BICHO NA CABEÇA
Vi num jornal uma foto do primeiro-ministro com um dedo metido entre os ralos cabelos da cabeça. Depois, a notícia de uma frase sua que dizia que os cortes não eram um bicho-de-sete-cabeças.
Bicho-de-sete-cabeças, ou cabeças com mais ou menos de sete bichos, sempre existiram e vão continuar a existir. Não em todas as cabeças, porque nem todas são iguais. Até depende da trunfa.
Se calhar foi por isso que o primeiro-ministro referiu essa frase em relação aos cortes. Suponho que se referia aos cortes de cabelo, pois os bichos escondem-se melhor quando a trunfa é mais avantajada.
Como a bicharada se transfere com muita facilidade de cabeça para cabeças, é necessário ter especial cuidado com as trocas, quando somos surpreendidos por uma invasão de comissários europeus.
Todo esse comissariado e seus acolhedores, não são com certeza um bicho-de-sete-cabeças para o país, pois vêm por bem. Sobretudo, vêm em socorro de alguém que bem precisa e isso é benemerência.
Espera-se que não acabem por ser vítimas de cortes ocasionais de criar bicho, ou de algum assédio de bichos com origem desconhecida. Sabemos quem anda a falar muito de bicho, mas não sabemos mais.
Aliás, isso dos bichos e dos cortes, não passam de ‘episódios laterais’ do género dos protagonizados pela presidente da AR e pelos capitães de Abril. Que não diferem muito de outros incontáveis episódios.