Montar e desmontar
Adoro ouvir vozes que ensinam. Daquelas que não chegam aos céus mas chegam a quem, como eu, anda a par de quase tudo o que circula pelas televisões e pelos jornais. Mesmo aquelas vozes que têm muito a ver com o zurrar profético de grandes vultos de qualquer coisa.
Sérgio Conceição disse antes do jogo de ontem com o Sporting que era muito fácil desmontar o sistema da equipa leonina. Entendi eu, não sei se mais alguém, que o sistema de jogo seguido por Ruben Amorim, não tinha nada de especial, nem continha nada de novo.
Entendi eu, não sei se mais alguém como eu, que qualquer equipa bem preparada não teria dificuldade em vencer os leões. Entendi eu, e se calhar mais alguém, que um conjunto de dragões afinados, tática e tecnicamente, facilmente abririam a porta da jaula dos leões e eles fugiriam de rabos entre as pernas.
Ainda agora estou para perceber, mas estou perplexo, obviamente, como é que a equipa montada por Sérgio Conceição, do alto do seu sistema muito difícil de apear, não conseguiu ultrapassar o sistema fácil de desmontar, criado por Ruben Amorim que, assim, deu um passo importante, mas não decisivo, para se montar no título que já vê ao fundo túnel.
O que não me surpreende mesmo nada é o facto de ver águias a voar rasteiro para se juntarem aos leões que já pensam em encher o Marquês. Claro que sem os rivais de sempre, esses leões não passariam de uns gatos pingados em volta estátua. Como as coisas mudam.