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afonsonunes

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26 Mar, 2020

Coitaditos!...

É um lugar-comum dizer que vivemos tempos que nunca foram vividos por ninguém. Tempos presentes muito difíceis e que vão trazer, nos tempos vindouros ainda imprevisíveis, dificuldades que vão infernizar pessoas e famílias, sempre as mesmas, cujas vidas até correrão muitos riscos de sobrevivência.

Levantam-se já as vozes do costume que tanto pretendem mostrar que estão do lado de quem defende toda a gente, principalmente daquela gente que é o suporte de boas vidas a que se chega com hipocrisias e simpatias que só se conseguem à custa de muitas habilidades para saber parecer aquilo que nunca foram.

E aí estão eles, à custa de tempos de antena conseguidos por outros tantos coitaditos que alienam as responsabilidades de seriedade e isenção que os seus cargos requerem no papel, mas que por valores mais altos, impostos ou de sua iniciativa, aproveitam as amplas liberdades para conspurcarem o meio em que se movimentam.

Neste cerco sanitário em que a generalidade das pessoas se sentem, os coitaditos injetam veneno por onde podem, procurando por onde furam, encontrar deficiências, criar suspeitas, denegrir pessoas que tudo têm dado do melhor que têm dentro de si, para que os males alheios sejam minorados e o país se mantenha no melhor plano possível.

Assim, desde os mais altos cargos às pessoas que trabalham dia e noite, correndo riscos de vida ou sacrificando-se até à exaustão, muitos são os que só veem neles incompetentes e corruptos, pois tudo o que fazem, espalham eles malevolamente, é mal feito e em proveito próprio ou com fins de prejudicar aqueles a quem os salvam abnegadamente.

Há coitaditos, grandes e pequenos, até dentro do próprio sistema de saúde, agora tão fustigado. Gente que se queixa porque se julga a única que passa dificuldades, quando esquece que toda a gente sofre e muita gente morre porque não há meios nem remédios que permitam salvar toda a gente. Esses coitaditos deviam trabalhar. Mas onde fazem falta.

Algumas corporações e alguns sindicatos não hesitam em aproveitar esta onda de desgraças para reclamar tudo o que desejam, mesmo o que sabem de há muito que não é possível obterem, quanto mais agora que o país não consegue manter os portugueses no mínimo dos mínimos em relação às condições de que os coitaditos recalcitrantes beneficiam.

Os portugueses em geral, sabem o que é possível dar e o que é escandalosamente pedido nestas circunstâncias. O mundo dos pobres já dá sinais de ruir, mas o mundo dos ricos também já abana perigosamente, até porque sem os pobres, todos os ricos sem exceção, correm o risco de ver ruir todo o esplendor das suas extravagâncias.

O mundo já mudou e as mudanças maiores estão para vir. No futuro, não vai mais ser possível haver grandes e pequenos ditadores. Grandes e pequenos vigaristas à vista desarmada e em todos os setores de todas as atividades. O mundo é a natureza e a natureza tem de ser a base da vida. Quem ainda pensa que tudo vai voltar ao que era, que fuja agora. E já.