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afonsonunes

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21 Abr, 2020

Cavaco não vai...

Cavaco Silva acaba de anunciar que não irá à Sessão comemorativa do 25 de Abril a realizar no próximo dia 25 na Assembleia da República. Talvez devido aos seus múltiplos afazeres dentro do seu lazer interventivo na sociedade que ele tanto desinformou.

Pois é. Cavaco estará com cagufa? Com ela ou sem ela, faz todo o sentido não ir:

1 – Não faz lá falta nenhuma.

2 –Quem for, fica mais descansado, com menos hipóteses de ser infetado por todos os vírus.

3 – Não se corre o risco de ouvir aquelas cenas de comentários de boca cheia de tremoços mal mastigados, ou de bolo rei com frutas cristalizadas a mais.

4 – Não indo ele, é pena que ela não vá, pois podia levar umas tupperwares com arroz doce caseirinho para o pessoal.

5 – A pandémica reunião nunca mais será a mesma sem um casal tão democrático.

6 – Se Cavaco não vai, eu também não vou.

7 – Obviamente.

‘Começa a ser tempo de combater a curva exponencial de parvos para quem, o que é português é mau…’

Ferreira Fernandes apresentou agora a sua demissão de Diretor do DN, conjuntamente com a sua diretora executiva. Certamente não foi por ter escrito esta peça jornalística notável sobre o enfermeiro português Luís, que salvou a vida do PM inglês, Boris Johnson. Sobretudo, não foi por ter escrito um pedido para que o Luís nos salve de dizermos mal de nós.

Mas a oportunidade da demissão conjunta da direção do DN nesta fase tão sensível da vida difícil do país e dos portugueses, onde as nuvens negras cobrem cada vez mais os horizontes da nossa vida comum, bem como este derradeiro (?) artigo como diretor do DN, deixam-me cético sobre estes acontecimentos.

Efetivamente, vão sendo cada vez mais os parvos, os ignorantes, os estúpidos que inventam motivos para dizer mal de tudo o que é português: no caso presente, dos serviços de saúde, das decisões tomadas pela DGS, das opções do governo, das intervenções do PR... Enfim, de tudo o que é português e tem merecido rasgados elogios de diversos quadrantes de fora do país, havendo até quem nos considere um exemplo nesta luta contra o vírus e o tempo de o atacar com a eficácia possível e os meios conhecidos e disponíveis para o fazer.

Fazer críticas não significa despejar ódios e rancores sobre quem tem as responsabilidades de conduzir as ações e as políticas de combate à presente pandemia do vírus Covid-19. Que apareceu quase de repente, como ameaça terrível que ninguém esperava e contra a qual não havia, então, certezas de nada, nem conhecimentos concretos, malgrado acusações tardias à China por ocultação da situação ali nascida.

É fácil agora, aos tais que dizem mal de tudo o que é português, inventar soluções de máscaras, de apoios de toda a ordem, de exigir milagres da sua imaginação, que só agora lhes inundaram a mente, que mais não faz que inundar a opinião pública de mais temores que os muitos que já tem. Para mais em assuntos tão polémicos que dividem opiniões de sábios e cientistas que não se entendem, mas que estes maldizentes portugueses conhecem na perfeição.

É caso para repetir que ‘começa a ser tempo de combater a curva exponencial de parvos para quem o que é português é mau…’

Ferreira Fernandes vai deixar saudades pelos excelentes artigos que subscrevia, pelo bom senso com que os abordava, pelo remar contra a maré de dislates que inunda a maioria dos meios de comunicação social, cada vez mais avassaladora no fortalecimento de pasquins e tabloides que inventam e deformam tudo para contradizer notícias sérias e ridicularizar quem lhes esteja atravessado na garganta, por qualquer motivo ignóbil.

Finalizo, desejando que Ferreira Fernandes fique onde ficar, continue a ser coerente, honesto e defensor das verdades jornalísticas, a bem do país e dos portugueses.