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afonsonunes

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30 Dez, 2017

Adeus 17


Estou inteiramente de acordo com Carlos Cruz quando diz que olhar para as televisões é o mesmo que olhar para um micro ondas, só que este último tem muito mais utilidade.

Efetivamente um micro ondas serve para nos dar comodidade e bem estar na nossa vida doméstica. As televisões servem para nos dar uma visão completamente distorcida da realidade. E um arrelia constante quando confiamos nas loas que nos serve com toda a desfaçatez tentando fazer-nos acreditar que são coisas sérias, tão sérias como quem as inventa.

Não faço ideia nem quero fazer juizos sobre matérias que não domino perfeitamente. Carlos Cruz é uma personagem bastante causticada, bem ou mal, por uma comunicação social suja e abjeta.

Recordo que essa comunicação social, escrita ou falada, teve ao longo dos tempos, um juiz herói chamado Rui Teixeira, que acabou no completo desconhecimento. E a sua vítima, Paulo Pedroso, que acabou por ver interrompida uma carreira política promissora.

Carlos Cruz é desse tempo. Não sei, ainda hoje, até que ponto foi mais um embrulhado na ira justiceira populista, se foi um presidiário que simplesmente pagou os seus erros. Mas, o juiz que o condenou foi o mesmo que condenou Paulo Pedroso e deixou que uma longa lista de pseudo criminosos circulasse por tudo o que eram notícias. Casos de Mário Soares, Ferro Rodrigues e outros, mas nenhum de direita embora alguns com evidências mais visíveis.

Depois de Rui Teixeira, veio o juiz Carlos Alexandre e com ele, o caso Sócrates. Também aqui, como não conheço o enormíssimo processo e o seu possível desfecho, direi apenas que é uma vergonha nacional como uma justiça desumana, mesmo cruel, trata os seus cidadãos e lhes arruina a vida, muito antes de serem acusados nessa espécie de justiça. Mais que acusados, já condenados e a prisão, uma efetiva e real, outra perpétua, por essa comunicação social, muito pior que o micro ondas.

Em quase todos estes processos ou semelhantes, aparecem sempre denúncias anónimas. Algumas delas identificadas mais tarde, mas os seus autores ficaram sempre na sombra. E curiosamente, segundo versões de fácil interpretação, vêm sempre da direita para a esquerda. Porque será que a esquerda não faz o mesmo?

Vamos agora ao tema futebol. Denúncias anónimas não faltam da parte de uma aliança, assim a modos que a parecer demoníaca, entre dragões e leões contra águias. Para provocar averiguações que, aparentemente, não convém que sejam esclarecidas em devido tempo. Também aqui apetece perguntar porque razão os visados do lado da Luz não apresentam queixas anónimas, pois são essas que têm maior prioridade. As apresentadas pelas vias normais e devidamente assinadas e identificadas, essas ficam para trás.

No meu entender, o futebol só ficará tranquilo, se é que ficará, quando o Benfica for para os campeonatos regionais, isto se não puder ser extinto. Aquilo que não tem mais explicação para esta sede de vingança e revelação de inveja, vai acabar por triunfar, pois neste país, que é Portugal, só triunfa quase sempre, quem trata dos seus negócios no submundo da sujeira e da ilegalidade.

Bom, estes os meus reparos ao que se tem passado no ano que agora vai terminar, mas que já vem de muito mais atrás. Aliás, deixo aqui uma espécie de aviso ao PM para que esteja alerta. Não faltarão tentativas de o envolver em qualquer coisa que mereça o seu afastamento do governo. Por enquanto têm sido apenas insultos de natureza mesquinha. Mas não tardará aí alguma denúncia anónima que levará a investigações sem fim.

E até para o ano que aí vem, se Deus quiser, como diz o povo, na sua santa sabedoria.

25 Dez, 2017

Imaginações


Julgava eu que a Associação de Apoio à Vítima era para ajudar as vítimas destes incêndios e que depois de tudo regularizado a associação se extinguia.

Afinal, segundo o PR a associação é para continuar, agora com sede em edifício que era uma escola, e funções que, pelo que deduzi, vai competir com as autarquias em tudo o que lhes competia em exclusivo até agora.

E como a sra Nádia não simpatiza nada com o governo nem com o PM, aí estará ela para o substituir em tudo o que ela pense que falta... ou corrigir o que, segundo ela, está mal feito.

Talvez chegue mesmo a fazer de líder de um partido... Quem sabe... do CDS... Atenção, Assunção, cuidado...

23 Dez, 2017

Desentendimentos


Atrevo-me a dizer que vivo no país dos desentendimentos, até porque eu próprio sou um inconformado desentendido, embora me esforce imenso para ver se consigo entender as incongruências que todos os dias me aparecem nas notícias.

