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afonsonunes

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28 Jun, 2017

Mais um a demitir


Pois, mais um que deve ser demitido e quanto antes. Só não sei quem é que o deve demitir. Acho que não deve ser ninguém do governo, pois isso representaria um excesso de trabalho para o primeiro ministro, que já deve estar assoberbado com a lista enorme de candidatos que lhe é exigido que mande embora quanto antes.
Ora, não sendo o governo, obviamente que também não deve ser o Presidente, que não tem vagar nem disponibilidade para essas coisas. E ainda bem, senão o país adormecia de pasmaceira e os que não gostam de fazer nada deixavam de ter com que se entreter a contar, a comentar e a encher páginas de tudo e com tudo.
Então, restam os outros na ordem natural da política que diz que tanto se é útil no governo como na oposição. E em primeiro lugar tem de ser chamado a assumir as suas responsabilidades, naturalmente, o líder da oposição. Mesmo que já seja pouco líder. No entanto, pode faltar-lhe jeito para muita coisa mas, para demitir, certamente que ninguém lhe recusará o merecido mérito.
Porém, eu contesto que, nesta demissão que hoje se torna imprescindível, seja alguém do mesmo ramo de negócio. Pode não ser engenheiro, nem ter construído nada, mas basta-lhe ter olhinhos para ver que, com ele, não tem que ser sempre assim. Porque a sorte é muito instável. E a fé, dado o profundo respeito que lhe devemos, não se pode abusar dela.
Ora bem, em dia de desgraça, o responsável tem de ser imediatamente demitido. Apesar do seu erro inegável, ter sido verificado na Rússia, terra de pouca fé, numa cidade que pouca gente conhece, tal como o engenheiro com obra feita. Como também não posso ser eu a demiti-lo, não sugiro que ele o faça voluntariamente, mas peço ao João e ao André que tomem essa iniciativa.
Logicamente, porque estes dois não se podem demitir. Logo, como amigos do peito do engenheiro, devem-lhe esse favor, para que os insucessos não continuem a atormentar muita gente. Sobretudo, para que, entre os vinte e três, sejam todos potenciais amigos e não apenas os quinze ou dezasseis do costume, ainda que já não possam com uma gata pelo rabo.


É evidente que há sempre qualquer coisa, ou muita coisa, que falha quando acontecem ocorrências com consequências trágicas para as pessoas.
Mas, que se saiba, ninguém matou ninguém por vontade própria, nem mesmo quando há criminosos na origem desses acontecimentos. Sobretudo, quando a mãe Natureza dita as suas leis.
Porque o homem, todos os homens, por maiores que se julguem, são uns anõezinhos perante os poderes sobrenaturais. Incluindo os anõezinhos que se apressam a julgar, a condenar e a demitir todos aqueles de que são 'obrigados' a não gostar.
Poucos dias depois de Pedrógão Grande, em Huelva cinquenta mil pessoas tiveram de ser deslocadas. É muita gente, não é? Então tem de haver consequências já...
E isso não é em Portugal, é em Espanha. Porque em Espanha, como em qualquer parte do mundo, acontecem catástrofes: terramotos, dilúvios, incêndios...
Demite-se tudo... e põe-se lá quem? Quem é perfeito e controla tudo? Mesmo tudo? Mesmo as tecnologias que também falham e da qual depende quase tudo, hoje em dia?
Se há muita coisa que está mal, isso não depende só de quem exerce o poder no momento. Há coisas que não se mudam em anos, porque não é possível. Isso depende também de quem por lá passou e não resolveu nada, tendo ou não condições para o fazer.
É muito fácil, mesmo agora, dizer que se criem já, condições para que isto não aconteça mais. Seria fácil, se todos tivessem a mesma visão sobre as melhores condições para fazer as mudanças.
Quanto a responsabilidades políticas, é ainda mais fácil. Tira-se o governo em funções e põe-se lá a oposição. Assunto resolvido... mas até quando?
E, já agora, muda-se também o presidente da república, ou não é ele o responsável máximo pelo país?... Tudo tão fácil, não é?

