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afonsonunes

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Parece que uma terrível desgraça se abateu sobre o país no dealbar deste dia em que muitos portugueses, mas mesmo muitos, se preparavam para fazer uma festança de arromba.

Sim, os quartos de final do mundial de futebol estavam ali à esquuina, à nossa espera, como se fosse apenas uma questão de saber esperar. Em boa verdade, faltou apenas que esperássemos sentados.

E as coisas até nem correram tão mal como eu e mais uns tantos havíamos prognostigado. Portugal acabou por juntar-se aos melhores do mundo, que já tinham o seu destino marcado.

Senão veja-se se não foi isso mesmo que aconteceu. A Alemanha, a maior potência futebolística, ou quase, detentora do título mundial; Portugal, campeão europeu; Espanha e Argentina, dois colossos; Rússia, a anfitriã e favorita.

É verdade, todo este conjunto de seleções dominavam o favoritismo mundial. Surpreendentemente, todas elas foram de vez para casa, deixando os louros para aquelas em que ninguém acreditava.

Honrosamente, diga-se, nós ficamos com os melhores. Obviamente, com os melhores do mundo. Ou não fossemos nós os melhores do mundo, no dizer de gente sumamente entendida na matéria.

Portanto, pessoal, nada de desânimos, pois continuaos a ter o melhor jogador do mundo, o melhor treinador do mundo, a seguir a Jesus, o melhor presidente do mundo e por aí fora.
Se já viemos para casa é simplesmente porque não podíamos ficar lá com os fracos. Se já fomos para a Rússia como campeões, não podíamos ficar na Rússia para outros inferiores a nós, nos roubarem o favoritismo.
Aliás, fomos indecentemente roubados pelos apitadores, pelos vares e por todos aqueles jogadores que acertavam mais com os cotovelos, com as chuteiras nas canelas, as pisadelas, com as mãos e braços, que com os pés e com as cabeças na bola.
Mas, resta-nos a vantagem de podermos agora apreciar o resto do mundial no sofá, com a tranquilidade de lhe sobrepormos umas sonecas, quando o entusiasmo estiver em baixo.

29 Jun, 2018

Urugu...ai!


Muito sinceramente sou daqueles que acreditam até ao último segundo num desfecho favorável de um jogo qualquer, disputado pela nossa seleção.

Não tanto pela fé inabalável do nosso selecionador que, por acaso até se chama Santos. Mas que, acima de tudo, acredita que todos os seus homónimos nunca o abandonam, sejam quais forem as circunstâncias.

Mas eu acredito sempre que o próximo jogo é aquele em que Santos e companhia não mais vão cometer os mesmos erros do, ou dos jogos anteriores. O nosso Santos tem de provar que santos da casa também podem fazer milagres uma vez mais.

Obviamente que não sou tão otimista como o nosso presidente que diz ter a certeza de que os selecionados portugueses são os melhores do mundo e, no lugar dele, mesmo que acreditasse que isso era verdade nunca lhes diria isso, assim, dessa maneira.

Para mim, a melhor maneira de motivar, seja onde for e seja quem for, é pela via da simplicidade e do realismo das situações. E vejo com muita apreensão, como há muita 'garganta' por todo o lado, como se do outro lado da luta estivessem apenas uns bons rapazinhos.

Os números de ambos os competidores não deixam dúvidas quanto a favoritismos. Não dão o resultado final, obviamente, mas as surpresas, só por si, justificam muita calminha no meio dos exageros que a bola proporciona. Ou não fosse ela redondinha.

Não podemos acreditar que os milagres acontecem em todos os jogos. Pelo contrário, é preciso justificar com suor e sacrifício o pendor do resultado. E o que temos visto, diz-nos que os nossos selecionados, não lutam com o fervor dos adversários, não correm como eles correm, não arriscam como eles arriscam tudo.

Mas isto é o que tem sido. Não é isto que vai voltar a acontecer amanhã contra o Uruguai. No final do jogo, os nossos representantes podem estar de boca aberta, com a respiração ofegante e as pernas vergadas. Mas na face de cada um deles tem de estar um sorriso amarelo, de cansaço, mas feliz pelo dever cumprido.

Estou pois convencido de que no final do jogo, desta vez, não podemos deixar que os uruguaios gritem de alegria, Urugu...ai, ai, ai, ai... O grito deles terá de ser fulminante como um raio, Urugu...ai! ai! que já nos destes!!!!!


Muito provavelmente irá acontecer aquilo que nos aconteceu logo após o rebentamento da crise do Lehman Brothers em Setembro de 2008. De todos os lados, incluindo a UE, houve apelos ao investimento e à ajuda a todos, a fim de evitar o desemprego e a miséria.

