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afonsonunes

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28 Fev, 2021

Montar e desmontar

Adoro ouvir vozes que ensinam. Daquelas que não chegam aos céus mas chegam a quem, como eu, anda a par de quase tudo o que circula pelas televisões e pelos jornais. Mesmo aquelas vozes que têm muito a ver com o zurrar profético de grandes vultos de qualquer coisa.
Sérgio Conceição disse antes do jogo de ontem com o Sporting que era muito fácil desmontar o sistema da equipa leonina. Entendi eu, não sei se mais alguém, que o sistema de jogo seguido por Ruben Amorim, não tinha nada de especial, nem continha nada de novo.
Entendi eu, não sei se mais alguém como eu, que qualquer equipa bem preparada não teria dificuldade em vencer os leões. Entendi eu, e se calhar mais alguém, que um conjunto de dragões afinados, tática e tecnicamente, facilmente abririam a porta da jaula dos leões e eles fugiriam de rabos entre as pernas.
Ainda agora estou para perceber, mas estou perplexo, obviamente, como é que a equipa montada por Sérgio Conceição, do alto do seu sistema muito difícil de apear, não conseguiu ultrapassar o sistema fácil de desmontar, criado por Ruben Amorim que, assim, deu um passo importante, mas não decisivo, para se montar no título que já vê ao fundo túnel.
O que não me surpreende mesmo nada é o facto de ver águias a voar rasteiro para se juntarem aos leões que já pensam em encher o Marquês. Claro que sem os rivais de sempre, esses leões não passariam de uns gatos pingados em volta estátua. Como as coisas mudam.

23 Fev, 2021

Uma carta aberta

Acabo de ler no DN uma carta aberta subscrita por um grupo de personalidades que alertam para a qualidade da informação televisiva que massacra os portugueses que se preocupam com a verdade e a seriedade da vida dos nossos concidadãos.
Quando falo em massacre refiro-me às imagens constantemente repetidas, acompanhadas por comentários sempre direcionados para a desvalorização de tudo quanto se faz e do trabalho de quem tudo tem feito, dentro das limitações impostas pela situação. Não se pode prever o imprevisível e não se pode evitar que tudo corra às mil maravilhas.
O DN deve pensar nas pessoas que o dirigem hoje e nas pessoas que fizeram do DN um dos maiores e melhores símbolos da comunicação social do país.
Esta carta aberta que o DN também publica, devia levar quem o dirige a uma reflexão profunda e séria da carapuça que também enfia diariamente.
Esta carta tem o tom de um grito de revolta do país à vergonha de só divulgar, cada vez mais, uma opinião virulenta, especulativa e inquinada politicamente, envenenando os portugueses menos esclarecidos, criando indiferença, quando não repulsa, que leva ao descrédito e à procura de outras fontes de informação veiculada por jornalistas mais sérios, porque menos pressionados pelos responsáveis que os comandam.
É evidente que há uma guerra de interesses que se movem no meio da catástrofe que ninguém pode negar, daí que haja arremesso de argumentos contra tudo o que vá contra quem não esteja habituado a ter de sacrificar-se, tendo em conta os sacrifícios maiores que os rodeiam.
Esta carta aberta leva-me a manifestar solidariedade total com as ideias ali reveladas e a estar completamente contra estas televisões, especialmente a televisão pública, que agridem em lugar de tentar travar egoismos e espalhar solidariedade em lugar de estar sempre na linha frente do campo de batalha da crítica fácil, enganadora e verrinosa.
Sou um dos muitos portugueses que já vetaram estas televisões, voltando-me para outras origens de informação séria e credível.

