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afonsonunes

afonsonunes

13 Fev, 2009

Futuro feliz

Para já não é grande consolo adiar a minha felicidade para o futuro, mas mais vale isso que nada. Sinceramente, eu acho que tinha direito a ser feliz agora, mesmo que nem sempre tenha sabido fazer por isso. Que hei-de eu fazer para mudar a minha sina, antecipando essa esperança, que dou como garantida para o futuro?

Só posso dizer aquela banalidade de que isto é uma razão que a razão desconhece. Talvez seja por isso que eu tenho a certeza de que o futuro será a minha razão, e que a minha razão será o meu futuro. Só não sei ainda bem, se terei de sair agora, para voltar a entrar depois, como tantos querem, ou se deva teimar em ficar, para chegar a esse futuro em que, de certezinha absoluta, irei ser muito feliz.
Bem sei que com esta conversa toda, me estarão a prognosticar um futuro tão complicado, quanto todo este arrazoado, que será difícil de entender agora, por vós e pelos outros, mas não há nada mais fácil de entender para mim e, muito mais claramente, quando chegar a hora da minha felicidade no futuro.
É que eu prevejo que serei o último a rir, depois de toda a gente se ter rido de mim, por causa do meu passado que ninguém compreendeu. Perdão, ninguém, não, visto que eu compreendi muito bem, e eu também sou gente. Sim, porque eu já fui feliz no passado, embora essa felicidade tenha tido um fim um bocado triste. Para mim, como é óbvio, pois para alguns, além de terem sentido um enorme alívio, receberam a felicidade que eu perdi.
Mas, como já disse, o futuro vai ser todo meu, como compensação do tal passado inglório, e deste presente envenenado que teimam em obrigar-me a engolir em seco, porque não têm dúvidas agora, de que já perderam o futuro, que vai ser meu, e só meu.
Eu percebo bem que não gostam desta conversa que parece chata e oblíqua, mas que eu considero plena de verdade, de bom senso e virada para o futuro. Chatos são os que ainda falam menos, e dizem mais asneiras que eu, pois bem sabem que não têm qualquer espécie de futuro. Oblíquos eram os avozinhos deles, pois nos boletins de voto, enganavam-se sempre no quadradinho onde colocavam a cruzinha.
Tomem pois boa nota, todos aqueles que não vão com a minha cara agora, os quais ainda vão ter oportunidade de me dirigir um ou outro piropo, que me fará corar, perdão, ruborizar as faces, e abrir um sorriso só um pouquinho envergonhado, por causa dos enganos em que eles andam no presente.
Na minha verdade está a certeza de que eu nunca menti, e na mentira deles está o engano de quem pensa que me vai roubar, sim roubar, a minha certeza de que o futuro será meu. A maior prova do que acabo de dizer é, exactamente, a garantia que eu dou, de que falo sempre verdade, principalmente, quando falo com mentirosos.
Escusam de estar para aí a pensar que nunca mais me calo com estas verdades de vos deixar à beira de um ataque de sono, porque eu não ando a dormir em serviço, apesar de estar um pouco cansado de esperar pelo futuro. Mas isso não dá a ninguém o direito de pensar que eu não digo nada de jeito.
E a prova disso é que o futuro me vai dar toda a razão do mundo.