19 Out, 2009
O porco e o cão
Os melhores amigos de alguns cães, são alguns porcos. Dizendo isto, parece-me que descobri uma frase de que alguns amigos, de alguns animais, não vão gostar mesmo nada. Em contrapartida, os animais como eu, vão perceber, se é que ainda não perceberam, que têm grandes inimigos nos porcos que são muito amigos dos seus cães.
Para esses porcos, o animal chamado cão, é muito mais importante que o animal chamado homem, sendo frequente insultarem quem se sente prejudicado com as suas manias caninas que, muitas vezes, não têm nada a ver com a amizade que julgam dedicar aos seus animais de estimação.
Basta referir o facto de os trazerem à solta nas vias urbanas, onde os carros circulam a grande velocidade, não contando com a imprevisibilidade de tais peões, que não conhecem apenas os passeios e as passadeiras para fazer as suas deambulações caninas. Os porcos, os seus protectores em teoria, passeiam a trela dobrada na mão, a muitos metros do perigo.
Porcos, sobretudo porque levam à solta os seus animais à rua e aos jardins, exclusivamente para que eles satisfaçam as suas necessidades, sem que usem o saco de plástico recomendado. Se o usassem deixariam de ser porcos e seria caso arrumado.
Não acredito que as câmaras municipais tenham tanto empenho em criar espaços verdes nas cidades, apenas para que os porcos que os usam, os encham de detritos caninos, desencorajando qualquer outra actividade nesses espaços, incluindo a sua utilização por crianças de tenra idade.
Não acredito que os porcos não reconheçam os malefícios que provocam a quem passa nas ruas, onde eles deixam que os seus animais lhes coloquem na frente, focos de porcarias e infecções, por mais que se finjam distraídos quando isso acontece. Não estão em causa apenas as náuseas, mas também os riscos para a saúde de muita gente.
É bom não esquecer que se recomenda todo o cuidado nos contágios de vírus por falta de higiene, mas esquece-se esta actividade de certos porcos que semeiam doenças e nojo, sem que ninguém lhes diga quais são as suas obrigações. E, normalmente, não são analfabetos a terem mais a preocupação de exibirem os seus acompanhantes, que protegê-los e protegerem quem anda na via pública.
É gente que insulta quem se mostrar agastado com o que vê, que não tem pejo de dizer que quem não devia andar à solta na rua era o queixoso, como se a rua também se destinasse exclusivamente a esses porcos e seus parceiros de passeio.
Depois, ainda há aqueles porcos que põem os seus cães na rua onde moram, sem ninguém a vigiá-los, com a porta ou portão de entrada fechados, para que eles não entrem quando quiserem. São os porcos que querem ter animais ao seu dispor, mas não assumem os cuidados e os compromissos que deviam assumir ao levá-los para casa.
Tudo isto se passa. Até com quem tem obrigações redobradas nesta matéria, como sejam porcos ou porcas que assumem um carinho que dizem extremo por todos os animais, porque se dedicam a eles em organizações, porque vivem deles, ou porque querem protagonismo através da propaganda que conseguem por várias vias.
Pessoalmente, gosto de todos os animais, incluindo o animal humano, mas não alinho na ideia de que gostar de animais é levá-los para a cama como prova de amor.