Basta! Isto não vai lá com murros na mesa. Até porque as mesas não têm culpa nenhuma. Independentemente de quem se senta em boas e belas cadeiras à volta delas. As mesas são cegas, surdas e mudas. As pessoas que as utilizam não o são, de todo. Mais tarde ou mais cedo, não tardará que os murros passem da mesa para mãos sem luvas de boxe.
Vergonha!! É efetivamente uma dupla vergonha que quem anda a dar murros nas mesas sejam pessoas que deviam ter o bom senso de não cometer o crime de criarem condições para levarem a ameaças de morte, a criarem estados de espírito que as levem a vandalizar bens pessoais e bens pertencentes a instituições. Esta vergonha vem de muito longe e ainda não se viu ninguém preocupar-se a sério com isso.
Chega!!! Tal como dizer basta, não chega trazer para a ribalta esta palavra chega, tantas vezes utilizada agora como palavrão. Chegar-se ao ponto de chamar morto a um governante, acrescentando-se que só falta fazer-lhe o enterro, é tão deplorável como apagar esse dito indigno da comunicação social em geral. Isto mostra que há muita gente que pactua com tais provocações. E até quem as aplauda.
Basta de tanta falta de vergonha e chega de tanta hipocrisia e falta de coragem para pegar o touro pelos cornos. Isto não tem nada a ver com partidos, nem com governantes, nem tão pouco com oposições. Isto tem a ver simplesmente com pessoas anormais, que não respeitam regras de civilidade e cidadania, que querem impor-se pela agressividade verbal e, se for preciso, pela agressividade física, usando o medo e a violência como forma de dominar a opinião pública.
Como não podia deixar de ser tudo isto tem muito a ver com a justiça que não temos, visto que há quem não se liberte de processos que duram muitos anos e há quem nunca seja incomodado pela justiça quando pratica atropelos às leis, ou nitidamente prejudica terceiros com continuadas campanhas de acusações que a justiça acolhe facilmente, mas que muitas vezes dificilmente as consegue provar.
Por tudo isto, basta, vergonha e chega, são apenas três palavras que deviam merecer muito mais que murros na mesa e conotações que não passam de politiquices. Na verdade, o que vemos são caneladas, empurrões, cotoveladas, safanões, simulações, acusações, cabeçadas, rasteiras e outras boas maneiras de tornar a vida de muita gente ainda mais complicada do que já é por outras razões diferentes.

07 Fev, 2021

Massacre

Já não posso olhar para as televisões a operar no país.
Durante o dia e parte da noite, só vejo agulhas a serem espetadas a esmo em braços de pessoas, sempre as mesmas e repetidas até à exaustão.
Só vejo notícias repetidas sobre opiniões, as mais dispares, sobretudo sobre saúde e vacinas. Como se houvesse possibilidade de seguir todos os pontos de vista de tantos especialistas que discordam uns dos outros. E todos se acham no direito de serem ouvidos por quem decide. Sem falar nos ignorantes que metem o bedelho em tudo.
Só vejo 'comentadeiros' de televisões, jornais e outros, armados em entendidos em todas as matérias e exigindo que as suas teorias sejam postas em prática.
Só vejo arruaceiros, responsáveis ou irresponsáveis da bola, que inundam os noticiários a vociferar ódio e incentivos à violência, desrespeitando todas as normas da mais simples convivência ou dever profissional, sobretudo quando não sabem perder. Talvez por tanto serem beneficiados, em tantas vitórias que conseguem à custa de tanto pressionarem quem está sempre a beneficiá-los, quantas vezes sob ameaças e atos de violência como represálias.
Só vejo, em tantas ocasiões e em tantas circunstâncias, pagar o justo pelo pecador.
Só vejo incumpridores de toda a ordem a insurgirem-se contra tudo e contra todos os que tudo fazem para que nada lhes falte dentro do que está ao seu alcance.
Só quase não vejo um pouco de solidariedade e de compreensão para com quem quer contribuir para construir e desista, definitivamente, de obstruir e destruir buscando sempre lucrar com os estragos provocados.
Gostaria de ver quem contribuísse para que, em nada, no nosso país, fossem visíveis massacres de qualquer espécie.
Portugal e os portugueses mereciam tal esforço de quem o pode fazer.