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afonsonunes

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30 Jan, 2018

Terroristas?


Algo de errado e muito grave está a acontecer no país para se assistir diariamente a acusações, denúncias, incriminações, ofensas, em tudo quanto é comunicação social, este monstro insaciável que consome vidas de gente em lume brando, quantas vezes bem pior que uma agressão violenta e dolorosa.

Já que se fala em terroristas, não tenho dúvidas de que mais terroristas são precisamente aqueles que raivosa e levianamente se servem de métodos de puro terror verbal para diariamente se atirarem aos seus adversários, por sinal bem mais comedidos.

À justiça o que é da justiça. Até os mais crueis criminosos devem ser tratados com o devido respeito a que qualquer ser humano minimamente tem direito. E só pode ter o rótulo de criminoso quem já tiver sido julgado e condenado. De resto, criminosos ou terroristas, em princípio, são todos aqueles que, oportunísticamente, estragam vidas para, tão sómente, alimentar a sua irracionalidade.

No triste futebol que temos, estão em confronto permanente o Benfica, o Porto e o Sporting, quer através dos seus representantes na comunicaça-social, quer pelas vozes dos seus presidentes.

Não pode comparar-se o modo, os termos e a frequência das intervenções das três partes. Já em termos de consequências investigativas, o Benfica leva uma vantagem que, em primeira análise, lhe caberá o maior quinhão nestas situações de desvios de comportamentos acusatórios.

Em boa verdade, os desmandos de acusações, com investigações infindáveis, recaem quase exclusivamente sobre o Benfica. Precisamente o mais comedido nos ataques aos seus adversários. Já os presidentes do Porto e Sporting, não se cansam de produzir ataques virulentos permanentes, principalmente, agora mais o segundo. E nenhum deles pode cantar limpeza nas suas relações com a justiça.

Ora entra aqui a minha dúvida. O presidente do Benfica é castigado com frequência por fazer críticas desportivas, sem aquele azedume, mesmo raiva, das proferidas pelos seus rivais que, têm passado impunes apesar da gravidade do que dizem de tudo e de todos. Como todos têm telhados de vidro, parece que só teriam a ganhar se conseguissem dominar os seus instintos 'sanguinários'.

A justiça, federativa ou juducial, tem obrigação de ser cega na aplicação das penas, após investigações igualmente cegas, mas sempre sem olhar pelo canto do olho para espreitar a cor de quem transgride, seja no âmbito desportivo, seja no campo da justiça criminal.
O mesmo se passa no campo da política. Até parece que a justiça está sempre à espreita, pelo canto do olho, à procura de notícias que possam motivar investigações bombásticas, sobretudo a membros do governo, a quem logo atribuem penas de vários anos de prisão, depois de quase exigirem desde logo o seu afastamento dos respetivos cargos.

Quem levanta estas questões nunca é responsabilizado. Assim foi no processo Freeport, que deu em nada depois de vários anos de investigações, de gastos de recursos e falta de meios de que tanto se queixa a justiça para averiguar outros casos, aparentemente mais evidentes.

Assim foi e está a ser no caso Marquês, mais gastos, mais meios humanos envolvidos durante anos, para investigar o que, em muitos casos, já fora investigado no Freeport à volta do mundo. E faltaram meios para não deixar prescrever ou arrastar processos até à prescrição.

Tudo porque há queixas anónimas, muitas, mesmo muitas, sempre das mesmas origens que ficam sempre no segredo dos deuses. A quem interessará este estado de coisas, nos meandros de competências que eu, enfim, eu e apenas eu, já cheguei à triste conclusão de que nunca compreenderei.

29 Jan, 2018

As 4 festivaleiras


Muito se tem dito e escrito sobre as escolhas da RTP para o euro festival das cantigas que este ano vai decorrer em Lisboa. É um acontecimento inédito e que estava muito longe do pensamento de todos os portugueses antes de Salvador Sobral surpreender e conquistar a Europa no ano que findou.

Este ano quem vai surpreender tudo e todos são as quatro apresentadoras do evento mais mediático do país que está já a mobilizar muita gente e a gerar conversas e opiniões para todos os gostos e feitios.

Sílvia, Daniela, Filomena e Catarina já devem andar a sonhar com as suas possibilidades de desempenhos, não de cantar, mas de encantar a Europa e mostrar os seus dotes oratórios, os seus sorrisos e as suas, certamente, deslumbrantes vestimentas.

