilmente lhes acolhem as intenções.

E os andaços, problemas graves na saude, vão minando a saude de muitas outras atividades. Agora está instalado no futebol, onde os doentinhos, maluquinhos, violentos, criminosos e outros, se vão multiplicando com a época a terminar e os interesses de toda a ordem a provocar, aqui sim, um verdadeiro andaço, ou epidemia, com o risco de progredir para pandemia.

Porém, aqui, os profetas da desgraça, não descortinam qualquer coisita de anormal. Atacam-se, por vezes brutalmente, uns aos outros, provocam danos elevadíssimos com os seus desmandos e não há quem os segure... Há presidentes de clubes que parecem viver disso. Há árbitros que parecem não prescindir da balbúrdia. Há televisões que pagam bem aos incendiários da bola e da erva. Há jornais que vão ao fim do mundo buscar a pólvora.

Mas também há governantes, autarcas, corporações que assobiam para o lado. Que acham bem que os adeptos sejam 'enjaulados' em caixas de segurança, como animais selvagens a caminho do espetáculo circense. Um lobo, por si só, pode ser facilmente dominado. Mas uma alcateia, é indomável e provoca carnificinas por onde passa.

Reponha-se a normalidade. O futebol é um espetáculo, como o cinema e até como a tourada. Cada pessoa deve ir por si, sem exército de polícias a guardar feras. Polícias, vigilantes nos acessos aos espetáculos, sim. Intolerância para com os agitadores, sim, mas de homem para homem. Nada de permitir grupos de selvagens que se excitam uns aos outros, como lobos em alcateia.

Finalmente, Governo e Assembleia da República, que façam tudo para que todos, mas mesmo todos os intervenientes no desporto, sejam gente séria, isenta e descomprometida. Quem o não for, o seu lugar é na rua e, mesmo aí, 'bem comportadinhos'. Porque a justiça tem de ser uma balança muito bem equilibrada, para que os andaços, maiores ou menores, se curem de vez.

17 Abr, 2017

Borregos


Já passou a Páscoa e com ela foram-se os borregos, que tantas pituitárias inflamaram, depois de confecionados de mil e uma maneiras por esse país fora. Tantos borregos e cordeiros de leite, para não dizer tantos carneiros que também não escaparam à degola.

Há quem se queixe agora, depois de se ter deliciado com os fartos e brutos manjares festivos, que afinal se vende borrego por cabrito, sendo o mesmo dizer que há cabras que são sacrificadas, enquanto os 'cabrões' se fartam de comer. É evidente que ninguém quer saber dessas coisas.

A esse propósito também ouvi muitos desabafos de gente que não gosta mesmo nada de fiscalizações, inspeções ou controles seja lá do que for. E vai daí, um coro de críticas, por exemplo, de que a ASAE só apreende géneros para levar para casa. Estou mesmo a ver quem detesta a ASAE, polícias e fiscais.

Isto a propósito, de uma notícia que dá conta de uma apreensão de elevada carne de borrego e cabrito por não ter passado pela inspeção sanitária. Julgo não ser segredo que há quem tenha autênticos matadouros clandestinos e venda essas carnes com toda a naturalidade.

É óbvio que quem não gosta de multas e apreensões são precisamente os que põem em risco a saude de muita gente. Fazem parte daquela classe de vígaros, ou trafulhas, que infestam o país. Em todas as atividades, há os que metem muito dinheiro ao bolso sem que cumpram os seus deveres para com o estado e para com os cidadãos.

Em lugar de se defenderem com o cumprimento das obrigações de todos, atacam todos os que têm por missão fazer cumprir a lei. São esses os homens e mulheres sérios e honestos que dizem fartar-se de trabalhar para ganhar o seu e não para sustentar o estado. Na realidade fartam-se de roubar tudo e todos, não passando de vulgares criminosos que têm de ser muito bem fiscalizados.

09 Abr, 2017

A aurora da verdade


No Diário de Notícias de hoje, no espaço de opinião, destacam-se dois excelentes artigos que, pela sua frontalidade, vêm como que anunciar uma aurora anunciadora de novos tempos no que toca à 'covardia' de muita gente que devia ter coragem de denunciar a terrível situação da justiça no país.

António Barreto titula o seu artigo de 'Polícias e ladrões', enquanto Pedro Marques Lopes escolheu o título 'A tabloidização da Justiça e os covardes'. Cada um à sua maneira, mas ambos com a coragem que hoje falta a muita gente, até a alguns altamente responsáveis pelo estado calamitoso a que a justiça chegou, que mais seja pela inação que sempre os caracterizou.