O governo de então foi pressionado por todos os partidos e até pelo PR de então, a ajudar todos, para que nada faltasse, especialmente a idosos e criancinhas.

Como a memória é curta, já pouca gente se lembrará dos recursos que o estado teve de arranjar para cumprir tal desígnio, acabando por gastar até o que não tinha.

Agora, em 2018, todos querem tudo ao mesmo tempo, para que os seus egoismos provoquem o regresso dos tempos da troica, que não foram apenas uns malandros, como alguns nos querem fazer crer, a provocar a sua vinda com o seu desumano programa.

Obviamente que muito está por compensar desses tempos infelizmente inesquecíveis. Mas ninguém pensa agora no que poderá voltar a acontecer ao país inteiro se tal violência se vier a concretizar.

Sabe-se tudo, das mentiras às suposições do lado que consideram a origem de todos os males. Em Portugal só há um corrupto que se chama Sócrates. Em Portugal só há incompetentes e inimigos do povo no PS e nos seus governos. É por isso que para alguns, nunca estivemos tão mal como estamos agora.

E que mais poderá acontecer neste país campeão europeu e candidato a campeão do mundo, se continuar este clima de guerra permanente no futebol, encabeçada por guerrilheiros bufos, anónimos e covardes que parece terem tomado de assalto a justiça.

Já só falta a sede das investigações instalar-se num estádio que é buscado e rebuscado quase a cada semana que passa, provocando um clima de suspeições de cortar à faca. Sempre agravado por uma comunicação social que viola, inventa, acusa, com base em fontes que mais parecem chafurdarias.

Se todas as denúncias anónimas são feitas sistemáticamente por forma a que a justiça não pare, estando assim a ser investigadas em permanência, porque não se investigam do mesmo modo as denúncias dos visados pelos bufos? Não convém, pois nunca se sabe quem seria pior: se os denunciados ou os denunciantes.

E porque razão não se investigam os covardes anónimos para que juntem as suas provas aos processos para, então sim, serem punidos severamente todos aqueles que estiverem à margem da lei.Da justiça vêm sempre comunicados que deixam mais suspeições que esclarecimentos. Dos loucos e dos terroristas verbais, não fala quem devia. Desta justiça, o povo tem muitas razões para ter medo.

02 Jun, 2018

Mentes brilhantes


Duas mentes brilhantes deram ao país uma um coisa bestial a que chamaram geringonça.

Uma dessas mentes descortinou-a no espaço sideral da sua suprema inteligência e apresentou-a ao país como sendo o exemplo do mais ridículo em política, tão ridículo que não podia durar mais que uma data de dias desastrosos.

A outra mente, meia irmã da anterior, pegou na coisa e gozou com ela até à exaustão, delirando com o sucesso das suas gargalhadas, com o futuro muito breve e escabroso dos governantes e apoiantes dessa geringonça destinada a escangalhar-se estrondosamente antes dos seus autores acordarem do sonho da sua criação.

Contudo, passados dois anos e meio, é agora a geringonça que pode gozar com essas duas mentes brilhantes, dar umas fortes gargalhadas, mostrando-lhes que quem ri no fim, ri muito melhor.

Realmente, depois de tempos de celebrações constantes e exibições de génios descobridores de verdades sem contestação, essas duas mentes do além, essas duas inteligências luminosas, parece terem-se refugiado no reino das trevas, como que fugindo para se furtarem ao ridículo de quem os olha bem de frente e sorri.

E de repente, essa incrível geringonça torna-se um exemplo, que despertou uma nova maneira de encarar a política, pela força de um novo diálogo, que integra em lugar de dividir, que suaviza extremismos em lugar de os acirrar, que promove desenvolvimento em vez de criar miséria e retrocesso civilizacional.

Exemplo que ultrapassou fronteiras, que pôs a Europa e o FMI a reconsiderar as suas escolhas económicas e a aceitar que nem sempre ajudaram os povos com as suas teorias e decisões.

Hoje foi a Espanha a adotar a sua geringonça. Causou espanto, causou comentários semelhantes aos que as duas mentes brilhantes portuguesas espalharam aos sete ventos. E vieram adjetivos como, surpreendente, inesperado, incompreensível, impensável.

Mas, em boa verdade, a geringonça portuguesa venceu o brilhantismo das duas mentes que a lançaram pomposamente. E a Espanha já está em vias de fazer da sua geringonça mais uma oportunidade de mostrar às mentes brilhantes que bem podem ter vergonha das suas tristes descobertas.

Algum dia o mundo começará a mudar. E as mentes brilhantes do retrocesso serão abalroadas por essa esperada onda de integração de todas as correntes de pensamento na tomada de decisões que lhes dizem respeito, tanto ou mais que àqueles que julgam ter o direito exclusivo de mandar em todos os outros.