Três de uma vez
É verdade. Desta vez deu-me para entrar aqui com três temas que, qual deles, me tem preocupado mais. Além disso, julgo serem chuvadas no meio dos temporais que assolaram o país nesta época que devia ter sido calma, festiva e minimamente feliz para todos os portugueses.
Sim. Chega de tanto martirizar este povo com tanta coisa inútil e desnecessária, começando pela interminável campanha jornalística e televisiva sobre um Chega de quem quase ninguém gosta mas que anda nos píncaros da informação que não gosta nada de notícias positivas.
Efetivamente, chega de tanto elevar o que não presta, esquecendo ou ignorando tanta coisa que o país devia, ou tinha necessidade de conhecer. Que mais não fosse para estancar a desinformação, a maledicência e o pessimismo que é noticiado permanentemente. Chega.
Pagar para salvar. Nem mais. Quando o Estado tem de ir salvar quem se arrisca estupidamente, contra todos os avisos de perigo iminente, de todas as entidades competentes do Estado e fica em situação de perder a vida, merece o devido castigo que é pagar as despesas que originou.
Mais, quem tem meios e pode pagar pelo aventureirismo irresponsável, paga. Quem não tem meios, é justo que tenha o mesmo tratamento que tem quem não cumpre os seus deveres para com o Estado. Que não pode nem deve ter tratamentos diferentes para cidadãos incumpridores.
Quem pensa que a obrigação do Estado é pagar e não bufar, não pode refilar contra os impostos que paga. Os contribuintes têm de pagar impostos para que o Estado garanta condições para que todos os cidadãos vivam cumprindo os princípios básicos a que estão obrigados.
O Estado, os contribuintes, não podem suportar custos com quem, nos seus desvarios, põe impunemente em risco a vida dos seus salvadores. Que, com toda a solidariedade seguem o lema vida por vida e não podem, não lhes deve ser exigido, que morram por quem não liga à vida.
Há representantes da Igreja Católica que se sentem acima dos seres humanos que os ouvem com respeito e muitos com a tradicional fé cristã. A hierarquia da Igreja, dos padres até ao Papa, constitui uma infinidade de pessoas espalhadas por todo o mundo. Pessoas diferentes.
Infelizmente, nem todas dedicadas exclusivamente à sua missão clerical. Naturalmente que, sendo pessoas, podem e devem ter preocupações sociais, especialmente junto de comunidades com mais problemas e dificuldades de toda a ordem. Porém, não deviam desviar-se muito daí.
Todos sentimos que dos púlpitos das igrejas saem autênticas intromissões no mais puro discurso político, a favor ou contra governos e oposições, como se alguém lhes pagasse essa privilegiada campanha. Para muitos, como se a sua campanha eleitoral fosse permanente.
Há padres que, sendo diretores de jornais regionalistas são, através dos seus artigos de fundo, em todas as edições, um repositório permanente de intervenção no poder político. Como reagiriam eles se o poder político se intrometesse nas suas atividades. Em especial algumas delas.
Achei extraordinariamente estranho o título garrafal de um artigo num jornal nacional que rezava assim: ‘O Estado não é pessoa fiável’. Lembrei-me que o autor, um dignitário com responsabilidades elevadas, não deveria gostar se um responsável do Estado lhe replicasse à letra.
Por exemplo, dizendo em entrevista política, que a Igreja Católica não é pessoa fiável… Ou enveredasse pelos complicados meandros que com frequência aparecem na comunicação social, envolvendo gente de baixa e alta categoria das instituições religiosas. A fiabilidade é complicada.