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afonsonunes

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Eu diria que não será governo quem, após eleições, não conseguir formar uma maioria na AR que lhe permita governar. Parece que isto é o b à bá da democracia, o princípio básico, mesmo que tão odiado e repudiado por quem tenha obrigatoriamente de ter tudo do seu lado para se eternizar no poder.

Porém, hoje surgiu um novo mandamento político com uma força inusitada, por vir de quem vem. Exatamente o nosso todo poderoso e multi funcional presidente, o indiscutível Marcelo. Precisamente porque é indiscutível, nada se lhe deve contestar, sem que caiam raios e coriscos contra quem ousar aventurar-se a ir por aí.

Pois bem, Marcelo referiu que não será governo quem não ganhar a batalha da floresta. E eu perguntaria, ingenuamente, o que é ganhar a batalha da floresta? Por exemplo, eu diria que ela não se ganha, se não se ganhar a guerra contra os incendiários e contra os seus mandantes. Por exemplo, se não se ganhar a guerra contra os fenómenos climatéricos excecionais que, em muitos casos, são invencíveis. Por exemplo, se a guerra política entre instituições e entre corporações não for dominada por quem tem poder para atacá-la.

Por estas e por outras, calculo eu, o critério para se formar um governo, segundo a vontade de Marcelo, vai ser muito discutível se, entretanto, se não clarificarem os pressupostos do que é ganhar a batalha da floresta.

Que o mesmo é dizer, a batalha da floresta, tem muito que se lhe diga. Porque dentro da floresta cabem muitas batalhas e, indubitavelmente, muitos guerreiros.

Entretanto, e porque os campos de batalhas estão preparados, e o tempo, bom ou mau, não espera, convinha começar já a haver sinais de que a batalha da justiça estava pronta a funcionar, a batalha dos partidos estava bem orientada para o entendimento, a batalha das comunicações e das ligações entre bombeiros estava afinada e a batalha dos cidadãos estava pronta para a convergência de esforços contra o inimigo comum.

Daí que é muito provável que haja, no meio de tudo isto, quem ganhe a batalha da limpeza, quem ganhe a batalha da sujeira, quem ganhe a batalha da simpatia de quem mais queima, de quem ganhe a batalha da simpatia de quem mais apaga, enfim, de quem ganhe a simpatia de quem deixa ou impede que se forme um governo sob o lema de tão complexa batalha.

10 Mar, 2018

A boca rota


De Lamego para o mundo, a exuberante líder do partido do combóio, ex partido do táxi e depois do autocarro, prometeu hoje que, com ela, o CDS vai liderar o centro e a direita em Portugal.

Quando isso acontecer ela, a exuberante líder, destronará Costa do lugar de primeiro-ministro, fará de Rio um pequeno regato e acabará de vez com a banca rota que ele inventou para o país.

De Lamego, terra das saborosas e apreciadas moiras, a exuberante líder garante ao mundo, através da sua esfusiante boca rota, que nunca mais permitirá que haja secas no país, exceto aquelas que ela dá, sempre que o país a ouve.

A exuberante líder da boca rota deve estar em Lamego no dia de hoje a dar graças a quem lhe enviou a chuva destes dias que ela tanto pediu e tanto culpou o governo atual por não ter rezado, como ela rezou, quando a seca lhe saíu na rifa no tempo do seu saudoso ministério.

A exuberante futura chefe do governo que ela imaginou, nunca provocará bancos rotos, como aqueles que ficaram rotos, e bem rotos, com a política do governo que ela integrou.

Os portugueses, jamais vão pensar que a exuberante líder, hoje e amanhã em Lamego, trocando olhares profundos com o seu ex líder, os vai deixar, os portugueses, no estado em que este ex os deixou.

Em Lamego, depois de petiscar um vermelho chouriço e uma negra moira, vindos quentinhos diretamente das brasas, a exuberante líder receberá a garantia dos seus liderados, entre eles o seu ex líder, de que a partir de hoje a gestão do combóio e suas rédeas, ficam livre e inteiramente nas suas mãos.

Não mais haverá a mínima dúvida de que a exuberante líder tem capacidades e independência mais que suficientes para chegar um degrau acima do seu ex líder, record memorável para um partido que ainda muitos vêem a buzinar no velho táxi.


Há coisas que não consigo compreender, por muito que estique o pensamento, talvez muito para lá das minhas capacidades reais de compreensão.

Então, José Sócrates, ex como Pedro Coelho, arranjou logo um emprego milionário numa farmacêutica. Paulo Portas ex vice, arranjou de imdiato um carguinho nas obras, Durão Barroso, ex CEE, foi logo para o centro do dinheiro e até a ex ministra Maria Luís, foi não sei para onde...

Bom, a lista podia ser muito extensa pois os grandes tachos estão sempre à espera dos ex de qualquer coisa, sem precisar de lhes pedir currículos, ainda que daqueles de ler de baixo para cima.

Daí a minha quase estupefação pelo facto de Pedro virar funcionário e Coelho se tornar público. Logo funcionário público, igual àqueles que tanto beneficiou. É que, julgo eu ingenuamente, que um funcionário e público, não deve trazer para casa no fim do mês, mais que umas notas de dez e vinte.

Aliás, o Pedro e o Coelho da Tecnoforma, devia levar para casa muitas notas de quinhentos, acrescidas de mais uns bónus que fugiram dos impostos.

Fico a pensar que nem o grande patrão Mexia, nem o pequeno amigo Catroga, se interessaram o suficiente pelo grande, e agora muito grande e saudoso, Pedro Coelho, de modo a dar-lhe coisa melhor, ou semelhante, aos já citados felizardos.

É evidente que os ex não são todos iguais, nem têm todos a mesma sorte. Alguns até podem ser excomungados e espoliados dos seus tachos e voltarem a ser ex também por aí. Por culpa de futuros ex qualquer coisa.

Mas, não é o caso dos mais recentes ex. Todos uns sortudos por ninguém se meter com eles. Apenas Pedro funcionário e Coelho público, que tem o azar de não surgir agora um amigo à altura, ou seja, à sua dimensão e estatura, aliás, e também estatuto, para o alcandorar àquilo que ele tanto merecia.

Obviamente que ele merecia tanto, que talvez não houvesse agora, nada disponível, mas que possa vir a haver brevemente, muito mais que a inevitável fita e a medalha ao peito, se nada de anormal surgir a tão celebrado ex.