A PRÓXIMA VISITA
Aos ouvidos de Maria chegaram rumores de que o Papa estaria incomodado com a falta de fé que grassa pelos salões palacianos, o que a levou a um estado de incómodo ainda maior que o de Francisco. Ela, Maria, cristã de salão?
Obviamente que tem de ir ao salão quase todos os dias, principalmente, para dar a bênção à caneta do marido, o devoto Aníbal, que também se indigna pelo facto de Francisco poder pensar que, no salão, não se rezam as orações diárias.
Se dúvidas houvesse, bastaria referir como é, e tem sido importante, a intervenção de Maria quando Aníbal pega na caneta e se dispõe a assinar folhas de papel que mudam os acontecimentos no país e até no mundo.
Maria e o marido sabem perfeitamente que o país não prescinde das rezas feitas no grande salão, onde se evoca Fátima como fonte da proteção divina aos portugueses. Francisco não pode dar a entender que não gosta de salões.
Aníbal já disse muitas vezes, e repetiu-o mais vezes ainda, que a sua Maria é a sua principal inspiradora em termos de decisões complexas. E não tem dúvidas de que, todas as decisões a que é obrigado, são mesmo muito complexas.
É por isso que fazem quase tudo no salão grande, e Francisco tem de saber isso para não estar induzido em erro sobre a fé de cristãos de salão de ambos. Nem que seja preciso ir a Roma jurar que é assim, ou então, Francisco vir a Belém.
Agora que o país começa a colher os frutos dessa fé de Maria e Aníbal, o Papa não devia ter dito uma coisa daquelas. Os cristãos de salão a que se referiu são outros. E, a conselho de Maria, Aníbal até já escreveu muito sobre eles.
Portanto, Francisco, ao insinuar que nos salões não se reza, criou nos portugueses uma confusão injusta e até ofensiva da real interferência de Maria nos destinos do país e na inequívoca e efetiva boa disposição do seu Aníbal.
Para acabar com todos os mal entendidos e mostrar que o país sabe reconhecer quem o protege, Maria já aconselhou o marido, a determinar que a próxima visita do casal e de toda a sua habitual comitiva, rumará a Roma.