Não entendo, nem muito nem pouco, porque carga de água uma data de gente geralmente desentendida, está muito preocupada com o facto de não se demitir um ministro por dia, por causa de coisas que pensam, sem pensar minimamente, e preventivamente, em desentendimentos de pessoas que gostam de os fabricar.

Há pessoas, boas e más pessoas, que não entendem que os ministros são pessoas que, não fazendo tudo perfeito, não podem ser atacadas só porque são primos, tios ou amigos de pessoas que fazem ou fizeram isto ou aquilo. O que interessa é se são bons ou maus ministros. Se cometem ou não abusos na sua governação.

Essa avaliação não pode estar sujeita a julgamentos de palpite de gente que está fora do assunto, por vezes mal intencionada, por motivos diversos e interesses escuros. Daí os desentendimentos entre pessoas sérias que não acreditam em historietas e pessoas desonestas que apenas pensam em criar novas maneiras de conquistar simpatias para si, e antipatias para aqueles querem ver demitidos.

Por outro lado, um lado muito sensível para muitos cidadãos, o futebol anda submerso em lama, aparentemente, enlameado por figurões que, vivendo dessa lama, tentam convencer tudo e todos de que são umas pobres vítimas de uns malandros, vigaristas e corruptos.

Esta situação é velhinha, de muitos anos e, para chegar aqui com esta dimensão, só com a complacência de dirigentes tendenciosos, de governos medrosos de perder clientelas, de uma justiça incapaz, a dois tempos, norte sul, de regionalistas sectários clubisticamente, de uma informação interesseira e comprometida com interesses dessa guerra que arrisca ser eterna.

Por entre tantas indecisões, tantas faltas de coragem, só uma intervenção acima de todos os poderes incapazes ou incapacitados, para quebrar este medo de queimar as mãos ao mexer em coisas tão escaldantes. Só uma intervenção que possa dizer, alto e pára o baile.

Estão em causa as instituições. O seu bom funcionamento. E isso cabe e coube aos Presidentes da República. Os que já passaram, passaram sem tomar esse menino nos braços. O atual, diga-se que não o pode fazer apenas com afetos, no futebol como na justiça, onde será preciso braço tenso, mais que abraços, para que o país respire de alívio.

A democracia também é isso. Os cidadãos respirarem de alívio ao ver terminar tudo aquilo que os impede de terem informação limpa, justiça célere e justa em todos os campos, desporto sério, sem dominadores cheios de vícios e interesses obscuros que lhes servem de suporte a vidas de magnatas com discursos insuportáveis, sem que ninguém os contrarie ou investigue.Estamos no Natal, tempo de paz, amor e concórdia. Porém, temos mais um Natal de ódios, de clivagens, de desentendimentos. E até de invejas, de sedes de poder, de vinganças mesquinhas, de discursos hipócritas e ações contraditórias com os discursos inflamados.

Os portugueses merecem viver sem desentendimentos graves, para lá das discussões saudáveis das ideias plurais e enriquecedoras das vidas e da democracia.

 

22 Dez, 2017

Baldaiadas


Simples e sinteticamente comento o artigo de hoje do diretor do Diário de Notícias, por me parecer que já vai passando a doença não sei de que foro, do respectivo autor.

Mais uma, a habitual baldaiada do tipo que não enxerga nada do que se está a passar no país... Tal como a indigente que ele adora... ela insulta e ele exulta de felicidade, o insultado responde em termos normais e o baldaio acha que isso é agressividade ...

Oh homem, está na altura de mudar de sítio, pois neste está a mais....

Quanto a Marcelo e Costa, meta na sua cabecinha que o que interessa é o que eles dizem um do outro e não o que pensam os baldaios que eles dizem ou pensam... E acima de tudo, o resultado para o país, dos seus entendimentos (para os baldaios desentendimentos).


A comunicação social bem lhes vai fazendo reportagens sobre reportagens mas duvido que essa propaganda vá no sentido de os favorecer, ou se, pelo contrário, lhes vai pondo a nú as verdadeiras espetativas, completamente opostas àquelas que têm anunciado .

Do meu ponto de vista ambos têm dado uns tiros nos pés que podem marcar o sucesso de um ou de outro. No entanto, como mais provável, será o fator menos negativo, a traçar-lhes o destino. As televisões enchem os seus espaços com elogios a ambos.

Hoje estou nas primárias do PSD com Rio e Santana a dispararem mimos um contra o outro. E, no aspeto televisivo, a coisa está animada. Já os apoios parece não os ajudarem em nada, pois, com eles, o futuro está ensombrado com tudo o que têm dito.