24 Jun, 2017

Se Deus quiser


Hoje vamos empatar com a Nova Zelândia e vamos apurar-nos para prosseguir na Taça das Confederações. Evidentemente que hoje, daqui a duas horas, vão jogar os melhores e, entre eles, lá estarão o João e o André. Claro que acompanhados do Cristiano, o homem que defende, organiza e ataca.
Assim, obviamente que o empate está garantido. Mas, pergunto eu, é preciso ganhar? Claro que não. Só é preciso ganhar na final, pois aí, não haveria empate que nos salve. Daí que Fernando Santos esteja carregado de razão quando diz que, com ele, é assim.
Quando o caneco chegar a Lisboa, Marcelo aproveitará para lembrar tudo aquilo de que o país precisa para trazer para o Porto a Agência do Medicamento. E não será preciso lembrar casos chatos, como os e-mails do Benfica, nem processos como o Apito Dourado.
Se Deus quiser, tudo vai correr pelo melhor. Daí que já haja quem pense nas consequências destas retumbantes vitórias. Costa será definitivamente afastado da governação, porque pertenceu a um governo de Sócrates e Sócrates foi muito pior que Oliveira e Costa e o seu amigo Cavaco Silva.
Pinto da Costa e Bruno de Carvalho serão medalhados por Marcelo, estando ainda em estudo as respetivas medalha a atribuir a cada um deles. Sabido é que Vieira e o seu clube terão de deslocar-se para Cabo Verde, a fim de não prejudicar os seus inimigos figadais, impedido-os de ganhar o que eles tanto desejam.
No entanto, Vieira e o Benfica vão encontrar, ao que tenho ouvido por aí, um tal de Dias Loureiro, íntegro elemento da geração dourada do cavaquismo. Se o sucesso de cá, for contagiante, Vieira e o seu clube, encontrarão ali o ambiente ideal para concretizar o sucesso que em Portugal lhes foi negado.
Obviamente que Marcelo fica numa situação muito periclitante. Se fica em Portugal, arrisca-se a perder a sua elevadíssima popularidade para os sucessores de Costa. Que não serão certamente os seus grandes apoiantes do Bloca e do PCP.
Mas, o grande destino da popularidade que Marcelo se arrisca a perder, vai certamente para Pinto da Costa, que não voltará a fugir para Espanha, e para Bruno de Carvalho que nunca mais voltará a largar impropérios contra ninguém, nem a fumar eletrónicos,
Se Deus quiser, daqui a cerca de uma hora, estarei frente a um televisor a ver as peripécias de todas estas previsões de um bruxo de meia tigela, que teima em pensar que adivinha tudo. Se Deus quiser, até posso estar com um grande melão, daqui a três horas. Mas, e depois?
Uma coisa posso garantir. Não vou ser medalhado por ninguém. Aliás, mesmo que me quisessem atribuir essa grande, enorme, enormíssima honra, eu nã a aceitaria. Pela simples razão de que o meu ego entende que nunca as medalhas modificam os grandes disparates que se fazem ao longo da vida.

 
O país está numa fase de evidentes melhorias, impensáveis ainda há bem pouco tempo. E é precisamente nesta fase que uma data de saudosos se arranham da ponta dos cabelos até às unhas dos pés, num estertor desesperado de ver que o tempo, o tempo deles, não há meio de voltar para trás.
E é também evidente que, à medida que esse tempo vai ficando cada vez mais longe, maior é a tentativa de usar todos os meios, mesmo os mais ilógicos e estapafúrdicos, para não se convencerem a si próprios de que nada nem ninguém pode dizer 'traz-me tudo o que eu perdi'.
Por isso mesmo, a vida deles se tornou muma amargura constante. Uma amargura que os leva a uma criatividade penosa, tudo fazendo para que a real e verdadeira criatividade que vai surgindo e de que o país precisa, seja desdenhada, pisada, ocultada e maltratada. E assim, só não conseguem dizer, 'tem pena e dá-me a vida'.
Sim, o que eles querem, não é esta vida que outros lhes dão. Ainda que seja a melhor vida possível para a generalidade dos portugueses. Mas eles não pensam nos portugueses. Eles pensam apenas neles e só neles. O que eles querem, e no que pensam dia e noite, 'é a vida que eu já vivi'.
Apesar do escasso tempo decorrido, eles são saudosistas extremistas do seu tempo. Todas as melodiosas recordações do seu tempo lhes trazem dolorosas saudades. Porque a recordação é saudade e, quantas vezes, as saudades são desenganos. E é deste tempo, que não volta pra trás, que saiem contradições odiosas.
Várias vezes, ao longo dos anos, tenho trazido aqui as semelhanças, tristes semelhanças, no que se passa no desporto e na política. Hoje, mais que nunca, são duas vergonhas nacionais a esbracejar lado. Há uma guerra sem quartel, onde os que perdem, querem que alguém os faça ganhar à força, tudo o que perderam. Afinal, o que é preciso, é tirar aos naturais vencedores, aquilo de que os perdedores não desistem.


