AFINAL HAVIA OUTRO
Não foi aos noventa e dois minutos mas foi em dois minutos que tudo se foi como, aliás, já tudo se tinha ido, quando se começou a sentir que não há duas sem três, tal como não há palhaços, se não nos fizerem rir.
Nesta história, porém, ao contrário de outras, houve muita gente que se ficou a rir das palhaçadas que nos trouxeram até aqui. E fica provado que há quem saiba perfeitamente como tirar partido das palhaçadas de mau gosto.
Até os palhaços sem nível têm de ter a noção, ainda que mais ou menos aproximada, do que dizem e não deviam dizer. Senão, de galos cantando em cima do poleiro, acabam com a goela cortada e depenados na traça pública.
Vamos aprendendo todos os dias que temos muitos galos que cantam demais, armados em palhaços, esquecendo que a primeira virtude de qualquer galináceo que queira piar sem perigo, é ter um mínimo de modéstia.
Outro galo cantaria a este, e a outros palhaços, se tivessem a noção exata das suas qualidades e das suas capacidades, em relação à realidade em que estão inseridos. Como não têm, aí os temos de monco caído. Até quando?