A GRAMÁTICA, SENHOR!
‘Somos tesos e estamos falidos’ – Soares dos Santos. Não acredito que tão ilustre personalidade cometa erros gramaticais tão desconformes com a verdade. Ou então, o que até se compreende, não liga a coisas gratuitas.
Sim, porque nos seus negócios, é tudo bem pago. E quem paga, recebe bons conselhos como prémio de fidelidade. Aquela frase tem, pelo menos, duas maneiras de ser corrigida, dependendo de quem faz a correção.
Eu, por exemplo, no lugar dele, diria ‘ sois uns tesos, estais falidos’. Como é sabido, ele não está teso nem falido. Logo, empregar verbos, assim, é brincar com a inteligência dos tesos e falidos de verdade.
A ministra que mais sabe dessas matérias, diria: ‘não estamos tesos, nem falidos, pois isso já lá vai. E não sou eu que ando para aí a falar constantemente do passado. Essa frase deve ser de alguém da oposição.
Aliás, esse senhor merece-me todo o respeito – continuaria a ministra - pois é um empresário muito inteligente, que tem todos os impostos em dia, segundo informações recentemente recebidas da Holanda.
Como a ordem dos fatores é arbitrária e a arbitrariedade é uma das causas da crise e da austeridade, também se podia dizer que estamos tesos e somos falidos. Não sei porquê, mas assim até me soava melhor.
Mas isso é a mim, que não percebo nada de nada. É por isso que só falo, ou escrevo, do que não sei. E daqui peço perdão ao senhor Soares dos Santos, por estar a pretender saber mais que ele. Que tonto que eu sou.