'Foi uma coisa de repente que passou e que parecia o diabo'. Retirei esta frase de um meio de comunicação social num destes dias após a tragédia de Pedrógão Grande. Ela terá sido o lamento de alguém que milagrosamente escapou a esse diabo que deixa a dúvida se ele pareceu que o era, ou era mesmo o que pareceu ser.
Na simples e modesta caracterização do que acabara de ver e sentir, este sobrevivente diz muito mais com esse seu desabafo, que quase todas as análises feitas por especialistas em deturpar a realidade que descrevem à sua maneira.
Pintando quadros com a cor dos óculos que mais lhes convém, criam perguntas, muitas perguntas, sobre hipóteses que pretendem atingir objetivos que não têm a coragem de colocar claramente, preferindo deixar os seus pensamentos ou dúvidas, na mistura de fumos, poeiras e cinzas que pisam cautelosamente.
Desde há longos meses que alguém previu a visita do diabo ao país. Os portugueses que sentiram essa ameaça sobre as suas vidas, estavam gradualmente a esquecer essa maldição, quando agora, sentem que, afinal, sempre há um diabo, identificado ou anónimo, que anda por aí.
Bem visível, é o diabo das perguntas prematuras, o diabo das respostas que se ensaiam, o diabo que se deseja ver instalado nos lugares desejados, o diabo das coisas qe nunca mais acontecem.
'Isto não foi um incêndio, foi um furacão de fogo'. Outro desabafo de outro sobrevivente da mesma tragédia retirado das notícias. É óbvio que, a seu tempo, tudo deve ser questionado. Até a maneira como as notícias foram retiradas do fogo e do fumo assassino e lançadas chocantemente para a frente dos olhos inconsoláveis das vítimas que tudo perderam, menos a sua própria vida.
Durante muitos anos ninguém fez nada para iniciar as mudanças necessárias. Mudanças que levam tempo a implantar e não surtem efeito senão a prazo. Mas há quem se indigne com quem já fez algo, até a nível legislativo, para iniciar a mudança mas que, obviamente, ainda não resolveu o problema, melhor, os muitos problemas que há para atacar as soluções.
Para aqueles que agora clamam por que se façam todas as perguntas, apetece dizer, que têm toda a razão. Pois também muitos deles, têm muitas respostas para dar por tudo o que fizeram de errado ou, simplesmente, não tiveram competência para mexer uma palhinha sequer sobre o assunto.

15 Jun, 2017

Sabia?


Grandes novidades estão na forja prontinhas a sair cá para fora, abrindo novas perspetivas ao pais e ao mundo. Tem sido sempre assim. Em Portugal inventa-se o milagroso sumo da verdade e da justiça. Depois, é só esperar que o mundo acorde estremunhado e siga os nossos maravilhosos exemplos.
Não sabia? Temos tanta coisa nova que não existe em mais parte alguma do mundo. Ora, pense bem e vai ver que chega lá. Eu também lá cheguei e nem foi preciso bater com a cabeça na parede.
Mas vamos lá às últimas das primeiras novidades. Ou talvez sejam as primeiras das últimas. Começo por aquela que mais gozo me tem dado nestes últimos dias. A sociedade anónima de responsabilidade limitada, Dragão & Leão, acaba de anunciar que vai tomar posse administrativa dos últimos quatro títulos de campeão nacional de futebol.
Como é de prever, a divisão do espólio agora arrestado, será feita segundo a regra 'fivety fivety'. Que é como quem diz, dá cá dois que eu fico com os outros dois. Deve ser assim que manda a norma do fairplay financeiro.
Tal decisão obriga ainda a que a massinha desses quatro anos de despudor desportivo obrigue à divisão, segundo as mesmas regras, de todas as receitas arrecadadas pelo infrator, com origem em todas as competições europeias.
Falta ainda esperar que o assunto seja devidamente aprofundado pela sociedade arrestadora, em tudo o que possa aumentar o volume do pecúlio do arresto, caso de jogadores comprados e vendidos, bem como prejuizos de imagem de ex-derrotados, agora transformados em pós vencedores.
Está também em marcha a organização de duas mega concentrações, logo após a confeção das faixas de campeões desses quatro anos. O Marquês em Lisboa será verde e branco e os Aliados serão, obviamente, azul e branco.
Só há ali uma coisa que me está a fazer comichão na pituitária. É haver ali branco a mais nos dois lados. Receio bem que acabe por ficar tudo em branco, o que seria uma espécie de fumo eletrónico ou um sonho do papa Nuno.
Afinal, como isto já vai longo, fico-me só pela primeira das últimas novidades. Mas não deixo de pensar que estes que não conseguem perceber que também podem estar quatro anos sem se aquecer, se parecem com aqueles que ainda não perceberam que já não estão no poleiro.