Isto está bonito!
Lá bonito, bonito, não é, mas não encontro palavras para dizer o mesmo de outra maneira. E falar, ou escrever do mesmo, é mesmo um problema complicado. Mas de coisas simples de mais estamos todos nós fartos.
E o que são as coisas simples? Obviamente são todas aquelas de que os políticos falam, quando se referem a soluções difíceis que complicam a vida aos cidadãos e ao país. Uma coisa simples? Dizer que se vai combater a corrupção.
Uma coisa difícil? Combater a corrupção. Não é difícil fazer crer que o país está cheio de corruptoa. Mas a verdade é que nunca serão os corruptos a mexer uma palha para se combaterem a si próprios. Mas os que o não são, também não se querem meter nisso a sério.
Por exemplo, quem é que se quer meter com a corrupção e a violência que há muito tomou conta do futebol, sabendo que essa tentativa arruinaria todas as pretensões de popularidade e sucesso do menos ambicioso.
Quando acontece qualquer coisa de grave, toda a gente, simples ou importante, cidadão vulgar ou detentor de cargo muito ou pouco relevante, se indigna, se revolta, se manifesta chocado, porque ninguém faz nada para acabar com tais situações.
Mas, na verdade, no dia a dia, de tempos idos ou atuais, ninguém fez nada para que tal não acontecesse. Mas quem, com responsabilidades na matéria, quem sempre prometeu medidas enérgicas e urgentes para que tal não voltasse a acontecer, esquece que foi exatamente quem nunca teve coragem para atuar.
Mas o tempo passa e as medidas não chegaram e não chegarão nunca, enquanto o medo de uns e o poder de outros, não tiverem a coragem de arriscar as amizades e os cargos pela saúde física e mental de todo um povo constantemente a correr riscos sem conta.
A inércia e a inação de quem tem obrigação de tomar medidas difíceis e urgentes, mesmo as mais severas, seja contra quem for, também são formas de violência contra a generalidade dos cidadãos que têm direito a viver em tranquilidade e segurança.
É urgente e é necessário que todos os corruptos, violentos ou não, sintam que ninguém os pode livrar da mão pesada da justiça, sempre que eles, os criminosos, não sintam quão pesadas são as suas consciências.
Mais tarde ou mais cedo o país tem de ser limpo eficaz e definitivamente de quem o suja, o estraga ou o destrói. Seja em que campo de atividade ou nível social.
Alguém tem de arregaçar as mangas e não ter medo de perder o lugar ou perder eleições. Portugal, que tantos exemplos tem dado ao mundo de que é capaz de tantos feitos, também tem mostrar que é capaz de vencer esta fase negra que já tomou proporções de catástrofe nacional.
Catástrofe na suja comunicação social, nos meandros de uma justiça minada de gente sem escrúpulos, nos partidos onde o sectarismo atingiu foros de insustentável, no desporto onde tudo pode acontecer, por obra e graça de fanáticos da pior espécie, que só admitem ganhar, nos cargos políticos onde se vende tudo a quem tiver dinheiro para comprar qualquer coisa, na ignorância e má fé de gente cega pelo ódio e por vinganças mesquinhas.
É preciso e é urgente cortar com o conceito de liberdades infinitas para o crime encoberto. Para a liberdade de ofender e esmagar pessoas em nome da liberdade de expressão e opinião. Punir sem dó nem piedade quem se julgue no direito de acusar, julgar e condenar, seja lá quem for, acabando definitivamente com os julgamentos na praça pública, por todas as espécies de ignorantes e interesseiros. Tudo para que a democracia, no seu verdadeiro sentido, não seja assassinada pelos extremismos e populismos que sempre espreitam oportunidades de conquistar o poder.
Vai haver muita gente a contestar, a refilar, a indignar-se com medidas que concretizem o fim desses crimes até agora ignorados. Mas que não doam as mãos a quem tiver a coragem de nos livrar dessa praga de criminosas atividades.