Sempre ajudadas pelo 'barulho' das luzes que o meio feminino do país já anda a imaginar como algo que nem consegue prever-se. E tanto que assim é, que já nem discute se as quatro surpreendentes e mais ou menos surpreendidas, foram a melhor e mais consensual escolha de quem de direito.

Mas quem não se cala são aqueles homens que talvez por não poderem tocar no quarteto, aventam hipóteses levadas da breca. Mas porque carga de água a Soninha, a grande Soninha que não é só grande no país mas, sobretudo, porque é uma mulher do norte, carago.

Depois, faltando a Soninha, obviamente que falta lá também o Jorginho que, embora sendo sportinguista aos domingos, o Porto já o tem como seu, em todos os outros aspetos. Para além disso, em quatro, é um 'insulto' não haver pelo menos dois que desçam até à capital nesse dia histórico para o mundo das cantigas.

É óbvio que tinha de haver duas vagas e duas saídas. E era difícil escolher, que é como quem diz, rejeitar, duas beldades tão prendadas. Isto para não dar crédito àqueles que queriam lá ver o Malato, ou todos e todas as pregoeiras e pregoeiros que todos os dias nos enchem os ouvidos com o 'liga, liga e torna a ligar', senão não ficamos podres ricos com o tal cartão da felicidade perpétua.

Porém, a escolha está feita. E cá para mim está bem feita. Que ganhava eu em estar para aqui a dizer que não está. No entanto, se eu pudesse intervir nesse processo, escolhia a Mariana Mortágua, a Cecília Meireles, o Hugo Soares e o Sérgio Pinto.

Como se vê, paridade perfeita e, além disso, cantam todos muito bem. A Europa havia de ficar maravilhada com o talento do canto mas, acima de tudo, com o poder de persuasão deste quarteto alternativo. Mesmo que se enganassem, ninguém diria nada, pois ninguém deixaria de bater muitas palmas a tudo o que dissessem.

Finalmente, a um espetáculo destes, com a dimensão internacional que não deixará de ter, faz falta alguém que, no nosso país, seja um maestro omnipresente em tudo quanto é sítio onde esteja a televisão. Com direito a discursar e a sorrir a cada frase proferida. Se alguém conseguir adivinhar quem é esse alguém, tem direito a ler isto prá aí uma dezena de vezes...

24 Jan, 2018

Abaixo de Braga


Hoje, esta noite, Porto e Lisboa vão mandar muita gente abaixo de Braga e também muita gente de outras localidades de todo o país, vai seguir o mesmo caminho, rumo ao mesmo destino.

E, desta vez, abaixo de Braga, não é aquele sítio para onde se manda quem está a chatear-nos a cabeça com imbecilidades que não estamos dispostos a aturar, nem nos apetece ouvir sequer.

Hoje, abaixo de Braga, é outro sítio muito mais limpo, mas onde, quase de certeza, se vão ouvir muitas coisas que, embora habituais por esses recintos, não faltarão, mesmo entre amigos de ocasião.

Hoje, abaixo de Braga, é a Pedreira, onde Sporting e Porto vão derimir um lugar na final da Taça que ainda nunca tiveram o gozo de erguer e que, frente a um acessível Setúbal, faz pensar que é desta.

Mas, nunca fiando, até porque o Setúbal já pode mostrar uma taça dessas, conquistada há muitos anos atrás. Por vezes, dos fortes não reza a história, e são os fracos que mostram como se faz.

Hoje, e no próximo sábado, só se espera que a Pedreira não se transforme num local de pedrada verbal e com cadeiras a servir de pedras de arremesso e outros objetos a voar nas bancadas.

É que deste futebol que temos e não devíamos ter, tudo pode acontecer, mesmo quando é disputado entre amigos. Que normalmente o são, apenas enquanto há outros interesses a uni-los.

21 Jan, 2018

Coisas da vida


É um facto que a rapaziada da conversa fiada que circula na comunicação social anda a perder gás à medida que o tempo vai passando e os resultados da governação não lhes deixam senão dúvidas e esperanças de que o futuro lhes satisfaça os seus desejos.

Deve fazer-lhes uma confusão tremenda ouvirem altas personalidades, incluindo integrantes de organismos europeus e mesmo de fora da Europa, contrariar aquilo que tanto despejam no ar deste país que eles tanto amam.

Até parece que, cada vez menos, têm assunto para ocupar as suas intervenções escritas, faladas, com ou sem imagem, na imensidade de programas, sempre com nomes pomposos.

Já para não falar na infinidade de gente desqualificada, tantas vezes ignorante, quando não propensa a distribuir as suas alarvidades nas caixas de comentários dos jornais.

