Os melhores do mundo
Parece que uma terrível desgraça se abateu sobre o país no dealbar deste dia em que muitos portugueses, mas mesmo muitos, se preparavam para fazer uma festança de arromba.
Sim, os quartos de final do mundial de futebol estavam ali à esquuina, à nossa espera, como se fosse apenas uma questão de saber esperar. Em boa verdade, faltou apenas que esperássemos sentados.
E as coisas até nem correram tão mal como eu e mais uns tantos havíamos prognostigado. Portugal acabou por juntar-se aos melhores do mundo, que já tinham o seu destino marcado.
Senão veja-se se não foi isso mesmo que aconteceu. A Alemanha, a maior potência futebolística, ou quase, detentora do título mundial; Portugal, campeão europeu; Espanha e Argentina, dois colossos; Rússia, a anfitriã e favorita.
É verdade, todo este conjunto de seleções dominavam o favoritismo mundial. Surpreendentemente, todas elas foram de vez para casa, deixando os louros para aquelas em que ninguém acreditava.
Honrosamente, diga-se, nós ficamos com os melhores. Obviamente, com os melhores do mundo. Ou não fossemos nós os melhores do mundo, no dizer de gente sumamente entendida na matéria.
Portanto, pessoal, nada de desânimos, pois continuaos a ter o melhor jogador do mundo, o melhor treinador do mundo, a seguir a Jesus, o melhor presidente do mundo e por aí fora.
Se já viemos para casa é simplesmente porque não podíamos ficar lá com os fracos. Se já fomos para a Rússia como campeões, não podíamos ficar na Rússia para outros inferiores a nós, nos roubarem o favoritismo.
Aliás, fomos indecentemente roubados pelos apitadores, pelos vares e por todos aqueles jogadores que acertavam mais com os cotovelos, com as chuteiras nas canelas, as pisadelas, com as mãos e braços, que com os pés e com as cabeças na bola.
Mas, resta-nos a vantagem de podermos agora apreciar o resto do mundial no sofá, com a tranquilidade de lhe sobrepormos umas sonecas, quando o entusiasmo estiver em baixo.