Estou convencido de que uma 'epidemia de pessoas' não sabe o que é um andaço. Pois bem, um andaço não é propriamente o que se passa com o sarampo no país. Porque o sarampo só é uma epidemia entre nós, para aqueles que gostam de exorbitar tudo, de criar andaços de toda a ordem, já que estão convencidos que governam melhor a sua vida, com sensacionalismos espalhados como quem semeia milho para dar às suas galinhas.
Se umas dezenas de casos de sarampo, confirmados ou suspeitos, é uma epidemia, ou um andaço, que diríamos se estivéssemos confrontados com muitas centenas ou milhares de pessoas atingidas por essa doença.
O problema, para além do perigo real da situação, é o alarme social que alguns profetas da desgraça pretendem levar à sociedade, tudo fazendo para que os responsáveis pela saúde sejam esquecidos no esforço que fazem para manter a serenidade e a confiança nos meios disponíveis para acautelar a saude dos portugueses.
Obviamente que esses desgraçados, que só pensam em desgraças, como outros só pensam no diabo, andam encobertos entre os que facilmente lhes acolhem as intenções.
E os andaços, problemas graves na saude, vão minando a saude de muitas outras atividades. Agora está instalado no futebol, onde os doentinhos, maluquinhos, violentos, criminosos e outros, se vão multiplicando com a época a terminar e os interesses de toda a ordem a provocar, aqui sim, um verdadeiro andaço, ou epidemia, com o risco de progredir para pandemia.
Porém, aqui, os profetas da desgraça, não descortinam qualquer coisita de anormal. Atacam-se, por vezes brutalmente, uns aos outros, provocam danos elevadíssimos com os seus desmandos e não há quem os segure... Há presidentes de clubes que parecem viver disso. Há árbitros que parecem não prescindir da balbúrdia. Há televisões que pagam bem aos incendiários da bola e da erva. Há jornais que vão ao fim do mundo buscar a pólvora.
Mas também há governantes, autarcas, corporações que assobiam para o lado. Que acham bem que os adeptos sejam 'enjaulados' em caixas de segurança, como animais selvagens a caminho do espetáculo circense. Um lobo, por si só, pode ser facilmente dominado. Mas uma alcateia, é indomável e provoca carnificinas por onde passa.
Reponha-se a normalidade. O futebol é um espetáculo, como o cinema e até como a tourada. Cada pessoa deve ir por si, sem exército de polícias a guardar feras. Polícias, vigilantes nos acessos aos espetáculos, sim. Intolerância para com os agitadores, sim, mas de homem para homem. Nada de permitir grupos de selvagens que se excitam uns aos outros, como lobos em alcateia.
Finalmente, Governo e Assembleia da República, que façam tudo para que todos, mas mesmo todos os intervenientes no desporto, sejam gente séria, isenta e descomprometida. Quem o não for, o seu lugar é na rua e, mesmo aí, 'bem comportadinhos'. Porque a justiça tem de ser uma balança muito bem equilibrada, para que os andaços, maiores ou menores, se curem de vez.