ORA AINDA BEM!...
Finalmente livraram-nos do sarilho em que eles próprios nos haviam metido. Pessoalmente, estou muito satisfeito, pois não me conformava com o ar abatido e a tristeza que certos senhores me mostravam na TV.
Não devia, mas eu sou assim mesmo. Tenho pena, muita pena, quando vejo alguém a sofrer com os problemas alheios, sabendo que o fazem com todo o desprendimento do mundo. Sofrem com os nossos sofrimentos.
Esta tragédia destes dias, desta semana, colocou o país em alvoroço mas, sobretudo, encheu o país de miúfa, porque lhe puseram na frente dos olhos, aquele espantalho da fome geral, quando ela só pode ser de alguns.
Pareceu-me até vislumbrar que, pela primeira vez, os assustadores profissionais se questionaram se esta bancarrota atual, não seria bem pior que aquela que não se têm deixado de relembrar: a de há dois anos atrás.
Até me pareceu que os maiorais da EU, andavam ainda mais receosos que lhes viesse a faltar, aquilo que os portugueses tanto sentiam já no estômago. Até o nosso durão, mas anafado molengão, já chorava por nós.
Dos molengões de cá, nem se fala. Dias e noites perdidas, reuniões falhadas, refeições fora de horas, eu sei lá, um desaforo. Finalmente, foi um alívio. Já não é preciso recorrer a essa chatice de eleições.
Mais uma vez, o país foi salvo nos descontos. Não foi preciso prolongamento. Não foram precisas grandes penalidades. E, muito importante, salvou-se um árbitro do frete de ter de soprar mais no apito.
Evidentemente que para os jogadores também foi um alívio. Já não podiam com as canetas. Agora, nada disso supera o meu contentamento. Vou continuar a poder comer as minhas sopas. É mesmo um grande alívio.