Mas o que dá mais nas vistas, são muitos dos profissionais assíduos de jornais, rádios e televisões que ainda ontem se esganiçavam com montes de historietas que rebuscavam, alteravam e repetiam até à exaustão, para criar o ambiente que tanto desejavam.

É evidente que essas novelas que foram trazendo para poluição da vida, foram sempre caindo no vazio do tempo, dada a falta de sustentabilidade dos argumentos que eram apresentados como indesmentíveis.

Tudo porque não há maneira de responsabilizar quem inventa, ofende e destrói vidas com os seus desmandos, tantas vezes com intenções criminosas e retirando daí interesses de vária ordem, não havendo justiça que lhes pegue.

Como se tudo fosse normal. Quantas celebridades, com crimes provados, ou não, julgados ou em processos de investigação de anos sem fim, com passagens breves por prisões, que para quase todos foram aparentes injustiças.

Para uns, com aparentes motivos forçados no tempo e no modo, enquanto para outros, depois de condenados, com passagens episódicas em relação às penas que já lhes foram aplicadas.

Daí que se fale tanto, agora, do pacto da justiça. Lá esperança de que as coisas mudem radicalmente, é coisa que não falta em quem acredita num mundo melhor, ao menos nesse aspeto.

Mas que não haja dúvidas de que há quem tudo fará para que nada mude, ou não houvesse tanta gente a sustentar-se destas situações.


Amanhã, sábado, 13 de Janeiro, é o dia em que o Santana seca o Rio, ou o Rio afoga o Santana. Ao que parece, pelo que inunda a comunicação social, o Rio vai mesmo secar. Apesar de amanhã, ser dia 13, um dia propício a grandes anormalidades.

Tenho cá para mim, que não estou nada, mas mesmo nada ligado a nenhum deles, que o Costa, de que ambos os candidatos se têm servido para uma campanha especialmente suja e especialmente limpa de ideias, Costa, repito, deve estar a rir de ambos.

De ambos, porque ambos andam muito agarrados a um passado que não os favorece, especialmente o Santana, que não esquece aquele triste mandato de chefe do governo que lhe foi entregue de bandeja por Durão Barroso, ao desertar para Bruxelas.

O insucesso de Barroso em Bruxelas foi mais ou menos igual ao insucesso de Santana no país, nesses tristes meses em que ocupou S. Bento. Já Rio, tem algumas ideias inovadoras para o país, mas que requeriam a coragem que ainda ninguém teve.

E não me parece que um PSD partido ao meio, entre a aparente lucidez de Rio e a cabecinha tonta de Santana, venha trazer força para entrar assim de rompante e fazer história, sem cair no abismo que levou Passos e companhia à derrocada de um partido morto.

Tudo indica que até o dia 13 foi mal escolhido, embora, para mim seja um dia de sorte, mas a crença geral não partilha de igual esperança. E se o PSD tem tido o triste destino que Passos, Maria Luís e Montenegro lhe traçaram, difícil será reverter essa sorte.

Obviamente que não é a minha opinião que influencia a decisão de amanhã. E ainda bem. Mas, do mal o menos, eu preferiria um fraco Rio, a um péssimo Santana. Rio, mais sensato e conciliador, contra Santana mais radicalizado nas guerras estéreis de ontem.

Acima de tudo, que amanhã, dia 13, seja um dia de sorte para o país e para a ambição de Marcelo. Sorte para o país na medida em que os consensos ficariam mais perto, mas difícil, mesmo assim, para as ambições de Marcelo. Assim, como está agora, está bem.

08 Jan, 2018

Alimentam-se


Eles, todos aqueles que estão a destruir um a um, todos os valores que ainda restam nesta sociedade de guerras de interesses que enfrentamos no dia a dia das nossas, cada vez mais complicadas vidas, eles alimentam-se, comem, vivem, da porcaria que constitui as existências deles próprios.

Não sei se por medo, não sei de quem, ou por receio de perder sorrisos da parte de quem estão habituados a receber, não há meio de se perceber que este ambiente em volta de determinados assuntos, acabará por destruir também quem devia ter posto cobro a esta sede de destruir outros, para se governarem eles próprios.

Esta maneira de emporcalhar, de insultar, de achincalhar, que encontramos a torto e a direito em gente que se julga acima de toda a impunidade, que vai tardando em ser combatida por quem de direito, surge em produtos vendidos, sobretudo, por jornaleiros, justiceiros e companhia, matérias de onde se alimentam e bem.