Efetivamente, ao país faltam bons polícias para apanhar os ladrões maus e falta coragem aos responsáveis pela condução dos processos e seus orgãos superiores para resolver esses processos, concluindo-os ou arquivando-os, dentro dos prazos legais, sem nunca porem em causa direitos primários dos cidadãos visados pela justiça.

Nesses dois artigos leem-se coisas como 'covardemente', 'covardes', ´despacho infame', 'tablóides' e muito mais ao longo desses textos, que saem muito do que a imprensa em geral e as televisões, quase diariamente enxarcam a opinião pública com notícias que são fabricadas por covardes, ou fornecidas por outros covardes que, sem qualquer pejo, em lugar de atentarem nos direitos dos cidadãos, os condenam sumariamente com base em delírios seus ou alheios.

E tudo isto acontece em processos que duram muitos anos, como que à procura de agulha em palheiro. A Justiça tem dois princípios que não podem, nem deviam estar, ausentes de quem conduz os processos: não se pode prender sem fortes indícios de crime e não se pode condenar sem provas evidentes que justifiquem a acusação. Obviamente que fazer tudo isso, só porque se tem a convicção de que estão crimes em causa, não é justiça, nem é legal.

Mas, pior que tudo isso, é tratar as pessoas como coisas, o que já nem aos animais se tolera. Tal como se não tolera que, depois de se ter concluido que não se conseguiram provas de crime, arquiva-se o processo, mas deixa-se no despacho de arquivamento, a 'condenação' de que foram praticados crimes, mas, dos quais não foi possível obter provas. Parece uma ideia de quem nunca soube o que é justiça.

Depois, há a covardia de tanta gente, a todos os níveis, do cimo à base da pirâmide do estado, até aos cidadãos que falam, comentam, condenam, quem não conhecem, senão pelo que ouvem ou leem. A covardia lá do cimo que, sabendo o que se passa, nada faz para parar tamanha injustiça. Por medo de vir a ser alvo de situação igual, por comodidade política, por comprometimento?

Finalmente, uma frase do presidente do PSD, Pedro Passos Coelho. "...há 'hoje' uma intolerância em quem governa que nunca houve." Realmente há quem tenha uma memória muito mais curta que o próprio nome. Essa intolerância de que fala o mais intolerante primeiro-ministro que o país já teve, é aceite por quatro partidos que apoiam o governo e pelo PR que, ao que se tem visto, não a sente. O presidente do PSD, além de não tolerar que já não governa, não perde o mau hábito de não distinguir a verdade da ficção.

08 Abr, 2017

A menina dança?


Mas que importa lá se a menina, ou as meninas, dançam, ou se se divertem à grande, no pressuposto de que também nos divertem nos sábados à noite, num programa de luxo da RTP1.

Obviamente que as meninas do Marco fazem tudo isso, não porque o objetivo seja o divertimento do grupo, mas para nos proporcionar, a nós, telespectadores, aquele regalo para a vista.

No que me toca, mas se calhar só me toca a mim, eu aprecio especialmente aquilo que não posso disfrutar na vida real. Pois, para ver, ouvir e dançar samba ou sevilhanas, não era preciso tanto estardalhaço. E o resto?

Pois, a televisão pública sabe que eu aprecio especialmente boa comida, ainda que que só me possa lamber por ver os outros, e as outras, a deliciar-se com ela. E não me parece bem ir a um restaurante caro de cá, só para ver comer. Assim, na TV é de borla.

Pouco me importa que também eu esteja a contribuir para que tudo aquilo que nos mostram nessas viagens de turismo ao mais alto nível, seja debitado aos deliciados telespectadores, pois é dinheiro muito bem empregue.

Daqui faço um apelo a quem manda naquilo tudo: não vão só a dez cidades do mundo. Vão ao mundo todo, que eu não tenho possibilidade de o fazer sozinho. E assim estou em boa companhia.

Peço encarecidamente para que não vão na conversa daqueles que dizem que em Lisboa e no Porto podem ver-se danças daquelas, tal como comer coisas tão finas, como aquelas que eu adorava comer.

Até pode ser verdade, mas como é que eu via gente tão diferente, tão bem vestida, paisagens de sonho, ver o Marco e as suas meninas tão entusiasmadas como as vemos por lá. Por cá, a felicidade é outra.