Rio tem distribuido elogios a Passos, como se este fosse o melhor referencial da mudança que tem apregoado. Santana é apoiado por Hugo Soares, um manancial de disparates nas suas intervenções na AR. Com Rio ou Santana, que futuro PSD?

Depois, esta campanha mais tem parecido um despique entre o Norte e o Sul. Por aí, Santana talvez tenha a vantagem de ter mais individualidades consigo, mas o norte talvez tenha mais mobilização. Ambos são amigos de Costa. Por aí, há empate.

Se tudo continuar assim, em jeito da liderança de Passos, Costa terá no PSD um amigo mas, mais que isso, terá um PSD que não terá força nem ideias para conquistar os votos necessários à reabilitação do partido com vista à conquista do poder.

11 Dez, 2017

Ventos e cataventos


O vento vai mudando e o catavento vai rodando, mas se o vento se vai, o catavento deixa de catar o dito, pois não se pode rodar, sem o sopro indispensável ao movimento.

Portugal tem movimentos levados da breca. Tem um ventinho prestes a extinguir-se, quase, quase, um ar que lhe deu, que tinha o seu catavento. Que por sinal até nem gostava muito dele.

Obviamente que o catavento também não morria de amores pelo seu vento. Ventos e cataventos de outros tempos, ambos da família das ventanias, estão hoje com relações bem distantes.

Hoje já não é o vento que move o catavento. Este tem hoje o dom de mover muita coisa e muita gente, sem que tenha de haver alguém que lhe sopre a energia de que ele não precisa mesmo.

Hoje, o catavento de outrora tem mais semelhanças com o vento que faz mover tudo à sua volta. Fala, canta, ri, dança, sem ligar a todos aqueles que lhe reservavam um lugar na inatividade.

Vento que, devido à sua energia transbordante, está em todo o lado, porque vai a tudo quanto é sítio. Para gozo ou satisfação de quem o vê, ele beija e abraça quem esteja no seu caminho.

Vento que alimenta toda aquela gente que tem necessidade de propalar novas, para olhos e ouvidos sedentos de curiosidades, ainda que fora das fontes mais saudáveis para muitos incrédulos.

Sobretudo dos que não creem em espetáculos de democracia ao vivo, ou cantada, para encantar. Ou para sobrepor o espetáculo, à democracia real dos que a podem e devem colocar em prática.

Se o vento se agiganta e vira tempestade, ou mesmo ciclone nacional, lá se vai o folclore e o normal rodopiar do catavento. Nem as mais previsíveis mudanças de vento, fazem felizes cataventos.

07 Dez, 2017

Desqualificados


Assunção Cristas falou de desfaçatez a Antónnio Costa e este disse-lhe que ela era uma desqualificada. O primeiro-ministro tem tido uma paciência enorme, ouvindo as piores desconsiderações, para não dizer coisas piores, que vão muito para além da normal guerrilha políco partidária.

Talvez por isso, foi um pouco mais duro com a líder do CDS que já por várias vezes se arroga o direito de não respeitar a pessoa do governante, já que se considera uma estrelinha depois das eleições autárquicas. Talvez porque se sinta na necessidade de exceder os descalabros linguísticos do líder parlamentar do PSD.

Costa tem ignorado quase sempre esses excessos que lhe vêm de todos os lados, uns mais carregados de ódios recalcados, os da direita, obviamente, outros mais comedidos, os vindos da esquerda que o apoia, quando os assuntos lhe são mais difíceis de engolir. Depois, há os recados velados e fora de contexto do presidente.

De um modo geral é evidente que tudo isso se passa para que os títulos das notícias dos jornais, rádios e telejornais, garantam a notoriedade que normalmente não teriam, ou não deveriam ter, uma vez que daí só resulta descrédito para a política e para os políticos. Mesmo para aqueles que com isso se julgam os maiores.

No caso do PR, notoriamente um caso de excecional popularidade, o facto de exercer o seu mandato via televisão, como alguém já realçou, vai criando anti corpos em gente mais esclarecida. O PR não governa e não é curial que deixe entender publicamente, discordâncias com o PM, pois isso devia ser tratado entre eles.

Quanto aos partidos, o país só teria a ganhar se conseguissem sentar-se todos à mesma mesa para discussão séria dos assuntos de interesse estrutural ou de carácter internacional. A deterioração das relações entre eles, cada vez mais tensas e incontroláveis, só os fazem cair no fosso do descrédito.

A comunicação social tem muitas responsabilidades na situação a que o país chegou, em termos de guerrilhas permanentes. As notícias favoráveis ao governo, ou não aparecem, ou são apresentadas, normalmente, num tom jocoso e insolente. Interessam mais os insultos, as picardias e as porcarias atuais.