Um político que usa as maiores baixezas para desclassificar o seu adversário, pasme-se, é um animal político. É caso para dizer que quem faz tal milagre de sensatez ao inventar essa barbaridade, não é apenas uma animal qualquer, pois na minha modesta e direta convicção, trata-se de uma besta que devia ter vida da dita.

Um profissional que compara um seu colega concorrente, a um brinquedo do seu filho, por mais inchado que se sinta com os sucessos, que certamente julga que serão eternos, não merece estar ali. Por outras paragens, logo haveria quem lhe ensinasse a respeitar os outros, para ser ele próprio, respeitado.

Infelizmente, o país está assim. Crispado, enviezado, atordoado, nos meios dominados pelos jornaleiros e justiceiros, precisamente de onde podiam e deviam vir lições de respeito pelos valores de uma sociedade livre, plural e respeitadora dos direitos dos cidadãos.

Felizmente que há pessoas de todos os níveis que nunca perderam a noção do que representam esses valores e não entram nessa imundice. Mas, por elas, nada podem fazer, até para se defenderem quando são atingidas, quantas vezes com destruição das suas vidas.

Mas é disso que se alimentam todos os miseráveis que vivem da cobardia e da mentira que semeiam à sua volta.

02 Jan, 2018

Estado


Esta palavra Estado parece que está a dar origem a muitas confusões, principalmente em estadistas, que deviam ter uma noção exata do que dizem e do que fazem, sobretudo quando sacodem a água do seu capote e a lançam para cima de outros estadistas.

O Estado é uma nação organizada politicamente. O Estado não é o presidente da república, nem o governo, nem os muitos organismos e instituições ou os seus dirigentes. O estado é o conjunto de todos eles, mais os cidadãos de toda essa nação.

O chefe de estado é o magistrado supremo que governa uma nação. É o chefe supremo das forças armadas e o garante do bom funcionamento de todas as instituições do país. Logo, é o primeiro responsável a nível superior por tudo o que acontece na nação.

Quando há uma ocorrência grave não se deve, nem se devia poder, atirar responsabilidades indiscriminadamente sobre alguém, sem ver se o sistema em que esse alguém está integrado, tinha todas as condições para evitar essa ocorrência grave.

Essas condições têm que ver com a previsibilidade individual ou coletiva, pois não é curial esperar ou atribuir poderes de adivinhação a um cargo, quando ninguém mais adivinhou o que se iria passar. E falar depois do ocorrido é sempre fácil. Até porque há sempre acontecimentos que humanamente era impossível adivinhar.

Se um determinado responsável intermédio erra por ato ou omissão de natureza individual, o seu superior tem o dever de o responsabilizar civil ou criminalmente. O mesmo acontece em toda a cadeia de comando, até ao chefe de estado, quando se fala em responsabilidade política.

É óbvio que ninguém pode demitir um chefe de estado, mas os cidadãos podem contestar a justeza das suas decisões. Tal como podem contestar a maneira como o chefe de estado responsabiliza as outras instituições, ou os outros responsáveis, sem o fazer de forma clara e justificada, sem deixar dúvidas no ar.

Dúvidas que serão aproveitadas por responsáveis com menos escrúpulos, para fazer interpretações interesseiras que vão criar tensões na sociedade e competições desonestas em instituições que deviam relacionar-se com toda a seriedade.

A nossa nação, o nosso país, atravessa dias de grande agitação verbal, com confusões e interpretações de funções e discursos que deviam ser objeto de esclarecimentos em devido tempo, em lugar de se deixar especular, por vezes escandalosamente.

Porque não é só um órgão de soberania, nem só uma instituição que é responsável por tudo o que acontece no país. Há o histórico que cada um saboreia à sua maneira, há os fenómenos da natureza, que cada um atribui a quem lhe interessa e há os oportunismos de criar condições adversas para prejudicar quem se odeia ou detesta.

E há a tendência muito atual de misturar situações. Não há dois meios países num ano. Nem o bom de meio ano pode ser esquecido só porque houve um meio ano com coisas ainda que demasiado más. Cada coisa no seu lugar. E pensar no que houve de bom, não significa ignorar ou desrespeitar o que correu mal.

Do que correu bem não o esquecem os que mais têm sofrido. Do que correu mal, não o deve esquecer todo o país que, desde há muitos, muitos anos, todos de algum modo contribuiram para que esse mal chegasse no passado recente, como podia ter chegado meses antes ou meses depois do ocorrido.

E ninguém pode garantir que não volte a acontecer o mesmo, ou pior, por qualquer forma que a mãe natureza, ou os desnaturados humanos, o determinem.