Depois, digam lá o que quiserem, mas é bem verdade que a felicidade se pega. Por mim falo. Ver tanta boa disposição no Marco e nas suas meninas, transforma o meu semblante, até consigo sorrir. Por vezes até canto e, imagine-se, já dei comigo a dançar.


Mário Centeno tem sido, desde que tomou posse como ministro das Finanças, o bombo da festa de uma boa parte de sujeitos sem tino para nada. Para nada de útil, subentenda-se.

Comparando o seu trabalho e os resultados que obteve, com os conseguidos pelos seus dois antecessores, Maria Luís Albuquerque e Vítor Louçã Rabaça Gaspar, a gente pasma.

E pasma-se com o tratamento, muitas vezes a roçar a indignidade, dado a Centeno, e a tolerância, quando não os elogios, tantas vezes dados a Maria Luís e Vítor Gaspar.

Daí que considere sem tino todos esses, que só faltou dizerem abertamente que se tratava de um deficiente mental, tanto por adversários, como por opinadores de todos os quadrantes.

E então os cartoonistas, tem sido um regabofe. Sim, é o seu ofício. Mas há a tal coisa que se chama dignidade. E essa deve estar sempre acima de tudo, em relação a todas as pessoas.

Acontece que, ao que se diz, Centeno podia rumar agora à presidência do Euro Grupo. Mas essa hipótese foi de imediato afastada pelo PM e pelo PR, dada a sua competência no cargo.

O curioso é que logo se levantaram vozes, as mesmas que tanto o amesquinharam, lamentando que Centeno não tenha aceitado o importante cargo, pelo prestígio que representaria para o país.

Não, não vou nessa cantiga de que gostariam de o ver pelas costas, esperando que fosse substituido no governo do país por alguém que, finalmente, trouxesse o tão desejado diabo.

Enfim, o ministro das Finanças, Mário Centeno, vai continuar a dar dores de cabeça a muitos sem tino. Certamente, ansiosos por regressar aos gloriosos dias, meses e anos da desgraça do país.

05 Abr, 2017

O pedido de amizade


Os pedidos de amizade que circulam nas redes sociais são, no meu entender, a coisa mais estúpida que se pode pedir a alguém que não se conhece de lado nenhum. Julgo eu que a amizade nasce de uma relação entre pessoas, geradora de uma estima e entendimento mútuo que se vai cimentando ao longo do tempo.

Amizade é aquilo que não pode surgir de repente entre duas pessoas que se não respeitam, que vivem obcecadamente uma rivalidade que as transforma em inimigas permanentes, com insultos velados ou descarados, na defesa dos seus argumentos e interesses. Não basta pois que um deles diga que mais tarde vão ser amigos.

A menos que essa amizade seja do tipo daquela que se pede e se aceita no Face ou outro, cujo relacionamento se verifica entre dezenas, centenas, milhares ou milhões de amigos que só se conhecem através de uma foto, ou nem isso, e escrevem umas loas num espaço onde cabe tudo e onde todos dizem o mesmo.

Pois bem, JJ disse que um dia ainda vai ser amigo de RV. Realmente, JJ já teve muitos amigos que hoje são seus inimigos, no contexto das bossalidades que se lhe têm ouvido.Para se ser amigo de alguém, é indispensável, antes de mais nada, que se tenha respeito por essa pessoa. E isso é coisa que não tem tido.

PdC disse que já lhes fizeram o funeral muitas vezes. Aqui, o plural refere-se à obra dele e seus colaboradores. Quero crer que essa afirmação pretende dizer que ainda está vivo, ou então que já ressuscitou muitas vezes. Não quero especular sobre qual da duas verdades será a correta, nem qual delas lhe terá rendido mais amizades.

BdC disse que 'estão a meter-se com 3,5 milhões de pessoas'. Penso que ele quererá dizer que representa essa gente toda. E ainda, sobretudo, que quem se mete com ele, mete-se com os 3,5 milhões que ele julga seus fidelíssimos amigos. Que julga que o defendem, obviamente. Obviamente, também, que ele já se meteu com muito mais gente que aquela que o apoia.

Eu diria, mais, desejaria, que estas quatro pessoas fossem boas amigas, principalmente, quando quando têm microfones à sua frente. Porque, trabalho é trabalho e, fora dele, as conversas devem ser de homens sociáveis e sensatos. Podem dizer que eles dizem essas coisas em trabalho. Pois, mas que belos trabalhadores.

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