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afonsonunes

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Não vou divagar sobre cabras, cabritos e cabr~es, por muito que haja quem lhes dê uma importância extra ordinária. Logo, nem a legítima nem a outra, têm nada a ver com estas rezes. Mas, que há quem lhes faça aproximações. Há, sim.

Esclareço desde já, que vou referir-me a suspeitas para que ninguém fique a pensar que vou andar à volta de infidelidades. Nem tão pouco de traições. dentro ou fora do matrimónio. Somente irei atrás de boas e más suspeitas.

Ou seja, de suspeitas legítimas e de suspeitas ilegítimas. Qualquer delas, têm estado na berra desde ontem e vão continuar no dia de hoje. Ao que parece, a legítima é aquela que vem de um arguido e a ilegítima virá dos seus acusadores.

Ou seja, um processo recheado de suspeitas. Até parece que todo ele, o processo, não contém nada mais que suspeitas. Desde logo, por causa das cabras, cabritos e cabr~es. Tudo ao longo de sessenta tomos intermináveis.

Deve haver por ali muita palha, ou seja, muita daquela literatura de cordel, feita por escrivães da corda, cheios de boa vontade, mas sem vontade nenhuma de acertar. Depois, quem muito se mete nessa palha, acaba metido na vã palheta.

Depois, dá para perceber que é muita palheta para com um arguido que está pretensamente envolvido em suspeitas de toda a espécie. Talvez por isso, não sobrem suspeitas para recaírem sobre quem as poderia merecer muito mais.

Daí que também nesse sentido, se possa dizer que há apenas uma legítima e muitas outras ilegítimas. Depende de quem pastoreia cabras, cabritos e cabr~es. E de quem bebe o leitinho das cabras e come a carne dos tenros cabritinhos.

Não me admiraria nada se fossem os cabr~es do rebanho, esses bodes de cornos grandes e barbichas pontiagudas. Há sempre quem se amanhe no meio do rebanhe e quem apanhe com as consequências de ter sido metido no bardo.

Toda a gente sabe qual é a função dos cabr~es no meio de rebanho. Claro que não dão leite. E a carne, quase tão rija como os chifres que ostentam, só serve para chanfana, quando já não podem montar-se nas cabras. Missão ingrata.

Mas a isto chama-se a justiça do rebanho. Não sei porquê, mas depois de escrever estas linhas logo me veio à ideia um determinado rebanho que anda à solta pelo país. Que passa a vida com as ilegítimas e ignora a legítima. Suspeitas.

Há quem diga que não se ouve nada de novo. Pois é. Porque há quem queira que a legítima se assuma como ilegítima, para que a ilegítima não tenha que dizer, ela sim, o que há de novo. Não basta ter sessenta fardos de palha moída.