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afonsonunes

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Convém esclarecer desde já que a lição para inteligentes a que vou dedicar estas linhas, não está no que vou dizer, ou escrever, pois não tenho a pretensão, nem tão pouco competências, para dar lições seja a quem for.

Quem dá grandes lições a toda a gente, dos mais inteligentes aos mais estúpidos, é o tempo que muitas vezes tarda, mas não falha. Vem isto a propósito de incêndios, esse bálsamo para muitos desnaturados que aproveitaram e aproveitam, até à exaustão, os seus efeitos catastróficos.

Por cá, o ano passado, quase só se falou de uma ministra que teve de renunciar ao cargo e de um primeiro ministro que se pretendeu queimar nas altas labaredas de acusações que os tais inteligentes ainda hoje não cessam de lhe dirigir.

Passado um ano, os fogos da Suécia e da Grécia, vêm demonstrar que há outra realidade para além das politiquices de politiqueiros para quem não existe mais nada que não seja a política rasteira e soez do bota abaixo personalidades com outra dimensão que a deles, em cargos que até parece que lhes iriam cair nas mãos se conseguissem os seus desígnios.

É hoje mais que evidente que não há explicação mais plausível para essas ocorrências que o número de ignições pela calada da noite e em locais inacessíveis. Além das ignições diurnas que, mesmo com temperaturas à volta dos quarenta graus, é muito difícil sustentar o seu aparecimento.

Mas, um simples fósforo ou um isqueiro, acesos junto de erva seca, com ventos a rondar os cem quilómetros hora, tomam a força de um enorme rastilho em poucos segundos, criando bolas de fogo que se projetam a distâncias incalculáveis.

Agora, não vale a pena criar sonhos de que nada de semelhante nos pode voltar a acontecer, só porque já se criaram muitas medidas boas e outras que o tempo rejeitará por ilusórias e inúteis.

A natureza é um manancial de surpresas, onde se observam milagres e onde se morre brutalmente. A natureza não se vence. Nem os mais inteligentes, nem os mais estúpidos, nem os mais importantes, nem os mais ignorantes, têm o dom de controlar a natureza a seu belo prazer.

A natureza pode ser controlada em muitos aspetos e é obrigação de quem tem o poder, fazer o que pode para minimizar os seus efeitos destruidores. Mas não se pode pedir o milagre de prever tudo o que a natureza tem de imprevisível.

No entanto, não se compreende que os humanos no poder, não sejam capazes de controlar outros humanos que tudo fazem para destruir pessoas e bens, através do ódio e da vingança, com a complacência de quem sonha alcançar o poder, tirando dele quem tem legitimidade para o exercer.

19 Jul, 2018

Os incansáveis

Os incansáveis andam num corropio delirante desde que o atual governo tomou as rédeas do poder, neste país onde muitos frustrados inconsoláveis, mas sempre em luta contra o tempo que, não os vencendo, nada os faz desistir de perseguir os seus desígnios.

Há que reconhecer que tais sinais de persistência têm a sua virtude, na medida em que a espécie humana se caracteriza por ter os seus ideais e lutar por eles até ao último dia das suas vidas.

Acresce que o respeito pelos outros e a obrigação moral de nunca trair a verdade, obriga a que todas as lutas entre cidadãos, sejam elas quais forem, devem inserir-se no espírito de discussões sérias onde os argumentos diferentes converjam no sentido de reforçar a cidadania e o progresso do bem comum.

Obviamente que nada disto é o que se passa atualmente no país e infelizmente por esse mundo fora, onde impera cada vez mais a hipocrisia, a confusão constante entre mentiras e verdades, cada qual tentando impingir o que lhe interessa sem olhar a meios par o fazer.

E isto passa-se a nível das pessoas, individualmente, mas também a nível de instituições, de organizações e corporações, onde toda a gente se assume como dono de todas as soluções, mesmo daquelas que competem exclusivamente a quem de direito.

Toda a gente, ou quase, julga ter o rei na barriga, só porque há liberdade para criticar. E criticar não é exigir, não é ofender, não é praticar violência contra quem não agrada ou não satisfaz caprichos, interesses impróprios ou até algumas loucuras.

A informação gira quase exclusivamente à volta de polémicas quantas vezes inventadas para impressionar e sucedem-se a um ritmo cadenciado, para que os assuntos se mantenham vivos. Até os humoristas, se é que têm humor, batem todos os dias nas mesmas teclas.

Basta ouvir e ler as moscas mortinhas de todas as manhãs, ou as insignificâncias de umas frases copiadas junto a uns bonecos nos jornais, para mostrar como o estado e as empresas do ramo gastam balúrdios com quem nada de novo trazem aos consumidores.

É uma pena que este país nunca mais acorde do sonho de campanhas perniciosas e permanentes. Que se não crie uma mentalidade de que trabalho é trabalho e conhaque é conhaque.

No meu entender, porque não há coragem para cortar de vez com hábitos que só degradam a sociedade. Todos sabemos quem o podia e devia fazer.

No meu entender, porque não há separação clara de quem não faz e devia fazer, não há punição clara de quem transgride e de quem devia punir e assobia para o lado.

Nesta balbúrdia onde muitos se amanham e muitos deixam amanhar-se, são sempre os mesmos a ter de sacrificar-se pelos que tudo fazem, tudo podem e nada lhes acontece.
01 Jul, 2018

Adeus... Medricas


Cristiano Ronaldo disse no fim do jogo com o Uruguai que 'saimos de cabeça erguida'.
Até pode ser verdade, mas também é verdade que sairam de cabeça perdida.
Mais evidentes, as cabeças do próprio Ronaldo (amarelada) desesperada e descontrolada, tal como a cabeça de Fernando Santos.
Desta vez os santos voltaram-se para o azul celeste e o Santos ficou revoltado como um ateu... votado ao inferno por errar nas rezas...
De tanto se apregoarem muito fortes, só demonstraram que fortes, só de conversa. No que não estiveram sózinhos...
A simplicidade e o respeito pelo valor dos adversários antes dos jogos, ficavam muito bem a estas cabecinhas desiludidas.
Enfim, que no futuro não larguem tantas postas de pescada.
E que não sejam tão medricas durante todo o tempo de jogo...